Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 23
Capítulo 23




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Lilian esperava ansiosamente a hora de sentar no banquinho, e ser escolhida para uma das Casas; enquanto os coleguinhas iam na sua frente, ela observava tudo, atenta a todos os rostos; imediatamente localizou Alvo, Rose e Louis na mesa de Grifinória, acenou, no mesmo momento em que Hugo estava sentado no banco, com o chapéu seletor na cabeça, visivelmente assustado. O chapéu anunciou “Grifinória” e Huguinho foi recebido com aplausos na mesa da Casa.

Faltavam três garotos à frente de Lilian; ela virou-se para a mesa de Sonserina e encontrou os olhos do irmão mais velho, e não parou de olhar para Tiago até que seu nome foi chamado. Tiago murmurou um “vai”, e ela sentou no banquinho, sorridente. “Sonserina”, o chapéu anunciou e Lilian correu, recebeu um abraço de Tiago, e sentou ao lado dele; olhou para mesa de Grifinória e viu Alvo, olhando para eles; ela ficou séria de repente.

— O que foi, Lily?

— O Al, ele parece triste por que eu fiquei em Sonserina...

— Não, Lily, não fica assim, maninha, o Al, não está triste; quer ver? — Tiago acenou para o irmão, e o sorriso de Alvo se iluminou. — Viu? Ele está com inveja de você, por que você ficou em Sonserina!

— Tiago, você não acha que o papai vai ficar triste?

— Não, não vai; ele não ficou triste comigo, por que ficaria com você? Além disso, Lilian, a divisão das casas é apenas para que as coisas fiquem organizadas, você sabe, todos são alunos de Hogwarts, a mesma escola, entendeu?

— Entendi.

— Mas, é claro que os sonserinos são mais inteligentes, legais e bonitos que todos!



Tiago deu bastante atenção a Lilian no primeiro dia dela em Hogwarts, mas logo explicou que ela deveria fazer amizade com o pessoal da sua idade e que ela não poderia ficar andando com ele o dia inteiro, que eles ficariam juntos sempre que possível, mas era melhor ela passar mais tempo com Alvo, que era criança também. Lilian não gostou disso, mas Tiago não deu chance para que ela questionasse demais; a garotinha amarrou a cara, sua atitude característica contra o irmão, mas na manhã seguinte já começou a se enturmar com os colegas do primeiro ano, encontrou Huguinho e Alvo e a raiva passou.

Tiago foi convidado a ir à sala de McGonagall pela primeira vez no ano, já no segundo dia em Hogwarts, e não fazia ideia do que tinha feito para isso, não era possível que McGonagall já tivesse uma queixa contra ele. Ele já tinha estado mais naquela sala do que qualquer outro aluno de Hogwarts, talvez só o seu pai tenha lhe superado. Por um minuto Tiago se sentiu um pouco culpado, Harry se preocupava com coisas sérias, e era por isso que ele era tão próximo de Dumbledore, enquanto ele era chamado à diretoria por que descumpria as regras mais elementares da escola.

— Senhor Potter!

— Professora McGonagall.

— Sente-se, Tiago — ela mandou-o sentar e chamou-o pelo primeiro nome, para Tiago era um bom presságio. — Eu te chamei aqui, por que Hogwarts precisa da sua ajuda, Sr. Potter.

— Minha ajuda, professora? Mas, o que eu posso fazer pra ajudar Hogwarts?

— Não se preocupe, filho, não é nada que envolva nenhum bruxo das trevas! — Minerva disse, como se adivinhasse os pensamentos de Tiago. — Você é um dos nossos mais brilhantes alunos.

— Obrigado, professora — Tiago riu sem conseguir conter a satisfação, afinal, suas tentativas de burlar as regras da escola não eram superiores ao seu brilhantismo, e nem McGonagall poderia negar.

— Muito bem, Potter, esse ano nós recebemos uma aluna nova, em condições especiais; ela não vai começar no primeiro ano, como é de costume, por que já passou da idade, será colocada com uma turma da sua faixa etária, mas como essa moça nunca estudou numa escola de magia antes, certamente terá alguma dificuldade com as matérias. É onde você entra.

— Eu?

— Eu gostaria que você ajudasse a sua nova colega.

— Desculpe, professora, mas isso não é função dos monitores?

— Nossos monitores já têm suas funções com os alunos mais novos; você não quer fazer isso, Potter?

— Não é isso, professora, é que, eu não entendi bem, por que eu?

— Por que você é o aluno mais popular, e como eu já disse, um dos mais brilhantes de Hogwarts, digamos que você seja um aluno exemplar! E talvez se você tiver outras ocupações possa parar com as suas viagens noturnas ao mundo dos trouxas! — Tiago engoliu em seco, McGonagall sabia! — Então, o que você me diz?

— Pode contar comigo, professora, é um prazer ajudar.

— Eu sabia.

— E quem é essa aluna nova? Ela está em qual casa?

— Ela deve chegar a Hogwarts ainda hoje, perdeu o trem, não se preocupe, eu a mando procurá-lo. Você pode ir.

Tiago não aceitou a missão de McGonagall satisfeito, bancar a babá de algum calouro atrasado com certeza não seria agradável, mas dizer não a professora que era amiga pessoal dos seus pais, e, já tinha “pegado leve” tantas vezes com ele, seria no mínimo meio covardia. Hogwarts estava pedindo-lhe um favor, e ele não poderia dizer não.

Foi só no dia seguinte que ele conheceu sua pupila, para completa surpresa. Quando entrou no salão comunal de Sonserina depois das aulas, havia um alvoroço, alguma coisa devia ter acontecido, e ele descobriu quando a viu em meio aos colegas.

— Você?

— Olá, Tiago! — Loreley usava roupas que deveriam ser as de Hogwarts, mas, a saia parecia ter sido cortada e não chegava aos joelhos, a blusa tinha as mangas dobradas até os cotovelos; a gravata não estava no pescoço, mas servindo de laço ao cabelo louro amarrado num rabo de cavalo; e ao invés da meia-calça preta e sapatos, a moça usava botas de cano longo. Então era o visual de Loreley que estava causando aquele barulho.

— O que você está fazendo aqui?

— Estudando, ora, não é a escola de magia? Aliás, eu estava indo mesmo procurar você, a professora mandou.

— A professora McGonagall mandou você me procurar? Por quê?

— Ela quer que eu tenha um tutor, ou algo do tipo, parece que ela não confia em mim.

– O que só prova que a McGonagall é uma pessoa inteligente — os outros estudantes olhavam a conversa de Tiago e Loreley sem entender nada. — Você não disse que não queria estudar magia?

— Mudei de ideia.

— Por quê? — ela deu de ombros; Tiago pensou consigo mesmo por um minuto, não poderia ajudá-la, não tinha como dar certo, ele acabaria tendo um ataque e transformaria a maluca em algum animal, tinha que dizer a Minerva que procurasse outra pessoa para essa tarefa.

Saiu pra procurar a diretora e pedir que lhe dispensasse dessa missão; viu que Loreley lhe seguia.

— Por que tá andando atrás de mim?

— A professora anciã disse que você seria meu guia na escola...

— Ela se enganou, não era de mim que ela estava falando, e o nome dela é McGonagall.

— Não tem outro Tiago Potter aqui tem?

— Seria mesmo bom se tivesse.

— Por que você está fugindo de mim, Tiago? — Loreley se postou em frente a Tiago, fazendo-o parar e bloqueando sua passagem.

— Quem disse que eu estou fugindo?

— Você ficou todo estranho quando me viu.

— Você é maluca, você... Professora McGonagall!

— Potter, vejo que já conhece a... Srta. Gilmore! — Minerva olhou com espanto as roupas de Loreley — Que trajes são esses, senhorita?

— Customização está na moda, professora.

— Trate de adequar suas roupas a Hogwarts, senhorita Gilmore. Você queria me dizer alguma coisa, Potter?

— Não senhora, nada.

— Ótimo, espero que vocês se deem bem, e você, cuide-se e cubra-se, senhorita.

— Sim senhora, pode deixar — Minerva se afastou depois de mais um olhar reprovador para a roupa de Loreley. — Tá aí alguém que precisava de um banho de loja! Mas, o forte dos bruxos não é mesmo a moda, não é? Você vai continuar evitando falar comigo?

— Parece estranho que você queira falar comigo depois do que aconteceu...

— Você ainda se lembra daquilo?

— Você queria que eu esquecesse?

— Devia, eu já esqueci.

— Você veio para Hogwarts só para me tirar do sério?

— Não, você não tem tanta importância pra mim, a esse ponto, Tiago.

— Então por que você veio?

— Importa?

— Na verdade importa muito.

— Eu queria agradar meus avós.

— Tá, me engana que eu gosto! — Tiago virou as costas e saiu andando com Loreley atrás.

— Afinal, qual é o seu problema? Aquilo já passou, qual é?

— Ok, ok, se você vai mesmo andar atrás de mim, eu acho melhor você cuidar, de, dessa, desse... — Tiago gesticulou com as mãos.

— Ham? O que você está falando?

— Sua roupa, acho melhor você...

— Ah, será que a minha roupa é tão importante? Ou você está perturbado por ver minhas curvas perfeitas? — Loreley disse, irônica e Tiago fez uma careta.

—detesto garota vulgar!

— Vulgar? Eu não sou vulgar, Potter! Fique sabendo que isso aqui é a última moda em Londres, só os bruxos antiquados não sabem disso!

— Eu acho melhor você não falar nada contra os bruxos, não esqueça, queridinha, que você está cercada por bruxos, e por acaso, você é uma bruxa!

— Parece que eu vou ter que pedir a professora McGonagall outro tutor.

— Por que você não faz isso e me livra do desprazer da sua companhia?

— Pois eu não vou fazer, quer saber, você vai ter que me engolir! —Tiago balançou a cabeça exasperado e seguiu em direção a aula de História da Magia, sempre com Loreley em seu encalço.

Mais uma vez o estilo das roupas da bruxinha chamou a atenção.

Os alunos pareciam dispersos durante a aula de História da Magia; James sentado na fila ao lado de Rose, escrevia bilhetinhos encantados para a namorada e os dois trocavam olhares e sorrisos, o que deixava Tiago, sentado logo atrás de Rose, enjoado.

Tiago conseguiu sentar o mais longe possível de Loreley, e ela ficou duas filas depois da dele; de vez em quando olhava de lado para saber o que ela estava fazendo, parecia concentrada na aula, prestar atenção ao que o professor dizia, e roía as unhas sem parar, claramente nervosa, o que deixou Tiago satisfeito. Assim que a aula acabou, Loreley estava ao pé da cadeira de Tiago.

— Oolha, eu acho que a gente tem que estabelecer horários, tá, eu não quero você no meu pé o tempo inteiro — ela balançou a cabeça. — Ótimo. À noite, depois do jantar, no salão comunal; vamos estudar uma matéria por dia, ok? — ela acenou com a cabeça de novo.

— E aonde você vai agora?

— Para o treino de quadribol.

— Posso ir? Quadribol é uma das coisas legais do mundo bruxo...

— Não. Os treinos são secretos — Tiago cortou antes que Loreley pudesse insistir. —Vejo você à noite. — Tiago saiu andando a passos largos; Loreley esperou que todo mundo saísse da sala; precisava consertar as roupas antes que outro professor ‘chiasse’. Ao andar pelos corredores, ouvia os cochichos por cada lugar que passava, já era a maior novidade do momento em Hogwarts e todo mundo parecia querer olhar para ele e suas roupas estranhas. Afinal, era uma escola como qualquer outra, pensou.


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