A Coleção de Universos escrita por Vini
Notas iniciais do capítulo
Este capítulo é muito especial para mim. Eu o escrevi quando realmente sentia isto, e meio que ainda sinto; entretanto, sei que, da mesma forma que o sol se põe, este renasce em outro canto. E é um novo dia. E cada momento conta, sem importar a claridade.
Eles estão por todos os lados - espalhados pelo salão. Vejo-os diariamente e me imagino perfeitamente em seus lugares. É sempre um risco tal pensamento, mas é inevitável. Emanam perfeição enquanto os analiso, mas creio que, de fato, não é essa a pura realidade.
O meu reflexo no espelho nunca é satisfatório: há sempre alguma imperfeição, algo fora de ordem; medidas a menos ou a mais. Minha pele é repleta de acne, enquanto aqueles que me deparo na televisão possuem faces suaves e artificiais. Também posso vê-los em diversão com amigos de mesmo nível, em um grande show de sorrisos reluzentes. Não sei se um dia poderei fazer parte dessa realidade cinematográfica, desse mundo tão distante. O amanhã não passa de uma grande cópia do hoje, e isso me assusta – desanima! –, pois sei que nada mudará e que continuarei a observar astros em suas constantes trajetórias.
São apenas aparências. Sei muito bem que, por trás de olhos cristalinos, há pedras em estado bruto e imperfeições de grandes proporções. A vida nunca foi realmente bela. Nos tornamos máquinas a cada dia que passa e continuaremos assim por um bom tempo. Seguimos tendências; somos muito do mesmo.
As fotos que vemos em visores não são tão reais quanto parecem. Essas pessoas já podem ter sido como nós, ou ainda são. Se duvidar, o nosso ego é equivalente: exagerado e à espera de elogios. Tudo isso dança em ritmos distintos, desarmônicos e imperfeitos.
É a verdade, e nós precisamos enxergá-la. Nada já foi realmente justo. Aliás, tudo é incerto e inesperado. Mais do que nunca, precisamos viver o agora. Deixemos o nosso ego um pouco de lado e partamos a novos rumos. Temos de fechar os olhos por alguns instantes e, assim, ver além de longos cílios, rostos simétricos, batons estonteantes e brincos reluzentes. Precisamos sair de vagas realidades e nos aprofundar mais ainda naquilo que nos põe à frente. Deixemos as faces suaves em suas constantes oscilações.
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Ganhei um concurso da Academia Conquistense de Letras em primeiro lugar com esse escrito. Estou muito feliz. Ah, MUITO OBRIGADO PELO CARINHO!