A história nunca foi tão diferente!Não me aguentei escrita por Doli


Capítulo 3
capítulo Três: Especial de natal(Dois capítulos)


Notas iniciais do capítulo

nada a declarar



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”Os rumos mudam, as histórias são sempre repassadas para outras pessoas, mas jamais a história continuara sendo a mesma, pois toda a história sofre mudanças e todas deixam de ser iguais a original.”

Capítulo 1: Introdução

Tudo começa no ano de 1943, durante os anos finais da segunda guerra mundial surgiram ali muitas franquias, contudo, naquele ano surgia o estabelecimento conhecido como Fredbear´s Family Dinner. O primeiro restaurante se tornou popular entre crianças e adultos pelo jeito como eles conseguiam criar um entretenimento, usando fantasias de pano bem simples e colocando seus funcionários para entreter o publico. A maior magica ali era nenhuma criança ou adulto desconfiava da vestimenta e não tinham noção de como as fantasias se moviam.

Dando um toque bem mais harmonioso e magico. Infelizmente com as fortes disputas empresariais deu-se fim a franquia e o lugar por inteiro foi comprado, porém isso são apenas boatos, coisas ditas ao povo sem provas ou fundamento, esses boatos foram usados para encobrir algo maior, o assassinato de uma criança em frente ao local, nunca se soube a arma do crime, nem o responsável, nem muito menos os motivos. Só se sabia uma coisa, que aquele ato era responsabilidade do dono do local, que hoje já não se tem noticias e naquele dia o monstro havia mostrado seu verdadeiro olhar.

Trinta e três anos depois, o estabelecimento reabriu, após fechar suas portas em 1943 e reabri-las em 1976, porém dessa vez sendo filial de outra empresa e responsabilidade de outro senhor de negócios, além de possuir agora uma nova aparência e um novo método de entretenimento, que na época estava fazendo muito sucesso e a responsabilidade pelo sucesso feito se dava agora não ao uso de fantasias de trapos, mas sim ao uso de fantasias mecanizadas e o uso de robôs para a alegria de todo o publico, fantasias essas que foram adaptadas a partir do conhecimento do uso das primeiras fantasias de trapos, usadas no primeiro estabelecimento de 1943.

O criador daquelas fantasias mecanizadas já havia trabalhado no primeiro estabelecimento e junto com o administrador atual da empresa os dois fundiram suas ideias mirabolantes com o uso das fantasias de pano, com isso criando os primeiros animatronics conhecidos, eles foram apelidados de Fredbear e Spring Bonnie e tanto eram fantasias, tanto quanto eram robôs, algo que deixava muitas pessoas curiosas e sem compreenderem a mente brilhante dos dois homens de 49 anos que as criaram. Claramente ele não fez todos os animatronics, nem muito menos os projetou sozinho, pois também teve a ajuda de um de seus colegas de trabalho, chamado Willian Afton, o agora dono financeiramente da empresa mãe, a Fazbear entertaiment, além de pioneiro na produção de robôs o mesmo gostava de trabalhar ao lado de seu companheiro, Fundador da empresa e um dos personagens mais icônicos dessa história, Henry.

Infelizmente essa história de robôs teve um triste fim em 1983 com o acidente que criaria um demônio, talvez o episódio 87 não tenha ido ao ar por causa disso, ou talvez porque a pessoa que se acidentou era muito mais para aquela empresa do que um simples acidente com um jovem, o que também levou a criticas negativas e ao suicídio de um dos personagens.

O homem conhecido como William Afton ou o papai Noel das crianças como elas o chamavam não tinha as mesmas ambições que seu colega, certa vez William viu quatro crianças jogarem um rapaz qualquer na boca de Fredbear, o que causou o acidente de 1983, que ficou conhecido com o acidente de 1987, pois esse era o episodio do desenho animado Fredbear´s and friends que seria gravado naquele mesmo dia, sem reconhecer a vitima, o homem achou que fosse apenas uma brincadeira, mas de repente ele começou a esmagar e mastigar a cabeça daquele garoto, ele decidiu por chamar os outros seguranças e uma ambulância, com as diversas pessoas em seu caminho e ao redor do rapaz tudo que ele pode ver era uma silhueta infantil. Algo nele dizia que aquilo deveria acontecer. A culpa então foi dada ao robô que muito em breve seria tirado dos shows. E em todas as manchetes e jornais aparecia sempre à mesma coisa “Garoto sofre acidente”. ”Robôs causam coma em rapaz inocente”. “Seriam perigosos de mais para crianças?”. “Como a empresa ira encarar tal acidente?”. E o mais importante de tudo ”Quem causou o acidente? O robô? Ou teria algo a mais?” Essas perguntas continuam no ar, sem respostas.

 Mas dois anos foram suficientes para moldar os fatos ocorridos e presenciados por William em algo pior, pesadelos que ele tinha com o garoto o fizeram sequestrar aquelas crianças, as mesmas quatro e mais uma, inocente, mas que sempre andava com aqueles moleques então para William esses eram os culpados. Inicialmente pensou assim. Infelizmente o homem sempre tão dedicado a construir e melhorar suas criações não percebeu, mas estava condenando sua família naquele mesmo dia e já havia condenado um de seus filhos ao ser tão individualista e ganancioso.

—Ana! Você viu aquilo? –Mal sabiam eles que haviam acabado de presenciar o homem fantasiado que lhes tiraria a vida.

—Venham aqui garotos, tenho algo de especial para lhes dar. –Pouco a pouco eles iam se aproximando, mas já era tarde caso quisessem voltar, os robôs do palco começaram a dar erro, assim chamando atenção suficiente para o assassinato perfeito.

—Agora vocês já podem morrer. –Um medo subiu na espinha de todos eles, o homem então os nocauteou e os arrastou até uma sala, aonde nem mesmo os funcionários podiam ir, por não ser autorizado, o show já havia acabado e os animatronics precisavam ser reajustados por Henry. Por sorte do mesmo, naquele dia ele saiu mais cedo e foi descansar em casa, já imaginando que seu filho e filha estivessem por lá, mas sem saber de metade do que acontecia nos fundos do lugar.

—Então, enfim as ovelhas negras vieram para o abatedouro. –O homem olhou novamente o sangue escorrendo pelo chão e entre seus dedos e voltou à realidade. –O que foi que eu fiz?–Ele chorava muito, mas então a voz veio de longe o chamando. –Quem está ai?... Por favor, não entre aqui, eu imploro.

—Por favor, não chore, você não fez isso... Nós fizemos. –Ele olhava confuso e quando conseguiu sair de seus pensamentos perguntou algo que o assombrou durante alguns minutos, que mais pareciamuma eternidade. –Quem é você?

O homem viu seu reflexo na poça de sangue e reparou que ele estava dialogando consigo mesmo, e quando aquela voz aparecia de seu interior ele soltava pequenos deboches. –A loucura William sempre foi sua maior característica, mas você sempre me manteve guardada, mas agora você é apenas uma marionete em meu bolso. –A silhueta de William começou a mudar e sua aparência no reflexo mostrava seu verdadeiro eu, o monstro que sempre habitou nele... Sua maior obra, responsável pelo fim de seu autor.

—Os maiores artistas sempre começam assim, não é, e agora juntos iremos pintar todas as filiais com o sangue vermelho grifado nas paredes e quando virem isso se lembraram de nós. –O homem que um dia foi responsável por grandes criações já havia sumido, ali restava apenas uma figura distorcida dele... Um artista enviado pela morte, para deixar sua maior arte ali.

Capítulo 2: A arte do sangue

—Você, não vai sair impune daqui, minha irmã vai te encontrar. –O homem voltou a ser o William por apenas um momento.

—Sammy? –Ele olhou assustado, e o garoto ainda que fraco respondesse:

—Sim seu babaca, você tem noção do que nos fez? Você vai ver, meu pai vai te encontrar – William então baixou a cabeça e lhe cravou a faca, apenas em sua perna, Sammy era uma crianças, mas o medo era tudo que lhe restava e naquele momento eu imagino as diversas formas que ele pensou em se vingar de mim. –Isso não era necessário, mas o babaca aqui é você.

 Ele pegou duas das crianças mortas e as guardou em fantasias, mas antes perguntou, agora não sendo mais o mesmo:

—Qual deles deve ir para as fantasias? –A mão dele começou a tremer e apontou para duas crianças que ainda estavam desacordadas, uma delas a que era inocente dos feitos daqueles garotos. Ele foi colocando-os nas fantasias, mas voltou a perguntar:

—E agora, o que eu faço com eles três? –Imediatamente ele sorriu, indicando que ele sabia o que fazer o que deixou os outros garotos trêmulos e constantemente se debatendo para tentar fugir de algumas amarras improvisadas, colocadas enquanto eles estavam desacordados.

—Espere um momento... –Ele olhou mais de perto um dos garotos e chorou por alguns minutos se recordando de algo terrível.

—Filho? –Ele olhou fixamente para seu pai e chorou com breves soluços, o que deixava o homem ainda mais triste e nervoso, mas então ele se lembrou do garoto que havia sido jogado na boca de Fredbear, naquele dia William não havia notado, mas aquele era seu filho do meio. Talvez o tempo separado dele tenha sido suficiente para tal tragédia ter um fim tão terrível. Incrivelmente, ele já não falava mais com seus filhos, então mesmo depois de um ano dado após o ocorrido ele nunca se questionou sobre seu filho, ou sobre o rapaz do acidente, que naquele dia ele descobriu serem as mesmas pessoas.

—Pai, me perdoa. Eu não imaginava que isso poderia acontecer a ele. –William o encarou novamente.

—Por que fez isso? POR QUE FEZ ISSO? –Ele parou de soluçar e olhou direto nos olhos do pai.

—Eu não sabia que isso iria acontecer. -Sammy que estava ao lado do filho de William respondeu:

—A culpa não foi minha! Senhor William. –William então colocou seu dedo na boca de Michael e o implorou:

—Não fale mais nada e me chame Afton. –Ele então voltou seu olhar para seu filho e perguntou:

—Sua mãe já sabe que ele está morto? –Ele acenou com a cabeça respondendo que não.

—Ela nem se quer me deixaria entrar em casa novamente, ela sempre amou ele, quanto a mim só tenho o senhor, ela acredita que ele esteve sumido nesses dois últimos anos. -Comentou o rapaz, com um aceso de raiva o homem deu uma tapa em seu filho, suficiente para deixa-lo quase inconsciente.

—Agora você aprende a ficar calada, sua criança miserável. -O tom da conversa então começou a ficar cada vez mais tenso.

—Vamos pai, admita você adorou vê-lo morrer! Você nunca o amou de verdade! –Aquelas palavras machucavam para qualquer um, mas naquele momento tão frio.

—Você não merece nem morrer, merece apenas viver para ver sua vida miserável! –Ele então nocauteou o garoto pela segunda vez e pela madrugada quando o mesmo acordou estava em sua casa, preso, mas havia muitas coisas diferentes ali.

Até que de repente ele começou a alucinar, vendo na sua frente os seus amigos presos em fantasias e ao lado seu pai, soltando as Spring locks uma por uma, aquelas já não eram fantasias usadas na exibição do palco, aquelas eram fantasias usadas no comercial da empresa as fantasias que iriam estrear na apresentação do episódio 87, essas mesmas fantasias já estavam desgastadas. Mas que já deixaram de ser importantes há muito tempo.

—Freddy, esse é seu nome! Ele vai sempre aparecer embaixo da cama... Será o novo bicho papão e quando você menos esperar ele vai te matar. –Ele então soltou as molas daquela fantasia e o seu amigo começou a agonizar.

Ele então soltou as de Chica que já estava morta. –Vê ela? Deveria ter medo, ela não tem duas fileiras de dentes só para divertir o publico.

Ele então fez uma dancinha até chegar à fantasia de Bonnie que também já estava morto. –Sabe nunca gostei dele, era sempre o primeiro a aparecer. Sempre o achei uma influência negativa, mas agora você tem o tempo do mundo para se divertir com ele. –Ele então apertou as spring locks que esmagaram primeiro seu tórax e depois o resto de seu corpo, sujando o chão inteiro com o seu sangue.

Seu pai então riu igual a uma criança ao receber um presente. –Parece que chegamos à parte mais divertida do show. -Ele então foi falando baixinho e comentou no ouvido de Michael que ainda estava vivo. –Você vai ver como e divertido... Não é mesmo Fredbear? –Ele então pegou a mascara de Fredbear e apertou justamente em seu nariz, fazendo as molas da mascara esmagarem o rosto de Michael, as únicas coisas que puderam ser vistas saindo dali eram seus olhos que saíram saltitando pelo chão do quarto. –Cuidado, ele não será tão ativo, mas será seu maior pesadelo.

—Por favor, faz parar. –As lagrimas do garoto já não mudavam nada, o homem já não sentia nada, havia se tornado frio, ele já não era mais o homem alegre e contente de sempre. Algo nele gostava do que via.

O homem então olhou para a fantasia de Foxy que estava vazia e sorriu, comentando logo depois:

—É realmente uma pena, mas terei que deixar a melhor parte para o final. –O homem então pegou todas as fantasias e as preparou, uma por uma em cima de cabos, que os movimentavam de trás para frente. –Agora nossa brincadeirinha começa.

As maquinas se ativaram e o garoto ainda delirando via ali os maiores monstros que ele já havia visto... Seus amigos.

—Pai? Por favor, me ajuda! Alguém? –As sombras foram o engolindo, suas palavras sumiam entre as portas e janelas enferrujadas e seus gritos de desespero a cada noite deixavam a coisa que habitava em seu pai ainda mais contente.

Os robôs se moviam e seus áudios se ativavam frequentemente. Deixando o garoto realmente em um estado catatônico.

—Qual o meu nome? –O efeito da droga usada foi forte o suficiente para fazê-lo lembrar de tudo, menos quem ele era. O efeito também era forte o suficiente para confundi-lo, e então graças a isso ele começou a se lembrar de algumas coisas, ainda que bem erradas e confusas.

—Eu me lembro de um nome... Carlos. Esse é meu nome? –Enquanto o garoto emergia em seus maiores pesadelos dentro de cinco noites preso em seus delírios seu pai apenas o observava sofrer e ainda era bonzinho quando soltava o no quarto, duas horas depois do que deveria solta-lo, para que ele sofre-se um pouco menos, mas também para que fosse um pouco mais divertido. Em seus momentos finais uma das fantasias foi se aproximando e seu corpo se soltou dos cabos que o mantinham de pé, fazendo com que o robô além de cair sobre o garoto começasse a mordê-lo, de forma que já ao fim de toda essa experiência William o colocou na fantasia favorita dele... Foxy, mas nunca confirmou esmagar o corpo de seu filho dentro da fantasia, como havia feito com os outros, pois não teve coragem.

—Você para sempre não vai passar do bastardo que matou seu próprio irmão, pena que não tive tanto tempo para me divertir com você.

Capítulo 3: Afton Robotics...

Alguns meses depois os animatronics tanto do palco como também do comercial foram retirados de cena, primeiramente pelo mau odor e também porque os clientes já não queriam mais ver animatronics dançarinos. Eles queriam algo mais, algo inovador e foi no verão de 1986 que o empresário William Afton aproveitou sua inocência e fugiu para uma região próxima dali, mudando seu nome logo em seguida para Dave Miller. Desaparecendo dos policiais e deixando um grande pesar para as famílias daquela região que buscam até hoje justiça para os prejudicados com todos esses trágicos eventos.

Naquele mesmo ano de 1986 o homem deu uma rápida olhada para o céu estrelado e se despediu o monstro naquele dia havia descansado, pois o homem ali realmente era William, que se despedia com palavras lindas, que mesmo que não escutadas por ninguém eram maravilhosas assim mesmo e então uma pequena lagrima escorreu de seus olhos brilhantes...

—As janelas da alma não era pai? –Ele soltou ali uma mascara antiga e falou gaguejando:

—Foi por você pai. Eu me inspirei em você, elas serão sempre um reflexo da minha criação por você! –A mascara havia sido feita por ele há trinta e três anos atrás, quando ele tinha apenas dezesseis anos, eu já estava me torando um bom empreendedor e por isso ganhava um ótimo salario que me deu possibilidades de comprar um carro. Pequenas recordações de seu pai, que havia sido morto por nazistas em 1943 em um campo de concentração, e sozinho matou um dos garotos que frequentava o primeiro estabelecimento onde ele trabalhou, que de maneira doentia defendia todo aquele caos, apenas por ser filho de um dos malditos carrascos de 1943.

—Bill? Perdoa-me? Por favor. –Infelizmente o monstro ouviu a frase e despertou, falando de forma tão amedrontadora:

—Agora é tarde de mais para voltar William! Ha! Ha! -A sua voz voltou ao normal e ele voltou a falar como se aquele monstro tivesse perdido o controle sobre ele, apenas por um tempo.

—Eu não sei como cheguei a esse ponto pai, mas eu espero morrer feliz, sabendo que alguém ainda me ama, mesmo que eu seja esse monstro, eu quero morrer sendo amado igual ao senhor.

Ele pegou areia daquele lugar onde ele estava parado, encarando um cemitério. Ele então foi entrando e na sepultura a qual ele havia ido ver estava escrito amado pai e querido marido... Sr Afton fazbear. –Eu pai, quero ser enterrado pela terra da nossa cidade, a terra aonde você foi sepultado. Esse é meu último desejo! –Ele olhou para trás e começou a cambalear, vendo algo a sua frente, mas sem conseguir reconhecer, então a silhueta foi saindo das sombras.

Então lá estavam eles... As cinco crianças marcadas com sua trágica morte, não eram realmente elas, mas aquele pecado rastejaria como uma víbora deixando na sua pele cravada o pior dos venenos... O medo.

—Não! Se afastem! –O homem apavorado ia recuando, mas então o dia começou a aparecer, o belo amanhecer daquele dia, ele era forte o suficiente para limpar a mente de William e permiti-lo parar, refletir e só ai dizer adeus. As sombras que o perseguiam então foram sumindo, mas ele sabia que aquilo era temporário. Pois os monstros que o assombram sempre estarão dentro dele.

Ele desfrutava seus últimos momentos na cidade, mas ele sabia que a policia o procuraria em breve.

—Adeus pequena cidadezinha do Oregon, foi bom enquanto durou. –Sua aparência mudou novamente e ele começou novamente a falar consigo mesmo. –Seu pai estaria orgulhoso, eu estou orgulhoso. Eu te ajudei a matar aquele maldito garoto, era divertido quando estávamos no meio da guerra, mas agora será muito mais divertido no meio daquelas crianças. –Estávamos indo para a Afton robotics, meu lar, aonde eu construí os animatronics, aonde toda a magica acontecia e também aonde ela morria. Lugar esse que interditei por longos anos, graças a vazamentos de gás, mas agora o futuro me revela novas e belas criações.

Uma longa viajem de carro, sem medo, não havia mais nada a perder a não ser a vida que já não era mais dele. Pelo que eu sabia o lugar também estava sendo usado para shows da empresa mãe, que infelizmente estavam perdendo o sucesso.

Literalmente aquele era meu lar, eu fui criado lá, todos nasceram ali, mas eu sou especial. Porém nunca soube onde ficava esse lugar.

—Onde fica esse lugar Willam? –Era estranho olhar para meu próprio reflexo, mas era ainda mais estranho responde-lo. –Ele fica por entre a empresa original, mas por que eu deveria escutar você? –Eu me entreolhei pelo espelho do carro e minha mente perturbada pensou:

—Precisamos voltar! –Eu me assustei com aquilo, pois há esta hora sou procurado em todos os lugares da minha cidadezinha, cada estabelecimento, cada bueiro, em cada canto de olho e em cada piscadela.

—Fique calmo colega, ninguém saberá, iremos comandar o lugar por debaixo dos panos e todos irão nos achar inocentes, porque eles são burros o suficiente para acharem que o culpado é o Henry. Então de meia volta nesse carro AGORA! –Aquela coisa voltava a tomar controle de mim e eu não conseguia nem mesmo dizer não.

—Obrigado por obedecer! Cachorrinho. –Eu acabei virando o volante, mas antes recuperei o controle. –Precisamos passar em um lugar antes.

Em poucos minutos nos já estávamos na casa de Anabel, a ex-esposa de William Afton, a também mãe dos garotos. –Querida? Onde está você? –Quando ele entrou seu mundo caiu, sua vida já não tinha mais sentido.

—Anabel? Não! –Eu a olhei e não entendi, por quê?

Ela estava pendurada por uma grossa corda, sem pulso, sem ninguém, sem vida. Minhas lagrimas foram suficientes para acordar a menininha que dormia tranquilamente em seu quarto.

—Papai? –Ela então parou de olhar para seu pai e viu sua mãe nos braços do homem.

—Não olhe querida. –Ela chorou por apenas o tempo de pensar, em algo ainda mais terrível do que a realidade.

—Pai o senhor fez isso? Mamãe estava certa ao dizer que você não prestava. –Era ainda mais triste para ele, ver sua filha de apenas sete anos acusa-lo de assassinar a sua ex-esposa.

—Querida não tenho tempo para explicar isso a você! Temos que ir. –Alguns vizinhos ouvindo a barulheira ligaram para a policia, que apenas se deparou com o corpo podre e enforcado de Anabel, pois eu já havia ido embora.

Minha filha me batia constantemente dizendo que a culpa era minha, mas será que era mesmo? Será que eu sou tão mal assim?

Em algumas horas já havíamos avistado os portões da cidade, mas eu estava mais atento, a ela, calada, tão triste vê-la assim. A minha loucura parecia ter sumido, mas por quê?

Parece que a maior tempestade já foi deixada para trás, mas por que o vento não levou essa loucura de mim? Será que eu gosto dessa sensação?

—Papai olha! –Eu estava tão distraído que quase perdi o controle da caminhonete da empresa. Por sorte já estava tarde e eu pude chegar tranquilamente até minha casa.

—Garota é você? –Já não era mais eu falando, a loucura havia tomado controle novamente. –Lembra-se de mim, os olhos prateados? –Ela olhou assustada, mas então olhou para mim com um sorriso.

—Para de ser bobo papai! Eu tenho medo dele, mas eu sei que você não fez mal a ninguém e mesmo que tenha feito eu te amo. –Minha mente pensou de forma malévola e eu tentava não dizer aquilo, mas era impossível.

—Até mesmo se eu tivesse feito mal a sua mãe. –ela olhou assustada e quando entendeu a frase começou a chorar. –Você não é meu pai! –Eu então retomei minha consciência, mas já era tarde. O que eu tinha dentro de mim era mais do que apenas a loucura, era como um parasita era a própria personificação do mal.

—me perdoe querida! Eu não sei o que deu em mim, deve ser o sono, por favor, apenas não chore.

Capítulo 4: A morte não escolhe vitimas

Alguns dias depois...

—Mas que sonho estranho! Mike, Carlos! Vamos lá... -Eu cheguei a seus quartos, mas não havia ninguém.

—Pai que gritaria é essa? -A garotinha olhou para seu pai assustada e comentou:

—Pai eles sumiram já faz dias, ninguém sabe nada sobre eles e Henry está sendo acusado. O senhor fez a mesma pergunta ontem e antes de ontem, o senhor está bem? -Ele olhou como se fosse a primeira vez que ele ouvia aquilo, mas ele estava apenas enganando sua filha para não ter que contar sobre o que havia acontecido nos últimos dias e para sair dali lembrou-se de algo, também apenas para engana-la e ir para seu laboratório, mas ainda assim havia um pouco de verdade naquelas palavras, era como se a cada dia nada dos eventos dos últimos anos tivesse acontecido, desde então William observa os jornais para saber mais sobre seu filho, ainda em coma, pois ele sabe bem que se for lá e se for reconhecido será preso ali mesmo. Porém muitos de seus projetos já incluíam o experimento em crianças na tentativa de dar vida novamente a seu filho que a muito estava doente e perto de uma trágica morte, mas infelizmente esses projetos foram abandonados, apenas durante alguns meses, ou dias, pois William já estava perdendo a noção de tempo que passava no subsolo. E enquanto isso sua filha se cuidava e se virava em sua casa.

—Querida o papai precisa ir! Bem aqui há comida suficiente para que possa passar o dia. -Ele então digitou o código que dava acesso à entrada do laboratório de construção, lugar onde a magia começava e onde ela morria.

—Eu me lembro de tudo, e eles também saberão disso, diga olá as minhas novas criações... Baby! Funtime Freddy! Funtime Foxy! E Ballora. É hora do show. -A garotinha mal sabia, mas dois senhores chegariam a casa em algumas horas, e William apenas vigiava por meio de câmeras implantadas em todos os cômodos, mas principalmente na de seu filho Carlos, local que ele colocou câmeras apenas para lembrar-se do filho amado.

—Mikou! Por que você fez aquilo? -O homem então deu uma pequena risada, mas voltou a ficar serio ao ver que dois homens estavam batendo na porta principal da casa, os dois com aparência de empresários e não pareciam estar ali para brincadeira.

—Senhor William Afton? -Por meio dos áudios da casa pedi que minha filha abrisse a porta para os dois homens, os mesmos chegaram com facilidade até mim, já que não era a primeira vez que eles vinham aqui.

—William Afton! Trazemos boas noticias! A franquia fazbear foi entregue a seu irmão, mas ele não possui conhecimento dessa empresa no subterrâneo que liga a sua casa e a de Henry, nós temos agora a mais alta tecnologia aqui, e vejo que você já construiu alguns prototipos, só que vendo eles agora e observando as plantas não conseguimos compreender os designs, você poderia explicar essa sua "preferência"?

—Senhores ela pode dançar, ela pode cantar, ela está equipada com uma tecnologia de gás hélio embutida em seus dedos para inflar balões, ela também aceita pedidos de músicas, ela pode até mesmo fazer sorvete.

—Desculpe-me, mas não sobre essas escolhas que estamos curiosos Sr Afton. -William deu um pequeno sorriso e finalizou com uma piscadela.

—Crianças amam robôs, crianças amam palhaços, infelizmente essa minha "Obra de arte" possui motivos pessoais, que eu gostaria de explicar a vocês em um futuro proximo, mas antes gostaria de saber se gostaram do que viram?

—Sei que o senhor tem muito em mente, mas esses prototipos são realmente seguros? -Ele tirou todo o seu terno e mostrou-lhes o que havia ali por debaixo.

—Não só é seguro, como estou vestido em uma dessas fantasias, eu senhores, estou aqui para lhes mostrar o futuro em inteligência artificial, com certeza o futuro deixará um legado forte para essa empresa, mas vocês querem ou não participar da minha... Da nossa história? -Eles sorriram e nem precisaram se entreolhar para provar que aquilo era um sim.

—A partir de hoje você é o fundador da empresa, claro que por debaixo dos panos, até porque soubemos que o senhor é procurado, mas sabemos que o senhor é quase como um papai Noel, jamais faria mal a alguém. -Ele pensou que enfim estaria livre, mas se esqueceu de que do mesmo jeito que ele escuta e vê os atos de sua filha ela também vê e escuta o que ele faz.

Naquele mesmo dia a garotinha soube que seu pai fingia se esquecer das coisas que haviam acontecido na manhã seguinte e foi questionar, até porque ele já estava com a corda no pescoço em relação à família.

—Pai o senhor esteve mentindo para mim todos esses dias? -Ele começou a suar, estava nervoso, não sabia bem o que dizer, mas por infelicidade foi esse nervosismo que deu passagem para a loucura e o medo tomarem conta do homem novamente.

—Minha querida... -Eu pedia para sair, mas eu estava preso dentro de mim mesmo, inconsciente. - Papai não sabe do que você esta falando, mas se isso for chantagem para vê-los já digo desde já não vai funcionar. -Ela soltou algumas lagrimas na roupa de seu pai e falou:

—Você não é meu pai, meu pai gostava de alegrar as pessoas, mas você esta vestido com algo criado por você, que apenas o está afastando de mim. Por favor, PAI ACORDA! -Ela saiu correndo para seu quarto e o homem já recuperando o controle de seu corpo foi também para seu quarto e lá tentou se controlar novamente, mas aquela coisa voltou a falar:

—O que quer de mim? -Ele se olhava no espelho e seu reflexo sorria de forma manipuladora.

—Não vê que eu só quero sair William, ou melhor, Dave Miller! Eu vou tirar tudo o que você ama, e ai você vai se rastejar para mim. E só ai eu vou sair daqui e mostrar o que realmente é se divertir. -Eu parei de olhar para o espelho, porém via aquela coisa se contorcendo no espelho e sentia pavor de olhar para mim mesmo, mas ai eu tomei coragem, olhei para o espelho e perguntei:

—Quem é você? -Ele saiu do espelho, meu reflexo havia sumido minha sombra também, era como se aquilo fosse algo importante em mim. Mas em pouco tempo ele voltou comentando de maneira ainda mais repugnante:

—Eu sou a loucura, mas você também tem medo de mim, porque sabe que eu serei a sua cadeira elétrica, só que uma morte muita mais dolorosa e lenta e eu estaremos lá para te cobrir com minhas peças e então eu andarei por ai com seu cadáver, mas que sensação... Maravilhosa não é William, seremos a sua maior criação, seremos um deles. Mas você não vai entender isso mesmo, então vou te deixar quieto, só para te ver tentar e falhar, até que a sua mente seja completamente minha. -Ela falava com uma harmonia tão grande que chegava a me dar arrepios.

—Sente esse pecado rastejar na sua espinha, não é só isso, eu sei que na sua boca há a dor de não poder pronunciar a verdade, mas você sabe que ela vai morrer com você. -Eu corri do quarto e me tranquei novamente no laboratório, a loucura estava literalmente me chantageando, mas nem mesmo trancado eu apara de ouvir sua voz.

—PARA! POR FAVOR! 

Três dias depois...

Eu já não parecia mais o mesmo homem, estava desnutrido, fraco, realmente não parecia nenhum um pouco o velho e bondoso "Papai Noel".

—Esqueça isso William, agora o futuro está em suas mãos. -Eu já não batalhava contra a loucura, eu já havia me tornado parte dela e ela parte de mim, éramos como carne e unha.

—Enfim as apresentações privadas começaram, mas o mais incrível é o que eu fiz com os animatronics que você, meu querido gênio, criou. Eles agora são uma peça da minha obra de diversão. -os Robôs projetados para a felicidade das crianças nunca tiveram apenas esse uso, pois com seus sistemas de inteligência artificial modificado aquelas eram terríveis maquinas para sequestrar crianças. Naquele dia William arrumou seu traje de molas e se preparou para o trabalho, as apresentações estavam ótimas, tudo como deveria, mas sempre com menos crianças, pois a cada momento uma delas sumia, “Devem estar brincando de esconde-esconde ou talvez estejam em algum outro lugar da festa.”, mas quem imaginaria que eles estariam dentro das fantasias e quem imaginaria que a filha de Afton também estivesse lá e que ela seria a próxima vitima, ninguém garantia que tudo iria conforme o planejado, pois além de se ferir de forma bem grave graças, para sua sorte sobrevivendo, a sua fantasia de molas que desde sua criação era a favorita dentre as varias que inventou durante todos esses anos , mas além disso ele também perdeu algo ainda mais valioso, mas que só se deu valor quando a perdeu... Sua filha.

Capítulo 5: A última Afton

Só que William não imaginava que essa regra de sequestros também incluía sua filha e mal imaginava que a vontade de sua filha de vê-los poderia, e tiraria à última Afton de sua família, a única que mesmo com mentiras e sua típica loucura ainda o defendia. E acreditava na inocência de seu pai.

 Oito dias depois...

Sua filha já havia sumido, mas Afton já deixava de existir e sua mente já nem lembrava o nome da própria filha, só existia ali aquela mente doentia.

—Vamos ver o que eu tenho nas minhas teias. –Ele abria as fantasias uma por uma, e seu sorriso largo ia se fazendo ainda maior a cada corpo que via.

—Parabéns, minhas criações, a maior obra de minha vida se concretiza. –Ele sorria de forma amedrontadora, mas ele ainda precisava abrir uma última fantasia... Baby.

—Vamos ver o que você pegou essa semana minha querida. –Ele a abriu e ficou amedrontado, inicialmente se questionando quem seria aquela criança já que na última festa ele só havia visto alguns pais e umas seis crianças, por que havia uma sétima ali?

—Espera um pouco... Esse tênis com gliter, esses cachinhos alaranjados de maneira tão harmoniosa. –Quando ele reconheceu o corpo que estava a sua frente ele voltou a ser o mesmo homem de antes, mas agora suas motivações eram outras.

Ele fechou a fantasia e enxugou as lagrimas. –Bendict, pegue minhas batatas chips em cima dos cabos da manutenção, eu tenho muito trabalho para fazer. –Ele pegou os corpos presos em meio às fiações das outras fantasias.

—Senhor o que é isso? –Ele olhou assustado, mas com a coisa errada, porque ele estava conversando com o verdadeiro monstro.

—Você deveria aprender a bater na porta antes de entrar. –ele pegou seu funcionário pelo pescoço e o arrastou até o elevador principal, porém antes de chegarem lá o funcionário já estava gelado, sem pulso e morto. O assassino então o largou em meio aos dutos e passou por cima de seu corpo para poder voltar.

—Se perguntarem, isso terá sido apenas um acidente, como sempre. –Ele voltou para seu laboratório e começou seu trabalho.

Foram semanas e semanas preso em seu laboratório procurando um jeito de revivê-la, ou quem sabe dar a ela um novo corpo. Talvez colocar a alma dela em uma de suas criações? Não! Afton é um cientista, alma, o que é isso?

Muitas crianças morreram em seus testes no subterrâneo, até uma manhã frigida de um triste de segunda, já fazia seis meses que sua filha havia sido pega pelas engrenagens metálicas e morrido em meio às fiações.

—Baby? Onde esta você? –Ao chegar ao salão da Circus Baby ele se deparou com aquela figura olhando direto para ele. Havia um som de gemidos saindo daquela sala, e nada mais justo do que ir lá. Ao entrar naquela sala se deparou com suas criações o encarando de maneira fria e sombria.

—Quem é você? Você é novo nesse lugar. –Ele então olhou para seus Bydibabs, pequenos robôs ajudantes da Baby, e viu em seus olhos uma íris.

—Não é possível... Funcionou, vocês tem vida, então eu também posso dar vida a ela. –Um deles olhou curioso e se atirou sobre Afton que o jogou no chão em um ato de reflexo, os outros que estavam ali viram e tentaram reagir depois de verem um deles ser jogado ao chão, e sabendo o que estava acontecendo ele decidiu sair daquela sala e tranca-la por fora.

Algumas horas depois de sua descoberta ele começou a ficar curioso. –Afton essa é sua chance de testar os experimentos por meio dos choques. –Afton ouvia a loucura e dessa vez a via como uma aliada, mas havia momentos em que ela realmente tomava o controle, naquele momento ela apenas opinava, pois sabia que Afton já estava cedendo.

O mesmo era um ser humano, ainda que um assassino cruel e mesmo que aquela descoberta não o deixa-se nem mesmo piscar os olhos ele ainda precisava se arrumar para poder trabalhar durante toda aquela noite. Então subiu para a sua casinha, ainda curioso e ansioso para ver mais, mas ao chegar lá em cima ele parecia novamente uma pessoa comum.

Ele tomou um banho e limpou sua pele que estava fedida e com alguns machucados das engrenagens da sua vestimenta de molas, coisa que ele usava sempre nos shows, e essas mesmas coisas já o estavam machucando, durante a saída do banho ao se vestir algumas das laminas rasgaram sua pele, aquelas molas estavam se tornando muito sensíveis de perigosas.

Ele então saiu do banho e foi até o quarto de seu filho, olhou de relance um abajur em seu quarto e pegou um abajur para por em sua sala. Assistiu um pouco de televisão e até assistiu uma novela sobre vampiros que já não assistia há muito tempo.

—Caramba que saudades dessas pipocas, mas seria melhor ter manteigas exóticas, pena que sejam tão caras. –Ele até deu uma risadinha, mas quando o relógio badalou indicando que havia cinco minutos para meia noite o homem se vestiu e desceu até seu laboratório.

—Vou lá, eu vou te salvar minha querida. –Enquanto ele chorava lembrava-se de sua filha e do quão ele errou com a única pessoa que acreditava nele. Enquanto ele descia conseguiu ouvir seus alto falantes com mensagens gravadas e outra com as novidades da empresa, agora entendo, porque o antigo funcionário pediu que eu tirasse esses alto falantes, pena que ele morreu antes.

—O elevador parou no primeiro duto, a entrada para o lugar, mas de repente o auto falante falou que um corpo havia sido encontrado naqueles dutos, qualquer um teria se arrepiado, mas eu já estava acostumado, até porque fui eu que matei Benedict e faria de novo para que ele não fosse falar sobre meus experimentos.

Ao chegar à sala seguinte vi os botões da ala Funtime e a ala de Ballora, mas ao acender as luzes não vi nem Ballora e nem mesmo Funtime Foxy. Batia-me um aperto no coração ver que minha família estava tentando ir embora, mas eu jamais vou permitir isso.

—Crianças venham aqui. –Eu já imaginava esse tipo de situação, então instalei um sistema que comanda choques controlados e ainda que robôs com inteligência artificial eles compreendem todos os sentimentos e inclusive a dor. Foi esses choques que os fizeram voltar para seus palcos, o que me deixou feliz, mas naquele momento eu não pensava se eles estavam, ou não felizes com meus atos, mas é isso que defini o ser humano não é mesmo, errar, sempre corrigir... Eu precisava corrigir isso, mas somos uma família feliz e um dia vamos entender isso, somos capazes disso.

—Obrigado pelo show crianças, mas agora preciso buscar a irmã de vocês. –Quando terminei de passar pelo duto que dava na ala de Circus Baby fiquei animado.

—Vamos lá crianças, espero que entendam, mas eu vou lhes dar uma irmã hoje. Betty seja forte! –Ele fechou os olhos e apertou o botão de choque, o sistema dizia que Baby já estava integrada ao sistema de preparação de apresentações, mas eu não a enxergava.

—Ainda é perigoso ir lá dentro, os choques que dei deixaram o vidro e a sala inteira com uma fumaça muito forte, infelizmente só poderei voltar depois, pois hoje temos um show não é mesmo meu colega. –Ele sorriu para o espelho e aquela figura voltou a aparecer, sorrindo de volta.

—Sim, hoje teremos um belo show. –Enquanto saia não notei imediatamente, mas tudo e todos os animatronics me observavam, teria eu feito algo de errado, bom, talvez mata-las não tenha sido a melhor das ideias, mas não é desse jeito que eu quero ser visto certo?

—Errado? Eu sinceramente não me importo. –Ele gargalhava de forma maldosa enquanto saia pelo elevador, àquela noite tensa acabava com gargalhadas, mas por pouco tempo, pois quem ri por último ri melhor.

Ao subir viu que havia alguém batendo em sua porta. –Olá senhor! Somos vizinhos há alguns meses e percebi que você não sai muito. –Eu agi educadamente, que assassino não sabe fingir?

—Bem, na verdade moro aqui há anos senhor, só que eu acabei me mudando há algum tempo para cá, pois minha casa fora vendida. –Realmente a casa daquele homem parecia bem humilde, mal imaginava que todo o piso daquele lugar, incluindo o solo, não passava de uma fachada para as verdadeiras experiências macabras em que ele trabalhava no subsolo.

—Ah, bem. Sendo meu vizinho nada mais justo do que chama-lo para conhecer um pouco os arredores, o que acha? –Eu pretendia dizer não, mas estava estampado na sua cara aquela animação, aquela cara que ele havia feito mostrava que ele queria mesmo falar comigo ou talvez só me conhecer melhor, então por que não ir e sair um pouco do laboratório? Eu só teria que voltar em algumas horas.

—Bem o senhor ainda não disse seu nome... Senhor?- Era conflitante responder essa pergunta, pois eu estou trabalhando na Afton Robotics como Dave Miller, mas aqueles empresários me conhecem como William, só que com as minhas descobertas eu tenho que manter segredo.

—Bem meu nome é Benedict, apenas... –Eu não tinha a mínima ideia do que deveria dizer, mas parecia ter convencido aquele rapaz, então de forma simpática perguntei:

—E o senhor como se chama? –Ele sorriu de forma contente:

—Bem, me chamo Luiz Gustavo, mas gosto que me chamem apenas de Luiz. –Ele então começou a falar sobre sua vida, e é engraçado que naquele momento eu não pensava tanto nas coisas tristes da minha vida. É, eu tenho que admitir que ele sabia contar belas histórias.

—Eu sempre quis ser professor sabe, falar um pouco de história, é uma de minhas maiores paixões, alias, qual é o historiador que não gosta de falar da segunda guerra mundial. –Ele falava de forma tão sutil e levemente com gírias, ele parecia ser uma pessoa de bom caráter, mas me doía ouvi-lo falar da segunda guerra mundial. Porém quando ele me viu chorar parou de falar um pouco e perguntou para mim, colocando seu braço sobre meus ombros.

—Senhor Benedict? O senhor esta bem? –Ele olhou um tanto quanto angustiado, mas seu olhar de preocupação me fez pensar se eu deveria expor ele aos riscos da minha insanidade. Ele parecia tão jovem, tão gentil, não merecia o mesmo destino que os outros.

—Me desculpe Luiz! Eu apenas me lembrei de algumas coisas que não me fazem tão bem. –Ele então voltou a comentar:

—Me desculpe senhor se eu falei algo de errado ou que não tenha sido a melhor coisa a se comentar.

—Fique tranquilo Luiz você estava apenas falando de história, você não errou, apenas não acho que seja um assunto agradável, bem, gostaria de pedir licença, ainda tenho muita coisa para fazer, porém muito obrigado pela bela conversa que você proporcionou. –Eu fui saindo sem nenhuma expressão no olhar, mas parecia sempre estar com aquele olhar caído, Luiz igualmente se levantou e antes que eu pudesse ir me deu um leve abraço.

—Eu sei bem quando um amigo precisa de um abraço, sei bem que certas dificuldades não podem ser enfrentadas sozinhas, mas não guarde isso para você. Não vai lhe fazer melhor. –Eu sorri de volta, porém deixei uma pequena frase de reflexão para o meu vizinho:

—Mas e se eu já não me importar comigo, e se o importante for proteger o que ainda me resta, será que dessa maneira terá valido a pena. –Pobre dele, realmente se importa, imagine se ele soubesse o que eu sou.

Capítulo 6: A esperança não é a última que morre

Eu dei um último adeus para Luiz e ia de forma cautelosa abrindo a porta da minha casa, um tanto quanto desconfiado, mas ao abrir a porta por completa lá estavam eles, os fantasmas do meu passado, os fantasmas mortos pelas minhas mãos serão eternamente o meu tormento.

—O que querem de mim? –Um deles sorriu, podia apenas ser mais uma alucinação, mas era tão terrível a maneira como aquele sorriso lembrava a ele tudo o que ele passou, e ainda que sempre fizesse o mal com um sorriso no rosto aquilo sempre o atormentava. Como você acha que um psicopata dorme a noite? Deitar em seu colchão e lembrar as vidas que você tirou as vidas que você transformou em um inferno, ver os noticiários e simplesmente parar e pensar que a vida já não vale mais a pena em ser vivida, então porque essa vida me foi dada? Será que meu único proposito é matar e matar, continuar nesse vicio constante, talvez isso já não faça mais diferença.

—Sempre tanto faz não é William? –A coisa saiu das sombras... Era Foxy? –Eu vi você ser descartado, mandando para outro estabelecimento. –Ele tremia da cabeça aos pés, mas algo nele dizia que o seu fim não viria pelas mãos de Foxy, mas seria algo ainda pior e mais doloroso.

—Você não passa... De uma alucinação... Deixe-me em paz. –Ele sorriu e voltou a comentar:

—Não espere para sossegar, nem mesmo quando você estiver morto, porque você ainda vai se divertir muito com a gente. –A risada dele era alta e estridente, mas eu estava sozinho, preso em um dos cantos da parede. Ele então levantou seu gancho e o passou pelo meu rosto.

—Cansei de brincar com meu ursinho pai! Por que você não me dá um novo? –E quando ele ia me golpear tudo começou a se desmanchar, inclusive ele.

—Parabéns William, pelo jeito você vive mais um dia, sabendo que pode morrer hoje ou amanhã, para mim tanto faz, a vingança é um prato que se come frio, não é? –Ele gargalhou uma última vez e sumiu, nunca irei esquecer essa risada, jamais vou poder esquecer o que fiz.

Eu estava tão perdido nos meus pensamentos que só voltei à realidade ao ouvir o badalar do relógio de parede.

—Esta na hora Betty. –Eu estava descendo o elevador até a entrada do local, estava ansioso até demais para poder dará ela mais uma chance...

—Meu bebe... Baby. –Quando as portas se abriram eu fui aos poucos verificando tudo, a começar por ouvir os áudios terríveis daquela caixa de som.

—Tenho que me lembrar de desmontar essa coisa. –Eu peguei uma das ferramentas do laboratório e arremessei na caixa, apenas para ver se ela voltaria a funcionar normalmente, mas talvez essa não tenha sido a melhor escolha.

—Olá senhor Benedict, o senhor poderia digitar suas opções de voz para que possamos agrada-lo o máximo possivel? –Eu bati com a mão na testa e pensei “O que poderia ser pior?” então voltei a sorrir e cliquei em algumas palavras, pra ver se melhorava. Mas nem digitando “mudo” aquela voz metálica e irritante parou, ficando ainda pior.

—Eu mereço. –A voz gravada voltou a falar.

—Obrigado por escolher adolescente depressivo. –“Quem foi quem instalou essa porcaria ai”. Bom, aquela brincadeira enfim havia acabado e eu já podia prosseguir pena que eu não sabia onde havia deixado o controle da mensagem gravada na caixa de voz, pois insistentemente ela prosseguia falando e falando, e dessa vez ainda pior, pois me deixa com um forte baixo astral, alias me pergunto agora quem em sã consciência escolheria a voz de um adolescente depressivo para guia-lo e pior, quem foi que escolheu esse tipo de voz para serem adicionadas as opções.

—Ballora? –Eu liguei a luz do local onde ela costuma ficar, e tentei novamente, pois não a vi em lugar algum, quando fiz isso um som estranho saiu daquela sala, era arrepiante ouvir aquele som estranho, nem mesmo eu sabia o que significava. A voz da caixa pediu que eu verificasse O funtime Foxy, mas eu nem se quer havia visto Ballora, tentei até clicar nos botões de controle da Ballora, mas o sistema parecia tê-lo desligado, eu até fiquei calmo inicialmente, mas logo comecei a grita dizendo:

—Mas nos nem se quer verificamos a Ballora! –Meu rosto tinha uma expressão de susto, mas logo me toquei que eu estava gritando com uma maquina, que foi programada para fazer aquilo. Eu então desgrudei um pouco do meu medo em relação à Ballora e fui ligando a luz do palco do Funtime Foxy. E diferente de Ballora eu conseguia vê-lo

—Por que ele está ali nas sombras? –Depois de comentar aquilo ouvi a voz da gravação e me assustei.

—Ótimo... Ótimo... Ótimo. –Aquela voz estava distorcida e completamente defeituosa, sendo que mais parecia uma brincadeira.

—Eu não gosto disso crianças, se forem vocês é melhor pararem já! –Então a voz voltou ao normal e comentou da falha no sistema, voltando também ao seu padrão comum.

—Não sei qual voz é pior a do adolescente depressivo ou essa. –Eu tentava descontrair, mas falar sozinho não era lá a melhor opção naquele momento.

—Agora o senhor já pode prosseguir até a Circus Baby auditório. -Eu olhei um tanto desconfiado e comentei:

—Mas nos nem se quer verificamos o auditório Funtime corretamente. -Ele ignorou e falou:

—Você pode prosseguir por esse sistema de ventilação até a Circus Baby. –Eu olhava confuso, mas fazer o que? Bem, a única coisa que vim fazer aqui foi dar de volta a vida perdida pela minha filha e eu vou fazer isso, mesmo que custe a minha vida.

Ao passar por aqueles dutos eu cheguei até a auditória central de Baby, estava com os nervos à flor da pele, então por animosidade esqueci tudo que havia ocorrido nos salões anteriores e gritei:

—Minha querida eu vim te buscar! –Eu acendi as luzes sem nem mesmo ligar para a caixa de voz e vi um vuto passar pela vidraça.

—Baby? Sou eu! –Eu tentei clicar novamente para ligar as luzes do palco, mas algo estava errado. Tudo que eu podia ouvir era um zumbido.

—Parece haver uma avaria que pode estar a afetar a sua capacidade de motivar adequadamente Baby, então fique próximo, enquanto reinicio os sistemas, infelizmente vou ficar off-line durante o processo, vários outros sistemas também podem ficar off-line, tais como: Portas de segurança, ventilação, fechaduras e oxigênio... –Eu sabia bem como esse sistema de segurança e isso significava que eu estaria preso lá embaixo até que o sistema se reativar-se e pior, ainda após isso eu teria que religar alguns sistemas manualmente.

—Começando reinicialização dos sistemas. –Eu sabia que haviam outras maneiras de concertar aquele problema no sistema, mas os recursos limitados não me permitem fazer a ativação manual na sala dos motores. E então cai novamente o desespero.

—Ventilação Circus Baby aberta... Ventilação do Funtime auditório aberta... Ventilação galeria da Ballora aberta. –Entretanto aquele era o menor dos meus problemas, pois em pouco tempo uma voz feminina começou a se comunicar comigo:

—Eu não consigo reconhecê-lo. –A voz me era familiar, mas quem?

—Você deve ser novo aqui, não se parece nenhum pouco com o outro rapaz, me lembro de apenas deste cenário, no entanto é estranho vir... Justamente parar nesse lugar, fico curiosa e me perguntando o que levaria alguém a trabalhar em um lugar como esse?

—Dinheiro? Não acho que seja a resposta, talvez curiosidade? Ou talvez alguma coisa que ainda não descansou ai dentro? Possivel, seria essa coisa a ignorância, acho que não, talvez algo que eu não consiga pronunciar... Seria o amor? Acho que sim, mas será que vale a pena? –Eu comecei a chorar, pois sabia de quem era aquela voz, tão sutil e infantil.

—Minha bebe? O que foi que eu te fiz?- fiz tudo por ela, para salva-la, mas ela não se lembra de mim... Então será que realmente valeu a pena salva-la sem que ela lembre aquele que a ama, daquele que a protegeu e que infelizmente se tornou o vilão de sua vida... Deve ser terrível pra um pai deixar de ser o “Herói” da família, mas é incrível como da noite pro dia nos tornamos os vilões da nossa própria história.

Naquele momento eu estava tão abalado que não pensei ”como ela voltou se eu nem consegui lhe dar a vida?” e principalmente... “quem havia dado vida a ela?” Perguntas que eu só me fiz tarde de mais para poder fazer alguma coisa.

—Rápido! Corra para de baixo da mesa e se esconda até o sistema ser reinicializado. –Eu obedeci a aquela voz e fui andando por aquele pequeno duto, era apertado, mas eu sabia que daria na sala de manutenção dos Bidibabys, o que poderia ser arriscado, pois eles sabem os meus feitos, só tem uma coisa... É a minha filha que esta ali e perto dela a minha vida não vale nada a não ser a sua felicidade.

Eu fui andando até encontrar um portão de ferro, eu sabia que aquele lugar existia, mas com todos os sistemas avariados aquele portão era inútil, pois precisava ser manuseado manualmente. Eu então sabia que precisava fechar o portão para me defender, a única coisa que eu não sabia era do que eu deveria estar me defendendo.

—O rapaz que veio antes de você criou esse lugar no intuito de manter a I.A presa aqui dentro, mas lembre-se a I.A agora é só uma parte do que realmente somos.

Dessa vez eu estava assustado, o que ela quis dizer com “a I.A agora é só uma parte do que realmente somos”? –Eu então comecei a observar os pequenos buracos e arranhões terríveis que havia na porta, até de repente ver algo se movimentar de um buraco para o outro e então uma segunda voz comentar quase sussurrando:

Tem alguém lá dentro? —Então assim que iluminei um dos buracos da esquerda lá estava àquela criatura a me observar... Ela então deu uma pequena risadinha e concluiu me deixando ainda mais arrepiado:

Talvez esteja brincando de esconde-esconde...—Um som de passos e fortes batidas começou a sair daquela sala.

—1!—A voz se tornava mais grave e cada vez mais próxima.

2!—A coisa parecia fazer um som de agarrar-se a algo.

3! É hora de procurar!—Meu coração disparou, não porque a coisa disse isso, mas porque a porta estava se abrindo lentamente, eu até tentei segura-la onde estava, mas seja lá o que estava puxando a porta era forte, por sorte a porta parou de movimentar-se para trás e pude arrasta-la novamente para seu lugar original.

Será que realmente tem alguém ali?—A coisa parecia voltar a tentar puxar a porta, mas em pouco tempo voltava a desistir. E de relance quando a coisa ia conseguir abrir a porta eu pude ouvir o som da energia voltar, me lembrava de quando eu era criança e faltava energia em casa e eu simplesmente rezava para que a energia voltasse.

Eu dei uma leve respirada e relaxei. Mas seja lá o que estava do outro lado não havia desistido ainda, então o mesmo deu uma forte cabeçada que chegou a amassar a porta, que alias era feita de um aço resistente. “Seriam as minhas criações?” eu me questionava, me arrependo agora de não tê-los desligado quando tive a chance.

—Parabéns rapaz, mas agora eu tomaria cuidado, você ira passar pela Ballora Galery e realmente se eu fosse você faria muito silencio. –Eu encostei a mão na porta, ainda que com receio, e disse:

—Eu vou salvar você. –Não sabia o porquê, mas assim que falei isso uma voz feminina riu, de forma tão assustadora.

Eu fui saindo da sala e então ouvi o modulo de controle ou só a gravação do sistema.

—Ei! Ei! Parece que você esta bem, isso é ótimo, podemos prosseguir! –Eu olhava um pouco desanimado, não havia conseguido salva-la até então. Consegui falhar como mecânico, falhei como filho, falhei como empresário, mas não me arrependo de nenhum desse motivos, com exceção de ter falhado como pai e como herói da minha filha e dos meus filhos... Eu então me encarei em alguns cacos de vidro que estavam no chão e novamente lá estava a minha loucura.

—Você não falhou em tudo, não ainda, você é um ótimo assassino, um ótimo monstro, um belo pesadelo de criança. –Eu voltei a sorrir, aquela frase me fazia sentir esquecer o pesar da morte que repousa em minha carne.

Eu então prossegui com um sorriso no rosto. –Vou fazê-los sentirem-se morrer de novo e de novo... –Eu gargalhei uma breve vez e assim que entrei nos dutos comecei a correr de empolgação. –Vou desmonta-los... –Meu corpo pulava como uma criança que acabou de receber seu presente de natal. –Parafuso por parafuso, e então... –Assim que saí eu voltei a olhar pro meu reflexo e vi a criatura em que eu estava me tornando ou já havia me tornado.

—Não, eu vim aqui apenas para salva-la, não me importo com o sofrimento das outras crianças. –Minha loucura por um momento se viu presa dentro do que eu ainda era. Um pai, um homem orgulhoso, criativo e acima de tudo que ainda tinha honra de saber que um dia pagaria por todos os seus pecados, e ainda que com isso os enfrentasse com orgulho e sem medo, pois a única verdade que ele sabe é que um dia seus pecados iriam toma-lo desde sua espinha até sua boca, controlando tudo o que ele diz e tudo que ele faz, e eu gostaria que antes desse dia alguém ou alguma coisa ainda o amasse ainda que um demônio, capaz de feitos tão terríveis e enojos.

Eu enfim sai de meus pensamentos e volto à realidade, a mesma sempre tão sombria, obscura e traiçoeira igualmente ao salão onde eu estava prestes a adentrar. Assim que entrei no lugar só pude ouvir uma bela musica tocar ao fundo, mas ao mesmo tempo ouvia o barulho do meu coração, na mais pura adrenalina, me movia lentamente por aquele corredor e cada vez mais aquele som se tornava próximo, mas naquele momento meu único medo era de não conseguir salvar a minha filha e se ainda fosse possível o meu filho. Que há muito tempo ainda permanecia em coma.

—Que sons são esses? –A voz parecia estar ao meu lado, então decidi parar e esperar que o som se se afastasse, mas em pouco tempo ouvi a voz irritante da gravação, que se não me mata-se por um susto atrairia a atenção de Ballora, que naquele momento passou na minha frente, sem perceber fiz um pequeno barulho com a lanterna o que a fez virar-se bruscamente sobre mim, tentando com todas as suas forças morder-me, o que não foi possível, já que consegui ser mais rápido do que ela, mas realmente dessa vez me arrisquei muito e foi por pouco que não perdi tudo o que eu ainda tinha. Um valioso nada.

Naquele dia curiosamente o tempo parecia passar devagar, pois ainda eram 04h00min da manhã, e eu ainda teria de consertar manualmente todos os sistemas, o que não seria uma tarefa fácil, porém minhas esperanças... Meus filhos dependem de cada ato meu e sei que eles clamam pela minha ajuda.

E assim que entrei na sala do controle manual, lugar onde Funtime Freddy faria de tudo para dar um fim ao homem que tirou sua vida.

—Hey! Hey! Crianças, por favor, preparem-se para o show, então peguem suas pipocas e apreciem o espetáculo. –De alguma forma eu me sentia apavorado, aquele era um animatronic que pesava mais do que uma carroça com homens de mais de 80 quilos e se por algum acaso ele tenta-se me pegar aquele seria o meu fim.

Assim que comecei a consertar alguns dos sistemas me senti tranquilo, pois havia sempre uma voz que o mantinha em seu lugar, uma voz feminina, para alguns, irritante, mas para mim era reconfortante ouvir aquela voz, a voz da minha querida Betty.

“Mas por que ela está me ajudando?”

Era um pouco ilógico, mas com uma noite tão longa e dificultosa minha atenção acabava sempre por ser no momento, eu acabei me arrependendo disso alguns anos mais tarde, mas já era tarde porque a minha loucura tomaria hora ou outra o meu lugar.

—Vá dormir! Não há ninguém aqui. –Eu só precisava ativar aquela voz e aquela coisa voltava para seu lugar, isso deixava as coisas ainda mais simples, infelizmente por deslize meu a criatura se aproximou demais e se não fosse por um rápido reflexo ela me teria feito em pedaços, porém para meu azar eu soltei o tablet que teve sua tela trincada e por sorte não quebrou, então prossegui consertando aquele último sistema, que para minha sorte foi consertado a tempo de não ser pego por Funtime Freddy que já soltava um leve sorriso, enquanto faíscas explodiam todo o seu sistema e em uma breve explosão se desligava.

—Terei que consertar isso amanhã. –Igualmente aconteceu com o tablet que com a queda começou a faiscar e explodiu, quase queimando minhas mãos.

—Parabéns senhor Benedict, agora o senhor pode prosseguir pela ventilação da galeria de Ballora e, só ai, descansar em sua casa para voltar amanhã.

Eu fui indo lentamente, não queria em momento algum me deparar com aquele animatronics sórdido e rápido novamente, mas igualmente aos outros eu o irei desativar. De repente, outra surpresa, Baby conseguiu faze-la sair do corredor ainda que ela ouvisse meus constantes passos, o que deixou a minha volta ainda mais fácil. Espero não passar por outra noite idêntica a essa.

—Eu ouvi um barulho? Talvez não. –Aquela voz realmente deixava meus cabelos em pé de tanto medo, era bizarro pensar que eu havia criado aquelas aberrações, mas não podemos pensar dessa forma, elas são especiais, porque eu as fiz e só eu as destruirei.

Ao chegar ao fim do duto às coisas já haviam sido esquecidas e eu voltava a pensar em Luiz, será que eu deveria contar a ele? Eu sinceramente nunca parei pra pensar no que eu deveria fazer dali pra frente. Ainda que preso entre meus pensamentos fosse andando pelos dutos até voltar ao elevador, onde continuei imerso a minha mente. E assim que a porta abriu mais uma surpresa, parecia que elas não acabariam nunca.

—Olá, senhor Afton! Estávamos a sua espera, pelo jeito teve uma madrugada difícil, alias o senhor possui um machucado em sua barriga, o que houve ao senhor?

—Bem não tenho uma boa noção do tempo estando sempre aqui embaixo, mas após o primeiro show privado acabei sofrendo um acidente nos camarins, sendo socorrido no mais puro silencio para garantir que não mancharíamos a empresa.

—Não se esqueça disso William, você não está sozinho. Infelizmente temos de ir, mas pretendemos voltar amanhã para lhe contar as novidades da empresa. –Eles foram indo embora e eu fiquei lá encarando a porta principal da casa. Então fui direto para o banheiro me limpar, estava tenso, não falava sobre o acidente desde aquele dia, parecia que só agora eu sentia aquela dor, que quase me matou. Fui dando breves passos para fora do chuveiro e ouvi alguém, dentro do mesmo ambiente que eu chamar-me. Segui a voz e então me deparei com o espelho do banheiro e lá estavam às quatro sombras o puxando.

—William, não os deixe viver novamente, não sucumba a aqueles que você amou, porque no fim, você vai fazer com eles o mesmo que fez com Betty. –Eu continuava encarando a loucura, que aos poucos ia sendo puxada pelas crianças.

—William elas atormentam sua mente, mas não as permita me levar. –Eu pela primeira vez me vi no poder, me vi maior do que a minha propia insanidade.

—O vento levou meus filhos e minha ex-mulher, por que eu deveria permitir que você continuasse me atormentando, dessa vez o vento deve levar a única coisa com a qual nunca me importei. - A loucura voltou a me encarar e disse:

—Compreendo sua decisão, isso significa que toda a família terá vida hoje, os corpos que você deixou apodrecendo irão fazer o mesmo com o que sobrar de você, de hoje em diante você é um homem morto William. –Eu olhei uma última vez aquela coisa sendo lentamente puxada para o nada dentro do espelho e então falei em relance:

—Pensei que a loucura que me habitava era que gostava de mim, mas percebo agora que eu me sentia feliz quando me via sorrir no espelho e me devolvendo o terrível olhar sempre estava lá, aquela loucura que jamais me abandonará. –Eu então me abaixei e comecei a lembrar de todas as coisas terríveis que eu havia feito, mas de relance me veio à mente algo que me traria a redenção...

—“O começo da minha história será para sempre a marca para minha redenção ou o meu fim” Era assim que o senhor dizia não era pai? –Prossegui indo até o hospital, eu sabia que poderia ser preso, mas que diferença faria, então entrei no quarto do meu filho, que a muito já piorava, e que a muito já estava nos braços da morte.

—Carlos, eu sei que você não pode me ouvir, eu sei que você não pode me ver... – A cada frase mais meu pequeno garoto parecia sumir e os “bips” da maquina ficavam mais lentos e de menor duração. –Você está quebrado e eu vou te consertar. –Eu o peguei nos braços e desliguei todos os aparelhos, como eu iria sair dali eu ainda não sabia, talvez pela janela, mas não daria certo, pois estou no sexto andar do prédio... Talvez pelo elevador... Ou pelas escadas de incêndio.

Com isso me faltava pouco tempo e essa era minha única chance. –Liguei o alarme de incêndio e segurando meu filho com todas as minhas forças corri pelas escadas junto com varias outras pessoas que corriam abraçadas aos seus familiares, e pensar que já fui assim.

Por fim coloquei um lençol sobre o rosto de Carlos e entrei na caminhonete da empresa, chegando a casa não olhei para outra coisa se não o elevador, e, chegando à sala de concertos comecei a me dedicar a uma criação nova, que seria responsável por carregar a vida e por dar a vida.

Algumas poucas horas depois eu estava exausto, mas não pararia por nada, prossegui na esperança de conseguir dar uma última chance ao meu filho, tentativa essa que falhou, ao menos foi o que eu achei.

—Carlos me perdoa, mas eu já não posso fazer muita coisa, não posso acreditar que te perdi também, eu vou te devolver ao seu lugar. –Me tranquei por alguns segundos no carro e abaixei a cabeça para pensar e refletir e depois de algum tempo parti com destino á Fredbear´s Family Dinner.

—E ai Carlos, lembra-se desse lugar? Pois é, infelizmente terei que dizer adeus. –Já havia se passado um ano desde os assassinatos, mas eu ainda possuía a chave do lugar, a primeira porta parecia enferrujada, a chave também não estava tão boa e seus desgastes me impediam de abri-las, mas por fim eu abri porta por porta até chegar aos fundos do restaurante, onde encontrei os cinco robôs de animação que ainda não haviam sido levados para o outro restaurante da mesma franquia que estava aberto naquela região, os mesmos estavam cheios de muco e sangue, pois os corpos das crianças ainda estavam ali, porém eu era o único que sabia abrir essas fantasias e com... Henry falecido, nenhuma outra pessoa compreende o uso das fantasias de mola. Mas havia algo de estranho Foxy estava limpo, com pequenas manchas de sangue, já fredbear não possuía nada em seu interior, a não ser sua cabeça com olhos vazios, mas que por dentro ainda tinha a cabeça de Saamy.

Eu o soltei no chão, ele estava dentro de uma caixinha de presente que eu havia encontrado na frente do lugar, o peguei no colo e me despedi, o deixando ali, porém mal sabia eu, que Carlos ainda estava vivo naquela fantasia e com o conhecimento de como eu o dei vida ele também deu essa vida, apenas para que seu tormento eterno fosse compartilhado com aqueles que lhe tiraram a vida, mas ele fez mais do que deixa-los com as mentes compactadas ao sistema de cabos e fios dos robôs, pois de alguma forma ele conseguiu ligar suas almas aos robôs, era como se todos aqueles anos mortos eles ainda estivessem ali, vagando, esperando a chance de matar o culpado pelas suas mortes, matar o famoso e infame William Afton, e sem memorias de seu pai, ambos os filhos queriam apenas uma coisa dele... Sua morte. Naquele dia meus pecados tomaram forma física.

Capítulo 7: Você nunca esteve só

Eu já havia chegado a casa há algumas horas e começava a reparar cada vez mais que aquele dia estava se tornando cada vez mais vazio, eu ia vagando pelas ruas e já não encontrava mais ninguém andando pela região, o que estava acontecendo?

Eu estava pensando muito nesse assunto, mas não reparei na presença de Luiz que estava do outro lado da rua, até ele falar comigo:

—Olá Benedict! –Eu acenei de volta e comentei:

—Olá Luiz! Você teria visto mais alguém por ai? Está tudo tão vazio. –Ele sorriu de forma sutil, mas negou com a cabeça.

—Obrigado Luiz! –Antes que eu pudesse ir ele segurou-me pelo ombro e comentou:

—Vejo pela sua expressão que há algo que te preocupa, tem certeza que você não gostaria de uma ajuda minha? –Eu sorri e voltei a pensar naquele mesmo assunto, então derramei algumas lagrimas e me sentei sobre uma pedra e ali ficamos um olhando para o outro, enquanto ele continuava se perguntando qual era o meu problema.

—Luiz! Desculpa-me, mas eu não posso te envolver nisso. –Eu sai correndo como uma tartaruga tentando esconder seus pecados, mas eu sabia que aquilo era o certo a se fazer. Assim que cheguei á minha casa, tranquei-me em meu quarto e me sentia fraco, sonolento e decepcionado, então eu sou isso sem a loucura? Um homem sem honra, fracassado, desistente. Talvez eu seja isso mesmo.

E enquanto eu pensava nisso não percebia que sem a loucura aquela era a minha chance de sair de toda aquela insanidade em que eu havia sido colocado quando eu ainda era escravo da loucura, de quem sabe consertar meus erros, quem sabe ser melhor, porém enquanto isso, tudo ia acontecendo aos poucos e lá, abaixo do solo bem profundo, onde as memorias dormem, onde a raiva é inquieta e os segredos nunca ficam guardados por muito tempo acontecia à fabricação do meu maior medo, aquilo que definitivamente seria o meu fim.

[...]

—Estamos com fome de vida real, e sua pele será o começo do nosso plano para fugir desse lugar, dai em diante só teremos que fingir que sempre estivemos aqui, mesmo que tudo isso não passe de uma ilusão. –Aquelas coisas, os monstros que eu criei querem a minha cabeça.

[...]

Enquanto isso...

Algum vizinho prosseguia em seu quintal, limpando as folhas do outono que estava chegando, época essa em que... Eu andava com meus filhos entre as folhas e usávamos cachecóis feitos por Anabel. Eu então parei de cortar cenouras  ainda com a faca em mãos abri a janela e vi que aquele rapaz, era novo, não o havia visto em momento algum, então falei:

—Olá! O senhor é novo por aqui? –Sorri de maneira alegre tentando conter a minha tristeza.

—Na verdade não, me chamo Jason, moro aqui há mais de dez anos, vim morar aqui por causa de uma perda, acredito que o senhor deva saber como é, alias nunca reparei que o senhor era meu vizinho, então o senhor se chama...? –Ele foi olhando a minha roupa, que ainda era a da empresa, e reparou no nome do crachá.

—Senhor William Afton? –Ele falou de forma pausada, não como quem não conseguia ler, mas como se esse nome o incomodasse.

—Não, mil perdões senhor eu peguei essa camisa emprestada, meu nome é... Benedict, apenas. –Ele então mudou sua expressão e voltou a sorrir, ainda que me olhasse de forma desconfiada e amedrontada, quase que de canto de olho.

—Me desculpe senhor Benedict, mas aconselho você a tomar cuidado com esse homem, histórias estranhas rondam as cidades vizinhas, inclusive sobre o assassinato de cinco crianças aqui pela região, eu sofri muito por causa dele. –Eu sorri e comentei de volta tentando mudar de assunto:

—É eu soube dessas histórias, mas são apenas boatos, daqui a alguns anos quem sabe não virem apenas lendas urbanas.

—Concordo com sua maneira de ver as coisas, mas todos querem a cabeça desse homem, imagino que você deva saber o que esta fazendo, mas obrigado pela atenção. –Eu fechei a janela e me aliviei, aquela assunto me deixava preso entre a parede, porque naquele momento, sem a loucura no meio dos meus pensamentos eu podia muito bem refletir e lembrar-se dos meus erros. Eu podia me considerar humano novamente.

Eu voltei meu olhar para a janela e lá estava ele, dessa vez não era meu vizinho, como eu gostaria que fosse... Ainda lá me olhando fixamente, novamente outra alucinação talvez. Mas ainda que fosse eu gritei:

—Mikou seu maldito, pare de atormentar a minha vida. –Então aquela coisa sumiu e Jason voltou seu olhar ao meu, parecia que eu não conseguia lidar com a verdade, porém pedi desculpas e retornei ao meu mundo, á todos os meus feitos.

Enquanto isso no subsolo...

—Talvez... Se eu juntar estas peças e estas, talvez eu possa fugir daqui. –No subsolo cada vez mais a loucura parecia tomar conta, a saudade parecia transformar aquelas mentes, e a I.A submetida a esses pensamentos os submeteria a coisas ainda mais cruéis.

E com tudo só se podia ouvir o som do ligar e desligar acelerado de uma poderosa maquina, maquina essa que nenhum funcionário, nem mesmo os empresários possuíam conhecimento de seu funcionamento, a scopper room. A sala onde a magia morria, onde o mistério acabava e onde toda a alegria dizia adeus e se tornava nada mais do que sucata.

Porém a noite se aproximava e com medo que William descobrisse o plano que se seguia, nada mais do que se esconder, como um rato.

—Olá crianças, eu voltei. –William sorria enquanto escondia algo com sua perna, mas não parecia mais o mesmo, o que teria acontecido durante esses breves minutos?

[...]

Alguns minutos antes...

—Você disse Mikou? Esse rapaz... Era filho de Afton. –O sorriso do rapaz se desmanchou e eu com medo comentei:

—Esses foram erros do passado, por favor, não tenha medo. –Ele me olhou e tirou do bolso seu celular e quando ele começou a digitar o numero da policia eu não consegui me segurar, peguei a faca que estava em minhas mãos e atirei na mão dele, o celular caiu ao chão, ainda chamando o numero discado, então sai de casa, quase me arrependendo, mas eu sentia algo novo, não era a minha insanidade, então o que era?

—O que vai fazer comigo Afton, vai fazer o mesmo que fez com minha filha? –Eu o olhei e perguntei o nome dela e ele respondeu:

—Ana! Você a tirou de mim em julho de 1985, ela ia comemorar sua festinha de 14 anos naquele mesmo ano. –Eu não sabia o porquê, mas não conseguia sorrir, nem expressar nenhuma outra emoção naquele momento.

—Sim eu me lembro dela, ela gritou muito, mas eu não poderia me esquecer de como eu a matei, aquelas poucas lagrimas escorrendo pelo seu rosto e lentamente ela já estava morta, mas eu fui melhor do que isso deixei que sua fantasia favorita finalizasse o trabalho esmagando tudo que ainda lhe restava. –Ele tentou me pegar pela gravata, mas eu segurei sua mão, e com ódio no coração ele falou:

—Você é um mons... –Quando ele ia finalizar aquela frase eu comentei, tampando sua boca:

—Você tem sorte, diferente de sua filha, ela sim presenciou um monstro de verdade. –Eu virei meu olhar e fui colando a faca em seu peito, até que ele já estava morto.

Então a ligação foi atendida e eu peguei o celular. –Olá, serviço de emergência, aqui é o chefe de policia Clay, como poderia ajuda-lo? –Assim que ele terminou de falar eu ouvi uma voz infantil comentar ao fundo:

—Pai! Deixa-me atender essa ligação. –Eu pretendia apenas dizer que era um engano, mas então comentei:

—Bem senhor Clay, foi apena sum enquanto, mas eu como pai te aconselho a dar atenção ao seu filho enquanto ainda pode. –Desilguei a ligação, fui olhando para todos os lados, me certificando de que ninguém viu nada e levei o corpo até minha casa, de lá eu peguei seu corpo e o arrastei até o elevador e lá deixei para que os ratos pudessem aproveitar.

—Ao menos de fome eles não morrerão. –Dei um pequeno sorriso, um tanto quanto malicioso, mas voltei ao trabalho, comecei a observar o ambiente e notava com clareza peças soltas e largadas ao chão. E novamente aquele maldito áudio.

—Olá senhor Benedict, seja bem vindo à noite crucial de sua carreira, onde você se pergunta “Será que vale mesmo a pena trabalhar aqui por apenas cem dólares e cinquenta centavos” e o mais importante “Será que tenho tempo para ver minha família”. –Aquela havia sido a gota d’agua, então fui até o sistema da caixa de voz e simplesmente o desativei, mas por que não destruir a caixa de voz também, então o fiz e prossegui a noite. Infelizmente eu não consegui desativar a caixa de voz por completo, então ela continuava falando, ainda que menos em relação a noite anterior.

—Bem e sabendo de tudo que tem passado gostaríamos que escolhesse uma musica para relaxar. –Aquela tecla de escolhas apareceu novamente, porém igualmente a noite anterior, não havia muito que fazer, já que a musica seria selecionada automaticamente.

—Obrigado por selecionar casual bongos, e aproveitando o ambiente mais tranquilo, pelo seu mau desempenho da noite passada tivemos de descontar do seu salario. –Aquilo não fazia muita diferença, já que eu sou dono do lugar.

Eu já sabia meus afazeres daquela noite, mas ainda assim aquela coisa continuava querendo dizer o que eu deveria fazer, até ele comentar algo interessante:

—Bem hoje você ira tentar fazer algo pelo qual não sabemos se o senhor está pronto, mas terá de consertar manualmente o Funtime Freddy, infelizmente não pudemos colocar os mecânicos, e ajudantes do senhor William, pois isso poderia gerar mais de oito ou seis semanas de fisioterapia e psiquiatria bem intensos para esses rapazes, se é que o senhor pode me entender. –Se fosse qualquer outra pessoa teria ficado preocupada, inicialmente eu sorri e dei uma pequena risadinha de forma irônica pelos rapazes, eles realmente deram muita sorte, mas então olhei no espelho e me toquei que eu teria que tomar conta de Bon-Bom, aquela coisa é um dos animatronics mais sorrateiros que criei e logo nos primeiros testes para ver se funcionava eu já sabia que ele me daria trabalho, e vejam só, eu estava certo em alguma coisa.

—Hora do trabalho. –Comecei verificando Ballora que parecia estar em seu palco, mas de maneira forma estranha via as minireenas, as bailarinas que acompanham Ballora em seus shows.

—Não tenho palavras pra dizer o quão isso é bizarro, pelo jeito terei muito trabalho para consertar os sistemas e as peças de ambos os animatronics, até porque eles precisam estar prontos para o show que está por vir, prometo que será maravilhoso. –Parei de falar sozinho em meio a maquinas e voltei a verificar os animatronics do palco.

—Ótimo senhor Benedict, bem prossiga por esses dutos, mas fica a sua escolha, verificar Baby ou ir direto para a ala funtime, onde a verdadeira diversão lhe espera. –Eu sorri e corri para os dutos do salão de Baby, eu realmente estava com saudade da minha pequena Betty.

Então fui com agilidade e alegria pulsando no olhar e ao chegar lá, fui direto para debaixo da mesa, onde eu poderia encontra-la e quem sabe lembra-la de mim.

Ao me ouvir chegar e trancar a porta ela falou:

—Então você veio duas coisas incríveis, eles ainda não te mataram e você veio até aqui, para me ver? –Ela esperou um pouco por uma resposta e eu, apenas a ouvia chorar, ainda que ela não pudesse.

—Sabe, eu já estive no palco uma vez, por apenas um dia, era incrível alegrar crianças, mas eu me sentia cheia de uma tristeza, em pouco tempo eu as via sair e entrarem de novo na festa, mas sempre havia uma a menos ou uma mais e depois já não havia mais nenhuma, algumas gostavam da minha musica, outras já se sentiam mais a vontade perto da Ballora ou talvez dos funtimes, mas eu nunca estive só, até sentir aquele cheiro maravilhoso de bolo de aniversario, tudo parecia tão caro e feito com tanto amor, mas onde estava o resto das crianças, era como se eu soubesse quantas haviam naquela sala... Depois dali, os números de crianças diminuíram e... –Ela parou de falar e começou a gaguejar, mas isso são sentimentos, lembranças que não são de Baby, essas são lembranças de Betty.

—Então aconteceu, só restava uma, eu estava fazendo sorvete, talvez o único que fiz e isso chamou a atenção da garotinha, talvez a úlima da festa, que vinha de forma alegre, caminhando até mim, e eu não conseguia sair do lugar... –As memorias de Betty e a I.A estão em conflito, o que está havendo?

—E depois disso já não havia mais nenhuma criança e eu já não era mais a mesma, por que William Afton? Por que pai? –As coisas que ela me disse, reviveu aquela tardia noite, onde o vento soprava pra beira do mar, que soprava fundo, indicando o fim de mais uma vida, naquela noite eu estava apenas sendo individualista, egoísta, sendo o que a loucura me tornou, mas eu sei que vou reverter isso. Enxuguei as lagrimas que molhavam minha roupa, de forma que não a mancharia, mas que molhava o coração endurecido de um velho homem.

—Por quê? Por que essa é a única solução pai? –Eu não sabia do que ela estava falando, mas antes que eu pudesse perguntar ela saiu correndo, eu até tentei abrir a velha e enferrujada porta, mas ela estava lá, trancada, se escondendo nas trevas da minha criação. Infelizmente a porta enferrujada já não me permitia passar, estava presa, selada, talvez por muito tempo.

Então fui rastejando, um pouco infeliz, pelos dutos até voltar à sala central, para que assim eu pudesse ir para a “parte mais divertida da noite”.

Capítulo 8: Se revoltando contra o criador

—Olá senhor Benedict seja bem vindo de volta ao salão central, agora o senhor já pode prosseguir pelos dutos da área funtime. –Eu estava preocupado e começava a esquecer de meus problemas, que mal sabia eu, estavam se tornando uma tempestade.

Meu suor gotejava por todo o meu corpo, respingando sempre em alguns sistemas de gás, que no passado foram motivo para fechar esse lugar. E assim que entrei naquele lugar, me lembrei do inferno, nunca fui lá, mas aquele lugar parecia bem semelhante ao que dizem ser o inferno.

—cuidado Funtime Foxy está nessa sala, ande com muita cautela, pois se ela te ouvir a última coisa que você verá serão seus dentes prestes a mordê-lo, e provavelmente causara algo pior. –Todos eles possuem dentes metálicos, então eu seria um homem sortudo se não encontra-se nenhum deles.

—-Por sorte ao seu lado há uma lanterna de flash, tente não liga-la com frequência, ou já sabe né. –O seu “ou já sabe né” me deixou bem aflito, mas continuei andando de forma cautelosa.

Para meu azar meu suor fez com que a lanterna de flash começasse a deslizar da minha mão e ao cair, por reflexo tentei apanha-la, o que não foi possível.

—Pelo jeito teremos um brinquedo só nosso esta noite. –Funtime Foxy que estava no corredor a minha frente parecia mais do que ansioso para fazer da minha pele apenas um monte de retalhos.

Funtime Foxy parou de frente para meu rosto e soltou uma fumaça forte, que quase me fez tossir. –Sua pele é nossa Sr. Afton. –Todos eles sabem meu nome graças à inteligência artificial, então, todos precisam ser desmontados, esses arquivos devem ser apagados e tudo que criei aqui deve morrer. Eu já estava em frente a porta, a abri com muito cuidado, para não chamar a atenção de funtime Foxy, mas claro, aquele momento de tensão merecia uma breve aliviada, então gritei:

—Funtime Foxy, amanhã nos vemos na sala de desmonte seu robô estupido. –Ele veio bravejando até mim, mas ao chegar até mim bateu de cara com a porta, feita de aço, que foi mais do que suficiente para impedir o impacto.

—Até eu senti essa, você vai precisar colocar um gelinho nesse hematoma. –Eu então parei com as piadas e olhei para frente, apenas para ver o que me esperava e lá estava funtime Freddy, completamente desligado, mas altamente pesado.

—Senhor, desculpe dizer isso, mas os técnicos foram capazes apenas de desativar o funtime Freddy, então você terá que desligar Bon-Bon manualmente. –maldito carma, pensei.

—Então vamos lá. Comecei a prepara-lo para a sala de desmonte, tirando dali apenas o que era necessário, ship de dados, controle de sistemas das aberturas da fantasia e os sistemas de dados de Bon-Bon que seriam os próximos a serem retirados.

—Bon-Bon? –O sistema que eu havia acabado de tirar de Funtime Freddy havia soltado o fantoche de sua mão, complicando ainda mais o meu trabalho.

—Ei! Ei tem alguém aqui, Sr. Afton? –Eu precisava desativa-lo para também destruí-lo. Porém está estava se tronando uma missão um pouco complicada.

Então minha lanterna parou de ilumina-lo, porém eu ainda o podia ver, subindo cada vez mais, aquela era minha chance.

—Eu vou pega-lo, é só questão de tempo. –Disse Bon-Bon, já tentando pular sobre mim. Entretanto não foi dessa vez.

—Bem, parece que meu trabalho acaba aqui. –Olhei com satisfação para meu relógio de bolso e faltavam apenas doze minutos para as seis horas da manhã, o que significava que em breve os técnicos viriam e limpariam tudo, e obedecendo as minhas ordens eles irão destruir tudo que eu criei, mas em alguns instantes meu celular começou a tocar, e obviamente atendi.

—Senhor Afton! Estávamos olhando os registros do animatronics Funtime Foxy, e percebemos que o senhor enviou Funtime Fredy para a sala de desmonte. –Eram meus empresários, eles provavelmente devem saber do risco que essas coisas devem estar se transformando e devem entender o que estou fazendo.

—Porém como administradores não podemos permitir que faça isso, nem muito menos que saia desse lugar, hoje senhor Afton você não faz mais parte do futuro que planejamos. –Eu olhei confuso e comentei com ódio:

—Eu os criei vocês podem dizer não, mas eu sou  futuro dessa empresa, não pode negar isso a mim. –O homem que falava comigo parecia ter me feito de peão desde o começo, até gargalhar como se tivesse vencido.

—Nos já lhe negamos o que um dia foi seu, esses robôs que o senhor criou são valiosos demais para serem destruídos, mas nos já sabemos o que fazer, Funtime Foxy ira arrebentar essa porta em um minuto e você será colocado em uma fantasia de molas, e se der sorte nossos técnicos irão tira-lo da fantasia e talvez lhe expulsem do estabelecimento até segunda ordem, caso contrario você sabe o que pode acontecer ao senhor se não tomar cuidado com as molas, certo? –Eu encarei tudo como o meu fim, precisava dar um jeito de sair dali e só havia um jeito.

—Ei Fritz, você não é um assassino, você não é assim. –Ele fez silêncio, como quem não havia aceitado o comentário, então deu sua resposta:

—Você William jamais deveria ter tentando desativar nossas criações, se o senhor morrer, saiba que você vai estar na última pagina do nosso livro, porque faremos história, já sua pergunta, continuara sendo negada. –Eu então me irritei, e aproveitei a distração da conversa e abri a porta o mais rápido que pude, e com a lanterna de flash na mão comecei a piscar a procura de Funtime Foxy.

—Ei Fritz! Nega isso. –Eu peguei o telefone e o arremessei na parede, o que distraiu Funtime Foxy que correu atrás, porém por ser rápida notou a distração e me pegou antes que eu pudesse fugir.

—Você achou que seria fácil? Você como criador dessas aberrações deveria saber, que nos dois temos o controle de todos os animatronics e a partir de hoje, essa empresa não terá a mancha que são os Aftons, sempre tentando consertar seus erros em cima dos outros, contratamos dois ou três funcionários para ficarem no seu lugar amanhã. –Eu olhei confuso, sem saber quem eram as pessoas que iriam me substituir já não me importava comigo, seriam essas pessoas preparadas para sobreviver aqui.

—Os nomes dos azarados são Daniel, Marcos e acredito que você conheça Luiz... –Eu olhei espantado para Funtime Foxy. E gritei em resposta:

—Você vai mata-los, eles não serão capazes de sobreviver a esse lugar. –Ele voltou a dar leves gargalhadas, então Funtime Foxy me carregou até o palco de Ballora.

—Lembre-se William, hoje você vira o passado que essa empresa deixa para trás. -ele então me nocauteou, e dali pra frente eu já não sabia o que estava acontecendo.

Algumas horas se passaram e tudo que eu podia ver era um borrão negro, bem a minha frente, eu não sabia exatamente quanto tempo eu havia passado desacordado, mas seja como for lá estavam os técnicos, fazendo toda a vistoria, inclusive dentre eles, estava Luiz, ele de certeza precisava desse dinheiro, mas agora é tarde, não há mais tempo para lhe dizer a verdade... O meu tempo se esgotou.

Mas igual a antes eu ouvi uma bela voz chamar-me, minha visão começou a deixar de ser turva e pude ver claramente que eu estava em uma fantasia de molas, a voz que me chamava era Baby, que tentava me tirar daquela enrascada, será que ela se lembrou de quem eu sou?

—Bem, eu estou presa ainda em minha sala, mas você está livre, tudo que você tem que fazer é fingir. –“Fingir”, o que será que ela quis dizer com isso.

—Você deve saber que estamos quebrados, e não tem concerto para nós, estão tentando burlar meus sistemas, mas o firewall que você criou pra mim está suportando o vírus, em pouco tempo terei de ser enviada para a sala de desmonte, mas o meu problema nada nesse mundo pode concertar, é uma pena que só haja uma solução, tente fugir, e amanhã lhe guiarei para a sala de desmonte, e você irá me salvar uma última vez, agora irei abrir a mascara da fantasia para você, lembre-se tente fngir ou esse será o fim. –Assim que ela abriu a mascara pude ver as molas soltando-se desenfreadas, o medo tomou conta do meu coração, naquele momento muitas coisas passaram na minha mente, mas eu só me lembrei de uma, que me veio à tona tão rapidamente.

—Foxy era o único que estava limpo, poucas eram as manchas de sangue, e não havia nenhum corpo dentro de fredbear, então onde estava o corpo que deveria esta dentro de Fredbear?


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Notas finais do capítulo

nada a declarar



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