Realidades Ocultas escrita por Malk


Capítulo 17
Venha shenlong! Ops, história errada.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amigos.
Depois de pensar a respeito e conversar com uma amiga, resolvi encerrar a temporada. Não é o fim da história, mas a fic vai passar por algumas reformulações e vou postar a segunda temporada assim que possível.
Boa leitura e espero que gostem do final temporário.



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Foi uma noite de sono pesado para todos. Kurai dormiu em sua casa junto com Clécio e Ashumaru, Wander também voltou para casa depois de tanto tempo fora e Gabriel alugou um quarto de hotel por uma noite. A Angel, por ser um espírito, não dorme, mas passou a noite na casa do Wander, o vivo que ficou mais próxima depois da morte do Mark.

Gabriel acordou. Olhou para os amuletos e se certificou de que eles realmente estavam ali.

— Finalmente depois de anos eu consegui todos...

Tecnicamente ele simplesmente pegou os amuletos que ficaram abandonados depois da morte da Tatielly, mas na prática era a mesma coisa. Quando ele lembrou, procurou pela Natália pelo quarto, sem encontrá-la.

— Arf, foi só cumprir a condição de libertação que ela sumiu... – ele resmungou.

Se está procurando pela sua irmã, ela disse que iria ver umas pessoas e já volta.

Gabriel levou um susto, mas logo lembrou que o amuleto da água é habitado pela Iara. Ele teria que se acostumar a ser acompanhado por alguém além da irmã.

— Se ela demorar muito eu vou fazer a pergunta sem ela.

*****

Clécio, Kurai e Ashumaru haviam acabado de acordar. Conversaram sobre o dia anterior e de como tiveram sorte em sair vivos, mas alguma hora tiveram que tocar em um assunto delicado: a morte da Tatielly e em como dariam a notícia para a Rute. Enfim, acabaram decidindo fazer a coisa mais simples e correta: contar exatamente o que aconteceu.

Enfim, eles se dirigiram até a casa da mestra. Se identificaram na portaria e autorizaram sua entrada, até que foram recebidos pela senhora.

— Sim? – ela perguntou assim que viu o trio.

— É, nós temos que contar... é que... – Clécio tentava alguma maneira de contar o que aconteceu.

— Eu sei, ela morreu.

Todos se espantaram ao ouvir a constatação da Rute.

— Nós tentamos de toda maneira... – Kurai dizia, até ser interrompida pela idosa.

— Eu sei, era ela ou vocês! No fundo, eu sabia que isso ia acontecer, ela era forte de mais para ser pega viva.

— Se serve de consolo, não foi nenhum de nós três que a matamos – disse Ashumaru, da forma mais inconveniente e insensível possível.

— Eu sei, deve ter sido coisa do Gabriel, ele estava com vocês não é? – o trio confirmou – também não o culpo, ele nem sabia eu tinha uma neta, eu fiz questão de esconder tudo o que fazia relação a Tatielly quando ele treinou aqui comigo.

Todos ficaram em silêncio, até a Rute voltar a falar.

— Se me dão licença, vou entrar e me esconder do mundo de novo. Tentem não se meter mais em confusão, vocês viram de perto o quanto mexer com o sobrenatural é perigoso, se bem que uma vez envolvidos, não há mais como voltar atrás. De toda forma, tomem cuidado e até nunca mais.

Ela entrou, os deixando do lado de fora.

— Será que ela vai nos matar? – perguntou Ashumaru.

— Ela foi sincera e estava até bem serena pra quem acabou de perder a neta– disse Kurai, se valendo do seu poder de sensibilidade emocional – talvez ela já soubesse o que ia acontecer, não esqueçam que ela é uma grande paranormal.

— Será que não deveríamos ter dito que foi o Wander? – perguntou Clécio.

— Podemos pensar assim, se um dia ela endoidar e quiser se vingar, é mais fácil o Gabriel sobreviver à dona Rute do que o Wander – disse Kurai.

— É, cê tá certa.

Quando eles estavam indo embora, viram uma mulher se aproximando deles.

— Oi gente – ela cumprimentou – eu sei que vocês nunca me viram, vou ser rápida porque eu não consigo ficar visível por muito tempo. Meu nome é Natália, sou irmã do Gabriel e estava junto com vocês quando vencemos a Tatielly e reunimos os amuletos. Me encontrem hoje eu meio dia na Rua dos Bobos, número zero, vai ser legal pra todos nós.

Depois disso, ela desapareceu diante dos olhos deles.

— Que porra foi essa? – estranhou Maru.

— Acho que devemos ir, vocês tem alguma coisa pra fazer hoje? – indagou Kurai.

— Eu sou desocupada mesmo então tô topando – falou Ashumaru.

— Onde você for eu vou – disse Clécio galantemente, fazendo a Kurai ficar com o rosto vermelho.Depois todos entraram no carro e partiram.

*****

Wander estava na escola tirando fotos dos cadernos dos colegas, tentando colocar em dia toda a matéria que perdeu. Também não conseguia sentar direito, resultado das lapadas na bunda que recebeu da avó na noite anterior por ter ficado dias sem aparecer em casa nem dar notícias.

Angel Moon também estava com ele. Ela não tinha o que fazer, então ficar na presença de alguém que podia vê-la e escutá-la era a melhor escolha.

Na hora da saída, eles viram a Natália se aproximando deles.

— E aí Natália, tudo em cima? – Wander cumprimentou.

— Tudo ótimo! E que bom que te encontrei também Angel, tenho um convite pra vocês, meio dia na rua dos Bobos, número zero, sabem chegar lá?

— Não – respondeu Angel.

— Muito menos eu – completou Wander.

— Arff... tá bom, me sigam.

Angel e Wander a seguiram, sob os olhares e risadas dos estudantes que viam o garoto falando sozinho.

*****

Finalmente, ao meio dia, todos estavam reunidos no local combinado, que na verdade era o hotel onde o Gabriel estava hospedado. Assim que o hóspede autorizou, todos foram para o seu quarto.

— O que vocês querem? – o homem resmungou assim que os viu.

— Nossa, educado como sempre... – comentou Angel.

— Fui eu quem os trouxe – informou Natália – já que vamos localizar o Grandium e ter a resposta de qualquer questão, eles merecem estar juntos.

— Tá bom, mas se só tivermos direito a uma pergunta sou eu quem vou perguntar, pouca farinha meu pirão primeiro – falou Gabe.

— Ok, mas vocês sabem como invocar o Shelong, quer dizer, o Grandium? – perguntou Wander.

Todos ficaram com cara de paisagem.

— Como vocês são desinformados. Junte todos, e digam bem alto as palavras mágicas eudo ku e deixe que a magia faça seu trabalho – falou a Iara, sendo ouvida apenas pelo Gabe e Wander, além dos dois espíritos.

— Está certo – Gabriel pegou os amuletos, os apertou com força e gritou bem alto EUDO KU!

Obviamente todos riram e zombaram dele, mas logo uma voz rouca e assustadora saiu dos amuletos:

“A GRANDIUM ESTÁ AQUI E LOGO VOCÊS A VERÃO”

Depois que a voz cessou a porta do quarto se abriu.

— Alguém me chamou?

Quem falou foi uma mulher morena, cabelos longos e pretos, aparentando ter entre vinte e cinco e trinta anos. Ela vestia uma roupa de arrumadeira muito curta que provavelmente foi comprada em uma sex shop.

— Eu chamei, vem me acudir que eu tô passando mal, enfermeira – Clécio ficou tão entusiasmado que nem percebeu que o uniforme (fantasia?) não era de enfermeira.

— Você curte garotas? – perguntou Kurai, babando também.

— Foi engano, volte mais tarde que estamos esperando o Grandium – falou Maru, claramente tentando se livrar de uma eventual concorrência.

— Então foi aqui mesmo, eu sou a Grandium!

Todos se espantaram, não imaginaram que o Grandium na verdade era uma mulher, muito menos com tantos atrativos. Assim, Gabe se adiantou.

— Não ligue pra esses idiotas, quero apenas que responda todas as minhas perguntas – disse Gabriel.

— Todas? Não é assim que funciona, apenas uma pergunta, e como eu não recebo visitas há duzentos e quarenta anos, vou ser boazinha e responderei uma pergunta de cada um de vocês.

— Duzentos e quarenta anos? Você tá bem pra ter essa idade, jurava que você tinha no máximo duzentos – comentou Wander.

— Cala a boca! – Gabe deu um soco na barriga do garoto – está bem, eu começo. Eu quero saber informações detalhadas sobre quem matou a minha irmã.

— Está certo. Quem a matou se chama Vaginaldo da Silva, homem, atualmente tem vinte e nove anos, está em Shangrilá nesse momento e trabalha para a organização enigmática F.O.D.A.

— Preciso de mais informações – disse Gabe.

— Você já teve sua pergunta respondida. Próximo.

— Eu! – Natália se adiantou – eu sei que eu já morri, mas existe alguma maneira de recuperar meu corpo físico?

— Seu corpo físico já era, mas a F.O.D.A é capaz de fabricar corpos muito realistas capazes de comportar um espírito como você. Próximo.

— Minha vez. Eu quero ter uma noite de amor com você – disse Clécio.

— Eu respondo perguntas, não realizo desejos.

— Ah tá. Então... deixa eu pensar... o que significa F.O.D.A.?

— Fundação Organizada Destruidora de Anormais.

— Eu queria fazer uma pergunta... – Kurai ficou séria – o meu pai desapareceu quando eu era criança, queria muito saber onde ele está.

— No momento ele está em Raio que los parta, mas se quer encontrá-lo seja rápida, ele não costuma ficar muito tempo no mesmo lugar.

— Eu tenho um monte de coisas que queria saber... – Wander ficou pensativo – mas sobrevivência acima de tudo, qual é a chance da Tatielly ou do Spyrit tentarem nos matar de novo?

— A Tatielly morreu e ainda não acordou como espírito, mesmo que ela acorde, ainda irá demorar muito para aprender a usar os poderes de espírito a ponto de ser uma ameaça, então não precisa se preocupar com ela por muitos anos. Já o Spyrit está preso e submerso a centenas de metros de profundidade, enquanto o mar não virar sertão, ele continuará lá.

— Eu eu eu – Ashumaru ficou pulando e levando o dedo – tem algum jeito deu me desenvolver, tipo assim, ficar alta e ganhar corpo de mulher? Nenhum cara quer alguma coisa comigo desse jeito, velhos pedófilos não contam.

— Existe, mas somente aquele que provocou a sua mutação pode revertê-la.

Todos ficaram pensativos, as perguntas foram respondidas, mas os mistérios ainda estavam longe de serem solucionados.

— Só falta você – Wander chamou a atenção da Angel.

— Eu? Não quero saber de nada não.

— Tem certeza? – a Grandium perguntou à garota.

— Tenho.

— Então o meu trabalho terminou. Vocês ainda podem usar os outros poderes dos amuletos, mas só conseguirão me encontrar se eles forem dispersados pelo mundo e depois reunidos. Geralmente levam séculos para isso acontecer e como humanos vivem pouco, deve ser a última vez que nos vemos. Adeus.

Ela saiu pela porta do quarto, e depois desapareceu.

— Oi, desculpem o atraso, me distraí com o espírito de um gatinho.

Ao ouvir isso, Wander e Angel procuraram o dono da voz e se espantaram com o que viram, já a Natália deu um sorriso sacana como se já soubesse o que ia acontecer.

— Mark Lavesque? – Angel e Wander disseram juntos.

— Você tá doido, ele morreu – falou Maru.

— Deve ser o espírito dele – supôs Kurai.

— Aquela moça ali disse que tinha alguém que gostaria de me ver... – nesse momento, o fantasma Mark bateu os olhos na fantasma Angel Moon – peraí, eu te conheço!

— Como assim? – ela não entendeu.

— Eu sempre sonhava com você quando era vivo. Teve uma vez que eu sonhei que você tava em cima de mim, foi tão sinistro que eu acordei...

— Informação demais! – Wander gritou, o interrompendo.

— Vamos simplificar – Natália se intrometeu – essa é a Angel Moon, ela gosta de você e ficava sempre do seu lado quando você era vivo mas não dava pra fazer nada. Agora você é espírito e ela também, vocês podem ficar juntos.

Angel ficou vermelha e sem saber onde enfiar a cara, até que o garoto chegou perto dela.

— Sei que parece forçado, mas sei lá, parece que nos conhecemos a muito tempo. Meus pais já estão me esperando do outro lado, você quer vir junto?

— Ah? Assim, tão de repente...

Ela ficou na dúvida. Ela queria ir junto, mas não sabia se devia e nem como fazer.

— Angel – Wander falou sério com ela – você não tem mais o que fazer no nosso mundo. Tu já sofreu muito, vai com ele e seja feliz pela primeira vez!

Ela sorriu e pegou na mão do Mark. Nesse momento, a sala foi tomada por uma luz intensa e os corpos espirituais do casal começaram a se desfazer, virando uma espécie de pozinho muito brilhante e em seguida desapareceram totalmente.

— Vai lá garota, você merece! – Wander falou consigo mesmo.

— Onde você o encontrou Nathy? – perguntou Gabriel, que mesmo não tendo uma boa visão espiritual, conseguiu ver claramente a passagem dos dois.

— Eu tenho meus contatos – Natália riu.

— Agora que você já fez a sua boa ação do ano, temos que começar a procura esse tal de Vaginaldo que trabalha pra F.O.D.A., vamos partir hoje mesmo para Shangrilá – falou Gabe.

— Está certo. Você quer vir com a gente Wander? – chamou Natália.

— Dessa vez não, eu já dei preocupação de mais pra minha avó, vou sossegar um pouco – ele respondeu.

— Beleza. Eu tô indo embora, alguém quer uma carona? – Kurai ofereceu.

Todos, exceto os irmãos que continuaram ali, aceitaram a oferta da moça. Ela deixou o Wander em casa.

— E você Maru, vai pra onde? Pode ficar na minha casa se quiser – disse Kurai.

— Adoro a sua casa de bacana, mas dessa vez vou querer que me deixe em alguma floresta. Qualquer uma, de lá eu me viro.

Kurai concordou, desviou um pouco do caminho e a deixou na entrada de uma grande floresta urbana daquela cidade. Agora, o casal de amigos coloridos ficaram sozinhos no carro.

— Você vai procurar o seu pai, não é? – perguntou Clécio.

— Você me conhece muito bem.

— Quer que eu vá com você?

— Dessa vez não, isso eu preciso fazer sozinha, sem contar que já te dei trabalho de mais.

— Se precisar, sabe onde me encontrar.

— Obrigada! De toda forma, eu só devo ir atrás do meu pai daqui a uns dias, tenho que ir na faculdade e botar matéria e avaliações em dia, ou trancar esse período se tiver enrolada de mais. E você vai fazer o que daqui por diante?

— Eu também tenho serviço atrasado, ser autônomo não é a moleza que muita gente pensa. Nas horas vagas vou treinar mais a minha paranormalidade, nunca se sabe quando vai precisar.

Ela continuou dirigindo, e já estava perto de casa.

— Estou chegando em casa, você vai seguir daqui não é? – ela perguntou.

— Isso mesmo.

— Tá afim de comer antes de ir embora?

— Boa ideia, você conhece algum restaurante bom por aqui?

— Não era disso que eu tava falando.

Ela dirigiu rapidamente para um motel.

*****

Com objetivos muito distintos, cada um seguiu seu próprio rumo. Será que um dia seus caminhos se cruzarão novamente? Apenas o futuro dirá.


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Notas finais do capítulo

Então é o fim dessa temporada. Eu vou deixar a fic como não concluída e quando eu começar a segunda temporada, vou publicar um capítulo aqui avisando, quem quiser ler a segunda, não remova a fic dos acompanhamentos pra serem avisados.
Obrigado ao que sobreviveram até aqui, espero vê-los em breve.



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