Yo conozco tu rostro escrita por Lena V


Capítulo 7
Capítulo 7 - O Reencontro




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Onde estava Cinthia? Bom... Acho melhor voltarmos um pouco no tempo...
Luisa já tinha saído do quarto. Michael estava conversando com ela, ela parecia calma, na verdade parecia não se importar com nenhuma das informações dadas pelo detetive até que ele disse:
—Eu vou me reunir com meu superior hoje, ele provavelmente vai querer falar com você depois, não saia daqui
Ela assentiu com a cabeça repassando a fala do homem em sua mente enquanto o via saindo.
Ela os levava em endereços que ela tinha certeza que não dariam em nada, toda a esperança que ela dava para Michael ela mesma tirava. Ele estava tão cego que não tinha percebido ainda, mas ele se encontraria com outro para discutir o caso, ela seria descoberta e sabia disso
—Droga... - Ela disse revirando os olhos e aguardando todas as suas coisas (que eram quase nada) em uma mochila.
Ela já estava planejando uma fuga desde que a jogaram naquele quarto na primeira noite.
Ficava atenta as câmeras, funcionários, policiais...
O primeiro que ela teria que driblar seria César que parecia nunca sair de sua porta. Ele sempre estava lá, só saía quando ouvia Cinthia ir tomar seu banho.
Cinthia aproveitando dessa descoberta, com todas as suas coisas já postas na mochila e um bilhete deixado em cima da cama com um pedido de desculpas, ligou o chuveiro e andou sem fazer barulho até a porta do quarto.
Colocou seu ouvido junto a porta e pode ouvir os passos de Cezar se distanciando.
Esperou mais um pouco até o corredor ficar silencioso e só então saiu do quarto indo com pressa para as escadas de emergência.
Ela desceu quase que correndo, saiu na área dos funcionários e depois no restaurante seguindo para o saguão e então para fora do hotel.
Ela pensou em pegar um táxi, mas sabia que as câmeras do hotel a pegariam. Andou alguns quarteirões e então pegou um ônibus cobrindo o rosto o máximo possível.
Ela desceu na... Digamos "parte perigosa" da cidade. Amarrou uma bandana em seu rosto deixando só os olhos a mostra e vestiu o capuz de sua blusa. Seguia a pé por algumas ruas até chegar num beco sem saída.
Ela olhou para os dois lado para ter certeza de que não estava sendo seguida e que não tinha ninguém que pudesse vê-la e denuncia-la.
Cinthia então subiu em cima de uma lixeira para poder alcançar a escada de emergência de um dos prédios. A puxou para baixo para que pudesse subir e depois a deixou do jeito que estava como se nunca tivesse sido usada.
Subiu três lances de escada e então entrou em um apartamento pela janela.
Ela tirou o capuz mas permaneceu com a bandana escondendo o rosto. Olhou ao redor percebendo que estava na cozinha, ouviu o barulho da TV vindo de um dos cômodos relevando que alguém estava naquele apartamento.
Ela então passou a ser cautelosa e cuidadosa tentando não fazer barulho.
Saindo da cozinha e quase entrando na sala foi surpreendida por alguém com um taco de baseball nas mãos
—Quem é você? - A voz da mulher soava ameaçadora
Cinthia não respondeu. Tentou se aproximar da mulher que ao notar a aproximação usou o taco para bater em Cinthia que acabou por cair no chão quebrando a mesinha de centro.
A mulher se aproximou novamente de Cinthia que permanecia no chão por conta da pancada. Ela levantou o taco em sinal de que iria bater novamente na mulher já no chão.
Cinthia vendo o que iria acontecer acabou por chutar a canela da mulher para o lado fazendo com que ela caísse.
Com as duas no chão, foi só uma questão de tempo para que elas saíssem rolando, se batendo em tudo.
Após vários socos, tapas, arranhões e puxões de cabelo. A mulher conseguiu puxar a bandana do rosto de Cinthia.
—Titi... - A mulher parecia chocada, sua respiração estava ofegante e Cinthia apenas sorriu
—Oi R...
Sim, era ela. Sin Rostro com seu sorriso mais sincero, com os olhos marejados e sua garganta seca. Ela se jogou nos braços da irmã sendo recebida com carícias.
—Senti tanto a sua falta... - Sin Rostro mantinha Cinthia num abraço apertado como se não quisesse solta-la tão cedo
—Eu sei que sentiu - Ver sua irmã tão fragilizada não era algo muito comum, quando mais nova não sabia o que fazer pois a mais velha só mostrava-se frágil para ela, chegava a se desesperar por não saber como ajudar a mais velha. Com o passar dos anos ela aprendeu que não é preciso de muito para confortar a traficante
Com sua irmã mais velha sobre seu corpo, ela pôs suas mãos na cabeça da outra e começou um a acariciar seus cabelos como a mais velha fazia com ela antes de dormir des de que eram pequenas.
—Não chore... - Cinthia sussurrou perto do ouvido de Rose - Estou com você - Rose sorriu afundando mais seu rosto no pescoço da mais nova. Elas ficaram ali, no meio de toda a bagunça provocada pela briga, Cinthia acariciava seus cabelos e Rose apenas aproveita a presença da irmã que não a via à mais de cinco anos.
Enquanto elas aproveitavam esse reencontro, Michael só faltava subir pelas paredes na delegacia.
Haviam marcado outra reunião para discutir o caso assim que Michael informou a fuga de Cinthia.
—Você soltou um detenta perigosa sem a minha permissão, não discutiu o caso comigo e agora a detenta fugiu, sobre sua supervisão
O emprego de Michael estava em risco, ele sabia muito bem disso, o que fez tinha sido errado e ele não sabia nem como argumentar a seu favor.
—Você tem 24hs para achar essa garota - Foi tudo o que o homem lhe disse e também tudo que Michael precisava ouvir
—Eu vou acha-la
Michael já havia solicitado a presença da Luisa na delegacia já que ela era a pessoa que mais teve contato com Cinthia.
E lá estava ela, na sala pronta para o interrogatório. De novo...
Não era a primeira vez que ela se encontra nessa situação. Ela já havia passado por isso por causa da Rose. E bem... Se pararmos para analisar, se ela estava ali novamente era culpa da Rose. Se não fosse pela Rose, ela não teria conhecido Cinthia e então não teria que passar por isso novamente.
Sim, Luisa culpava Rose por sempre acabar na delegacia respondendo perguntas invasivas. A culpava, mas não a odiava, lá no fundo ela sabe que se pudesse voltar no tempo faria tudo exatamente igual. Após todo interrogatório onde tinha que lembrar da amada ela pensava isso, pensava que gostaria de voltar no tempo só para viver aquilo de novo.
—Qual a última vez que viu Cinthia Ruvelle? - Michael tirava Luisa de seus pensamentos
—Hoje de manhã, você me pediu para tentar fazer ela abrir a porta...
—Enquanto estavam sozinha, sobre o que falaram?
—Vestidos... Chamei-a para uma festa
—Uma festa, onde?
—No hotel
—Sobre o que mais falaram? Vocês ficaram um bom tempo trancadas lá dentro...
—Ela disse que eu sou perfeita - Luisa sorria feito boba como se tivesse viajado para outro mundo
—E depois? - Michael sempre a cortava quando percebia que ela estava no mundo da lua
—Depois eu disse "Vem aqui pra eu te mostrar em que eu sou perfeita" ai eu fui chegando perto dela, ela me olhava de um jeito que, meu Deus... Era de tirar o fôlego...
—E?
—E você bateu na porta atrapalhando...
—Aconteceu mais alguma coisa?
—Não sei, eu saí do quarto, você que ficou lá. Aconteceu mais alguma coisa?
—Aconteceu sim... - Michael falou olhando fixamente para Luisa que fechou a cara pensando em mil e uma coisas que poderiam ter acontecido entre eles naquele quarto
—Poderia ser mais específico, detetive?
—Ela deixou isso pra você - Ele entregou um bilhete que Cinthia havia deixado em cima da cama antes de ir embora
"Sinto muito pela festa, prometo te compensar depois.
XOXO Titi"
—Anwww, ela quer me compensar por não poder ir na festa... Isso não é fofo da parte dela? - Luisa perguntou como se Michael se importasse com isso
Ele só revirou os olhos pela reação de mulher em sua frente.
—Se ela entrar em contato com você, temos que saber. Lembre-se, a irmã dela matou seu pai
Luisa evitava pensar sobre aquele fato. Sim, Rose matou seu pai, mas por algum motivo inexplicável, Luisa ainda era completamente apaixonada por ela. Não importava com quantas outras ela dormia, ou quantas vezes ela tentasse se apaixonar e fingir que superou. Ela não superava, ela continuava apaixonada pela mulher que matou seu pai. Ela sabia disso, e por isso preferia ignorar esse fato.
Luisa voltou para o Hotel junto com Michael. Se despediram no saguão e Michael seguiu para a sala de segurança onde iria rever os vídeos que conseguiram pegar Cinthia, afinal ele tinha 24 horas para pega-la.
Enquanto Michael passava a noite em claro assistindo os vídeos de segurança, Cinthia estava jogada na cama com um pote de sorvete rindo de qualquer coisa que sua irmã lhe contava.
—Então você conheceu a Luisa? - Rose questionou arqueando a sobrancelha
—Conheci... - Cinthia lambeu a colher que estava usando para tomar o sorvete - Você tem bom gosto, não tenho como argumentar contra esse fato
—Ela é boa de cama não é? - Rose perguntava como se quisesse que Cinthia admitisse isso ou que simplesmente aprovasse sua amada
—Realmente, ela é incrível... - Cinthia se jogou para trás deitando-se na cama.
—Fico feliz que tenham se dado bem - Rose deitou-se ao lado da mais nova fazendo carinho em seu rosto
A mais nova por sua vez, foi se aproximando cada vez mais de Rose até deitar sobre seu peito.
Rose continuou fazendo carinho na irmã mais nova até perceber que a mesma estava quase dormindo, como nos velhos tempos.
—Amo você... - Cinthia falou antes de adormecer nos braços de sua irmã que apenas sussurrou de volta
—Também amo você, minha Titi...


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