Bohémienne escrita por Ananda Ayira


Capítulo 20
Ma déraison, ma déroute, ma déveine


Notas iniciais do capítulo

Tradução do título: "Minha demência, minha derrota, meu fim", outro trecho de "Tu Vas Me Détruire", vou deixar o link de novo pra vcs: https://www.youtube.com/watch?v=VF3MNh8V9jI
Oi, oi, oi gente! Espero que eu não tenha demorado muito, eu estou começando minha pós graduação, mas não queria desistir de vocês de novo! Então, eu fiquei meio louca... Vocês vão notar com esse capítulo e o próximo que será o último!
Eu sei, também sentirei saudades... Mas vamos aproveitar enquanto nos resta, hein?

Aproveitem o capítulo! Eu amo vocês ♥



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Pátio dos Milagres, noite do dia 04 de agosto de 1499...

Aimée estava sentada nos bancos de madeira em volta da grande fogueira no centro do Pátio dos Milagres. Em seu colo, Malheur ronronava. O felino procurara a dona em sua tenda e depois veio atrás de Aimée.

Ela afagou os pelos negros do animal pensando em Hélène. Em como era estranho tudo aquilo. De fato, a cigana não lembrava de como conhecera a amiga. Nem sequer, lembrava de ela ter outro nome que não fosse Luce. Foi entrando cada vez mais fundo nesses pensamentos sem sentido, quando um miado lhe trouxe de volta à realidade.

— Eu sei, - Dizia a garota para o gato. – também estou com saudades dela.

— Eu também, mon amour.— Disse Gahel, se aproximando e trazendo uma caneca de água para Aimée. – A cabeça de fogueira também era minha amiga.

— Você não acha estranho que nós a conhecíamos e, ao mesmo tempo, não fazíamos ideia do que ela é? – Indagou a cigana.

— Eu tenho conversado com Clopin. Ele assumiu a culpa pela nossa falta de memória quanto à Lu... – Gahel, parou para se corrigir. Ainda era estranho referir-se à amiga com outro nome. – quanto à Hélène...

— Ele disse que quando a acolheu aqui, depois da morte de Gringoire, ele se empenhou a protege-la aqui. Dar a ela uma nova vida, entende? – Continuou ele. – Então, ele deu a ela outro nome e fez com que ninguém jamais se perguntasse sobre o que ela fazia aqui ou quem ela era.

— E quanto ao gadjê? – Perguntou ela. – Ele realmente confia que ele vai protege-la?

— É a última esperança dele, Aimée. – Respondeu Gahel. – Ele tentou de todas as formas evitar isso. O amuleto que ela usava no pescoço, perdeu a força quando ela se casou. Ele tentou usar as esmeraldas da própria cigana Esmeralda, mas elas se quebraram...

Gahel viu que Aimée estava apreensiva. Ela afagava Malheur e tinha o olhar distante.

— Ei. – Chamou-a, colocando a mão em seu queixo e puxando-a a olhar para ele. - Eu também não confio nem um pouco naquele gadjê, mas era a única maneira. Se a Hélène ficasse aqui ela seria executada na Place de Gréve...

— Eu sei... – Suspirou Aimée.

— Ei, - Chamou ele. – Vai ficar tudo bem.

Gahel acariciou o rosto da amada. E puxou a outra mão dela, que não acariciava o gato para cima da mesa e segurou-a na sua, fazendo carinho em suas costas.

— Vamos aproveitar a noite. – Disse ele, beijando-lhe a mão. – Veja, Rosalie vai dançar!

Os dois passaram a observar a roda das ciganas que dançavam, agitando os xales. E cantando, uma canção que Rosalie começara:

Elle avait les yeux clairs et la robe en velours; À côté de sa mère et la famille autour — Começou a cigana, esticando o xale nas costas enquanto andava e movimentava os quadris. - Elle pose un peu distraite au doux soleil de la fin du jour...

Os tambores começaram a acompanha-la, quando ela continuou:

La image n'est pas bonne mais l'on peut y voir; Le bonheur en personne et la douceur d'un soir — Ela passou o xale sobre o ombro e parou com ele à frente do corpo. - Elle aimait la musique surtout la dance et puis les art...

Rosalie, girou o xale no ar. E pegou-o pelas pontas, girando enquanto cantava o refrão:

Comme toi Comme toi Comme toi; Comme toi Comme toi Comme toi...

Ela jogou o xale de volta às costas e cruzou-o sobre o peito e ergueu as mãos em floreios.

Elle allait à l'école au village d'en bas; Elle apprenait les livres elle apprenait les lois; Elle chantait les grenouilles et les princesses qui dorment au bois... – Ela cantou batendo os pés no ritmo da canção.

Rosalie esticou os braços, segurando as pontas do xale, parecendo um pássaro a cantar alto:

Elle aimait sa poupée elle aimait ses amis; Surtout Ruth et Hanna et surtout Jérémie; Et ils se marieraient un jour peut-être à Varsovie... — Ela voltou para a roda, cantando. - Comme toi Comme toi Comme toi; Comme toi Comme toi Comme toi...

Comme toi que je regarde tout bas; Comme toi qui dort en rêvant à quoi! ­— Ela girou o xale, em direção ao chão, e o pegou antes que caísse, sorriu e continuou - Comme toi Comme toi Comme toi...

Rosalie continuou dançando, com o xale nos ombros. Contorceu-se, girando o tronco, quase tocando o chão com os cabelos. Enquanto fazia girava as mãos, fazendo tilintar suas pulseiras.

Elle s'appelait Sarah elle n'avait pas huit ans; Sa vie c'était douceur rêves et nuages blancs... — Naquela parte, viu-se que Rosalie estava chorando naquela canção. - Mais d'autres gens en avaient décidé autrement...

 Enquanto cantava:

Comme toi Comme toi Comme toi; Comme toi Comme toi Comme toi...

Rosalie, pensou em Hélène. Na sua menina de olhos claros e como ela e Clopin falharam em afastá-la de ter o mesmo destino de Esmeralda. Ah, que saudade ela sentia da sua melhor amiga. Esmeralda era para Rosalie, o que Hélène era para Aimée, que pelo menos não veria a companheira morrer diante de seus olhos. Ainda tinha pesadelos com o corpo de Esmeralda pendurado na corda.

Comme toi que je regarde tout bas ; Comme toi qui dort en rêvant à quoi... — Ela dançava com o corpo. Mas sua alma, se entregava nela. - Comme toi Comme toi Comme toi...

Ela girou com o xale, sobre a cabeça. E cantou o verso final:

Elle avait tes yeux clairs et elle avait ton âge ; C'était une petite fille sans histoires et très sage... Mais elle n'est pas née comme toi ici et maintenant!...

Rosalie apenas limpou as lágrimas. E voltou para a roda, enquanto outra cigana puxava a canção agora. E, assim, as horas foram passando na praça de pedra no pé da torre da antiga muralha de Paris. Aimée cochilava no ombro de Gahel, enquanto ainda havia movimento em volta da fogueira. Clopin aproveitava as danças, batia palmas e cantava enquanto Rosalie guiava as demais ciganas na roda.

De repente, música parou. O Rei dos Ciganos se ergueu num salto, assustado. Rosalie parou a dança imediatamente. Gahel arregalou os olhos para ver se estava mesmo vendo ele ali. Sozinho.

— Aimée. – Chamou-a pondo a mão em sua face adormecida. – Aimée, mon amour, acorde!

Ela despertou e levantou prontamente. Fazendo Malheur ter que pular de seu colo.

— O que faz aqui?! – Gritou Clopin, correndo na direção dele. Agarrando-o pela gola do colete e erguendo-o. – Onde ela está? Você devia mantê-la a salvo, protege-la, o que faz aqui?! Onde está Hélène?!

Peter olhava no fundo dos olhos de Clopin. Ele gostaria de ter a resposta para aquela pergunta.

Catedral de Notre-Dame, mais cedo naquele mesmo dia...

O jovem padre não largava aqueles manuscritos há dias. Mal saia da cela para alimentar-se. Os outros padres, com menos fé e cheios de superstições, diziam que o espírito do arcediácono Frollo o devia estar sobre René. O rapaz revivia os mesmos hábitos taciturnos do padre-feiticeiro.

René não largava as páginas dos diários de Claude Frollo. Descobriu neles segredos de alquimia e passou madrugadas testando as misturas. Leu sobre a história da catedral e da própria Paris. Desvendou os mistérios das ciências e astrologia que lhe intrigavam na universidade. Aprendeu sobre o que era amar o sacerdócio, mas ter seu coração corrompido. Encontrou palavras sobre o sentimento que a cigana lhe infligira e sentia-se igualmente enfeitiçado pela sua cigana de cabelos de fogo.

O que Frollo descrevia sobre Esmeralda era igual ao que se repetia com René e Hélène. E o padre ficou intrigado com isso. Procurando as diferenças nas histórias, não as encontrava. A cigana, casada com outro homem, enfeitiçara o padre, mas não o desejava. Mesmo quando ele lhe deu uma única chance dela se salvar da morte, fugindo com ele. Ela o recusara.

Havia uma página em específico que intrigou muito a René. Em determinado dia, ele relembrara a própria infância. Um sonho antigo, no qual ele estava em uma ilha, a descrição do local era paradisíaca. Um lugar onde crianças brincavam e sorriam, sem adultos. Esta andava livremente pela ilha.

René não conseguia nem conceber essa ideia em sua mente.

— Como isso é possível? – Indagava ele. Nem mesmo o arcediácono conseguira encontrar explicação.

De fato, Frollo tinha uma teoria: suspeitava que aquele lugar fosse o inferno. Passou a temer aquele lugar por toda a sua vida. Os olhos de Esmeralda lhe davam medo, por serem negros como a Sombra e brilhantes como a Lua.

Dia 18 de agosto de 1482.
Tempo comum.

Ao abrir a Bíblia, deparei com esta passagem:
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26:41)

Santa Maria, eu tenho tentado ser o servo de Deus mais fiel à Vontade Dele. Eu segui Seu Espírito quando me chamou à vocação de sacerdote, Ele inspirou meu coração a amar o conhecimento que Ele permitiu à suas criaturas. Desde a minha tenra idade Ele me inspirou a buscar somente o paraíso. Ele me mostrou o que era o Inferno, para que eu lutasse contra ele na Terra. Eu recordo de me revirar em minha cama, sonhando com um lugar regido por uma Sombra, negra como carvão, com olhos de estrelas. Era o próprio Lúcifer, eu o vi. Aquele demônio instigava as crianças a querer ficar para sempre naquele lugar onde não havia ninguém e que também tentou a mim, pequeno e indefeso. Mas meu espírito foi mais forte e meu corpo era jovem.

Ah, Virgem Santíssima, o que minha vida tem se tornado? Desde o dia de Santos Reis que não sou mais unicamente um servo de Deus. Maldito dia em que vi aquela cigana. A rodopiar na praça ao alvorecer, seus olhos negros a brilhar. Seus olhos que me queimaram. Aqueles olhos me lembram os daquele Diabo, brilhantes como estrelas, como Lua. Dessa vez, eu sinto meu espírito enfraquecido, meu corpo já não é o mesmo de antes. Os anos passaram muito rápido por mim. Esmeralda é outro demônio colocado em meu caminho para me testar.

Esta cigana da Tribo do Egito, o povo do Pátio dos Milagres tem pela menina uma admiração como se ela fosse algum tipo de Nossa Senhora e o cigano autoproclamado rei a tem como protegida e a trata por filha. E agora eu sirvo a ela. Maria, por que eu a vi dançar? Eu a amo. Meu Deus, como a amo! Só posso acreditar, que ela foi colocada em meu caminho pela mão Dele. Ele não a criaria, se não fosse para colocá-la em meu caminho e testar a minha fé e meu amor por Ele. Esse feitiço de Lúcifer, finalmente teve efeito sobre mim. Eu não tenho mais forças de lutar contra ele.

Eu tenho feito minhas preces àquele Demônio de meus sonhos infantis para que me entregue a cigana. Que ele a traga para mim. E que ela me ame! Eu não tenho mais salvação! Todavia, se no inferno aguardar-me o calor dos braços de Esmeralda, irei de bom grado. E considerar-me-ei no paraíso.

Que Deus e a Virgem Maria me iluminem, me guardem, me protejam e me salvem!

René fechou os manuscritos. Ele lera todos os manuscritos com esperança de encontrar que o arcediácono de Josas, apesar da tentação resistira. Óbvio que não esperava que ele fosse salvo de sua morte, mas descobrir que Claude Frollo realmente cedera aos demônios que o perturbavam abalou o jovem.

Que chances teria ele contra Lúcifer? Poderia ser que Hélène e Esmeralda haviam sido enviadas pelo mesmo demônio? Se um homem de fé e inteligência como padre Frollo caíra pela tentação do demônio da mulher cigana, que chances tinha ele? Um mero aprendiz, um jovem tentando imitá-lo. De que maneira será que o velho padre pedira a Lúcifer pela cigana? Qual teria sido o erro para que o fim não fosse o correto? René repararia o erro. Ele conseguiria a cigana pelas mãos do próprio Diabo, já que Deus não ajudaria!

Não havia descrição nos manuscritos de como Frollo fizera para orar ao Demônio. René esperou a noite cair e todos estarem dormindo em suas celas. O jovem padre desceu as escadarias, levando consigo lençóis, vinho, um cálice de sua própria coleção, uma navalha fina e afiada que encontrou numa das gavetas da escrivaninha de Frollo e as pedras que usava para acender o fogo em sua cela.

Dirigiu-se até o altar, onde cobriu as imagens dos santos com os lençóis. Preferia não fazer o que iria fazer diante da Pietá que chorava logo atrás do altar. O crucifixo que ficava em cima do altar, René o quebrou. Desprendendo o Cristo da cruz, inverteu-a. Acendeu as velas que ficavam nas extremidades da mesa.

Bebeu o vinho, sem estar consagrado. Longas goladas, direto da boca da garrafa como se fosse a boca de Hélène. Não queria estar pleno de suas faculdades mentais para fazer o que sentia em seu íntimo que era o único jeito de alcançar o que queria: a cigana.

Na mais tenra idade René perdera toda sua família num assalto à sua casa. Os parentes que o acolheram o enviaram para estudar em Paris, para que não os atormentasse. Nem na Universidade encontrara quem lhe fosse um amigo, se quer. A solidão o perseguira, então, quando se agarrou nos estudos ficara mais sozinho ainda.

— Que o Demônio aceite o que estou fazendo, como forma de adoração a seu profano nome. – Pediu ele.

Tomou a navalha, a lâmina refletiu as chamas das velas. Única luz naquele lugar. René olhou por cima do altar, a catedral vazia. Seu lençol cobrira somente a Pietá atrás dele. Os demais santos, anjos e figuras nas paredes e estátuas pareciam olhar-lhe. Mas René amaldiçoou cada uma, nenhuma das pessoas ali representadas conhecera seu sofrimento.

— Que este meu sangue sirva de oferta e lhe seja de seu agrado! – Exclamou ele, alucinando.

Posicionou o cálice ao centro do altar e aproximou a lâmina do pulso, enquanto tentava imaginar a Sombra, deslocada do corpo com olhos de estrelas, o Demônio que buscava invocar. Rezou, falando o contrário de tudo que aprendera em seus anos de devoção. Pedia ao Diabo, alucinadamente, pela cigana. Quando a lâmina lhe atravessou a pele, sentiu seu sangue queimar e pingou-o o cálice.

— Que uma vida ao lado da sua serva seja a minha vida! Dá-me ela e servirei a Ti, Lúcifer e toda sua legião de forças demoníacas, no lugar do Senhor Deus. Dá-me a cigana Hélène! – Rezava ele.

 O sangue escorria enquanto René vertia lágrimas de dor, medo e raiva. Sua cabeça girava. Ele clamava, mesmo que em voz baixa, a Lúcifer e toda a legião do inferno por aliviar-lhe a dor de amor causada pela bruxa-cigana.

Insano, René não estancava o próprio ferimento. Admirava-o, rindo enquanto rezava para o Diabo. O padre, que não se alimentava e nem via a luz do sol há dias, estava fraco. O sangue foi escorrendo, transbordou o cálice.

E o rapaz sentiu-se ceder. O cálice de sangue virou sobre o altar, e o corpo de René foi ao chão. Enquanto seus olhos se fechavam, jurou ter visto uma criatura negra, com olhos brilhantes, aparecer dentro da catedral com uma garota com cabelos como labaredas de fogo nos braços.

Hélène tocou os pés descalços no chão frio da catedral. Fora o primeiro lugar que pensara quando a Sombra lhe perguntou onde deveria deixa-la, pensou em pedir segurança na Lei do Asilo da catedral. Quando viu o jovem padre desfalecendo no altar, correu até ele.

Ela lembrava do mal que ele tentara lhe impor quando estava presa na cela em La Santé. Mas o homem estava sangrando, diante do altar. A garota arrancou a toalha do altar e com a navalha que caiu no chão, ela cortou um pedaço do pano e amarrou no pulso de René.

Shh, vai ficar tudo bem. – Dizia ela, diante dele.

Quando René abriu os olhos, ele gargalhou ensandecido.

— É você, mon douce ange de l’enfer!— Exclamou ele, colocando as mãos no rosto de Hélène, puxando-a para beijá-la.

Ela lutou contra, mas ele continuava puxando-a para ele. O cheiro de sangue e de vinho se misturavam. Quando seus lábios se tocaram, Hélène contraiu-se. Ainda tentando força-lo a afastar-se.

O pulso de René ainda sangrava, mesmo com a bandagem amarrada. E, em sua mente, seu pacto com Lúcifer funcionara. Afinal, o demônio a coloca-la à sua frente novamente. Naquele momento, o padre perdera o contato com a realidade. Para ele, ela estava ali e finalmente era dele. Lúcifer lhe dera seu amor e ela o amaria de volta.

— Não me repilas, meu amor! – Bradou ele, quando ela conseguiu empurrá-lo.

— Solte-me! – Gritou ela, quando ele tentou voltar a agarrá-la. – Solte-me!

— O meu sangue te trouxe para mim. – Declarou ele. – Devo oferecer o seu para que se torne minha!

René apanhou a navalha no chão e avançou na direção de Hélène. Ela gritou novamente. O rapaz pegou-a pelo braço, pondo-a de pé e com a mão sobre o altar.

— René, pare! Solte-me! – Debatia-se ela, gritando alto.

— Fique quieta! – Ralhou ele, colocando a outra mão sobre a boca de Hélène.

Sufocada, ela mordeu com toda força a mão de René, a que já estava machucada e sangrando, e ele gritou e soltou a faca para pôr a mão sobre os machucados na mão esquerda. E Hélène pegou a lâmina do chão e apontou para ele antes que ele tentasse se aproximar dela novamente.

Nisso, os padres que ouviram os gritos de René haviam descido de suas celas e estavam ali vendo a cena. A cigana, procurada por bruxaria, apontando uma faca para um padre ferido, diante do altar de Notre-Dame, com a Pietá coberta e a cruz invertida sobre a mesa suja de sangue.


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Notas finais do capítulo

Tradução da canção que eu alterei algumas palavras da canção original para que pudesse ser cantada pela Rosalie, "Comme Toi", original de Alabina:
"Ela tinha olhos claros e um vestido de veludo
Ao lado de sua mãe e da família
Ela estava um pouco de distraída com o doce sol de fim de dia
A imagem não é boa, mas podemos ver
A felicidade em pessoa e a doçura de uma noite
Ela amava música, principalmente a música e outras artes
Como você, como você, como você, como você
Ela ia à escola da cidade

Ela aprendia os livros e as leis

Ela cantava sobre sapos e princesas que dormiam no castelo
Ela adorava sua boneca e seus amigos
Principalmente Ruth e Anna e Jérémie
E quem sabe um dia eles se casariam em Varsóvia
Como você, como você, como você, como você
Como você, como você, como você, como você
Como você, quem eu observo de lá debaixo
Como você, que dorme e se levanta
Como você, como você, como você, como você
Seu nome era Sarah e ela não tinha mais que oito anos
Sua vida era feita de doces sonhos e nuvens brancas
Mas outras pessoas haviam decidido diferente
Como você, como você, como você, como você
Como você, como você, como você, como você
Como você, quem eu observo de lá debaixo
Como você, que dorme e se levanta
Como você, como você, como você, como você
Ela tinha seus olhos claros e a sua idade
Era uma menininha sem histórias e muito sábia
Mas ela não nasceu aqui como você, e agora..."

E aí??? O que vocês está acharam deste, o próximo capítulo é o último hein. O que falta acontecer? Deixem suas apostas antes de irem para o próximo! ;)

Até logo! ♥ Bisous



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