O Herdeiro Malfoy escrita por Zoey


Capítulo 2
Capítulo 2 - Hermione


Notas iniciais do capítulo

POV inteiramente da Mione



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Hermione soube que Narcisa havia morrido no momento em que acordou e viu as duas corujas com cartas em seus bicos; uma de Harry e uma de Rony. Hermione levantou-se e foi até as aves, já sabendo o que leria, pois, dias atrás, Harry e Rony haviam comentado sobre o estado de Narcisa e nenhum dos dois enviara suas corujas pessoais até a casa de Hermione se o assunto não fosse importante.
As duas corujas diziam, praticamente, a mesma coisa: Narcisa havia morrido e ambos iriam ao velório, expressavam preocupação com Draco - Harry bem mais que Rony. E ambas as cartas deixavam uma pergunta silenciosa em aberta: Hermione iria também?
A resposta imediata era não. Ela respondeu aos dois pedindo para enviarem as condolências por ela. Hermione soltou as duas corujas e foi para o banheiro. A chuva não parara a noite inteira. Granger tomou uma ducha e escovou os dentes, trocou de roupa e tomou o café da manhã. Despediu-se de Bichento que estava dormindo confortavelmente em sua almofada, o gato, agora velhinho, estava ainda mais espaçoso e rabugento, não se deu ao trabalho de acordar para despedir-se da dona.
Hermione aparatou em frente ao Hospital St Mungo's e foi direto para seu escritório, onde vestiu o jaleco e preparou-se para mais um dia. Hermione estava de plantão aquele dia e correu para a emergência, nada fora do comum. Alguns adolescentes durante as férias tiveram quedas das vassouras, alguns acidentes com as primeiras manifestações de magia e Charlie Weasley enviou mais alguns de seus novatos acidentados com fogo de dragão. O hospital era referência no tratamento de queimaduras de dragão.
Durante a manhã atarefada, Hermione não teve tempo para refletir sobre Draco Malfoy, mas o horário do almoço chegou e os outros MediBruxos falavam sobre outra coisa. Hermione preferiu almoçar seu sanduíche em seu escritório, não conseguia ouvir aquilo sem ter lembranças voltando.
Ao sentar em sua cadeira, permitiu-se relembrar tudo que havia passado. Desde a Guerra, a tortura, sua tentativa fracassada de relacionamento com Ronald, a aprovação em medicina bruxa mais rápida da história mágica, entre outras lembranças. A dor da palavra escrita em seu braço fazia parecer que era uma ferida recente e não uma cicatriz horrorosa. Hermione conseguia lembrar de Harry e Rony a sua frente sugerindo que tomasse uma poção para retirar aquela marca de seu braço e ela visualizava uma Hermione de dezoito anos dizendo veementemente que não o faria.
A marca em sua pele fazia-a lembrar de tudo que passara e de como o mundo ainda é governado por sangues puros, apesar das tentativas do novo ministro de tentar resolver esse problema, mas Harry não conseguiria mudar preconceitos históricos sem a colaboração dos outros bruxos e isso era uma tarefa árdua e demorada.
Hermione ainda sentia olhares dos sangues puros quando atendia a tais pacientes, seu repúdio por ser tocado por um bruxo tão inferior, por depender de um ser tão inferior. E não importava para eles se ela era uma profissional gabaritada, tudo que eles enxergavam eram uma Mudblood.
Seu tempo livre acabara e devia voltar a emergência novamente. Como esperado, havia adolescentes com problemas causados pelo mau preparo de poções e outros acidentes sem gravidade.
A noite aproximava-se e Granger não tinha pressa para sair do hospital, de fato, ela amava o que fazia, era fascinante. As pessoas esperavam grandes feitos dela, queriam que ela ocupasse altos cargos do Ministério, entretanto, ela não via beleza nessa labuta como via na medicina bruxa. O poder da cura está nas mãos tanto de muggles como de bruxos, seus pais teriam ficado orgulhosos. Hermione afastou o pensamento rapidamente.
A madrugada foi anunciada nos relógios e o hospital estava praticamente vazio, alguns médicos retiraram-se para a suas salas ou cantina para conversar e descansar, porém, Hermione preferiu checar seus pacientes e ver se tudo corria bem. Mas, uma gritaria no corredor anunciava que algo estava errado. Um menino, com mais ou menos a idade de Hermione, gritava no hall com outro garoto em seus braços.
Hermione correu até eles e quase teve um susto quando reconheceu os garotos: Blásio Zabini e Draco Malfoy. Blásio também espantou-se, entretanto, preocupava-se demais com Draco para gastar tempo com palavras inúteis.
— Hermione... ele... ele tentou se enforcar... achei ele assim... já estava quase roxo quando tirei a corda de seu pescoço... tentei ressuscitação, quando vi que ele estava melhor... aparatei o mais rápido possível.
— Enfermeiras! Precisamos de uma maca aqui! Urgente! - Gritou.
— Ele vai ficar bom? - Blásio indagou desesperado.
— Faremos o possível - Gritou Hermione.
Quando a maca chegou, colocaram corpo de Draco sobre ela e entraram na sala de urgência e emergência. Imediatamente, checaram os sinais vitais do rapaz e colocaram-no no respirador hospitalar. Hermione ordenou que exames para verificar se Draco estava sob o efeito de algum tipo de droga fossem feitos. Também, era óbvio que ele precisava de vitaminas, a palidez e a magreza não eram invisíveis, assim, o soro foi introduzido na veia e uma sonda urinária para coleta de urina para exames.
Os resultados não apresentavam drogas, mas um rim e um fígado com sérios problemas, além de proteínas e nutrientes serem inexistentes naquele corpo pálido, a surpresa deveria ser como ele sobreviveu tanto tempo para conseguir tentar suicídio, um ser com tantos déficits não deveria conseguir levantar.
Depois de estabilizar a situação de Draco, Hermione foi até Blásio que estava atordoado. Sentou-se ao lado do garoto e explicou-lhe a situação de Draco.
— Eu não sabia que ele estava assim, Hermione, eu juro... se soubesse... - Blásio dizia.
— Eu entendo, mas isso não é sua culpa, Draco agiu por conta própria, não assuma algo que você não é responsável.
— Eu tive que me afastar - ignorou Blásio -, meus pais precisavam de mim e nós não tínhamos como encarar as outras pessoas. Eu sabia que Draco estaria arrasado com a morte da mãe, tive que vir vê-lo.
O amigo de Draco estava quase chorando, mas não havia nada que Hermione pudesse fazer para melhorar sua sensação de culpa. Foi ensinada a manter certo distanciamento de seus pacientes e daqueles próximos a eles. Mesmo assim, ignorou a norma.
— Blásio, você está péssimo, vá até o banheiro que fica no final do corredor, eu espero você voltar e, então, vamos até a lancheria do hospital. Quando Draco acordar será o primeiro a vê-lo. O que me diz?
Blásio refletiu por alguns segundos e analisou atentamente os olhos da garota para ver se havia verdade neles. Encontrou sua resposta e seguiu até o sanitário. Alguns instantes depois, seguiram para a cantina. Hermione pagou pasteis para os dois com refrigerante. Instruiu-o a tomar o refrigerante para por glicose em suas veias.
— Então, impressionante feito seu, tão jovem e já é uma medibruxa. Não que não esperássemos grandes coisas de você, mas por que aqui? Você poderia ter ido para o Ministério.
Hermioneu retesou-se, não gostava de questões tão íntimas, mas obrigou-se a responder com naturalidade forçada.
— Poções são mais interessantes que leis.
Hermione não se sentia confortável ao lado de Blásio, não esquecera quem ele era, mas, no momento, não podia agir de outra forma.
Blásio fez mais algumas tentativas de conversa, porém, nada que surtisse o feito esperado. Hermione retirou-se da cantina e foi até seu escritório, mandou cartas para Harry e Rony contando sobre o que havia acontecido por uma coruja do hospital.
Horas mais tarde, Hermione recebeu a notícia de que Draco estava acordando.


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Notas finais do capítulo

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