Say You Miss Me escrita por Downpour


Capítulo 1
Parte I - Run


Notas iniciais do capítulo




Olá bolinhos ♥
Esta é a minha primeira fanfic com os meninos, sou nova no fandom e admito que tenho uma enorme vergonha de interagir com o fandom. Conheci os meninos em Junho e desde então me apaixonei logo de cara quando vi o MV de I Need U e Run. Fiz essa fanfic com o objetivo de enaltecer o meu bias, já que eu dificilmente encontrava fanfics com o Jin que não fosse yaoi hausha', quis representar da melhor maneira a personalidade amável dele e quem sabe arrastar vocês para essa vida sofrível e purpurinada de SeokJin Biased ♥
Era para eu ter publicado a fic quarta, mas como eu só vim postar hoje , está quarta (16/11) terá capítulo novo e a partir daí toda quarta-feira terá capítulo novo.
Boa leitura ♥



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Bangtan Boys - Jin

Say you Miss Me

Parte I - Run



“Você é o meu sol, minha primeira e única no mundo
Eu floresço por você, mas continuo sedento
É tarde demais, tarde demais. Eu não consigo viver sem você”




As cortinas vermelhas ainda não tinham sido abertas, uma garota de vestido rosado olhava a cada segundo pelas frestas da cortina olhando para a enorme quantidade de pessoas que estavam presentes ali. Engoliu em seco, não sabia que o teatro iria encher para uma simples adaptação em tributo a Shakespeare, estava mais do que nervosa e não sabia o que fazer. Uma mão pousou em seu ombro, a garota se virou assustada, mas logo sorriu tranquila. Kim SeokJin, seu melhor amigo de infância, apenas um simples sorriso do garoto fez com que ela se sentisse tranquila.

— Relaxe um pouco, — ele sorriu tentando disfarçar o rubor presente em seu rosto — você atua muito bem, não tem por quê se estressar.

A morena fez um bico com os lábios, fazendo com que seu amigo risse e afagasse carinhosamente seus cabelos. Um sorriso se formulou em seus lábios, a sensação de Jin mexer em seus cabelos era única e inexplicável. Se existia uma pessoa que conseguiria fazer com que ela sorrisse apesar das circunstâncias, era ele. O carinho que um sentia pelo o outro vinha da época de escola, YoungHee se lembrava perfeitamente do dia no jardim de infância em que SeokJin a defendeu de um grupinho de meninas. Não demorou muito para que ambos se tornassem amigos e seus pais se conhecessem, eram inseparáveis, apesar de terem seus grupos separados.

Agora no auge de seus quinze anos, os sentimentos pareciam aprofundar-se cada vez mais do que antes. Por mais que negassem a si mesmos, um sentimento mais forte que a amizade era cultivado a alguns anos. Estar perto de SeokJin deixava  corada e com borboletas no estômago. Ouvir a risada doce de   Lee Young-Hee fazia com que o garoto estremecesse, seu sorriso puro e a forma que seus olhos se fechavam quando ela sorria, tudo aquilo era perfeito. Ele passou a sentir a necessidade de protegê-la, não somente de seus pais ou de outros garotos como de si mesma, com o passar dos anos percebia que jamais poderia deixá-la sozinha. A garota com o passar dos anos, percebia que Jin era a sua âncora, e que independente de tudo e todos ele estaria lá para ela; sentia-se na obrigação de ajudá-lo e incentivá-lo a seguir seus sonhos.

— Aish, eu nunca fiz isso antes, espero ser boa o suficiente. — disse mudando de assunto, apesar de parte do nervosismo ser por conta das pessoas que iriam assistir a peça, atuar com SeokJin era o verdadeiro motivo dela morder os lábios ansiosa.

O garoto riu de leve.

— Você consegue ser boa em tudo que faz  Young-Hee, — ela abaixou o olhar com o visível rubor em seu rosto, Jin não pode evitar pensar o quão linda a garota ficava quando estava envergonhada — deveria parar de cobrar tanto de si mesma.

Era incrível como Jin conseguia ter os melhores conselhos, e como ele conseguia saber exatamente o que falar para ela. Sorriu tímida, o olhando nos olhos dele é perdendo-se ali.

— A peça vai começar, andem, posições! — uma garota anunciou com um rápido bater de palmas.

Assim as cortinas se abriram dando início a adaptação de Sonho de uma Noite de Verão, e apesar de ser uma peça escolar simples, o esforço dos alunos ao realiza-la era evidente. As cenas avançam rápido demais, fazendo o coração de  Young-Hee bater mais rápido, não se sentia pronta emocionalmente para a parte que ela atuaria com Jin. Seu coração adolescente ansiava por aquele momento a tempos, e por mais que ela quisesse muito, estava com medo, medo da rejeição e da famosa frase “somos apenas amigos”. Alisou seu vestido enquanto encarava seu reflexo no espelho do camarim, apesar de ter os olhos pequenos e puxados naturais de asiáticos, sua pele era mais voltada pelo moreno e sua íris possuía um tom castanho ora esverdeado ora mel. Sorriu sem jeito, admitindo para si mesma que realmente estava bonita naquele vestido. Encheu-se com toda a confiança e coragem que podia e retornou para a cotia, esperando sua hora de entrar em cena.

— Agora  Young-Hee. — uma de suas amigas sorriu indicando que ela deveria ir para o palco. O olhar de Jin se encontrou com o dela, estavam em cotias opostas, contudo podiam se ver perfeitamente bem dali. Trocaram sorrisos envergonhados e entraram em cena.

Jin andava distraidamente pelo palco até seu olhar se encontrar com  Young-Hee, um sorriso tomou seus lábios de uma maneira que a garota pensou que poderia iluminar o mundo. Ele se aproximou lentamente, como ensaiado, dando a impressão de que tentava se certificar de que a garota não era uma alucinação.

Embora uma outra garota estivesse ao lado de Seokjin, atuando ou não, ele só conseguia ter olhos para a garota a sua frente.

— Oh minha Hérmia, meus olhos não conseguem acreditar no que veem, seria você? — a garota tentou controlar um sorriso de canto, lembrando-se de como os dois riam de suas falas enquanto ensaiavam.

A garota abaixou a cabeça, com um semblante triste evitando encontrar seu olhar com o dele.

— Vejo que está acompanhado de Helena. — disse erguendo o rosto virando-se para o palco, sua voz demonstrava uma pontada de ciúmes.

— Não é o quê está pensando minha amiga. — a menina ao lado de Jin se manifestou, — Você entendeu tudo errado, por favor, perdoe Lisandro.

O olhar de  Young-Hee analisou a menina de cima a baixo desconfiada, e logo se encontrou com o olhar de SeokJin. Seu semblante sério se desmanchou em questão de segundos, colocou suas mãos em seu coração, como se lá dentro estivesse doendo de verdade.

— Meu coração encontrou o seu lugar, — a luz que focava em Jin o deixava mais bonito do que o garoto já era — é este lugar é com você, Hérmia.

Pode-se ouvir algumas mulheres emocionadas na platéia, murmurando uns “awn” para o casal no palco. A garota que encenava Helena se curvou se maneira respeitosa, e sorriu tímida.

— Os deixarei a sós. — disse indo para a cotia.

O coração de  Young-Hee parou enquanto SeokJin se aproximava dela, era agora. Não sabia como reagir, queria congelar aquela cena para sempre e grava-la em uma fotografia.

— Hérmia, me perdoe. — Jin acariciava seu rosto ternamente, ela estendeu sua mão e segurou a mão do amigo enquanto o mesmo a acariciava.

— Pensei que o perderia para sempre meu Lisandro. — sua voz saiu rouca, não queria chorar porque aquilo não estava no script, então procurou se controlar. — Por favor, jamais me abandone.

— Nunca faria tal coisa. — a voz doce de Jin soou em seus ouvidos enquanto seu coração parecia parar de bater.

Passou seus braços ao redor do pescoço do garoto enquanto o mesmo juntava seus lábios em um beijo suave, aquele momento que poderia durar uma eternidade foi tratado com ternura e carinho de ambos. A cena dos dois se beijando era mais do que atuação, de alguma maneira a química que os dois tinham era real.

As pernas de  Young-Hee estremeceram quando logo após o breve beijo, teve que abraçar SeokJin e sentir seu perfume. As cortinas se fecharam na frente deles, fazendo com que os dois fossem correndo para a cotia mais próxima, as cenas finais da peça já tinham começado. A garota apertou a mão de Jin, procurando algo que evidenciasse que aquele beijo, por mais simples que fosse, tinha realmente acontecido. O amigo sorriu de canto, enquanto puxava a menina pela mão para o último ato.

Mal eles imaginavam que depois daquela peça as coisas saíram completamente fora de controle.




[...]




“Me deixe correr mais
Por favor, me deixe correr mais
Mesmo admitindo que meus pés estão cheios de cicatrizes
Eu ainda sorrio sempre que vejo você”

 

Aquele quarto estava mais silencioso do que já estava, um feixe fraco de luz entrava pela janela e a porta estava trancada. Já fazia quatro horas que estava trancada ali sem comer nada, tentava esfriar sua cabeça, respirar fundo, mas a raiva que ela sentia era demais. Abafou um grito em seu travesseiro enquanto lágrimas grossas desciam pelo seu rosto, tateou pela cama procurando pelo seu celular. Talvez a coisa mais sensata a fazer fosse mandar um SMS para SeokJin pedindo por ajuda, mas algo a fez lembrar que ele devia estar trabalhando. O garoto lutou muito para se tornar um trainee, ela não se sentia capaz de atrapalhar o amigo no momento. Já fazia três semanas, três longas semanas de que ela estava presenciando o inferno, as exigências de seus pais estavam ultrapassando os limites. Não conseguia pensar ou raciocinar como uma pessoa normal, as lágrimas turvaram sua visão fazendo a cambalear pelo quarto escuro. O cotovelo da menina empurrou um copo de leite para o chão, o barulho do vidro quebrando a chamou de volta para a realidade.

Um soluço escapou de seus lábios, começou a jogar suas coisas no chão, sem pensar se poderiam quebrar ou não. Rasgou as folhas de seu caderno, e acabou por cortar sua mão. Por mais que o corte não fosse nada demais, era um corte grande e começava a sangrar. O sangue e a sensação de dor a fizeram chorar mais ainda, parando de destruir suas coisas, sabendo que aquilo não daria em nada. Abafou os soluços que vieram com seu travesseiro, não queria que vissem que ela estava chorando, não queria dar esse gosto ao seu pai e seu irmão mais velho. Ainda sentia raiva, seu corpo estremecia devido o sentimento de ódio. Sentia-se inútil e sem valor, basicamente nada que fazia era realmente por si, tudo que fazia eram ordens de seus pais. Até mesmo seu namorado foi selecionado por seus pais, numa desculpa de que Ryu Tae era filho do diretor de uma renomada faculdade de direito. Seu pai alegava que suas notas não eram o suficiente, e que seu namoro a ajudaria a ingressar na faculdade que ele queria. Sua mãe apenas concordava com tudo que ele falava, e nunca lhe deu algum apoio para seus sonhos de verdade, tinha medo de ir contra o marido. Agora Lee Young-Hee se sentia sem sonhos e sem uma vida, já que seus pais criaram a vida que queriam que a filha tivesse.

— Eu não aguento mais. — as palavras saíam fracas de sua boca, queria que Jin estivesse ao seu lado, e pudesse abraça-la como sempre fazia. Contudo, ela tinha descoberto da pior maneira que nem sempre Jin poderia estar ao lado dela, ele também tinha seus próprios problemas.

Pensamentos suicidas se passaram em sua cabeça, fazendo com que ela se revirasse na cama procurando afastá-los. Levou as mãos a sua cabeça, enquanto chorava, engasgando-se com o choro ajoelhada na cama. Seu corpo tombou na cama, e ela acabou adormecendo.

Acordou no dia seguinte com seu despertador, lembrando-a de que teria que voltar para a escola e arcar com as consequências de ter brigado com Ryu Tae no meio do pátio, alegando que o odiava. Tomou um banho rápido e vestiu o uniforme, como de costume, seus pais não estavam em casa o que já era comum, eles sempre estavam trabalhando. Olhou para o café da manhã que sua mãe tinha preparado para ela, sorriu triste, sua mãe a entendia mas tinha medo de contrariar seu pai, aquilo doía muito. Ambas sabiam dos riscos, toda as vezes que sua mãe tentava a defender acabava por apanhar do marido.

Por mais que tenha tentado,  Young-Hee não conseguiu ingerir uma quantidade aceitável de comida, então apenas escovou os dentes e saiu se dirigindo para a escola. Em dias normais ela passaria na casa dos Kim e iria de bicicleta com Jin para a escola, mas ela se sentia tão distante e mal que resolveu ir sozinha para a escola com seus pensamentos. Dentro da escola, alguns alunos a olhavam estranho a deixando desconfortável. A ideia de matar aula passou novamente em sua cabeça, suspirou, já sabia que seus pais seriam notificados cedo ou tarde sobre suas atitudes e que ela acabaria em seu quarto chorando como de costume. Contudo aquele era um dia diferente, depois de muito tempo ela finalmente tinha um plano.

Ryu Yae a cumprimentou seco, roubando-lhe um beijo breve, provavelmente para provar para as pessoas que passavam que as coisas já “estavam bem” entre eles.

Durante as aulas,  Young-Hee só conseguia pensar em Seokjin que cochilava na mesa da frente. Um nó enorme se formava em sua garganta quando se lembrava que nunca teve a oportunidade de se declarar, levar um fora não importava mais para ela, só queria que ele soubesse como ela se sentia. Queria poder desabafar, poder sorrir e sair com ele como nos velhos tempos, antes de cada um arranjar ocupações diferentes. Também não pode evitar o pensamento de como o amigo estava bonito, as horas ensaiando fizeram com que ele ficasse com um corpo cada dia mais bonitos. Bonito? Ha, até mesmo Jin sabia que essa palavra não era o suficiente para descreve-lo.

Os pensamentos que tinha tido quando acordou tornaram a voltar em sua mente, um plano desesperado se formulava em sua mente, embora SeokJin não constasse nesse plano, no momento era a melhor decisão para acabar com tudo aquilo que queimava em seu peito. Naquele momento tudo dependia de suas escolhas, não queria escolher entre seus sonhos e seu amor de infância.

“Me perdoe oppa.”

— Olá — Jin sorriu torto para ela quando finalmente acordou,  Young-Hee odiava o caminho que as coisas tinham tomado. Desde o começo do namoro sua amizade com Jin não era mais a mesma coisa, tudo piorou quando Jin começou a namorar com a garota que julgava ser sua melhor amiga. Isso porque a menina sabia de seus sentimentos por ele. Vadia, era a única coisa que pensava quando via Yui no canto da sala de aula exibindo seu sorriso perfeito.

— Olá — uma pequena faísca de felicidade apareceu em seus olhos vazios, apesar de tudo, Jin era a única pessoa que conseguia fazer com que ela sorrisse de verdade.

Ambos se viraram para prestar atenção na aula, por mais que minutos depois Jin tornou a cochilar. Estava cansado demais para que  Young-Hee desabafasse sobre seus problemas, suspirou, tinha que ir atrás de sua independência. Não poderia esperar que Jin fizesse tudo por ela, não era assim que as coisas funcionavam.

Procurou uma folha em branco aleatória de seu caderno, e com o coração batendo rápido começou a escrever antes que desistisse.

 

“Acredito que nunca tive uma oportunidade para te dizer isto,

espero que me perdoe pelo que farei,

também espero que se lembre de mim apesar das minhas burradas.

Eu te amo, Kim SeokJin”



Disfarçadamente dobrou o papel e o colocou dentro da bolsa entreaberta de Jin. Se levantou de sua cadeira, alegando que estava com dor de cabeça, o professor apenas acenou com a cabeça. Ali estava a brecha para poder ir embora e matar as aulas restantes, nem sequer passou na enfermaria. Um sorriso rebelde se formou em seu rosto, jamais imaginaria que iria conseguir fazer isso com seus pais. A ideia a fez rir feliz, estava fazendo algo que gostaria de fazer.

Quando seus pais soubessem o que teria acontecido não teriam como reagir, seria a primeira vez que ela não apanharia.

Voltou para casa, colocando suas roupas favoritas em uma mochila, junto com alguns acessórios e objetos necessários. Acabou por encontrar uma foto em que estava abraçada com Jin, os dois sorriam para a câmera. A foto fora tirada no dia que eles fizeram um piquenique, ela guardaria esse dia na memória com carinho e para sempre.

Pegou algum dinheiro em seu cofre e saiu rua afora, sentia medo, sentia adrenalina. Então apenas começou a correr sem direção sentindo a liberdade de atingir, a maneira na qual o vento soprava em seus cabelos, a forma na qual ela desafiava seu destino e seus pais. Tudo aquilo apenas a fazia querer correr mais, as pessoas a olhavam torto, mas ela apenas dava risada correndo pelas ruas da cidade de manhã até não ter mais ar o suficiente.

Sabia que estava sendo covarde, sabia que não deveria correr de tudo. Mas também sentia que encontraria sua salvação correndo para longe.

Quando seus pulmões cederam e ela não aguentava mais correr, acabou por parar na frente de um estação de trem. Pegou seu celular discando um número.

Olá vovó, a senhora se lembra do que eu te pedi no Natal?

Naquele momento, embora ela não se soubesse se Jin tenha chegado a corresponder seus sentimentos, tudo o que ela desejava era que no futuro, talvez, eles pudessem se apaixonar novamente.




“A única coisa que consigo fazer é correr
A única coisa que consigo fazer é amar você”


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Notas finais do capítulo

Fico imensamente grata se você chegou até aqui ♥
Irei adorar saber a opinião de vocês e interagir pelos comentários, aliás qualquer dúvida/confusão em relação a fanfic me perguntem que eu tentarei explicar da melhor maneira possível.
Até a próxima quarta, beijos de pudim ♥