Três Espiões Demais escrita por O quarto espião demais
Notas iniciais do capítulo
Episódio 03, parte 5.
~ ~ ~ ~
Pegos de supetão, todos ficaram sem reação ao verem o homem uniformizado de policial encarando ambos a alguns metros. Ele estava próximo da portaria, segurando a lanterna que os direcionava com uma das mãos e com a outra na altura da arma em sua cintura. Parecia estar sozinho.
— Não vou perguntar de novo! Quem são vocês e como entraram aqui dentro? Respondam antes que eu chame reforços!
— Olha, calma! - Wade levantou os braços. - Somos... somos paraquedistas! Isso! E acabamos de pousar aqui!
— Paraquedistas? - Blake repetiu desentendido e recebeu uma cotovelada de Christian. - Ai! Ah é, somos!
O guarda então observou em volta dos jovens.
— E onde estão os paraquedas?
— Os paraquedas? Ah... é... - Wade ficou sem resposta.
— Já guardamos! - o loiro tomou a deixa. - Estão nas nossas mochilas!
— Sim. - Wade reforçou. - Guardamos!
O segurança abaixou a lanterna e estendeu a palma de uma das mãos, como se pretendesse pedir algo.
— Passem as mochilas! Vou checar pra ver se só tem paraquedas mesmo, se estiverem dizendo a verdade os deixo sair.
O trio se olhou por um breve momento sem saber como prosseguir.
— Tá bom, é tudo mentira, não somos paraquedistas coisa nenhuma! - Gritou Blake.
— Como é?! - Christian questionou, incrédulo.
— Blake! - Esbravejou Wade. - O que está fazendo?
— Dizendo a verdade! A desculpa de vocês sobre paraquedas é horrível! Quem faz paraquedismo a noite?
O policial então fitou o moreno.
— Diga-me a verdade.
— Somos espiões! - contou. - Trabalhamos para uma organização secreta internacional de espionagem, a WOOHP, e nosso serviço se resume em livrar o mundo do mal. E estamos aqui porque procurávamos por pistas que indicassem quem está por trás do ataque aos jogadores! É isso. - Ele fez uma pequena pausa para respirar. - Mas não prende a gente, por favor! Se eu tiver passagem pela polícia antes dos 18 a minha mãe me mata!
E Wade e Christian reviraram os olhos.
— Grande jogada, hein, Blake? Se pensou que ele não acreditaria na nossa desculpa, como acha que ele vai acreditar nessa história de espionagem? A WOOHP é secreta, praticamente ninguém de fora conhece! - Wade analisou.
— Ops! - O moreno percebeu a cagada que havia feito.
— Mas eu conheço! - Com tais palavras o policial conseguiu a atenção dos rapazes, que o fitaram em choque.
— Conhece a WOOHP? - o ruivo perguntou descrente.
— Muito bem, aliás, e inclusive a chefa de vocês, a Jeniffer! Estou certo?
— O QUE?! - O trio grunhiu em uníssono. - Da onde conhece a Jeniffer? - Christian questionou, boquiaberto.
— Não está óbvio? Já trabalhei pra WOOHP também! Inclusive sinto bastantes saudades!
— Que legal! - Blake se animou. - Ainda vai entregar a gente?
— Seria o correto a fazer, já que estão invadindo uma área proibida... Mas eu também já fiz muito isso, então acho injusto levar vocês em cana por só estarem cumprindo com sua missão... Já encontraram algo a respeito do crime?
Wade retirou do bolso a pequena bateria e amostrou ao oficial.
— Apenas isso.
— Uma bateria de lítio da CardexA... - o homem reconheceu.
— CardexA? Essa é a empresa por trás da logomarca? - perguntou Wade.
— Sim. Em meus tempos como espião já detivemos os chefes dela varias vezes por inúmeros crimes e tentativas de comandar o mundo... Parece que há uma nova pessoa liderando a C.A..
— E precisamos descobrir quem antes que mais ataques aconteçam! - Christian asseverou. - Sabe onde se localiza a base da CardexA?
— Por conta das muitas tentativas eles mudam de esconderijo todas as vezes... como estou afastado a anos da espionagem não faço nem ideia de onde estejam, desculpem.
— Tudo bem, a gente da um jeito de achar! - o ruivo comentou com meio sorriso. - Obrigado por não entregar a gente! A propósito, sou Wade e eles são Blake e Christian.
— Prazer, rapazes. Sou o Carlos! Agora acho melhor saírem daqui, antes que os guardam deem por minha falta e entrem no estádio! Boa sorte com a missão!
— Obrigado! - agradeceu Blake e pôs-se a correr junto dos amigos para deixarem o lugar.
— E mandem lembranças minhas a Jeniffer!
— Pode deixar!
Ao longe, Carlos acenou em despedida para os garotos e os viu saírem por cabos bamph que os içaram para fora do estádio.
— Bons tempos... - comentou consigo mesmo num breve sorriso de recordação. Por fim, virou as costas e rumou para a portaria.
***
Estacionamento do Mineirão, Belo Horizonte. 22:35.
No banco do passageiro da frente do K-500, Wade permanecia sentado com a maleta Scanner 7000 aberta em seu colo e a pequena bateria sobre ela, a qual escaneava e buscava informações a respeito. Enquanto isso, Blake se acomodava deitado na fila de bancos traseiros e Christian andava em zig zag na frente do veículo. O loiro estava visivelmente impaciente.
— Algum resultado? - perguntou.
— Nada ainda...
— Pra uma maleta scanner de última geração essa aí tá bem lenta, viu?! - disse Blake.
— E cada minuto que passamos esperando essa análise outros times podem estar sendo atacados... Droga! - Christian chutou o chão.
O dispositivo acendeu um alerta repentinamente.
— Bingo! - Wade abriu um sorriso ao ver o resultado finalmente.
— Encontrou algo? - Christian pulou pro banco do motorista.
— Sim, parece que a base da C.A. está numa região remota do Acre, próximo à fronteira com o Peru! Já peguei as coordenadas.
— Então se segurem, é pra lá que nós vamos!
E Christian pisou fundo no acelerador, saindo com o carro velozmente num cantar de pneus.
— Aí não, de novo não! - reclamou Blake, agarrando o mais forte que pôde nos bancos a sua frente.
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