O Herdeiro Malfoy escrita por Zoey


Capítulo 3
Capítulo 3 - Os fantasmas do meu passado


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que muitos de vocês não leem as notas do capítulo, BUT, para aqueles que o fazem, devo recomendar que ouçam Dirty Mind do Boy Epic durante a leitura do capítulo. Eu estou em um relacionamento sério com essa música e parece perfeita para o cenário, não sei se se aplica a vocês, mas, de qualquer jeito, já recebem uma recomendação de música.



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Draco estava tonto e com dificuldade para abrir os olhos, eles pareciam anormalmente pesados. Aos poucos, os sons ficaram mais intensos e Draco abriu as pestanas, teve que as fechar devido à forte luz. Ele piscou até conseguir se acostumar. Percebeu que não estava mais em casa e que seu corpo doía, principalmente seu pescoço. Devagar, começou a lembrar os últimos eventos da noite.
Ele lembrava de ter tentado suicídio, mas não lembrava nada sobre não ter sucesso. Aparentemente, ele estava em um recinto hospitalar, os aparelhos, a cama, até aquele vestido/roupão de paciente denunciava o local no qual se encontrava. Entretanto, ele não tinha nenhuma ideia de como chegara lá.
A porta abriu-se e uma doutora entrou no quarto. Draco não a reconheceu imediatamente. O menino recostou-se no travesseiro e esperou alguma manifestação por parte da médica.
— Sr. Malfoy, o senhor teve muita sorte de seu amigo encontrá-lo a tempo de salvá-lo. Você teve alguns hematomas no pescoço, mas não ficou tempo suficiente sem ar para ter danos permanentes. Porém, chegou as hospital com desnutrição e desidratação, vai precisar permanecer aqui até recuperar-se. O senhor precisa de algo?
Havia algo de familiar naquela voz, algo que fazia seus pelos nos braços arrepiarem e uma sensação de auto repúdio surgir. Ele olhou para a médica pela primeira vez e levou um susto.
— Her...Granger? - Ele arregalou os olhos, não esperava que fosse ela, retomou a compostura e falou: - Estou bem, não preciso de mais nada.
Ela estava desconfortável com aquilo, obviamente. Mas não se comparava a nada com o que ele estava sentindo.
— Vou chamar o senhor Zabini, ele tem perguntado sobre seu estado.
— Blásio está aqui? - Aquele dia estava revelando-se cada vez mais cheio de surpresas para Draco.
— Sim - ela disse friamente.
Hermione deixou o quarto e segundos depois Blásio entrou. Ele estava com uma cara péssima, não dormira a noite inteira, claramente. Mas também havia desespero, Blásio estava com medo por Draco.
— Cara, como você está?
— Igual a merda.
— Por que você fez isso, Draco?
— Por que não?
Blásio tomou vários momentos acalmando-se, se não fosse pelas condições de Draco, Malfoy já teria levado algumas pancadas.
— Draco, você... você tentou se matar. Isso não é uma coisa que alguém saudável fosse fazer.
— Nunca disse que estava saudável.
— Se você precisava de ajuda por que não ligou?
— Você sumiu durante dois anos, não demonstrou um único dia que se importava com o que deixou para trás, então, eu deveria supor que se eu pedisse você voltaria?
Draco repreendeu-se mentalmente por ter revelado o que pensava, a maioria das vezes ele preferia manter o silêncio, porém, naquele momento, não conseguiu evitar. Blásio parece receber as sentenças como se facas estivessem sendo cravadas no seu corpo.
— Se eu não partisse eu não estaria vivo e nem você.
— Eu não pedi para você me salvar.
— Não pediu, mas deveria. Puta que o pariu, Draco, você tentou se matar. Não vê a gravidade nisso? Você precisa de ajuda, de amigos, eu estou com você aqui. Eu voltei e não vou te deixar assim, ainda mais sozinho.
— Não precisa sacrificar seu exílio por mim. Passei dois anos sem caridade nenhuma, não vai ser agora que vou viver de esmolas.
Draco virou para o lado e deu por encerrada a conversa, Blásio dava indícios de que o diálogo não estava encerrado e que ainda tinha muito a dizer, mas preferiu manter-se em silêncio. Sentou na cadeira próxima à cama e ficou ali até Draco dormir, e, talvez, até mesmo depois. No fundo, Draco sentia-se muito grato por Blásio ter salvado-lhe, mas não conseguia evitar o ressentimento pelo sumiço do amigo. Blásio era uma das pessoas que mais lhe faziam falta desde os tempos de Hogwarts.
O amigo era seu parceiro, compartilharam muitos momentos juntos e havia lembranças além de números matemáticos entre eles.
Mas outro fantasma de seu passado havia ressurgido para assombrá-lo. Hermione Granger não era exatamente sua fonte de lembranças felizes. Na verdade, ela representava tudo que Draco mais desejava esquecer, as torturas, as ameaças, o medo, inclusive sua covardia. Seus gritos ainda ressoavam nos ouvidos do garoto, assim como os muitos outros que ouvira.
Com os olhos fechados, Draco visualizava perfeitamente as agressões de seu pai, todas as vezes que Draco e sua mãe sangraram por causa dos descontentamentos de Lucius. Lembrava, também, da posição que assumiu na guerra devido à covardia que seu pai impôs a sua existência, Draco sabia que era fraco. Mas, acima de tudo, sabia de todos os seus erros e do quanto fizera pessoas inocentes sofrer pela sua falta de imposição.
Os últimos dois anos resumiram-se ao exílio da família Malfoy em sua mansão, Lucius foi mandado para Azkaban, mas Narcisa e Draco permaneceram inocentados na casa. Todos os dias, o menino observava a degradação da mãe, que, aos poucos, desistia de viver, no fim, adoeceu e faleceu. O mesmo mal que afligia Narcisa atingiu Draco. Mas Draco não conseguiu juntar-se à mãe.
Em seus sonhos não havia unicórnios, havia um passado diferente. Ele sabia que se arrepender não adiantava nada, mas não podia evitar.
Draco dormiu mais um dia inteiro.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem ♥



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