BELLA PDV 

- Você está linda. – Edward sussurrou no meu ouvido.

Nós não tínhamos ido para a faculdade hoje, de modo que tivéssemos uma tarde toda para nós dois. Eu não sabia para onde Edward estava me levando, e é claro que eu pedi ajuda para Alice – de má vontade.

- Eu vou te deixar linda Bella, você devia parar de reclamar. – Ela resmungou enquanto me maquiava.

- Nós só iremos sair, não precisa de tudo isso. – eu reclamei.

- Você vai ficar linda... Se é que você diz que não tem nada com ele, vai ter agora. Ele vai ficar encantado quando olhar para você. – Ela sorriu.

- Aposto que você iria amar se eu soubesse me vestir sozinha.

- Um pouco. Mas eu acho que não seria a mesma coisa; eu adoro isso.

Depois que eu fiquei pronta, Edward de fato, concordou com Alice.

Eu devia não me importar, mas eu me importei. Qual era o sentido de não me contar para onde estávamos indo?

- Estamos quase chegando. – Murmurou Edward enquanto ele me levava ao “lugar misterioso”.

- Por favor, não precisamos mais de mistérios.

Ele sorriu.

- Na verdade Bella, esse é só o começo.

Eu suspirei.

O lugar não me parecia conhecido. Aparentemente, não era nenhum lugar conhecido como um bar, ou um cinema, ou quase coisa... Isso me deixou mais irritada ainda. Mas, eu estava bem satisfeita com o fato de que o meu aniversário não iria ser tão macabro quanto os outros. Nada poderia dar errado hoje, afinal, eu iria ficar o dia inteiro com Edward; o que poderia acontecer?

Edward parou o carro.

- Bella amor, eu preciso que você colabore comigo.

- Pode falar.

- Eu preciso que você ponha uma venda. – Ele sorriu se desculpando.

Eu gemi.

- O que eu não faço por você Edward Cullen? – Eu fiz uma careta.

Ele gargalhou e se aproximou de mim para tocar seus lábios nos meus.

O beijo foi rápido, nada mais que um selo nos lábios, mas aquilo foi o bastante para me fazer ficar arrepiada. Nós saímos do carro, e ele colocou a venda nos meus olhos. Eu poderia ter dado uma olhada antes de ele colocar a venda, mas não tinha nada ali que pudesse entregá-lo.

Ele entrelaçou a sua mão na minha, e nós fizemos uma pequena caminhada. Qualquer pessoa normal colocaria as mãos na frente do rosto, mas eu confiava em Edward.

Logo depois de um tempo, ele tirou a minha venda. Nós estávamos em uma praia, mas não era uma praia qualquer; era a praia em que nós demos o nosso primeiro beijo. O lugar estava lindo. Como estávamos no fim de tarde, nós poderíamos ver o pôr do sol.

- Edward eu...estou sem palavras.

- Esse aqui é o nosso primeiro lugar. Eu quis vir para cá porque, em todos os sentidos, eu gosto daqui – ele sorriu – e porque eu achei que seria legal ver o pôr do sol...com você.

- Esse lugar é...mágico.

Ele sorriu mais profundamente.

- Eu te amo.

- Eu também te amo, minha Bella.

Eu fiquei na ponta do pé, para poder encostar meus lábios nos seus.

Eu juro que eu tive a intenção de ser gentil, de dar um beijo rápido nele, mas nós não conseguimos manter o controle. Ele pegou minha cintura, e eu entrelacei meus dedos em seu cabelo, o puxando para mais perto de mim.

Uma sensação que não pode ser descrita com simples palavras. Era uma coisa única sentir seus lábios no meu, seu hálito...Era uma coisa que só Edward tinha; apesar de eu nunca ter experimentado com outra pessoa, eu sabia que somente Edward conseguiria me fazer me sentir assim. Sempre que eu chegava perto dele, sempre que nossas mãos se tocavam, eu tinha mais certeza absoluta de que eu o amava, e de que eu nunca iria querer outro homem.

Quando nos afastamos, ambos estavam sem fôlego. 

- Eu me pergunto se algum dia... eu vou conseguir manter a minha respiração...sobre controle – Eu disse com dificuldade.

- Eu realmente espero que não.

Eu sorri.

ALICE PDV

- Alice, isso aqui está muito rosa! Você sabe que a Bella odeia rosa. – Reclamou Rose.

Eu fiz um careta.

- Ela também odiava o Edward, não odiava? – Eu zombei.

Emmett gargalhou, e Rosalie fez cara feia.

Eu tinha esquecido de sua paixonite por Edward Cullen. Eu conhecia Rosalie, aquilo iria passar mais dia ou menos dia.

- Eu acho que a Rosalie tem razão. Está realmente muito rosa. – Apoiou Renesmee.

Emmett olhou para ela boquiaberto. Já fazia um tempo que ela não falava nada. Eu me recuperei rapidamente.

- Ah, qual é!

- Muda isso Alice, sério! – Rosalie fez uma careta.

- EU estou cuidando da decoração não estou? – Eu ergui uma sobrancelha. – Vai ser do meu jeito.

Rosalie deu de ombros.

Nós tínhamos tirado nos móveis da sala, e feito um tipo de “pista de dança”. Eu queria que ficasse tudo bem perfumado, bonito, mas eu não sabia como iria fazer isso.

- Rosalie, você pode buscar algumas flores? – Eu pedi.

- Flores?

- Sim. Rosas.

- Como eu vou fazer isso?

- Se vira Rosalie, você sempre consegue tudo oque quer não é mesmo?

Ela revirou os olhos.

- Nem tudo...

- Ah, tenta. Por favor.

- Okay, okay.

Ela pegou o celular do bolso, e começou a discar.

Eu já estava pulando e batendo palminhas quando eu ouvi a campainha tocar.

- Será que é o Edward? – Eu perguntei entrando em pânico.

- Provavelmente não. – Respondeu Jasper. – Ele já tem tudo planejado. Eu duvido muito que ele iria deixar a Bella ir embora.

Eu não pude deixar de perceber que – depois do nosso término – era a nossa primeira “conversa” civilizada.

- Então quem será?

- Vamos abrir e descobrir.

Quando Jasper abriu a porta, eu me senti terrivelmente confusa. Esme e Carlisle tinham chego mais cedo? Será que eu errei a hora da festa nos convites? Qualquer que seja o motivo, eu tinha uma ótima oportunidade de dar um sermão em Esme.

- Nós esperamos não ser incômodos. – Disse Carlisle ainda na porta – Mas nós queríamos falar com vocês, antes da festa.

- Nós queríamos contar uma coisa, para vocês. Provavelmente a maioria de vocês já sabe. – Esme sorriu envergonhada.

Lá vem bomba!

Emmett cruzou o braço interessado. Rosalie não desligou o telefone porque – assim como eu – ela sabia exatamente oque eles iriam falar.

- Por favor, entrem. – Convidou Jasper.

- Bom...nós queríamos contar uma coisa para Bella. Não só para ela, mas para vocês também. Eu pensei em contar para Bella na festa, e vocês já podem ficar inteirados do assunto. – Explicou Esme.

- Que assunto? – Perguntou Renesmee.

- Eu e Carlisle...vamos nos casar.

Nenhuma reação.

Da minha parte, eu não fiquei preocupada; eu já sabia de tudo. Eu apenas olhei para Esme, com raiva. Não me importava se ela iria se casar com Carlisle ou não. O que me importava,era que ela não tinha me contado, nem sequer tinha me chamado para organizar o casamento.

Eu olhei ao meu redor. Emmett estava com o queixo caído, e Renesmee estava sorrindo. Para ela, aquilo era uma benção de Deus.

- Felicidades! – Disse ela entusiasmada.

- Obrigada Renesmee. – Carlisle sorriu.

- Mãe. – Eu chamei irritada. – Você e eu, lá! – Eu apontei para a cozinha.

Assim que nós entramos na cozinha, eu fechei a porta com tal brutalidade.

- Como você pode aceitar casar com Carlisle, sem sequer me consultar? – Eu berrei.

- Eu sei que você está irritada-

- E sem nem me chamar para organizar. – Eu interrompi irritada.

Esme suspirou de alivio.

- Desculpe Alice.

Ela me abraçou.

- Você pode organizar o meu casamento.

- Sério? Obrigada Mãe. – Eu sorri radiante. – Seu casamento vai ser fabuloso.

- Você tem razão. A festa da Bella vai ficar linda.

- Modéstia parte, eu sou boa. – Eu ri.

Ela riu comigo.

- Então...você vai contar para a Bella hoje?

- Eu acho que sim. Quanto mais tempo eu esconder isso dela, vai ser pior.

- Eu também acho. Odeio mentir para ela...

- Me desculpe por isso filha.

- Tudo bem. Agora, eu tenho que ir, eu ainda tenho que escolher a minha roupa. – Eu sorri, e corri para o meu quarto.

BELLA PDV 

- É realmente lindo. Uma das coisas mais bonitas que eu já vi. – Eu sussurrei, olhando para o por do sol.

Ele acariciou meu rosto.

Nós estavamos sentados em uma pedra, conversando sobre tudo um pouco. Aquilo foi bom. Eu tive a oportunidade de conhecer de verdade Edward Cullen. De saber que ele era muito mais que um rostinho bonito. Agora eu sabia que nós éramos muito mais que um casal, nós éramos amigos. Eu confiava nela cegamente, e ele também confiava em mim.

- Eu espero que as suas ex-namoradas não me odeiem por isso. – Eu zombei.

- Desculpe?

- Tudo o que elas queriam era um Edward mais carinhoso. Parece que eu consegui. – Eu sorri torto.

Por um momento, eu achei que a minha brincadeira fosse fazer ele ficar com raiva de mim, mas ele não ficou.

- Eu acho que elas não eram as pessoas certas. De que me adianta ser carinhoso com elas, confiar nelas, me sentir seguro com elas, se não é assim que eu me sinto? Eu me sinto seguro com você Isabella, talvez seja porque eu te amo mais do que qualquer mulher na minha vida.

Eu sorri. E me aproximei dele. Estavamos tão perto um do outro, que nossos narizes estavam se encostando. Eu podia sentir sua respiração no meu rosto, aquela foi uma sensação boa.

- Você é o melhor presente, que eu poderia ganhar. – Eu sorri novamente. – Eu te amo.

- Eu devo ser muito sortudo...

Eu revirei os olhos.

Nós ficamos em silêncio por um bom tempo, nos olhando. Ele me olhava fixamente nos olhos, e eu correspondia esse olhar. Eu sabia que oque eu sentia por ele era mais que uma paixonite, era mais que uma simples atração. Eu não me importava se Edward fosse bonito ou não, desde que fosse Edward. Eu o amava, mais que tudo nesse mundo. O homem que eu mais amava, era o meu Pai; mas era familiar, não era a mesma coisa que eu sentia por Edward.

- Argh. – eu grunhi.

- O que foi amor? – Ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás.

- Eu tive anos e anos pára encontrar alguém, alguém realmente descente. Quando eu te conheci, eu te odiei, de um jeito tão profundo... Eu te achei um tremendo babaca, Edward Cullen! Agora, eu não consigo nem sequer ficar longe de você!

Ele deu uma gargalhou.

- Nós não escolhemos quem nós amamos, meu amor. Mas, nesse sentido, eu estou bem satisfeito e feliz por amar você e por você corresponder. Fazer oque se nós somos perfeitos juntos. – Ele sorriu.

Eu iria respondê-lo, mas meus lábios estavam ocupados naquele momento. Edward me beijou de um jeito tão furioso...quase como se estivesse com fome. Mas, eu não podia reclamar, eu estava gostando. Eu queria que ele me abraçasse com mais força, para mais perto dele, e ele o fez.

Ele segurou minha cintura, me puxando para mais perto dele. Eu segurei seu cabelo, e o puxei também. Meu desejo por ele, minha ânsia por seus lábios, era quase irracional. Eu o amava, eu o queria, e eu não poderia ser castigada por isso. Meu coração acelerava, á medida que o seu beijo ficava mais longo. Seus lábios estavam urgentes sobre os meus, eu não conseguia mais respirar, mas tentei ignorar isso.

Eu morreria beijando Edward e ficaria feliz.

Naquele momento eu tive vontade de gritar, para todo mundo ouvir que eu estava apaixonada por Edward Cullen! Eu nunca pensei que um dia eu iria acreditar que o amor existia, que eu poderia senti-lo. Sim, ele existe, e sim, eu estou apaixonada. Tudo soava tão estranho, que eu tive vontade de rir. Mas rir de felicidade...

Eu – de má vontade – tive de me afastar dele. Eu já estava tendo uma arritmia ali. Eu precisei de um pouco de ar.

Quando eu olhei em volta, eu me surpreendi. Para mim eu estava em outro mundo, um mundo onde só existia Edward, meu Edward. Quando eu o olhei, ele também parecia surpreendido.

Depois de alguns minutos, Edward conseguiu se recuperar, e então, ele sorriu presunçoso. Eu revirei os olhos.

- Não acredito que o meu namorado é um boboca. – Eu tentei zombar dele, mas saiu um pouco estranho.

Ele riu baixinho.

- Hei, eu sou um Cullen né?

Nós dois gargalhamos juntos.

Eu me perguntei, se existia coisa mais bela do que aquele pôr do sol – tirando Edward, é claro.

Eu fechei os olhos.

Eu podia ouvir as ondas se quebrando na beira da praia, eu podia sentir a brisa do mar no meu rosto, e eu também podia ouvir a respiração de Edward bem próxima de mim.

- Que tal uma caminhada? – Ele perguntou enquanto beijava meu ombro.

Ele beijou meu pescoço, e depois foi subindo até o meu queixo. Quando eu pensei que ele iria chegar aos meus lábios, ele beijou a região do maxilar e mordeu o lóbulo da minha orelha. Eu choraminguei e ele riu baixinho.

- É difícil de me concentrar em te responder. – eu admiti.

Ele sorriu torto, e se levantou. Ele segurou o meu cotovelo, e me ajudou a levantar.

Ele colocou a o braço no meu ombro e eu entrelacei minha mão na sua. Nós começamos a caminhar pela praia. Era bom sentir meus pés descalços na areia da praia.

- Eu estou um pouco curioso...

- O que foi?

- Por que você decidiu cursar medicina?

Eu me surpreendi um pouco com a sua pergunta, mas depois eu entendi. Na época que nós nos conhecemos, com certeza aparentemente, medicina era uma das últimas que eu iria querer cursar. Mas, eu sempre gostei de medicina, apesar de não parecer.

- Eu sempre gostei muito de medicina. A minha mãe se emocionou quando eu disse que queria cursar a mesma coisa que ela. – eu ri baixinho. – Mas, eu acho que eu gostaria de poder ajudar as pessoas...você entende oque eu quero dizer?

- Sim. – Ele sorriu.

- E por que você quis fazer medicina?

- Eu sempre acompanhei o trabalho do meu Pai. A principio, eu não ligava muito, mas depois eu comecei a ir ao hospital, acompanhar, e acabei gostando. – ele deu de ombros. – Eu acho que nem eu sei ao certo o por quê...

Eu olhei para os meus pés, um pouco tímida para perguntar. Eu estava formigando de curiosidade, mas eu não queria que a minha pergunta o magoasse. Eu não agüentaria vê-lo mal, de jeito nenhum. Eu também me sentiria mal.

- O que foi Bella? Você parece um pouco tensa.

Eu apenas balancei a cabeça, sem olhar para baixo. Ele segurou o meu queixo, e levantou meu rosto. Eu mordi o lábio. Eu não queria magoá-lo, eu não iria magoá-lo.

- O que foi?

- Nada Edward, eu acho melhor nós não falarmos disso...

- Você não vai me falar? – Ele fez cara de cachorro abandonado, e eu tentei não rir.

- Não.

- Por favor.

Eu suspirei derrotada. Eu não podia discutir com aquilo.

- Eu gostaria...gostaria de saber um pouco mais sobre a sua mãe. Por favor.

Ele respirou fundo. Tentei procurar algum vestígio de agonia em sua expressão, mas para o meu alivio, não encontrei nenhum.

- Eu não sei muito sobre ela. Eu só sei que ela foi embora quando eu era pequeno ainda...Eu devia ter uns 10 anos. Jasper não lembra muita coisa sobre ela, para ele isso é bom. Economiza dor.

Eu imaginei como devia ter sido difícil para eles, principalmente na infância. Eu os imaginei passando o dia das mães. No dias dos pais, eu costumava ir ao cemitério, mas não conseguia ficar nem 5 minutos lá. Devia ser muito difícil para eles.

- Antes de ela ir embora, ela estava tendo um caso, com um cara de uma banda.

- Você sabia que eu tinha uma banda? – Eu perguntei de repente.

- Uma banda?

- Sim, quer dizer, eles queriam levar uma coisa mais á sério, mas eu não quis, então eles me chutaram da banda... – Eu ri.

- Hmm...

- Desculpe, pode continuar.

- Obrigada. O cara nem sequer fazia sucesso na banda mas...Eu lembro que no dia em que ela largou Carlisle, era de madrugada. Eu tinha sido acordado com a intensidade dos seus gritos. Eu caminhei até a sala, preocupado com oque quer que estivesse acontecendo. Eu decidi me esconder, e não chamar a atenção para mim mesmo. Quando eu olhei, a única coisa que eu lembro, era do olhar angustiado de Carlisle, e da aliança no chão.

    “Eu nunca tinha visto o meu pai daquele jeito. Eu tive muito medo, eu não sabia oque estava acontecendo. Eu decidi sair do meu esconderijo, e tentar ajudar Carlisle de alguma forma. Quando eu sai dali, eu encontrei minha mãe na porta, com suas malas na mão. Quando ela me viu, ela correu até mim, e me deu um beijo na testa. Ela disse que me amava, e que amava meus irmãos também.” Ele bufou “Como se eu acreditasse...Ela nunca voltou, ela nunca mandou uma carta, nenhuma ligação...Nada! Com certeza ela estava melhor com seu namorado...se é que ela ainda está com ele!”

Eu fiquei um pouco surpresa. Edward nunca tinha conversado abertamente comigo sobre aquele assunto. Só oque eu sabia, é que sua mãe tinha o abandonado, era só isso. Eu nunca imaginei que um dia ele iria me contar a história com tantos detalhes.

- Qual era o nome dela?

- Elizabeth. – Ele disse rapidamente.

Ele não olhou para mim, e depois de algum tempo, eu decidi que não seria agradável fazer mais perguntas, forçá-lo a falar sobre isso. Depois eu alguns minutos, ele tirou a mão nos meus ombros abruptamente, e se afastou de mim. Eu tentei chegar perto dele, mas ele se afastou. Um caroço se formou na minha garganta. Ele estava com raiva de mim? Ele estava magoado?

- Edward. – Murmurei. Minha voz saiu rouca, graças ao choro que eu prendia.

Ele fechou os olhos e não me respondeu.

- O que eu fiz de errado?

Ele continuou quieto.

Eu sabia que alguma coisa iria dar errado...

- Você não fez nada, Bella. Sou eu, sou sempre eu.

Eu franzi o cenho para ele.

- Eu não estou de entendendo... – Eu sussurrei.

Ele deu um suspiro pesado.

- Eu sinto que eu não te mereço. Que você merece coisa melhor...Eu não sou digno de ficar com você, Bella. Ás vezes eu penso, que eu devo me colocar no lugar daquelas mulheres, sentir a dor que elas sentiram. Eu sempre falo da minha mãe, mas eu sou igual á ela Bella, será que você não entende? Sempre machucando as pessoas, sempre...

Seus olhos estavam totalmente torturados e agoniados. Ele olhou para os seus pés, tentando esconder a sua expressão de mim. Tarde demais, eu já tinha visto.

- O Daniel já disse para você que eu não sou uma boa companhia? – Sua voz não tinha um tom de acusação.

Eu senti ás lágrimas nos meus olhos. Eu rezei para que minha voz saísse instável.

- Sim. – Eu engoli em seco. – Mas isso é besteira Edward, você sabe disso.

Ele gemeu.

- Não, não é! Você merece coisa melhor Bella...

- Daniel?  Claro, o Daniel é um menino muito descente... – Minha voz estava carregada de sarcasmo.

- Bella, para com isso...

- Não, para com isso você! – Eu gritei.

Eu coloquei minhas mãos em ambos os lados de seu rosto, e o forcei a olhar para mim.

- Você não é igual á ela! Eu não preciso...eu não quero ninguém que não seja você, Edward. Você não entende? Eu não agüento ver você assim, dói em mim também, como se estivéssemos ligados um ao outro. Hoje é o meu aniversário, eu não quero ver você assim, por favor. Eu te amo, eu quero você, é isso que importa para mim. Você me ama?

- Sim, amo mais do que eu deveria.

Eu pisquei, e as lágrimas estúpidas caíram dos meus olhos. Ele ás limpou com a ponta dos dedos.

- Desculpe, hoje é seu aniversário, e eu estou te fazendo tão infeliz...

- Não, não está. – eu neguei rapidamente. – Na verdade, eu estou amando.

Ele respirou fundo e logo recompôs a expressão. Eu tive certeza de que não iríamos mais tocar naquele assunto, não iríamos mais tocar na ferida um do outro. Quando eu vi que ele já estava melhor, eu deixei minhas mãos caírem do seu rosto, e ele segurou minha mão.

- Agora está na hora da segunda etapa.

Antes que eu pudesse perguntar, ele me puxou tão rapidamente para os braços dele, que eu fiquei sem fôlego. Eu o olhei confusa, e ele apenas piscou para mim.

- Você não pensava que iríamos ficar o dia todo na praia, pensou?

Eu dei de ombros.

- Agora, está na hora de ter alguma diversão, senhorita Swan.

 ROSALIE PDV

- Onde será que eles estão? – Eu perguntei enquanto arrumava as flores que Alice tinha pedido com Emmett.

- Edward não quis dizer. – explicou Emmett – mas aonde quer que eles estejam, deve estar bom...

Ele riu baixinho.

Aquilo não foi lá muito agradável de se ouvir, mas nem sequer chegou a ser ciúme. Alice tinha razão, todos tinham razão, eu precisava esquecer Edward, esquecer de verdade. Hoje eu teria um encontro com Emmett não é?

- Bom...e para onde nós vamos?

- Aonde você quer ir?

Eu pensei por um momento.

- Qualquer lugar em que eu possa me divertir... – Eu dei de ombros. -...está bom para mim.

Ele sorriu.

- Tudo bem. E eu ainda não esqueci, você ainda vai me dar aulas de como conquistar uma garota. Apesar de eu achar que o meu charme já está de bom tamanho.

Eu revirei os olhos e logo em seguida, gargalhei.

- Será que dá para vocês terminarem logo com isso? Daqui a pouco vai escurecer e eu quero esse apartamento fabuloso ainda hoje. – Alice reclamou.

- Não sei como Jasper agüentava... – sussurrou Emmett.

Alice ouviu e deu um tapa na cabeça dele.

- Quer saber, eu acho que eu seria mais rápida que vocês, mesmo que eu estivesse com um pé só e tomando sorvete. Vão cuidar de outras coisas. – Alice resmungou.

- E oque nós vamos fazer? – Perguntou Emmett.

- Ora, o que você tinha que fazer? Você vai fazer a festa ficar divertida...

- Como?

- Música, mongol. – Ela resmungou.

Pelo visto, Alice estava mau-humorada.

- E eu Alice? – Eu perguntei meio hesitante.

Ela pensou por um momento e então respondeu.

- Felizmente, nós já temos quase tudo preparado...Você já fez a sua parte. – ela sorriu. – Liga para o Edward, para saber quando ele vai trazer a Bella.

Eu fiz uma careta.

- Por favor. – Ela pediu.

Eu sai marchando de perto dela até o meu celular. Eu disquei os números rapidamente, e tentei me concentrar mentalmente para isso. No quinto toque, ele atendeu.

- Alô. – Ele respondeu em meio de risadas.

Eu pude ouvir a risada histérica de Bella do outro lado da linha. Eu me perguntei oque seria tão engraçado para ela.

- Edward, Alice pediu para eu te ligar. Ela quer saber detalhes.

- Detalhes?

Eu me senti uma idiota. Parecia que eu estava tentando falar com alguém surdo.

- Ela quer saber á que horas você vai trazer Bella.

- Rose, não dá para falar agora...

Tudo ficou em silêncio do outro lado da linha. Agora, eu não podia nem sequer ouvir a risada de Bella. Edward também não disse nada.

- Edward? – ele não respondeu – Edward?

O telefone ficou mudo, e eu o joguei em cima do sofá irritada.

- Argh!

Eu fui para o meu quarto, totalmente frustrada.

ALICE PDV 

Depois de algum tempo, os preparativos ficaram todos prontos. Eu fiquei super aliviada ao ver a decoração, as luzes, a comida, tudo no seu devido lugar. Porém, eu não conseguia mais ficar parada. Eu sempre ia ver se estava tudo certo com a música, ou se não estava faltando nada na decoração ou se a comida estava boa o bastante.

Quando anoiteceu eu quis testar as luzes, para ver se tinha o efeito que eu queria. Infelizmente eu não sabia mexer no equipamento de Emmett, e ele não estava por perto.

- Jasper, você pode me dar uma ajuda?

Ele me olhou um pouco surpreso quando eu falei diretamente com ele.

- Qual é o problema?

- Eu queria testar as luzes. Será que você pode me ajudar?

- Claro, Alice.

Eu fiquei observando, enquanto ele mexia no equipamento. Eu tinha notado, que até agora ele não tinha feito nenhuma gracinha para chamar a atenção para si e que ele estava evitando ao máximo falar comigo. Mas não de um jeito rude, era como se ele quisesse que eu me sentisse á vontade.

- Pronto.

As luzes se ajustaram perfeitamente. O holofote estava no lugar certo. O centro de nossa sala estava parecido com uma pista de dança, e eu senti orgulho de mim mesma.

Ótimo trabalho.

- Jasper, será que não devemos testar a música também?

Ele percebeu a segunda intenção no meu tom de voz. Ele franziu o cenho para mim por um segundo, e depois balançou a cabeça.

- Eu não acho que seja uma boa idéia. Com licença, eu já vou indo.

Ele saiu de perto de mim o mais rápido possível.

Tudo oque ele queria não era uma chance? Eu não acredito que eu fiquei horas e horas refletindo sobre oque era melhor para mim, para o Jasper me ignorar assim. Antes ele estava tão determinado que eu pensei que seria melhor dar uma chance á ele...

- Isso não vai ficar assim! – Murmurei.

BELLA PDV 

Edward tinha me levado para jantar – o jantar foi incrivelmente agradável. Com exceção da hora em que nós dois discutimos para ver quem iria pagar a conta. No final eu cedi, e nós fomos embora – Agora, nós tínhamos saído para conhecer a cidade – eu acho – com Edward dirigindo feito um louco.

- Desse jeito eu vou colocar o jantar todo para fora. – Eu reclamei.

Ele sorriu.

- Eu não sei porque, mas eu tinha a impressão de que você sempre quis dirigir o meu Volvo.

- Eu já dirigi o seu Volvo.

- Mas agora, eu quero ver se você dirige tão bem quanto eu.

Eu revirei os olhos.

- Eu acho que no momento, eu não estou em condições de dirigir.

Ele sorriu.

- Tudo bem, eu me rendo.

Eu franzi o cenho para ele.

- Eu desisti. Vou levar você para casa.

Eu gemi.

- Lá é o último lugar que eu quero estar no momento.

- Eu discordo.

- Lá é o único lugar onde eu tenho que fingir...

- Oow, eu acho que nós temos uma promessa a ser cumprida. – Ele diminuiu a velocidade. – Nós não iríamos contar para todo mundo?

Eu me encolhi.

Eu contei exatamente dois minutos antes de responder a sua pergunta. Eu precisava de um ótimo argumento agora. Quando eu não respondi imediatamente, Edward encostou o carro. Eu tirei o cinto de segurança, para poder me aproximar dele.

- Não vai me dizer que você não quer mais ficar comigo...

- Cala a boca! É a única coisa que eu tenho certeza nesse mundo.

Ele sorriu satisfeito.

- Então você ainda quer manter segredo.

Eu me aproximei mais um pouco, e segurei seu cabelo com os dedos. Eu o puxei abruptamente para mais perto de mim.

- Eu apenas acho que ficar escondido com você é mais gostoso. – Eu sussurrei.

Eu encostei seus lábios nos meus. Eu queria manter o controle da situação, mas eu não consegui. Quando eu estava com Edward eu perdia a noção do tempo, eu não poderia responder pelos meus atos. Eu apenas era tomada pela emoção. A principio, Edward correspondeu meu beijo, mas depois – com um gemido bem baixinho – ele se afastou de mim, o mais gentil possível.

- Bella, eu quero que todo mundo saiba, por inteiro, que eu sou totalmente seu.

Eu gostei de como aquilo soou; não consegui reprimir um sorriso.

- Eu também, mas eu não sei...

- Você tem vergonha?

- Não, claro que não. – eu disse rapidamente. – eu só...você já viu como Rosalie se sente em relação á você?

- Me desculpe Bella, mas eu não quero nada com ela.

- Mas...não faz sentido! Ela é linda.

- Como eu posso controlar oque eu sinto Bella? Eu já quis voltar atrás, não sentir oque eu sinto por você, mas... – Ele segurou minhas mãos. – Eu me rendo completamente á você, Isabella Swan.

Eu sorri.

- Tudo bem. Vamos para casa.

-

- Eu ainda não acho essa venda necessária. – Eu reclamei. – Eu pensava que hoje não iria haver surpresas.

- Isso era só o começo Bella. Essa noite ainda vai ser muito longa...

- Com certeza. – Sarcasmo.

Eu sabia que nós já tínhamos saído do elevador. Eu estava com as mãos nas vendas, porém, Edward me envolveu em seus braços, e foi impossível negar o seu toque.

- Estamos quase lá. – Ele sussurrou no meu ouvido.

Eu senti um arrepio da cabeça, até a ponta do dedão. Aquele definitivamente era o melhor aniversário que eu já tive.

GRAÇAS Á EDWARD CULLEN.

Edward me soltou delicadamente só segurando meu braço. Como se fossemos amigos, apenas.

- Não... – eu protestei.

- Você queria que escondêssemos não é?

Eu fiz uma careta.

Edward me soltou novamente, e segurou apenas meu punho. Eu pude ouvir um pequeno barulho de uma porta sendo aberta, mas, não me importei, eu estava concentrada apenas em seu toque, por mais bobo que ele fosse.

Edward tirou lentamente a venda dos meus olhos, e eu procurei rapidamente por seu rosto. E então, os coros de várias pessoas juntas me despertou:

- SURPRESA!

Minha primeira reação foi susto. Como aquele pessoal todo entrou ali? Como...? Eu até tinha suspeitado rapidamente, mas quando eu estava com Edward, eu preferia ao máximo não pensar nas outras pessoas.

Depois, veio à ira. Edward sempre soube disso. Assim como Alice, e os outros. Como eles fizeram isso? Eles não sabiam que eu não gostava de chamar atenção?! Até mesmo o Daniel estava aqui! Como Edward permitiu isso?

Depois do susto e da ira, veio a compaixão. Por mais que eu odiasse festas, chamar a atenção, e até mesmo odiasse o fato de que todos eles tinham feito um tipo de “complô” e tivessem escondido tudo de mim – é claro, afinal, aquela era uma festa surpresa – eu sabia que eles tinham feito aquilo por mim, para me agradar, por mais que eu não gostasse daquilo. Todos estavam reunidos juntos, até mesmo pessoas que não gostavam uma das outras.

Eu não sabia mesmo oque dizer, e graças a Deus, não foi necessário dizer nada. Antes que eu tomasse fôlego e me recuperasse o baita susto que eu levei, Alice me deu um abraço de quebrar as costelas.

- Parabéns, Bella. Tudo de bom para você! Se divertiu muito com Edward? Ai, enquanto isso eu estava aqui ralando e sendo obrigada a aturar o idiota do Emmett... Mas, em compensação, a decoração ficou linda. Pelo menos na minha opinião. O que você achou? Você gostou? – Tagarelou Alice.

Eu não tive tempo de responder, outras pessoas vieram me abraçar, empurrando Alice para longe de mim. Eu estava muito consciente, mesmo com todos os abraços, que Edward ainda estava segurando a minha mão, e isso foi reconfortante.

Eu, de fato, poderia aturar qualquer coisa com Edward ao meu lado.

-

Depois de muitos abraços, e de muitos obrigados, eu finalmente, pude “curtir” a festa. Só Esme, ficou pelo menos umas meia hora abraçada comigo, chorando.

PELO MENOS, NOS MEUS 18 ANOS FOI PIOR.

Eles tinham optado por uma luz negra, com uns feixes de vermelho, que combinavam perfeitamente com as rosas vermelhas. Alice – provavelmente – tinha colocado uns pufes pelo canto da sala. O cheiro era extremamente agradável, mas não consegui distinguir do que era. Aquilo estava mais parecido com uma balada, do que com uma sala de estar normal. 

Mesa de doces, mesa de frios, mesa de bebidas...Tinha até uma cascata de chocolate!

Alice tinha mesmo exagerado, mas eu decidi não reclamar hoje, se isso a deixava feliz. Eu decidi que hoje, nada e nem ninguém iria atrapalhar a minha noite, eu seria feliz, não existia presente melhor do que ser feliz com as pessoas que eu amava. Eu me sentia até reconfortada de ter Edward comigo, Jacob, Alice, Rose, Jasper...e até mesmo Emmett e Renesmee.

- Bella, você vem comigo agora, vamos trocar esse vestido. – Disse Alice me puxando para o seu quarto.

- Ah não, não precisa Alice. Esse vestido está perfeito.

- Não para essa ocasião.

Eu suspirei me rendendo. Eu iria deixar Alice ser feliz, pela primeira vez.

EDWARD PDV 

- Edward, todos nós precisamos conversar com você. – murmurou Rosalie.

Eu estava um pouco distraído prestando atenção na decoração, que não percebi Rosalie chegando perto de mim – mesmo com seu sapato alto.

- O que?

Ela revirou os olhos, impaciente.

- Esme, Carlisle e os outros querem falar com você. Rápido! Tem uma coisa que você precisa saber.

Ela segurou minha mão, e me puxou até o seu quarto. Aquilo me incomodou, mas eu não recuei. Quando entramos no quarto, eu pude ver que todos estavam reunidos lá, menos Alice e Bella. Emmett estava na janela, com uma expressão impaciente. Jasper, pelo o contrário, não tinha expressão nenhuma, ele não queria demonstrar nenhuma emoção. Esme parecia tensa, e Carlisle segurava sua mão, tentando acalmá-la.

Jacob e Renesmee também não estavam lá.

- Por que vocês me trouxeram aqui?

Rosalie limpou a garganta e Esme respirou fundo.

- Edward, eu não te conheço muito bem – ela começou – mas eu sei que você realmente é um homem bom e primeiramente eu queria te agradecer por tudo oque você tem feito pela Bella. Ela parece bem mais feliz.

Eu? Um menino bom? Acho que ela bebeu um pouco mais que devia.

Eu não entendi aquele papo, mas esperei que ela continuasse. Provavelmente ela não estava ali somente para me agradecer.

- Nós achamos que a Bella estava um pouco mais madura, mas eu ainda tenho medo. Eu gostaria que você soubesse também, para que não houvesse nenhuma complicação. Eu e seu pai, se você não se importa, vamos nos casar!

Meu queixo caiu automaticamente. Esme suspirou ao ver a minha expressão, e Carlisle se aproximou de mim. Ele colocou a mão no meu ombro, e olhou nos meus olhos.

- Eu sei que é um pouco estranho para você. Eu queria ter contado antes, mas eu não consegui. Eu espero que você aceite isso, eu realmente achei a mulher certa para mim.

Eu recompus minha expressão. Eu não poderia discutir com aquilo, eu me sentia assim também. Não sei nem o porque eu fiquei tão surpreso, estava um pouco obvio. Jasper – que ainda estava sem expressão nenhuma - assentiu para mim, como se estivesse lendo os meus pensamentos.

Eu limpei a garganta, tentando manter minha voz instável.

- Eu entendo, e fico feliz por isso. Eu só não entendi oque Bella tem a ver com esse assunto...

Carlisle tirou a mão do meu ombro, e segurou a mão de Esme novamente. Ela ainda parecia tensa, como se estivesse com medo de alguma coisa.

- Nós ainda não contamos. Esme tem medo de que isso a machuque. Ela tem medo da reação dela. – Explicou Carlisle.

Eu ergui uma sobrancelha.

- Então vocês acham que a Bella é uma problemática? Vocês têm medo da reação dela? – Eu bufei – eu acho que ela tem o direito de saber.

Agora eu estava com raiva. Como eles poderiam esconder dela assim?

- Edward...eu não sei como ela vai reagir. Por favor, não conte nada á ela. – Pediu Esme.

Eu cerrei os dentes.

- Não? Eu não posso esconder dela assim, eu não consigo.

- Por favor Edward, eu juro, nós iremos contar á ela, ainda hoje.

Eu encarei Jasper, Emmett, Rosalie, Esme e depois Carlisle. Emmett parecia não se importar muito. Jasper agora franzia o cenho; ele parecia confuso. A expressão dos outros era suplicante.

Era horrível mentir assim, eu odiava mentir para ela, mas...Esme tinha prometido que iria contar hoje, então, eu poderia agüentar um pouco; eu acho.

Eu suspirei.

- Tudo bem, mas vocês terão de contar. – Aquilo era uma ordem.

BELLA PDV

- Melhor. – Admitiu Alice, admirando meu vestido.

- Realmente não precisava disso, eu estava mais confortável antes. – Reclamei cruzando os braços no peito.

- Mas esse vestido é lindo, e você continua linda. Vem logo, você é a anfitriã da festa.

Eu suspirei e deixei que ela me levasse para a sala. Quando eu cheguei na sala, Daniel me encarou de olhos arregalados. Jacob sorriu, e correu na minha direção. Eu senti uma onda de felicidade de vê-lo ali, e até mesmo de alivio.

Alice saiu de perto de nós, e Jacob me abraçou forte.

- Você realmente está forte, Jacob. – Eu ofeguei quando ele me soltou.

Ele riu baixinho.

- Vamos dançar?

Ele ergueu a mão para mim, para que ele me conduzisse. Eu fiz uma careta, mas segurei sua mão e ele me conduziu para a “pista de dança”. Eu não estava com vontade de dançar, principalmente com aqueles saltos.

Jacob segurou minhas mãos, e as colocou em seus ombros. Ele colocou a mão nas minhas costas, tentando ser respeitoso. Nós mantemos uma certa distancia.

- Você está linda. – Ele murmurou.

Não era a primeira vez que eu ouvia aquelas palavras, porém, aquilo foi lisonjeiro.

- Obrigada. Eu estou muito feliz de ter você aqui.

Ele sorriu largamente, e com um suspiro, eu aninhei meu rosto em seu ombro. A música era lenta, e ele tentava manter nossos passos conforme a música. Em volta de nós, alguns casais também dançavam.

- Desculpe. – ele sussurrou.

- Como?

Ele suspirou. Ele parecia triste agora.

- Primeiramente, eu queria te desejar feliz aniversário.

- Obrigada.

- Foi só por isso que eu fiquei. Eu queria me despedir de você.

Eu não gostei do rumo da nossa conversa, e furiosa, eu tirei meu rosto de seu ombro. Eu o encarei com raiva, mas ele continuou a me conduzir, tentando continuar a dança.

- O que? Você vai embora?

- É essa a idéia.

Meus olhos se arregalaram horrorizados.

- Não! De novo, não! Jacob, por favor, por favor, diga que essa é uma brincadeira de muito mau gosto.

- Não é. Eu não posso continuar aqui, vendo todo o sofrimento que eu causei a você e a...Renesmee.

- Não! Eu te perdôo, se é isso que você quer. Só o fato de você estar aqui já é tudo para mim. – Meus olhos se encheram de lágrimas.

Ele limpou meu rosto quando as lágrimas caíram pelas minhas bochechas.

- Vai estragar a maquiagem – ele sorriu se desculpando. – Eu preciso de um tempo para mim, Bella. Além disso, eu não vou para longe.

Ele tirou um pedaço de papel de seu bolso e me entregou. Eu deixei algumas lágrimas caírem no papel. Era um endereço.

- Eu arrumei esse apartamento com um amigo. É um pouco longe, só um pouco. Mas, se você quiser você pode me visitar algum dia. Por favor, não vá atrás de mim. Desculpe por estragar sua festa.

Ele beijou minha testa e se afastou de mim. Eu reprimi um soluço e tentei recompor a minha expressão. Eu consegui reprimir o choro por alguns instantes.

- Jacob! – Eu gritei com a minha voz rouca, mas ele já tinha ido.

Eu fiquei ali, na pista de dança sozinha, com o papel na mão, com cara de idiota. Eu pude ouvir uns passos de corrida perto de mim, e virei o rosto para ver quem era.

Antes mesmo de eu engolir o choro que já estava caindo, Edward me abraçou com toda a força do mundo. Ele envolveu seus braços na minha cintura, e eu escondi meu rosto em seu peito. Eu permiti que a dor tomasse conta de mim, e chorei nos braços de Edward, lamentando por ter sido abandonada, mais uma vez.

Algo sempre tem de sair do controle.

(continua)