Damned escrita por IS Maria


Capítulo 15
Confusão




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A terra ainda estava molhada e a lama cedia sob seus pés. Agora, ele não mais flutuava, caminhando passo a passo, sem possuir pressa alguma.

Caius ainda podia sentir a pressão em sua cabeça, onde, a pouco, ele tinha certeza de ter a sentido.

Teve seus sentidos controlados, por segundos, antes que pudesse os sentir novamente. Talvez, ela fosse muito mais do que ele lhe desse crédito. Viu pouco, mas, tinha certeza de ter encontrado o que procurava.

A sua intuição lhe dizia e agora, as evidências o diziam.

Nada o impedia de prosseguir.

No entanto, ele não parecia se lembrar do que deveria fazer em seguida. Ao menos, seus pensamentos não lidavam como se aquela fosse a prioridade.

A sensação de tê-la dentro de si, ainda residia por toda parte, o suficiente para que não fosse capaz de pensar em qualquer outra coisa. Não prestava atenção no caminho em que tomava ou para onde seguia.

Lembrava-se dos olhos dela.

E a via lhe dar as costas.

Ela tinha tentado o dizer algo com os olhos, mas, ele não foi capaz de ler.

Não esperava que as coisas terminassem daquela maneira. Imaginou todos os cenários possíveis. Agora que ela tinha seu nome, poderia fazer o que quisesse com a informação. No entanto, não teria apostado em um final como aquele.

“Nunca parou para pensar que talvez...deveríamos parar de fazer isso?” Não deveriam ter começado, tinha consciência disso, mas, esperava ter o poder de fazer terminar.

Tudo aquilo o trazia a sensação de que as coisas não estavam mais sob seu controle e que não corriam como havia planejado. Caius odiava não estar no controle, detestava não ter o poder para si e não suportava ser surpreendido.

Estar dois passos à frente, esse era o plano.

Em algum momento, chegou em casa. Ignorou qualquer um dos outros vampiros que voltaram-se para o receber. Seus pensamentos não estavam no lugar e suas emoções não estavam sob suas rédeas.

— Elijah.

O vampiro se mostrou estar por perto, exatamente como esperava.

— Mestre.

— Ela estava dentro da minha cabeça. — Disse. Sua voz soou mais pesada do que o normal e suas palavras não pareciam ter sido direcionadas a quem quer que fosse. Caius parecia conversar consigo mesmo.

— Então, ela é uma telepata?

— Eu não sei. — Novamente, ele foi vago.

— Isso é bom, não? — Elijah o observava com cuidado. A expressão ao rosto de seu senhor, era vazia, como se nem ele pudesse ter certeza do que pensava.

— ELA ESTAVA DENTRO DA MINHA CABEÇA. — Gritou. Um grito que não pôde conter. Seus dedos mergulhando, avidamente, em seus cabelos compridos.

Elijah pôde perceber o que talvez, seu mestre ainda não tivesse percebido. Dentro dele, uma pequena, singela, rachadura em meio ao mármore. Era uma fortaleza que começava a ruir.

— Deveremos reportar as descobertas à Volterra? — A pergunta pegou Caius de surpresa. Ele pareceu hesitar, talvez por mais do que deveria.

— Inevitavelmente. — E o mármore estava intacto mais uma vez. — Porém...ainda não é hora.

— Eu não en…

— Não é hora! — O interrompeu.

— Tem exatamente o que veio buscar...e não é a hora ainda? — A dúvida, que vinha sendo dividida por qualquer um outro que o conhecesse, não poderia mais ser evitada.

O tempo que deveriam permanecer por ali, era estendido a cada instante e suspeitas não poderiam ser afastadas por mais tempo. Caius era uma peça importante ao jogo e não poderia se manter afastado por mais tempo, no entanto, ele não parecia ter consciência disso, ou vinha escolhendo ignorar.

— Ela não veio comigo. — Ele sorriu. Pouco acreditando no que dizia.

— O que?

— Disse que deveríamos parar. — O cenário lhe soava engraçado aos lábios. Tinham lhe dito não. Ele não estava acostumado.

— Tenho certeza de que o lobo deve ter tido um papel importante na decisão. — Elijah pareceu revirar seus próprios pensamentos.

— O lobo?

— Nora e Santiago, disseram terem visto um dos lobos serem atacados por um dos vampiros e como nenhum alarde foi feito...minha aposta é no casal. — Caius analisou o que tinha acabado de ouvir.

— Eu fui trocado por um cachorro? — Os cantos de sua boca se curvaram assustadoramente. Ele não costumava sorrir e o comportamento não parecia vir dele.  

— Eu não diria trocado...não foi bem uma “escolha.”

Mas, Caius era irracional demais para ver as coisas daquela maneira e suas emoções fluíam por si só.

— Mande que os outros aumentem a guarda ao redor da casa dos Cullen. Quero saber exatamente o que está acontecendo a cada segundo, sem esquecerem um sequer detalhe. — Seus olhos leitosos nunca arderam daquela maneira. — Vamos começar a preparar o relatório para enviar para Volterra, preciso de qualquer evidência que encontrarem.

Elijah recebeu a ordem com cuidado e o deixou sozinho.

“Talvez seja melhor que não tenhamos de nos ver de novo.” Pensou.

Kate era uma distração, de qualquer maneira e seria mais fácil. Via suas distrações como fraquezas e alguém como ele, não deveria possuir alguma.

Caius nem podia se lembrar do porquê de ter ido até ela naquela noite.

Ele esperaria que ela o procurasse.

Ele não procurava por ninguém, mas, tinha o feito.

Vinha fazendo muita coisa nos últimos dias que, não condizia com o que costumava fazer. Culpava os séculos que passou sentado, deixando-se petrificar.

Não conhecia nada tão bem, quanto as limitações de Volterra.

Empedrejou-se como as paredes.

Não conhecia mais aquele mundo ou o comportamento das pessoas. Estava vulnerável e isso tinha o desestabilizado. Era isso. Não tinha qualquer outra explicação.

Contudo, o conheceria.

O suficiente para o reduzir a ruínas.

Porque era isso o que fazia e ninguém o fazia melhor.

Caius era uma arma, um assassino. Poderia agir de uma maneira diferente, ou tomar uma direção distinta, porém, nada mudaria a sua natureza.

Naquela noite, caçaria a sua própria presa e a caçaria com as próprias mãos. A ouviria gritar e teria seu sangue servido quente.

Deixaria que soubessem.

Ele estava na cidade.

 

***

 

Caius não era um diplomata ou um burocrata como Aro. Certamente, não apreciava o senso “democrático.” Era um ditador.

Fazia questão de deixar cada um dos corpos, irreconhecíveis, antes de os empilhar.

Preferia sem moderação.

Um ditador com baixa tolerância e pouca disposição para ser controlado.

Era um artista quando se alimentava. Se atentava à cada detalhe.

Ao sentir o último suspiro deixar sua vítima, olhando-a nos olhos, não havia ninguém, com mais poder do que ele.

Ele se tornava Deus.

A sensação bastou. Por séculos, bastou.

 

***

 

Ainda olhava para o lado de fora, como se fosse o ver aparecer de novo, mas, desde a noite passada, não tinha sequer sentido a sua presença por perto. Tinha certeza de ter feito a escolha certa, mas, não conseguia fazer-se parar de pensar.

Se os outros estavam certos, ele deveria fazer alguma coisa agora que sabia do seu dom. Se era o que ele procurava, agora, ela saberia.

E se não fosse, talvez nunca tivesse ideia.

Disseram-na que ele era cruel, sádico...mas, tinha a deixado ir. Poderia estar enganada, mas, não fazia sentido o que os outros diziam e a maneira como ele agia.

— Pronta? — Carlisle entrou na cozinha.

— Eu, realmente, de verdade, não gostaria de ser responsável pela morte de ninguém hoje. — Kate fechou os olhos e cruzou as mãos em um pedido de súplica.

— Não adianta! Você vai para a escola. — Carlisle se mostrou irredutível.

— Mas, eu preciso treinar com Eleazer e...Seth ainda não melhorou. — A febre do lobo ainda não tinha abaixado, mas, ele vinha se recuperando mais rápido do que esperavam.

— Eleazer vai estar aqui quando voltar e Seth está sob bons cuidados.

— E se eu atacar alguém como ataquei Seth?

— Eu confio em você. — Ele sorriu e lhe empurrou a mochila contra o peito.

Kate não se sentia pronta. Talvez, nunca fosse se sentir. Não sabia o que era conviver com pessoas que possuem, tecnicamente, a sua idade e, sinceramente, não queria aprender.

Nunca teve de se esforçar para fazer parte de coisa alguma e agora tinha o dever de aprender a agir como os outros.

Rosalie dirigiu-as até a escola. Carlisle tinha prometido que a ensinaria, porém, coisas não paravam de adiar seus planos.

Estar acompanhada, não mudava o seu comportamento. Ela era uma vampira muito nervosa. As lentes a incomodavam e não poderia deixar de pensar se deixar Alice escolher suas roupas, tinha sido uma boa ideia.

A escola não ficava longe e não era tão intimidante do lado de fora. O clima da cidade parecia ter piorado e ela podia jurar ter visto as nuvens se tornarem mais densas. As cores pareciam menos vibrantes e os rostos do lado de fora, pouco interessados.

Pelo menos isso a tranquilizava.

Não estariam interessados o suficiente para a notarem quando, finalmente, conseguisse descer do carro.

— Vai ficar tudo bem. — Rosalie a olhava pelo retrovisor.

— Eu já fiz isso antes, nada ruim acontece. — Renesmee disse.

— Eu não quero fazer isso. — Kate deixou sair um suspiro pesado.

— Não é tão ruim, eu prometo. — Rosalie se virou para que segurasse sua mão.

Juntou a coragem que tinha para conseguir abrir a porta. “Já fiz coisas piores, certo?” Pensou.

O primeiro passo a fez congelar, no entanto, esforçou-se para manter o equilíbrio. Se fosse rápida o suficiente, talvez eles nem a vissem. Porém, não podia pensar sobre ser rápida e correr o risco de alguém desconfiar.

***

Caius tinha ultrapassado a noite. Nada poderia o parar agora que havia começado. Seu rosto estava manchado e suas mãos, pintadas, de vermelho. Era um monstro em ascendência.

— Tenha certeza de eliminar os corpos. — Caius ordenou para Elijah.

— Sem problemas.

— Me sinto revigorado. Com esse, são doze.  — Sacudiu os braços como quem espantava o frio. — Eu precisa disso, de me sentir eu mesmo de novo, chega de me sentir…

Ele hesitou. Como se não conhecesse as palavras para usar.

— Confuso?

— Confuso? Eu não me sinto confuso! Eu sempre tenho certeza.

— Então teve certeza do que estava fazendo antes? Ou tem certeza do que está fazendo agora?

— Os dois!

— Claro, mestre. — Elijah sorriu.

— De qualquer maneira, eu não conheço isso. — Caius deu de ombros.

— Então não pode ter “certeza,” se sentiu ou não. — O sorriso do vampiro se tornou ainda maior.

Caius não soube o que responder em seguida. Disfarçou, no entanto, ao ver uma mulher cruzar o beco no qual se escondiam.

Ele nunca tinha gostado de deixar as coisas em números pares, de qualquer maneira.

 

***

Kate tinha se enganado quando acreditou que não seria notada. A escola era pequena, não haviam muitas pessoas e ela era o rosto desconhecido. Fez o que pôde para fingir não notar ter ganhado a atenção de qualquer outra pessoa que estivesse por ali, mas, sentia estar fazendo um péssimo trabalho.

Felizmente, ninguém se aproximou.

Durante a sua primeira aula, como os outros haviam a aconselhado, sentou-se próxima a janela, caso precisasse sentir o cheiro de qualquer outra coisa, não respirou por momento algum e deu ao quadro toda a sua atenção.

“Se não os der atenção, mais fácil vai ser os ignorar.” Pensou.

No intervalo, no entanto, não conseguiu escapar de Nessie e sua tentativa de a ajudar a  fazer amigos.

— Hey. — Comprimentou uma garota na fila do self-service. Era pequena, alguns centímetros menor do que Kate, cabelos loiros e olhos extremamente azuis. — O que foi aquilo na aula de biologia?

— Foi o que eu pensei! Século vinte e um e estamos dissecando sapos. — A garota revirou os olhos.

— Ah, essa é Kate...— Nessie se virou. — Kate essa é a Cassie.

A garota estendeu a mão e lhe ofereceu um sorriso, grande o suficiente para que Kate tivesse uma boa noção de toda a sua arcada dentária.

Kate não conseguiu levar-se a segurar a mão estendida.

Tinha consciência de sua temperatura diferente.

— Sinto muito. — Disse. — Germofóbica. — E sorriu.

Talvez pudesse começar a usar luvas.

Era uma ideia.

Depois de ver a garota recolher, constrangidamente, a sua mão, tiveram de passar pela fila da comida, onde Kate não tinha qualquer interesse. Apanhou uma maçã, teria que servir.

Deixou que Renesmee e Cassie conversassem. Não sabia como entrar na conversa. Limitou-se à observar. Os olhares em sua direção se tornavam cada vez menos tímidos.

— O que tá achando da escola? — Cassie perguntou.

— É...legal, só não sou muito fã da atenção toda.

— Eles devem sossegar depois de alguns meses. — Meses? Ela não sabia se conseguiria aguentar meses daquilo.

— Kate não é daqui, ela é da..

— Bulgária. — Kate completou o que Renesmee pretendia dizer. Os Cullens e o pessoal do Hospital sabiam, mas, não era como se fosse um segredo. — Mas, eu não cresci por lá...então, não sei se conta.

— Eu pensei que fosse dizer algo como Geórgia ou California. — Cassie sorriu.

— Eu passei por esses lugares também. — Pelo país todo para ser mais exata. Ou pela escória dele, pelo menos.

O dia se arrastou por uma eternidade. No entanto, tinha sido melhor do que tinha imaginado. No começo, não pôde se deixar relaxar, mas, Nessie se encarregou de a mostrar que nada ruim aconteceria.

Pelo menos, não por hora.

Quando chegou em casa, como Carlisle havia a dito, Eleazer já a esperava e no dia passado, tinha a deixado com a promessa de que iria muito mais fundo na  próxima vez.

Porém, essa não era a sua única preocupação. Seth tinha melhorado.

Kate sabia que deveria se sentir feliz e aliviada, ter pulado o treinamento e corrido em direção para o ver, no entanto, não se sentia tão aliviada assim.

Ela teria que o enfrentar. Teriam que conversar, cara a cara, sobre o que havia acontecido. Seth não estava mais dormindo ou  sob o efeito dos sintomas e febre altíssima.

Não estava pronta.

Desejou que Eleazer a segurasse do lado de fora por um longo tempo e que não precisasse de ter que fazer aquilo.

Mas, quando viu escurecer, o treinamento acabar  e soube que Seth ainda não havia deixado a casa, teve certeza de que não poderia adiar.

— Querida, está em casa. — Esme a recebeu.

— Aham...Seth…? — Seus olhos procuravam pelos arredores.

— Sala do piano.

— Vocês vão a algum lugar? — Perguntou ao notar Esme ir em direção à porta.

— Vamos levar Eleazer para caçar.

— Todos vocês? — Sentiu pânico. Não queria ficar sozinha com ele mais uma vez e correr o risco de o machucar.

— Você vai ficar bem. — Ela sorriu.

“Você vai ficar bem.” Ela começava a acreditar que as pessoas deveriam parar de o dizer, a menos que tivessem certeza disso.

Seth estava sentado no sofá, cabeça baixa como se já a esperasse. Seu cabelo estava preso em um coque alto e seu maxilar parecia se contrair cada mais a cada segundo. Estava nervoso.

— E ai? — Ela manteve distância. A distância de uma sala toda. — Tá melhor?

— Novo em folha! — Ele levantou a cabeça.

— Eu fiz um belo estrago dessa vez.

— Tá tudo bem, eu que deveria ter tido mais cuidado…

— Você confiou em mim, Seth, só isso. — E ela tinha se mostrado não merecer.

— Continuo confiando. — Kate nunca tinha o visto tão sério.

— Não deveria! Você deveria ter medo de mim… ou raiva, pelo menos. — Kate ousou dar um passo em sua direção. Era difícil se manter longe quando queria o fazer entender o teor de gravidade da situação.

— Kate, eu nunca seria capaz de ter raiva de você. — Seth se levantou.

— E medo? Você tem medo de mim? — Kate cruzou os braços. Ele hesitou. Por mais tempo do que deveria. Seth parecia um menino confuso. — Está certo, você deveria ter medo de mim. —Subiu os primeiros degraus da escadaria de vidro. Deu-lhe as costas. — E talvez, devesse ficar longe também.

— Longe? — Ele se aproximou tão rápido que a pegou de surpresa. — Quer dizer que…

— Isso aqui. — Kate apontou para os dois. Seu corpo pesando como a pedra do qual era feito.  — É tóxico. Literalmente tóxico. —Kate fechou os olhos, sentindo os sentimentos a roerem por dentro. — Talvez seja melhor pararmos antes alguém se machuque...ainda mais.

Seth não disse nada, mas, seus olhos lhe diziam tudo. O lobo havia devorado o menino.

Cobriu a mão dela pela dele. Deixou-a que sentisse o seu calor. Aquele que sempre os lembraria o quão diferente eram. Ela não tentava o machucar e ele sabia disso.

O limite que sempre procurou não cruzar...agora era o gatilho que ele escolhia puxar.

Um lobo não é um filhote e não pode ser domado, uma vez liberto.

— O que está fazendo? — Ela o perguntou.

— Tudo! Menos mantendo distância. — Os olhos dele escureceram.

Ele a puxou dos três degraus que os separavam e a trouxe para os braços. Ali, ela não lhe parecia ser nada além de pequena e frágil, sendo ele, capaz de a cobrir por completo com o seu corpo.

Kate procurou por qualquer razão existente para resistir. Não encontrou motivo algum, então, apenas parou de resistir.

Permitiu-se ser carregada nos braços e por alguns instantes, deixaria-se ser...dominada.

Porque quando ele a beijou, não pôde pensar em mais nada, quando ele a deitou ao chão, ela não pôde enxergar mais nada e quando suas mãos contornaram cada um de seus traços…

Ela não questionou mais nada.

 

***



Olhou-a uma última vez antes de lhe mostrar os dentes. Porém, não conseguiu ver seu rosto. Não quando a única coisa que conseguia enxergar, era o rosto de outra.

Katerina.

Ela o olhava com olhos castanhos. Olhos que ele imaginava que ela tivera um dia. Esperava para ser morta, sem suplicar ou soltar qualquer som. Ainda que seus olhos o deixassem saber tudo.

A agonia, o horror e o medo que demonstrava. Não era mais um objeto e ele podia ver a consciência fluir.

Não a via mais como um número, não conseguiu o fazer.

Mas, a mulher tinha visto o que ele era e ele não podia a deixar ir embora.

Ele seria rápido, pelo menos.

Deixou-a cair no chão, sem vida. Virou-se e saiu. Novamente, com os sentidos adormecidos, ou vivos demais, caminhou sem qualquer direção, não tendo qualquer ideia de onde poderia terminar.

Até que soube, perfeitamente, onde seus pés o levavam.

E então, ele teve pressa. Correu até que chegasse, mais rápido do que deveria.

Os olhos dele encontraram os dela.

Enquanto ela estava nos braços do outro.

Caius então pôde experimentar, com clareza, a confusão da qual Elijah havia mencionado.


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