Say You Miss Me escrita por Downpour


Capítulo 4
Parte IV - Dead Leaves


Notas iniciais do capítulo

Olá ♥
Quero agradecer quem comentou nos capítulos anteriores, fico muito feliz em saber a opinião de vocês sobre o andamento da fanfic ♥
Este capítulo é mais voltado para a vida da Young-Hee anos depois do intercâmbio, e tem uma surpresa no final ksks
Eu realmente ia escolher uma foto bem mais bonita do Jin, mas eu amo fotos de alguns k-idols saindo de aeroportos, desculpa lsksks ♥
Boa leitura!



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Bangtan Boys - Jin

Parte IV- Dead Leaves

 

“Como aquelas folhas que caíram e estão voando

Meu amor está em colapso, sem força

Seu coração apenas continua se afastando”



Assim que a luz entrou pela janela do quarto ela acordou, debruçou-se no travesseiro observando o rapaz que dormia serenamente ao seu lado. Suspirou desviando o olhar, tanta coisa tinha acontecido em todo aquele tempo, ela mal imaginaria que chegaria até aquele ponto. Enrolou-se com um edredom e afastou um pouco as cortinas da janela do quarto, a fim de observar o movimento das ruas de Nova Iorque, as pessoas passavam pelas ruas apressadas querendo chegar logo no trabalho. Não era muito diferente dos adultos da Coréia, era como se trabalho e faculdade fossem as únicas coisas que passassem em suas cabeças, e ninguém pudesse sequer viver direito.

Afastou-se da janela e dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho. Assim que saiu do banho vestiu uma blusa de manga longa cinza e uma calça preta, observou o namorador roncar sem dar sequer um sinal de que fosse acordar por tão cedo, deu de ombros se dirigindo para a cozinha. Perguntou-se mentalmente se o amor era realmente assim, se era comum um relacionamento esfriar tanto a ponto de ela não sentir nada, nem mesmo ele. Era como se estivessem presos a algumas palavras, e esperassem pelo momento certo para irem embora e seguirem seus caminhos. Isso a entristecia, porque, afinal das contas tinha depositado muita esperança naquele namoro.

Além de todos aqueles problemas, tinha certeza de que em um futuro próximo teriam que sair dali, seu namorado parecia não dar conta de pagar o aluguel e não queria que ela ajudasse. Ambos mentiam um para o outro todas as manhãs,

Distraiu-se enquanto cozinhava seu café da manhã, o barulho do trânsito da cidade grande fazia com que ela acordasse cedo e se sentisse na necessidade de fazer alguma coisa, mesmo que fosse em uma manhã de domingo. O script que ela tinha lido a noite inteira ainda estava jogado no sofá, enquanto a televisão estava ligada num som baixo passando as notícias recentes.

— Aish, esqueci de comprar leite. —  resmungou procurando por sua carteira pelo sofá, assim que a encontrou saiu silenciosamente do apartamento para não despertar Gabe que dormia no quarto ao lado.

Desde que ela tinha conseguido sair da casa de seus pais para tentar um intercâmbio nos Estados Unidos muito tempo já tinha se passado, teve sorte de seus estudos terem fluído bem e logo que completou a maioridade pode conseguir o visto. Não precisava mais voltar para a Coréia, e agora era livre para seguir seus sonhos. Apesar de não ter muitos amigos e ter um namorado que não parecia ser realmente um namorado, ela estava bem perto de conquistar seus sonhos. Depois de várias audições cansativas YoungHee tinha conseguido, por fim, um papel em um filme, estava dando o seu melhor para poder ser reconhecida e ter outras oportunidades de atuar e ir muito além de uma simples personagem coadjuvante.

Inicialmente a garota sofreu um choque cultural, não estava acostumada a comer de garfo e faca e a ter panquecas no café da manhã. Os americanos falavam muito rápido, fazendo com que ela se irritasse por não conseguir entender tudo o que eles falavam.

Apesar de tudo, depois de um bom tempo convivendo ela se adaptou relativamente bem com aquela nova cultura.

— Aigoo, eu não entendo nada do quê eles falam. Toda vez isso acontece —  ouviu alguém resmungando em um idioma diferente que ela logo identificou surpresa, coreano. — Não acredito que consegui me perder dos hyungs.

— Olá, precisa de ajuda? — disse para a pessoa de costas com um sorriso agradável, assim que a pessoa se virou deparou-se com um garoto coreano de cabelo tigelinha castanho com uma careta triste engraçada.

— Ahn? — disse ainda confuso.

— Precisa de ajuda? — repetiu com seu sotaque coreano fazendo o garota arregalar os olhos e bater palmas dramaticamente.

— Você fala minha língua! —  ele exclamou pulando de felicidade no meio do mercado fazendo com que a garota olhasse para os lados envergonhada. — Eu estava correndo de algumas fãs meio malucas e vim me esconder aqui, só que me perdi dos meus hyungs, por favor me ajude.

A garota deu risada do desespero do garoto.

— Acalme-se, eles não devem estar muito longe. — disse com um sorriso procurando tranquilizar o garoto.

— Aigo, eu deveria ter estudado mais inglês, não entendo nada do que eles dizem. — ele fez uma careta parecendo uma criancinha o que fez a garota dar risada.

— Calma, é normal. — disse ainda rindo do garoto que fazia caras e bocas estranhas ao se expressar

— Você é uma fã?

— Fã? — a garota perguntou erguendo a sobrancelha confusa enquanto segurava sua caixa de leite no meio do corredor do mercado, talvez nunca tenha passado tanta vergonha na sua vida, nunca se sabe quando um garoto vai começar a gritar em coreano no meio de um mercado onde as pessoas falam inglês…

— Oh sim, eu sou de um boy group da Coréia, J-Hope do Bangtan Boys! — o garoto fez uma pose estranha ao dizer o seu nome fazendo com que YoungHee risse de suas graças.

— Então temos de procurar pelo seu staff, ele deve estar louco atrás de você. —  disse para o ele que parou para analisar que todo aquele choro em coreano no mercado tinha sido desnecessário.

— Você tem razão. — disse coçando a nuca com vergonha de ter chamado tanta atenção.

— Jung Hoseok! — o idol quase pulou de alegria quando ouviu por fim a voz do staff o chamando — Já é a terceira vez que você se perde por aí.

— É que eu me distraí com a vitrine da loja de brinquedos. — Hoseok rebateu naturalmente. — Graças a noona eu conseguia te encontrar, thank you noona, você salvou a minha vida. — disse dramaticamente e em um inglês com um sotaque engraçado, fazendo com que YoungHee abafasse  risada com a mão;

— Por nada! —  disse ainda rindo.

— Agora temos que ir.

— Espero te encontrar novamente, noona do leite.

— Digo o mesmo J-Hope — ela disse imitando a pose que o coreano fez ao se apresentar.







[...]



Meses Depois





 Seu pai tinha morrido um ano depois que ela tinha saído de casa, apesar de tudo não sentiu-se culpada de nunca ter o visitado, embora soubesse que quando voltasse para seu país seria uma das primeiras coisas que ela teria de fazer para se sentir bem consigo mesma. A bebida por fim tinha acabado com ele, e com os pesadelos dela e de sua mãe. Apesar de ter um relacionamento ruim com o seu pai, quase sempre estava mantendo contato com sua mãe, às vezes o trabalho era cansativo demais e a garota esquecia de logar no skype, mas sempre dava o seu melhor para convencer sua mãe de que tudo aquilo tinha sim valido a pena, afinal ela podia viver seus sonhos agora.

Só não esperava estar em um avião indo para a Coréia, para encontrar sua mãe, no hospital. Assim que foi notificada por alguns familiares que sua mãe tinha passado mal e estava internada, pegou o primeiro avião para Seul desesperada para se encontrar com sua omma. Não estava exatamente confortável por estar de volta, mas a ideia de se reencontrar com sua mãe era bastante satisfatória.

Quando o avião pousou percebeu que estava fazendo muito frio, então fez o possível para chegar logo no apartamento que ela tinha comprado ali perto para caso um dia decidisse voltar. Sabia que seu namorado ficaria extremamente nervoso por ela abandona-lo dessa maneira, apesar de nenhum dos dois sentirem algo verdadeiro, ele tinha uma certa possessividade. Contudo, a única coisa que lhe importava era sua mãe.

— Você deveria avisar que iria voltar! — sua amiga, Kira, gritou quando ela atendeu o telefone — Não acredito que me deixou sozinha com essa montanha de scripts da faculdade.

— Fique tranquila, eu não pretendo demorar.

— Não amiga, fique o tempo que precisar, eu só não quero ter que resumir essa pilha de scripts mesmo. — a americana disse com um suspiro do outro lado da linha. — Caso você precise de ajuda eu pego o primeiro avião para Seul.

YoungHee deu um sorriso discreto de canto enquanto descia do táxi e pagava o taxista, sabia muito bem que sua amiga tinha outras intenções, como ir atrás de garotos coreanos. Deixou quieto, fingindo que não sabia o que a amiga insinuava e desligou a chamada enquanto subia no elevador de seu prédio. Raramente ia para a Coréia visitar seu apartamento, em uma época chegou a alugá-lo já que ela praticamente nunca o usava.

Assim que abriu a porta de seu apê e se deparou com tudo organizado como da última vez sorriu contente, retirou sua bota e se dirigiu para o banheiro afim de tomar um banho quente. Agradeceu mentalmente à diarista por ter arrumado a casa enquanto passava pelos cômodos limpos, não saberia o que seria sem ela. Não demorou muito no chuveiro, logo se enrolou numa toalha e abriu sua mala procurando algo quente para vestir.

Quando finalmente colocou um sobretudo azul marinho por cima de todas as blusas que ela tinha colocado e a calça jeans preta, calçou um tênis e saiu da casa com a mesma pressa que tinha entrado. O hospital não era muito longe, então resolveu ir andando.

Na entrada do local se deparou com alguns paparazzis e fãs na porta, franziu a testa estranhando e adentrou no lugar. Sentiu-se perdida, não costumava ir em hospitais sozinha porque sempre se perdia, ficou parada olhando para o movimento enquanto esperava alguma força do além lhe mostrar o caminho.

— Olá? Moça? — uma médica a parou no corredor a chamando a atenção.

YoungHee corou intensamente por ter parado no meio do corredor com cara de tacho.

— Oh, me desculpe por atrapalhar a passagem. — disse curvando a cabeça, ainda com vergonha.

— Não, não, você é a garota daquele filme? — a médica sorriu, com um sorriso diferente, que a outra certamente não esperava ver em seu rosto.

Ela abriu a boca e fechou, pensando em como responder aquela mulher. Sentiu-se extremamente feliz por alguém que não fosse americano saber da existência do filme, a felicidade foi tanta que ela não soube como se expressar.

— A senhora viu o filme?!

— Sim! Foi um filme maravilhoso…

— Oh, eu me sinto muito honrada por saber disso. — a garota não sabia aonde enfiar a cara, sorria de orelha a orelha, porque nunca imaginaria que seria reconhecida por aquele simples papel coadjuvante.

— Você tem muito dom, se me permite dizer, deveria arriscar uma audição. — a médica piscou.

— Muito obrigada. — a garota respondeu sorrindo como uma criança enquanto a moça de jaleco branco se despedia.

Com aquele mesmo sorriso bobo se dirigiu até o balcão e perguntou em que quarto sua mãe estava, quando recebeu as informações da atendente, tornou a olhar em volta perdida. Ela não sabia onde era o elevador. Com vergonha de perguntar para a atendente onde ficavam os elevadores, ela começou a zanzar pelo andar até se deparar com um enorme lance de escadas. Suspirou com um pouco de preguiça e começou a subir, lembrando-se que queria ver sua mãe logo.

Quando terminou de subir as escadas se deparou com um elevador ao lado, bufou e procurou pelo corredor dos quartos onde os pacientes ficavam. Depois de mais cinco minutos ainda perdida procurando pelo quarto que a atendente tinha lhe indicado ela o encontrou,a porta estava entreaberta como se alguém tivesse acabado de sair dali.

Omma! — ela exclamou como uma criança quando encontrou sua mãe com feições cansadas deitada na cama do hospital. — Me desculpa, é tudo minha culpa...Eu devia estar aqui…

A senhora Lee deu risada fraquinho e acariciou os cabelos desarrumados da filha, os  arrumando. Olha a garota, que agora já era uma mulher, com um brilho de orgulho nos olhos. Apesar de não ter apoiado ela em seus sonhos sua filha estava conseguindo, deslumbrante como sempre, sozinha, tinha aberto mão de tudo para isto. Tinha lutado contra seu pai, e tinha ganhado. Palavras não seriam suficiente para expressar o quão contente ela estava, então apenas abraçou a filha que disparou a chorar como uma criança em seus braços.

— Omma me desculpe — sussurrou escondendo seu rosto vermelho.

— Está tudo bem filha, estou contente por você e por sua coragem.

Aquela frase apenas fez com que a garota chorasse mais ainda, sem conseguir acreditar que depois de todo aquele tempo, finalmente  tinha ouvido o que ela queria ouvir toda a sua adolescência e infância.

Ouviu um barulho de passos porém não se importou, continuou com a cabeça afundada no ombro de sua mãe, pouco ligando se alguma enfermeira a visse chorando como uma criança.

— Me desculpe a demora Senhora Lee, aqui está a sua refeição, — uma voz masculina disse atrás de Young-Hee — acabei por trazer a bandeja no lugar da enfermeira.

— YoungHee,você se lembra do seu amigo? — sua mãe perguntou a cutucando com um sorriso de canto no rosto.

A garota secou suas lágrimas e franziu a testa, amigo? Não se lembrava de ter tido nenhum amigo na Coréia. Virou-se para a pessoas, ainda com o rosto vermelho e sentiu como se pudesse morrer ali naquele instante.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês não me matem por terminar esse capitulo dessa maneira ksks, quando escrevi essa parte e fui escrever a sequência tive um bloqueio criativo horrível ;-;
Já estou editando o próximo capítulo que é diferente dos outros, eu o postarei sábado depois do 12h pois é a data do aniversário do Jin ♥
Até o próximo capítulo ♥