Entre Dois Mundos escrita por Benihime
Dois anos depois
Zoey
Ralando o queijo e de olho na panela sobre o fogão, só sei que minha namorada chegou quando sinto seus braços me envolvendo, abraçando com força ao redor de minha cintura.
— Oi, gata. — Ela sussurra em meu ouvido. — Sentiu minha falta?
— Hum ... — Finjo pensar, apenas para incomodá-la. — Não, acho que não.
— Palhaça. — Adaline rebate, rindo. — E aí, como foi o seu dia?
— O mesmo de sempre. — Respondi. — E o seu?
— Bom ... Um crítico de arte foi na galeria hoje. — Ela morde o lábio e em seguida o solta, abrindo um sorriso radiante — Ele adorou meu trabalho! Disse que quer organizar uma exposição.
— Sério?! Ah, amor, isso é ótimo!
Nós nos abraçamos, nós duas quase igualmente felizes. Adaline ainda é menor do que eu, tanto que consigo erguer seus pés do chão, o que sempre a faz rir.
— Ok, já entendi. — Ela bate de leve em meus ombros com os punhos fechados. — Não precisa se exibir por ser uma girafa.
— Algum problema com isso, baixinha?
— Enquanto você continuar me ajudando a pegar as coisas nas prateleiras que não alcanço, não tenho do que reclamar.
Rio alto com sua resposta e volto minha atenção para o queijo, terminando de ralá-lo.
— O jantar está quase pronto. — Aviso — Macarrão com salsicha.
— Nham! Senti falta disso. — Ao perceber meu olhar incrédulo, ela ri. — É sério. Estou com tanta fome que poderia virar canibal agora mesmo.
— Muito engraçado — Respondo, revirando os olhos e lhe dando um empurrãozinho brincalhão. — Seja útil e coloque a mesa para mim, sua palhaça.
Adaline ri e me obedece sem protestar. Posso ouvir quando ela abre a gaveta dos talheres, arquejando ao encontrar a surpresa que escondi ali dentro.
— Zo, isso é ...?
Sorrio sem me virar, imaginando sua cara de surpresa.
— Abra e descubra. — Respondo simplesmente.
Ela abre a caixinha de veludo negro, encontrando o anel que escolhi mais cedo.
— Sim! — Ela quase grita de animação, pulando em meus braços com tanto entusiasmo que quase me derruba. — Sim, sim, sim, SIM!
— Calma, sua doida. — Eu estou rindo, apesar de meu tom áspero. — Vai acabar me esmagando desse jeito.
— Essa é a minha vontade. — Ela rebate. — Por não ter me dito nada antes.
— E que graça teria um pedido de casamento se não fosse uma surpresa?
— Casamento?! — Seus olhos se arregalam de surpresa e seu rosto fica branco como se todo o seu sangue tivesse sido drenado. — Pensei que estivesse falando sobre noivado.
— Depois de todo esse tempo? Me poupe. — Rebato. — Isso pra mim já basta. Não quero noivado. Não quero esperar mais. Quero você, Addie, simples assim. Mas, se você quiser esperar ...
— Nem se atreva a pensar nisso. — Ela declara. — Esperamos demais, Z. É claro que não quero noivado.
— Então vem aqui, sua loira chata.
Ela obedece imediatamente, estendendo a mão para que eu coloque o anel em seu dedo. Mal termino de fazer isso, sou sufocada por outro beijo ainda mais entusiasmado do que o anterior.
— Addie, o jantar.
— Que se dane. — Ela estende uma das mãos para alcançar o botão do fogão por trás de mim e desligá-lo. — Temos coisas bem mais importantes para fazer.
Meus braços envolvem sua cintura, puxando-a para perto de mim, não lhe dando espaço para se afastar.
— Temos? — Pergunto inocentemente. — Mesmo?
— Caramba, Z! — Ada exclama. — Você é mesmo tão lenta ou só quer me provocar?
Sou obrigada a rir de sua impaciência. É muito engraçado vê-la zangada desse jeito.
— O que você acha, sua chata?
— Você que é chata. — A loira rebate, cedendo e se inclinando para me beijar. — Mas eu te amo mesmo assim.
— Claro que ama. — Respondo. — Todo mundo me ama.
— Tanto faz. Contanto que eu seja a única que você ama, prometo tentar não ter muito ciúme.
— Bobinha. — Rio, finalmente reclamando seus lábios em mais um beijo. — É claro que você é. Sempre.
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