Mudanças Confusões da Mente escrita por Nathy Oliveira


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Jusé, eu gosto de capitulos com nome grande!

"Capítulo 16 - Uma Pessoa, Um Pedido e Uma Guerra Interna"

Aí está, o verdadeiro capítulo 16!



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“- Hinata-sama? Seu pai ordena que siga até as escadas, onde encontrará seu par.

- Hai Kin, domo arigato.

É agora... Quem será o escolhido?”

 

Hinata saía de seu quarto, andando lentamente. Seu longo vestido atrapalhava um pouco, porém, o fato de usar sapatilhas baixas ajudava. A jovem Hyuuga estava linda, linda como uma princesa. Sua pele alva contrastava com sua maquiagem, e seu vestido simples, porém bonito, lhe dava um ar de elegância.

Era estranho, mas Hinata não estava mais nervosa... Era como se sua ansiedade tivesse desaparecido, ou sido esquecida no quarto.

A cada passo que dava, sua vontade de ver seu parceiro aumentava.

Na sala, agora transformada em salão, todos ouviam seus passos, e esperavam atentamente a aparição de Hyuuga Hinata e seu parceiro desconhecido.

 

Neji, com medo do que seu tio planejava, não esperara na escada como ordenado, esperara um pouco antes.

Depois de alguns minutos, começou a ouvir passos. Talvez devesse ser Hinata indo em direção a seu parceiro, talvez ela já até estivesse com ele. Mas, o que ele, Hyuuga Neji, estaria fazendo ali, então?

 

Hinata, após alguns poucos minutos, chegara bem próximo da escada. Esperava ver um Hyuuga Souke ali, porém, encontrara parado perto da escada a pessoa que desejara ter convidado: Hyuuga Neji.

Aproximou-se lentamente e, tocando em seu braço direito, aproximou seu rosto do ouvido de seu primo, e disse:

- Onii-san... Por acaso viu algum Souke por aqui?

Neji, ao sentir sua prima tão perto, assustou-se. Acalmou-se logo em seguida ao vê-la. Ela estava simplesmente perfeita!

Diferente dos outros dias, Hinata usava agora um perfume doce, que Neji sentira uma única vez em toda a sua vida. O perfume que sua tia, mãe de Hinata, usava.

- Erh, desculpe, não entendi...

- Viu algum Souke por aqui?

- Não... O único aqui sou eu... Estranhei a princípio... Porém, seu pai ordenou claramente que eu ficasse aqui... Pelo menos foi o que Kin me disse.

- Então...

Hinata não acreditava... Será que seu pai sabia de seus sentimentos por Neji? Só podia ser isso... Porque, para ele ter feito o que fez... Hinata não conseguia conter seu sorriso de felicidade. Sabia que isso poderia trazer problemas a seu pai, mas sabia também que seria eternamente grata a ele.

- Então...?

- Então, deduzo que você, Hyuuga Neji, é meu parceiro!

Hinata sorria enquanto dizia isso. Neji achara estranho... Será que Hiashi descobrira algo? Porém, não era a hora certa para isso. Era hora de acompanhar Hinata para o salão, afinal, todos a esperavam. Neji , naquele instante, prometera a si mesmo perguntar a seu tio, depois da festa, o porquê disso.

 Pegou Hinata delicadamente pela mão, e levou-a em direção a escada.

Ao verem Neji acompanhando Hinata, todos ficaram pasmos. Todos, principalmente os conselheiros.

Por todo o “salão” se ouviam comentários... Desde os mais inocentes, aos mais maldosos e cruéis.

- Onii-san... – sussurrou Hinata – acho que os conselheiros não gostaram muito de nos ver juntos...

- Sinceramente não me importo. Amo você, e quero que todos saibam disso, nem que seja subliminarmente. – sussurrou Neji, também.

Hinata, diante da atitude do primo, limitara-se a apenas sorrir.

Desceram as escadas, de forma digna de um rei e uma rainha. Hinata, afastando-se de Neji, cumprimentou a todos, recebendo muitos abraços e beijos.

O mais entusiasmado foi Kiba, que, quando viu Hinata e Neji fez uma cara muito feia, mas quando viu Hinata se separando dele, só faltou gritar de felicidade. De todos, foi o que mais demorou abraçando Hinata... Parecia que tinha passado super cola em seu corpo, porque não queria de jeito nenhum soltar a Hyuuga, o que fez com que mais comentários maldosos fossem ditos.

Após essa sessão de abraços, beijos, cumprimentos, risadas e etc, foi iniciada a cerimônia. Hinata recebeu os presentes de seus amigos, as recomendações e “bênçãos” dos conselheiros, um grande abraço de seu pai e sua irmã e, finalmente, foi para o centro do salão para a hora da valsa.

Um pouco ao fundo, um dos rapazes contratados para ser garçom ligou o som, e, pouco a pouco a música fluía pelo lugar. Primeiro Hinata deveria dançar com seu pai, que se revelou um exímio dançarino.

Logo em seguida, houve a valsa das trocas, onde ela começou dançando com Neji (pra infelicidade de Kiba), e de tempos em tempos ela mudava de par, até ter dançado com todos os rapazes.

Por último, dançou apenas com Neji, que estava ali na condição de seu par, e representante de seu tio, já falecido, Hyuuga Hizashi.

Nesta última dança, todos pararam para observar como os dois formavam um belo casal. Combinavam, eram felizes um com o outro (embora alguns jurassem que eles se odiavam), dançavam bem... Enfim, eram um casal perfeito.

Pelo menos, era o que alguns achavam.

Toda esta história desagradava muito ao conselho. Eles acreditavam que Hiashi queria unificar o clã, para destruir o poder de decisão deles. A última coisa que permitiriam é que Neji e Hinata se unissem, a menos que fosse dentro das regras do clã, onde não poderiam interferir.

Passada toda a festa, depois de muito dançar... Chegou a hora de todos irem pra suas casas. Hinata despedia-se acaloradamente de todos, e, enquanto iam, entregava uma singela lembrança.

Depois de todos terem se retirado, sobrando na sala apenas Neji, Hinata, Hiashi, Hanabi e os empregados, Hinata jogou-se no sofá e fechou seus olhos, tentando absorver todas as informações do dia.

- Hinata, Neji, Hanabi... Vou tomar um banho e ir me deitar, estou muito cansado. Por favor, não durmam tarde.

- Hai... Oyasumi nasai... – disseram os três em uníssono.

Hiashi retirou-se, andando lentamente e resmungando de dor.

- Hina-onee-san... O tou-san está ficando velho né? Ele nem agüenta mais uma festinha... – Hanabi ria enquanto falava.

- Bom Hina-chan, pense assim, ele está a anos liderando este clã... É natural que esteja ficando cansado.

- É verdade... Ei, onee-san... Quando será que você vai assumir o clã? Hein, hein?

- Ei onee-chan... Falta muito... Pelo que sei, devo me casar primeiro, e assumir o clã aos dezoito anos.

- Hum... Que pena... Queria que você o assumisse ano que vem, assim o tou-san poderia descansar... Bom, acho que vou dormir. Oyasumi nasai para os dois.

E Hanabi seguiu em direção a seu quarto, pulando de tanta felicidade.

- Hinata-sama... Creio que ainda não lhe dei seu presente... Pode me seguir até meu quarto, onde o guardei?

- O que está planejando, onii-san? – Hinata estava desconfiada... Porque ele queria que ela fosse com ele até o quarto?

- Na realidade nada. Bem que poderia trancá-la em meu quarto e liberá-la apenas pela manhã... mas...

Neji parara de falar ao ver a expressão de espanto de Hinata. Pretendia apenas fazer uma brincadeira, e não assustá-la daquele jeito.

- Ei, acalme-se Hinata-sama, estou apenas brincando. Quero que vá comigo ao quarto porque não quero chamar a atenção de ninguém. É um presente especial, só isso.

- Ai onii-san bobo! Você me assustou! Humpf.

- Desculpe-me... Então, podemos ir?

- Hai, vamos sim... Mas...

- Mas o que?

- Meus pés estão doendo... Não sei se conseguirei andar...

- Bom, então, eu lhe carrego.

Neji, com toda a delicadeza de que era capaz de acumular, pegou Hinata no colo, como um bebê, e levou-a até seu quarto, onde a sentou na cama e foi até o guarda-roupa buscar o presente.

Hinata nunca havia estado ali antes... Embora conhecesse todos os quartos da casa, desde que Neji havia se instalado ali, não entrara mais no quarto.

Estava pintado num tom de azul claro, quase que branco. Havia uma cama simples de casal, com lençóis claros e um edredom preto. Ao lado da cama havia um criado mudo com alguns papéis e algumas fotos soltas. Se Neji não estivesse lá, com certeza Hinata olharia aquelas fotos uma por uma!

Quando Hinata menos esperava, Neji já estava de volta, na sua frente, com as mãos nas costas.

- Ei, onii-san, porque não me mostra o presente ao invés de escondê-lo?

- Erh... Bem... Hinata-sama, quer namorar comigo?

Neji havia se colocado de joelhos em frente a Hinata e esticado-lhe a mão direita, que segurava um pequeno estojo preto aberto, onde estavam duas pequenas alianças, de prata pura.

- Onii...san...

- Se não quiser, entenderei... Mas... Se me perdoa... Foi difícil escolher uma data para pedir-lhe em namoro e... O dia de hoje já está marcado nas alianças...

Neji estava sem graça... Sentia-se um completo idiota.

- Onii-san, isso pode nos trazer problemas mas... Eu aceito!

- Bom... Então perdoe-me por importuná.... PERAE! Você aceitou?!?

- Hai. E se não colocar essa aliança no meu dedo, talvez eu mude de idéia.

Hinata estava achando tudo aquilo muito divertido... Imaginava aquela cena da seguinte forma:

Vestido de debutante: R$95,00

Aliança de prata: R$100,00

Ver o Neji com cara de bobo e sem ação: Não tem preço.

Existem coisas na vida que o dinheiro não compra. Para todas as outras, existe Mastercard.

Bom, era mais ou menos assim que ela imaginava.

 

Neji, completamente sem ação e feliz demais, colocou a aliança no dedo de sua prima, dando um beijo em cima, logo em seguida.

Hinata, ao ver aquela cena, escorregou até o chão, ficando de frente para Neji.

Lentamente ela fechou os olhos e aproximou-se de Neji, beijando-lhe, e derrubando-lhe no chão, deixando-os numa posição um tanto quanto caliente.

- Erh... Hinata-sama... Melhor irmos dormir não?

- Você está certo... Estou muito cansada, e amanhã o dia será longo.

Hinata levantou-se, ajudando seu primo a levantar logo em seguida.

Neji acompanhou Hinata até o quarto dela, voltando para o seu logo em seguida.

 

No dia seguinte, Hiashi fora o primeiro a levantar. Como tinha certeza de que suas “crianças” estavam exaustas, achou melhor não acordá-las.

Passou a pensar em uma forma de unir Neji e Hinata, mas desistiu na mesma hora, ao vê-los descendo juntos para o desjejum, e ao notar uma pequena semelhança no dedo anelar direito dos dois.

Se aquilo era um sinal, Hiashi não sabia, mas que estava gostando muito daquilo, ah... isso ele estava!

 

- Ohayoo Neji... Ohayoo Hinata... Vejo que estão animados hoje.

- Ohayoo tou-san! Estou bem animada sim, afinal, sou jounin e já tenho quinze anos! Sou quase uma adulta.

Hinata estava realmente muito feliz... Mas não era exatamente por isso...

- E você Neji, porque está tão feliz?

- Bem Hiashi-sama... Acho que o senhor deve saber, antes de qualquer outro...

- Saber o quê? – Hiashi fez-se de desentendido. Obviamente ele já havia notado.

- Erh... Bem, isso pode até ir contra as regras do clã, e sei que corro um grande risco...

- Neji, por favor, vá direto ao ponto. Não tenho a manhã inteira.

- Hiashi-sama, sei que há anos atrás tive um pequeno desentendimento com a parte Souke do clã, em especial com Hinata-sama... Porém, de uns tempos pra cá, passei a admirá-la... Há alguns meses percebi que não se tratava de admiração, e sim amor. Amo sua filha mais do que qualquer outra coisa nesse mundo e, a pedi em namoro. Ela aceitou então, acredito que não há nada que o senhor possa fazer em relação a isso. Peço-lhe sua benção, se possível.

Hiashi, numa falsa tentativa de raiva, estreitou os olhos e passou a olhar Neji de forma cruel, embora estivesse escondendo um enorme sorriso.

- E porque acha que é o namorado ideal para minha filha? Existem tantos Soukes na idade certa para namorar, e até mesmo casar com minha filha. E, você é um Bunke... Além do mais, é primo dela.

- Bem, antes de assumir meus sentimentos, pensei em tudo isso. Sabia que era contra as regras... Mas, há alguns detalhes que antes passaram despercebidos, mas que agora fazem sentido. Pense comigo, meu tio. Quem melhor para cuidar de sua filha, do que aquele que tem como missão de vida protegê-la até da morte?

- Realmente faz sentido... – Hiashi estava quase gritando de felicidade. Quase não conseguia mais se conter, e Hinata o encarava com um olhar especulativo.

- De acordo com as regras, Hinata-sama deve casar-se com um Hyuuga, para manter o Byakugan. Bom, eu sou um Hyuuga. Obviamente, se algo acontecesse a ela, o que jamais acontecerá, ninguém seria capaz de roubar meu Byakugan, já que é selado. Manteríamos a linhagem, do jeito que deve ser.

- Sim... Observando as regras, você está inteiramente certo... Mas, há um detalhe que não conhece. Um detalhe que apenas eu, como líder, e os conselheiros conhecem. Você não pode ficar com Hinata. Vocês são primos e você é um bunke, enquanto ela é uma Souke.

- Pai, há algo que nem as regras são capazes de mudar. Amo Neji acima de tudo, e seria capaz de qualquer coisa para ficar com ele. Fugiria do clã se necessário. Não me importo com o fato de sermos primos, já que isso nunca importou a ninguém. E, em relação ao fato dele ser da família secundária... Bem, creio que o senhor é capaz de fazer algo por nós.

Hiashi sabia que aquilo tudo iria parar em suas mãos, mas não imaginava que seria Hinata a lhe passar a responsabilidade. Estava feliz pelo fato de Hinata ter amadurecido, e ainda mais pelo fato de ouvir de sua boca que ela amava Neji e o queria. Agora, mais do que nunca, batalharia por esses dois.

- Acredito então que eu não tenho escolhas... – disse Hiashi, fingindo estar desapontado. – Terei que entrar em reunião com o Conselho, e, sim, vocês dois têm a minha benção. Tomem cuidado, para que não façam mal à vocês. Tenho certeza de que essa notícia nos causará grandes dores de cabeça. Hinata, desejo falar a sós com Neji, se me permite. Por favor, peça a Kin que convoque os Conselheiros imediatamente.

- Hai, tou-san.

Hinata estava radiante. Fora tão fácil mesmo? Seu pai havia mesmo aceitado? Ela poderia mesmo ficar junto de Neji? Obviamente eles enfrentariam o conselho mas, com Hiashi junto deles, nada aconteceria.

Hinata saíra rapidamente dali, deixando seu pai e seu namorado à sós, enquanto corria e gritava por Kin, por toda a casa.

- Neji... Creio que deseja me perguntar algo, estou errado?

- Não, Hiashi-sama. Eu... bem, estranhei o fato de ter sido eu o parceiro de Hinata ontem a noite. Sei que foi o senhor que me escolheu, apenas não entendi o motivo.

- Neji, não sou tão tolo quanto aparento. Desde o início do ano tenho reparado que seus sentimentos por minha filha mudaram, mas não sabia exatamente quais eram. Desejava muito, para o bem de Hinata, que você gostasse dela, e ela de você. Eu o escolhi, porque percebi o quanto minha filha desejava poder ter escolhido você. Hanabi tem uma pequena parcela de culpa nessa história... Ela andou sondando Hinata e, reparou que havia algo entre vocês. Sei que se Hinata o tivesse escolhido, os conselheiros teriam impedido a cerimônia. Porém, quando te escolhi, não disse a ninguém. Hanabi era a única que sabia. Obviamente, o conselho não poderia fazer nada durante a cerimônia. Eles se esforçaram ao máximo para manter a aparência normal, mas, tenho certeza de que estavam loucos para me estrangular. Obviamente essa reunião de agora não será nem um pouco calma, mas... Talvez eu consiga contorná-los. Eles acreditam possuir um trunfo, que, eu espero que não possuam. Isso só o tempo me dirá.

- Trunfo?

- Sim... Eles temem a sua união com minha filha, porque temem a união do clã. No momento em que se casarem, o poder de decisão passa a você, por ser marido da líder, e a Hinata, por ser a líder. Se o poder é de vocês...

Hiashi fizera uma pausa, para ver se Neji acompanhava seu raciocínio. Obviamente ele já entendera onde Hiashi queria chegar.

- Se o poder é nosso, obviamente não há a necessidade de existir um conselho.

- O problema é que as regras são claras. Um bunke homem não pode se juntar há uma souke. Um souke pode ter concubinas bunkes. Há uma exceção a essa regra, em relação ao seu caso. Infelizmente não tenho permissão de te contar. E, deve acontecer naturalmente, senão, de acordo com as regras, o bunke deve ser torturado até a morte. Não desejo que isso lhe aconteça.

- Então... Devo ter muito cuidado.

- Exato. A princípio, gostaria que mostrasse indiretamente a seus amigos que você e Hinata estão juntos. Isso impediria, pelo menos por enquanto, que o conselho tentasse fazer algo com você.

Neji rira do pedido de seu tio. É claro que faria questão de mostrar a todos que Hinata era sua namorada. Mostraria a todos, principalmente a Kiba.

- Sim senhor.

- Acho que por enquanto é só, genro. - Hiashi ria enquanto pronunciava a frase. Além de tio de Neji, agora era também sogro? Essa história daria muito o que falar... Por séculos.

- Posso ir, Hiashi-sama? Desejo levar Hinata-sama a um passeio... Começar a pôr em prática o plano.

- Sim Neji, pode ir. Mas, lembre-se: Hinata não pode saber de nada do que foi dito aqui.

- Hai.

Neji levantou-se, e seguiu até seu quarto. Chegando lá, abriu seu guarda-roupa e ficou olhando, procurando algo para poder sair com Hinata.

 

 

Hiashi adentrou a sala de reunião, com uma expressão alegre. Os conselheiros o encaravam, com expressões indecifráveis.

- Bom dia. Como eu havia prometido antes da festa de minha filha, iremos discutir o futuro do clã.

- Antes, Hiashi, iremos discutir sobre a festa de ontem... – disse o conselheiro chefe.

- O que desejam falar a respeito da festa? – Hiashi se fazia de desentendido. Claro que sabia o que eles queriam falar, mas, era necessário preparar o terreno antes.

- Porque Hyuuga Neji foi escolhido como parceiro de nossa herdeira?

- Meu sobrinho foi escolhido pelo mesmo motivo dessa reunião. Foi escolhido visando a felicidade de minha filha.

- O que um tem haver com o outro? – perguntou o conselheiro de aparência mais jovem. Ele, provavelmente, deveria ter quase a mesma idade de Hinata, a julgar pela sua aparência.

- Minha filha ama Neji, e isso é algo com o qual ninguém aqui pode interferir. Neji também a ama, e, essa manhã, recebi a notícia de que os dois estão namorando. Não que isso seja do interesse de vocês, afinal, a decisão é deles.

- Claro que tudo isto já estava planejado por você, não é mesmo? – disse o conselheiro jovem, enquanto todos os demais conselheiros balançavam a cabeça em acordo.

- O que disse Kai? Acredita que eu tenha alguma ligação com essa história? Acha que fiz o que? Acha que eu utilizei algum tipo de jutsu do amor? Sabe muito bem que isso não é possível. Não interferi na decisão dos dois. Embora eu esteja feliz com a notícia, fiquei tão pasmo quanto vocês.

- Acho que esta não é a palavra certa a se usar Hiashi. Não estamos pasmos. Estamos irritados. Kai, em especial, porque de acordo com a decisão do conselho, ele deveria ser o par de Hinata, e ele deveria namorar e casar com a Hyuuga herdeira. Obviamente você deu um jeito de nos impedir.

- Não me preocupo com as decisões deste conselho. Preocupo-me sim, com a felicidade de minha filha. Ela só viu Kai algumas poucas vezes, acham mesmo que eu permitiria que eles ficassem juntos? – disse Hiashi, incrédulo.

- Sim, Hiashi. Você deveria pensar também em seu clã. O que acha que vai ganhar unindo Hinata com aquele bunke?

O estômago de Hiashi deu uma cambalhota ao ouvir o ancião-chefe falar de Neji dessa forma. Como eles podiam ser tão desprezíveis?

 - O que vou ganhar? Um sorriso de gratidão de ambos.

- Não Hiashi, resposta errada. Você vai ganhar a unificação do clã. Você sempre quis isso não é? Desde que Hizashi ainda era vivo, seu maior sonho sempre foi unir o clã, não é? O problema é que você não vai conseguir isso. Não tão facilmente.

- Bom, o conselho não poderá fazer nada nem a minha filha, nem a meu sobrinho. Não está na mão de vocês tomar alguma decisão. Isso é responsabilidade do líder.

- Acredite nisso que é bacana. – disse Kai, sarcasticamente.

- Bom, vim aqui apenas informar a vocês sobre o namoro dos dois.

- Sabe muito bem que eles não podem se casar, não sabe? – perguntou o conselheiro chefe, com um meio sorriso em seus lábios.

- Sim, sei. E sei também qual é a exceção a essa regra. – retrucou Hiashi, com desinteresse.

- Por acaso pretende forçá-los a algo? Ou tem em mente a morte de seu querido sobrinho?

- Nem um, nem outro. Vou deixar que o tempo cuide disso. Tenho mais dois anos e meio pela frente. – disse Hiashi, com um sorriso triunfante.

- Isso é o que veremos. – resmungou Kai.

- Bom, se me permitem, tenho um clã para liderar. Com licença.

Hiashi se retirou da sala e, pela segunda vez consecutiva, deixando os conselheiros em polvorosa.

- O que pretende fazer Kai? – perguntou um dos conselheiros. – Sei muito bem que tem algo em mente.

- Ele acha que aquele bunkezinho vai engravidar a filha dele entre esses dois anos, certo? Mas, o que ele faria se outro Hyuuga fizesse esse serviço? – respondeu Kai, com malícia.

- Kai, você me orgulha. Não há Hyuuga melhor que você para esse serviço. Mas, tome cuidado. Hiashi vai estar muito mais atento agora... Não só ele, como aquele Neji também. – disse o conselheiro chefe.

- Sim, meu pai. Tomarei todas as precauções. Antes do que vocês imaginam, aquela garota vai estar carregando um filho meu.

Os conselheiros sorriram da forma mais macabra possível, comemorando sua “vitória”.

Aos poucos, os conselheiros se retiraram da sala. Kai, tendo sido o último a sair, decidiu iniciar seu plano.

 

 

Hinata e Neji estavam andando pelas ruas de Konoha, de mãos dadas. Por onde passavam, as pessoas os encaravam.

Neji, colocando o plano de seu tio em ação, seguiu com Hinata até a área de treino. Ele queria esfregar na cara de Kiba que Hinata era sua.

Quando chegaram na área, se assustaram ao ver Shino sentado no chão, apoiado em uma árvore, tendo Isuzu deitada em suas pernas. Assustaram-se ainda mais ao perceber que apenas Shino e Sakura não estranharam o fato de estarem de mãos dadas.

- Ohayoo pra vocês! – disse Hinata, alegremente.

- Hina-chaaaan!!! Como está, minha flor? – disse Kiba, descendo de uma árvore e pulando para abraçar Hinata.

Ao chegar bem próximo dela, notou a que ela segurava a mão de Neji e então parou bruscamente, a alguns centímetros de distância dela, escorregando e caindo de bunda no chão.

Todos riram da cena, e Neji não conteve. Riu mais alto que todos, tendo que soltar a mão de Hinata para conseguir parar.

Todos pararam para observar Neji. Desde quando ele era assim, tão animado?

- Neji onii-san, respire... Não quer morrer por falta de ar, quer? – Hinata se divertia com aquilo tudo. Nunca vira seu primo rir tanto, e aquela cena era mesmo engraçada. Kiba estava caído no chão, com uma cara muito feia. Shino e Isuzu estavam alheios a tudo. Sakura conjecturava se ria de Kiba, ou se encarava Neji e Hinata. Naruto estava deitado no chão, se contorcendo de tanto rir de Kiba. Tenten e Lee riam de Kiba, porém prestavam atenção em Neji e Hinata. Neji estava sentado no chão, tentando se lembrar de como respirava.

Após alguns minutos, todos pararam de rir. Neji se levantou, com algumas pequenas lágrimas no canto de seus olhos.

Quando Neji estava novamente de pé e normal, Hinata pegou sua mão novamente, entrelaçando seus dedos com os dele.

A careta que Kiba fazia ficou ainda pior, se isso fosse possível.  

Neji conseguira exatamente o que queria. Queria exatamente essa reação de Kiba. Aliás, Kiba superou e muito suas expectativas. Neji não imaginava que seria tão fácil assim...

- Hina...cha...

- Hai, Kiba-kun? Algum problema? Você está com dor? – Hinata, embora estivesse adorando a reação de seus amigos, estava preocupada com Kiba. Será que ela havia ferido muito seus sentimentos? Talvez ela devesse lhe pedir desculpas... Neji ficaria muito, muito nervoso com isso, mas talvez fosse o certo a se fazer.

- Por...acaso...esse...Hyuuga...é...seu...cão...guia? – Kiba escolhera as melhores palavras, embora assim mesmo, elas não causaram o impacto que queria. Porque raios eles estavam de mãos dadas? Fora ordem de Hiashi?

- Não, Kiba-kun. Porque a pergunta?

Kiba limitou-se a apontar para as mãos deles, que estavam juntas.

Sakura não aguentou. Começou a rir novamente, atraindo o olhar de todos para si.

- Qual é a graça, testuda? – perguntou Kiba, visivelmente irritado.

Sakura pareceu ignorar a ofensa.

- Será que você é tão burro que não percebeu ainda Kiba? Até o Shino que nem chegou perto ainda já deve ter percebido.

- O que todo mundo percebeu que eu ainda não percebi? – disparou Kiba, olhando Shino, que mantinha sua expressão indiferente.

- Neji e Hinata estão namorando, ou pelo menos é isso o que qualquer um pode deduzir. Fato número um: Estão de mãos dadas.

- Mas e se ele a obriga a isso? – Kiba olhava seu colega de equipe furiosamente.

- Improvável. Quando Neji se levantou, Hinata pegou sua mão, e não o contrário. Você a conhece, e sabe identificar em sua expressão quando ela não está contente. Olhe pra ela, me diga o que vê.

Kiba olhou de Shino para Hinata, e sua expressão era de preocupação, e felicidade. Tá, hipótese descartada.

- Fato número dois: Os dois possuem um mesmo detalhe na mão direita. Os dois têm em seu dedo anelar uma aliança. Quer prova mais concreta que essa? Mas, de qualquer forma, é apenas uma dedução. Pra saber realmente o que se é, nada melhor do que recorrer direto à fonte.

Kiba entendeu o que Shino quis dizer, e olhou para Hinata, com o olhar suplicante.

- Hina-chan... Vocês estão... – ele não foi capaz de terminar a frase. A dor em sua voz era evidente.

- Hai, Kiba-kun. Estamos namorando. – enquanto Hinata falava, Neji sorria de forma vitoriosa.

- Mas... É por causa do clã, né? Quer dizer... Você está sendo obrigada a isso, não é?

Os demais ninjas, vendo que aquilo não teria futuro, voltaram a seus afazeres.

- Não, Kiba-kun. Estamos namorando porque nos amamos.

A expressão de Kiba era de dar dó. Era algo entre a dor, o sofrimento e a raiva.

- Kiba-kun... Não está com raiva de mim... Está? – a voz de Hinata era calma, mas demonstrava preocupação.

- Não, Hina-chan. Não estou com raiva. – Kiba parou de olhar para Hinata e passou a olhar Neji, com a expressão fria. – Quero que saiba Hyuuga, que não me importa se ela gosta de você ou não. Se a fizer sofrer, vai se ver comigo. E, fique esperto. Eu estarei lutando pelo amor dela... No momento em que a deixar só, pode perdê-la.

- Kiba-kun! EU NÃO SOU UM OBJETO! Não fale de mim dessa forma!

- Ma-mas... Hina-chan...

- Eu estou junto do Neji porque o amo, e não vou deixá-lo. Eu não sou nenhum tipo de troféu pelo qual vocês devem batalhar. Que fique bem claro.

A discussão havia acabado... Porém, um ninja que não fazia parte daquele grupo, sorria. Algo naquela discussão o havia alegrado.

 

Neji e Hinata voltavam ao clã, com Hinata visivelmente irritada. Toda aquela história havia acabado com o humor dela, e Neji sentia-se culpado. Ao chegarem aos portões, Kai os esperava. Ou melhor, esperava Hinata.

- Boa tarde, Hinata-sama. A senhorita poderia me acompanhar, por favor?

- Hai... Mas, algo aconteceu?

- Não. Eu apenas gostaria de levá-la a um piquenique, como representante do conselho.

- Um piquenique? – disse Neji, tentando entender o que havia por trás das palavras do souke.

- Sim. Pelo fato de Hinata-sama ter se graduado jounin, embora o conselho não acreditasse nessa possibilidade, decidimos nos redimir, oferecendo esse simples piquenique.

- Bom... Eu... aceito.

- Fico feliz em saber. Acompanhe-me, por favor.

Kai sorria calmamente, e delicadamente esticou sua mão, de forma que Hinata pudesse segurá-la.

- Erh... Kai-san... Se não se importa, eu gostaria de me manter ao lado de meu namorado.

- Não, não me importo... Acontece que, pelas regras do clã, ele não pode ir.

- Divisão de Famílias? – disse Hinata, fazendo biquinho.

- Sim. Perdoe-me por isso. Se eu pudesse, mudaria isso.

- Tudo bem... – disse Hinata, virando-se para Neji, logo em seguida. – Importa-se, onii-san?

- Não precisa pedir minha autorização. Se quiser ir, vá. Estarei em meu quarto.

- Hai.

Hinata levantou-se, colocando-se na ponta dos pés, e beijou Neji, de forma rápida e apaixonada, causando náuseas em Kai.

Neji soltou a mão de Hinata, e logo em seguida prendeu uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. Virou-se, e seguiu em direção a entrada da mansão.

Hinata, ainda sem-graça por causa da situação, olhou para Kai, que logo em seguida virou-se e seguiu em direção aos jardins da mansão.

Após alguns minutos de caminhada, chegaram a uma área aberta, onde estavam colocados alguns itens, como um pano, com o símbolo do clã bordado, uma cesta com frutas, uma jarra de suco e etc.

Kai guiou Hinata até o pano, onde indicou para que ela se sentasse. Hinata se sentou e esperou que Kai falasse algo.

Não lhe agradava nem um pouco que Neji não estivesse ali.

- Então, Hinata-sama... Como se sente, sendo capaz de herdar o clã?

- Bem, sinto-me feliz. Ainda mais porque tenho Neji a meu lado.

- Acha mesmo que ele é o melhor para você?

Aquela conversa estava tomando um rumo desagradável para Hinata, que fez uma careta diante da pergunta de Kai.

- Perdoe-me se minha pergunta a aborreceu. Infelizmente tenho que perguntar, estando aqui apenas como representante do conselho.

- Entendo... Mas... Eu acredito sim que o onii-san é a melhor pessoa para mim. Eu sei que as regras dizem claramente que não, mas, eu o amo. Não posso mudar isso.

- Compreendo... Aceita um suco? – disse Kai, indicando a jarra.

- Hai, por favor.

Kai, com toda elegância de um Hyuuga, ajoelhou-se, pegando um copo rosa e colocando suco no mesmo. Hinata observou o copo por um momento, e percebeu que o suco, ao ser colocado no copo, mudou de cor.

Kai esticou o copo para Hinata, que o pegou e encarou por um momento.

- Esse sabor não lhe agrada?

- Não... não é isso. Devo estar ficando louca.

Kai achara engraçada a atitude de Hinata e rira, de forma bem diferente de Neji, quando este vira Kiba cair.

Hinata bebia o suco calmamente, enquanto Kai apenas observava.

- Por acaso a senhorita já visitou o escritório da Hokage, Hinata-sama?

- Oh, não... Esqueci completamente... Talvez eu vá mais tarde...

- Deseja que eu lhe acompanhe?

- Não será necessário. Neji irá comigo.

Kai fez uma careta ao ouvir o nome de Neji. Hinata fingiu não perceber.

 

Após mais alguns minutos de conversa, sobre coisas desinteressantes, como por exemplo a personalidade de alguns shinobis, Hinata começou a sentir-se sonolenta, embora não entendesse o motivo.

Não estava acordada a muito tempo, e nem era tão tarde assim...

Será que Kai havia colocado sonífero em seu suco?

De repente, sentiu-se ser carregada.

Ouviu algumas vozes... Pessoas gritando... Não conseguia identificar.

Quando se deu conta, não conseguia pensar em mais nada. Kai havia realmente colocado sonífero em seu suco.

 

 

Neji estava sentado no sofá, esperando que aquele piquenique terminasse. Será que aquilo era um plano do conselho para separá-los? Neji tinha certeza de que sim. Mas, porque logo Kai? Porque logo o filho do conselheiro chefe?

A resposta era óbvia. Ele era um souke. Forçariam Hinata a casar-se com ele, assim o conselho teria duplo poder de decisão. Kai, como esposo, teria plenos poderes dentro do clã e, obviamente, não permitiria a extinção do conselho, onde seu pai era o líder e, futuramente, ele seria.

Por um momento Neji havia cogitado a hipótese de arruinar o piquenique, mas sabia que fazendo isso, iria prejudicar seu tio. Decidiu continuar sentado, esperando que Hinata aparecesse.

Depois de quase uma hora esperando, Kai apareceu com Hinata nos braços. Neji imediatamente correu para pegá-la.

- O que pensa que esta fazendo, Hyuuga secundário? – disse Kai, com raiva.

- Estou pegando minha namorada. O que aconteceu com ela? – retrucou Neji, mantendo a voz baixa.

- Nada. Ela adormeceu e eu vou levá-la até seu quarto. – A cada instante que passava, Kai aumentava ainda mais seu tom de voz.

- Deixe que eu faça isso.

- NÃO! COMO OUSA? ESTÁ CONTRARIANDO AS REGRAS DO CLÃ?

- Do que está falando?

- NÃO TOQUE NESSA GAROTA!

Neji, não entendendo nada e vendo que Kin se aproximava, correu o mais rápido que pôde para seu quarto.

Ouviu o clique da porta de Hinata se abrindo... Outro clique da porta fechando... E então, silêncio.

Neji ficara em seu quarto por muito tempo... Esperava em silêncio por outro clique, que significaria a saída de Kai do quarto. Esperou... e esperou, e não ouviu o som. Algo de muito estranho estava acontecendo. Decidiu então, ir até o quarto de Hinata para verificar.

 

 

Kai, ao notar que seu plano de afastar Neji dera certo, correra com Hinata no colo até quarto. Abrira a porta, entrara no quarto, e logo em seguida fechara a porta.

Colocou Hinata na cama, e foi até o guarda-roupa da garota, onde facilmente encontrou uma camisola de seda, que ela provavelmente ganhara em seu último aniversário, pois na etiqueta estava escrito “Com amor, Hanabi”

A camisola era bem pequena, preta e muito rendada. Provavelmente uma lingerie. Para o que Kai planejava, era perfeita.

Lentamente ele seguiu até a cama, onde Hinata estava adormecida e, com cuidado, abriu o zíper da blusa dela.

Fitou por um momento o corpo de Hinata. Por baixo da blusa, ela usava uma camiseta de algum tipo de tecido fino, que deixava bem à mostra suas belas curvas. Kai balançou sua cabeça, como se tentasse se concentrar.

Continuou a olhar para o corpo da Hyuuga e notou que, diferente de todas as outras vezes em que a viu, ela não usava calças, e sim uma longa saia rodada e preta. Facilmente localizou o zíper na lateral esquerda e o abaixou, com todo cuidado.

Delicadamente puxou a saia de Hinata para baixo, deixando-a seminua. Notou que suas coxas, embora não muito grandes, eram lindas. Brancas e perfeitas. Para não ter problemas com sua concentração de novo, começou a colocar a camisola de Hinata, passando-a primeiro pelas pernas. Quando chegou à cintura de Hinata, um som o interrompeu. Era a porta abrindo.

Desesperado, olhou para ver quem estava entrando.

 

 

Neji estava estranhando demais não ter ouvido o som de Kai saindo do quarto. Foi até o quarto de Hinata para verificar. Abrindo a porta, viu uma cena não muito agradável...

Kai estava ao lado de Hinata, com uma expressão assustada. A blusa de Hinata estava aberta e sua saia estava jogada no chão. Havia uma roupa preta parada nas coxas de Hinata, ou seja, Kai estava tentando tirar sua roupa.

Neji não pensou das vezes. Correu na direção de Kai, atingindo um soco em seu estômago. Kai, assustado ainda, caiu no chão, cuspindo sangue. Neji, temendo ser acusado de ter feito isso, começou a gritar.

- HIASHI-SAMAA! HANABI-CHAN! KIN!

Nem dois minutos depois, Hanabi e Hiashi já estavam no quarto.

Hanabi, embora soubesse que não era o momento adequado para isso, sorriu, ao ver a cena.

Hiashi estava pasmo. O que acontecera ali? Porque sua filha estava seminua? Porque Kai estava caído no chão?

- O que aconteceu aqui?

Quando Neji ameaçou começar a falar, Kai levantou a mão.

- Diga Kai.

- Se..nhor..

- Kai, diga logo.

- Este... Hyuuga... Tentou... Estuprar sua filha. Eu... tentei... impedir... mas... Ele foi...mais... forte. – logo em seguida Kai desmaiou, ou fingiu que desmaiou.

- Neji, você fez isso? – a expressão de Hiashi era de descrença.

- Não, Hiashi-sama... mas...

- Sem “mas”. Vá para seu quarto agora. Hanabi, mande o conselheiro chefe vir buscar Kai.

- Hai, tou-san.

Hiashi seguiu até a cama de Hinata, driblando o corpo inerte de Kai. Ao chegar perto de sua filha, notou que seus sinais vitais estavam baixos. Ela com certeza havia sido drogada. Será mesmo que Neji havia feito isso? Se ele queria algo, seria fácil conseguir, não haveria a necessidade de drogá-la! E, o que Kai estava fazendo ali? Afinal, ele não morava naquela parte da mansão. Será que isso era parte do plano do conselho?

A resposta era simples, e óbvia. Sim. Aquilo era parte do plano do conselho.

Mas, até que Hiashi descobrisse exatamente qual era, ele iria fingir estar com raiva de seu sobrinho.

Muito tempo se passou, e Hanabi não voltou com o conselheiro chefe.

Hiashi, decidindo averiguar aquilo, pegou Kai no colo e seguiu até a casa do conselheiro chefe.

 

Neji ainda estava trancado em seu quarto. Estava jogado em sua cama, desesperado. Como Hiashi poderia ter desconfiado dele?

Estava tão perdido em pensamentos que nem reparou que alguém entrou em seu quarto.

Hanabi andava na ponta do pé, tentando não assustar seu primo.

- Neji-san? Sei que é falta de educação entrar no quarto de um homem sem autorização mas... Bem, tenho algo que pode te ajudar! – Hanabi sorria de forma muito infantil.

- Oh, desculpe Hanabi-sama, o que disse?

- Eu disse que tenho uma coisa que pode te ajudar! Eu sei que não foi você que fez aquilo com a onee-san... Sei muito bem que foi um plano daqueles velhos. Há muito tempo já que eles estão tentando juntar a onee-san com aquele idiota do cabelo branco. Então, eu ouvi que ele planejava algo pra fazer nesse piquenique, e fiquei esperta. Quando ele entrou com a onee-san, eu roubei isso.

Hanabi sorria triunfante, como se tivesse acabado de ganhar as olimpíadas. Carregava em sua mão um copo rosa, com restos de suco.

- O que é isso?

- Dãr... É suco!

- Que é suco eu sei. Mas, porque me deu isso?

- Ah... Bem, foi isso que aquele idiota deu pra minha onee-san beber. Se ele a drogou, isso aqui pode provar!

- Hanabi-sama, você é uma gênio!

- Eu sei. Mas, tenho uma condição para te ajudar.

- Qual?

- Eu quero te ajudar a incriminar aquele idiota.

- Claro! Vamos até o escritório de Tsunade-sama, ela pode nos ajudar.

- Haaai!

Hanabi e Neji saíram então, sorridentes e animados. Neji provaria a Hiashi que a culpa não era sua.

 

Hiashi chegou com Kai na parte em que ele morava, e o colocou no sofá. Logo em seguida o conselheiro chefe apareceu.

- Hiashi, que surpresa vê-lo nessa parte da mansão. O que o traz aqui?

- Raido, esqueça as formalidades. Quero saber o que aconteceu.

- Hiashi, eu que desejo saber isso. Meu filho sai a meu comando para levar sua filha a um piquenique e agora volta nesse estado? Eu que devo perguntar o que aconteceu.

- Isso não vem ao caso. Só digo uma coisa, se interferir no namoro de minha filha, sofrerá as consequências.

- Pa...pai...aquele...Hyuuga... – Kai tentava falar algo, mas sua voz saía muito baixa e fraca. Enquanto falava, Kai apontava para a própria barriga.

- Hiashi... Aquele seu sobrinho bateu em meu filho? – Raido olhava para Hiashi incrédulo.

- Sim. E é exatamente por isso que estou aqui. Quero saber o porque.

- Oras, pergunte ao Neji!

- Não é necessário. O que quero saber é o que seu filho estava fazendo na minha parte da mansão.

- Isso não é de seu interesse! Saia daqui imediatamente! Desejo cuidar de meu filho!

Raido estava visivelmente preocupado. O que será que ele estava tentando esconder?

- Vou sair sim, Raido. Mas, se eu descobrir que você tem culpa nessa história, não medirei esforços para que pague pelo seu erro.

- Suma daqui! Mayu! Ligue para a Hokage imediatamente! Saia Hiashi, não quero usar a força com você!

Hiashi saiu, sabendo que, naquele instante, uma guerra se iniciava.


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