Pov’ Emily

Fitei em  pânico vendo  Ares levantar da cama furioso.   Ele  veio até  mim  e virou meu rosto para poder ver a marca.    Depois ele  me soltou e   de seu quarto com sangue nos  olhos.  Corri rapidamente   até  o mesmo e segurei seu braço o impedindo de prosseguir.

— Ares  não faça  nada.  -  Pedi  desesperada.    – Eu já estou bem, ok. Não precisa  tirar  satisfação nenhuma com ele.   -  Praticamente  imploro.

—   Di Immortales!  Emily  ele  te bateu.  -  Ares exclamou.   -   Ele  não tinha o direito de fazer isso.   Ele  nem  ao menos é seu pai, para  querer te punir  dessa forma.    -  Ares  disse e tentou se soltar do meu aperto.

—  Meu pai jamais  faria algo assim.  – Digo automaticamente.   – Pensei que com Zeus, que de certa forma é  meu avô,  isso também não aconteceria.  -   Ares me  olha  compadecido.

—  Estou acostumado com esse lado de Zeus. – Ele resmungou.   -    Ele  não é só o deus que te encheu de mimos e carinho.  Ele   também é aquele deus sanguinário das histórias.   Ele  é  o Manda-Chuva  do Olimpo.   O  maior prepotente de todos e   por  último  sempre  que se irrita  lança  castigos  nos menores que ele.     -      Ares  me  conta  e eu tenho que concordar com ele.

—   Eu sei muito bem disso.  -  Falo e minha  mão vaia automaticamente  até a marca.

—   EU não vou deixar   Zeus fazer isso com você. –  Ele  disse sério.   – Mas, agora  fiquei curioso.    O que   ele  acha que  você  fez para fazer algo assim?  - Questionou.

—  Eu só pedi um trono no grande salão. -   Digo, abaixando a cabeça sem graça. Estava esperando que ele risse de  mim e me chama-se  de  deusa menor.

—   Do jeito que eles  sempre te trataram parecia  que você teria  uma  lugar entre os doze.   – Ares observou.   -  E  ele te   bateu por causa disso?!  -   Ele diz chocado.

—  Olha Ares,  foi um momento ruim para  falar com ele.  O raio- mestre  sumiu e ele desconfia de todo mundo e...  – Ares me  interrompe.

—  O raio mestre  sumiu?!    -   Perguntou surpreso.

—  Você  não sabia?  -  Indaguei achando estranho.

— Não, eu fiquei fora  por  alguns dias.   – Ares me  lembrou e  assenti.

— Mas ,isso não dá  o direito dele descontar  suas  frustação em você!  -  Ares  diz com raiva.  – Ele   vai ter que  ouvir  poucas e  boas.  

— Por favor,  Ares não faça  nenhuma  insensatez!   -  O  Abracei tentando impedi-lo de ir.

— Por que  quer tanto que eu não vá? -  Ares pergunto enraivecido.

— Não me perdoaria se ele fizesse algo contra  você.  -  Confessei.   -    Não podemos   esquecer que ele  é um dos três  grandes e é  muito mais  poderoso  que  nós.   -     Digo temerosa.

—  Emily eu vou ir.  – Ares  falou irredutível.   -   Você  é  minha amiga e amigos defendem uns  aos  outros, certo?  -  Ele indagou.

— Certo...   – Digo nervosa. – Mas, eu não quero que vá.   Por favor, fique aqui!   Por  mim!  -  Implorei.

Ares  bufou de frustação e   voltou seu olhar para mim.

—  Eu não vou Emily.   -  Disse  frustrado.  -   Mas, se  esse  animal fazer  qualquer outra coisa  ou simplesmente  passar  por  mim,  eu não vou me controlar.   -  Praticamente rosnou.

—  Tá  legal, Ares!  -   Digo levando o  mesmo até sua  sala de  estar.

Nós dois  nos sentamos  no sofá e  eu  deitei a   cabeça no seu ombro.    Peguei o controle e   liguei colocando na Netflix para começar a assistir a nova temporada de  Stranger Things.         Olhei para  Ares e ele  aparentemente continuava nervoso.

—   Olha  vou  na cozinha pegar  alguma coisa para comermos e   já  volto.  -  Digo e  dou pausa.

Fui até a cozinha e abri a geladeira.   Catei a  nutella que estava lá e  também alguns refrigerantes.  Peguei doritos, duas   colheres  e  depois  voltei para  a sala.     Para  meu alívio Ares continuava  lá.

Sentei-me ao lado dele  e dividi os  lanchinhos com o  mesmo.  E  então dei o play novamente  e  logo começamos a assistir  a série.

(...)

Quando acordei estava  no meu antigo quarto, de quando eu fui obrigada a ficar aqui.   Levantei e   fui direto para  o templo do meu pai.  Entrei sorrateiramente pois  o dia estava amanhecendo e todos deveriam estar dormindo.

Já estava quase chegando  ao meu quarto. Quando ouço passos   atrás de  mim.  Viro-me esperando que seja  meu pai ,mas me deparo com Afrodite  com os  cabelos levemente bagunçados e  um roupão cor de rosa escuro.

—   O que você quer?   - Perguntei áspera.

— Quero te avisar para ficar longe do que me pertence!  - Afrodite  diz séria.

—   Não estou te entendendo, querida?  -  Indago confusa.

—Você sabe muito bem!  -   Rosna.   -  Chegou aqui implicando com o  mesmo e dizendo que odiava ele, mas agora está querendo virar amiguinha  dele!  Eu sei  que tipo de  jogo você está jogando, garotinha!   -      Ela diz  cada palavra com veneno.

— Escuta aqui purpurizada!  -  Exclamo com raiva.  – Estou tentando estabelecer uma relação pacífica com Ares e   tentando empurrar esse  ódio acumulado dentro de mim para fora.    Não quero mais  ficar  com ódio do mesmo, pois  o ódio me  faz mal.    Poderia fazer o mesmo  para você, mas  você  é  uma  víbora.  -   Explico.

—    Olha como fala comigo garota!  -   Ela  berra.

—   Eu não sou uma  garotinha e  nem garota!  - Berro de volta.  – Já sou uma  mulher!   E vai se  ferrar, se você  pensa que eu estou  me aproximando de  Ares para  transar com ele e rouba-lo de  você!  -  Digo com raiva.   -    Eu não sou uma  fútil igual a  você  que sai traindo o marido com todo  mundo que  vê pela frente, só por causa de aparência!   -   Digo me aproximando dela.

— Garotinha é isso o que  é   perto de  mim!  - Afrodite grita.    -  Você  é  um espectro perto de  mim!    Não passa de  uma  deusa  menor que nasceu apenas  por  um capricho de Hefesto.   Se acha  importante  por que todos te  trataram como uma  princesinha naquela ilha  mixuruca!   -    A mesma riu de desdém.  

— Eu posso ser  uma Deusa menor e  menos  importante.   Meu nome   nunca vai  aparecer em livros de  mitologia grega como o seu, mas eu tenho algo que  você  não tem!    Eu tenho  a verdadeira  beleza!  Não digo das físicas e sim a do interior.     -   Dou um sorriso satisfeita.    -   Enquanto você  é  bonita por fora e podre por dentro.    – Finalizo a  olhando com nojo.

Dou-lhe as costas e  entro no  meu quarto me trancando   lá em seguida.     Atiro-me na minha  cama e   começo a pensar   em tudo  que está  acontecendo.     As palavras “deusa menor “ voltaram a  minha cabeça me  causando certo desconforto.

A forma  como elas  foram ditas  por Zeus e  Afrodite me  fizeram sentir pequena.  Muito pequena e eu não gostei de  me sentir assim.