Uma Aprendizagem escrita por lplaura


Capítulo 4
Um Par




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Cecilia Blackstone tinha métodos peculiares, sendo ela também uma pessoa muito peculiar e de quem Alvo e Scorpius aprenderam a esperar qualquer coisa, por mais louca que fosse. Sempre.

Agora tendo que ensinar os dois, ela fazia eles batalharem entre si, em condições “anormais”. Como por exemplo com ambos amarrados em cadeiras, ou em um pé só, com vendas nos olhos ou debaixo da chuva, segurando a varinha com os dentes ou com a mão esquerda, usando só os dedos dos pés etc. Apesar de serem sempre exaustivas, eles saiam das “aulas” muito animados e conseguiam agora ver resultados muito positivos nelas.

Mas Cecilia em si continuava um mistério absoluto. Scorpius compartilhou com o amigo o pouco que ela lhe contou sobre sua vida quando no início era só os dois. Ela era nascida-trouxa, morava em Londres, e não gostava de Hogwarts muito menos do sistema de casas, que ela julgava “cruel”, pois seus primeiros anos foram tão difíceis quanto os deles. Nunca falou dos pais e parecia não possuir muitos amigos, apesar de sempre ser muito cumprimentada pelos colegas da Corvinal, sendo muito cordial com eles, embora um pouco distante. Sua única amiga próxima parecia ser a menina infeliz que lhe relevou o seu paradeiro no dia da derradeira partida de quadribol. Alvo lembrava dela com um semblante bem mais sorridente nos anos anteriores do que quando viu a pouco tempo, mas não ousou perguntar Cece sobre isso.

Cece era muito inteligente e era uma rival da, como ela chama de uma forma levemente irônica, “Grande Rose”. Parecia não ter o traço competitivo de outros colegas da sua casa e dizia nunca estudar muito e nem fazer muita questão de nada. Estava sempre lendo livros escritos por trouxas ou ouvindo música trouxa barulhenta naquele aparelho engraçado que tinha fios que conectavam com as orelhas. Ainda assim era a estudante favorita de Flitwick e constantemente ficava horas depois da aula na sala conversando com ele, falando de coisas que só as paredes do castelo sabiam.

Alvo ficou muito intrigado com sua professora, mas ainda estava envergonhado de seu comportamento agressivo para fazer perguntas mais direitas e Scorpius se contentava com as informações que já sabiam, para o seu desespero. Ele estava falando menos de Rose por causa do coração ferido de Alvo, mas isso só aumentou a sua paixão, chegando ao ridículo de seguir ela pelos corredores, para a vergonha de seus colegas da Sonserina.

Mas Rose vinha sumindo gradativamente. Se falava que ela vinha treinando compulsivamente para o próximo jogo da temporada contra a Sonserina, matando muitas aulas e se fingindo de doente. Pouquíssimas pessoas ainda falavam com ela. A verdade é essa: os nossos amigos muitas vezes vão embora quando a gente mais precisa deles.

Tudo isso sumiu porém, quando todos os alunos foram chamados para a primeira reunião do clube de duelos. Estavam todos muitos animados. Alvo e Scorpius estavam parados junto ao pessoal da casa deles até Cece aparecer, junto com a sua amiga, que ela lhes apresentou como “Pammy”.

Flitwick agora comandava o clube, depois daquele professor desmemoriado ter estragado tudo em uma só noite, quando os pais dos dois ainda estudavam lá. Ele começou um discurso breve e sucinto e terminou por anunciar que o torneio iria ocorrer de dois jeitos: Individual e em duplas. As duplas seriam sorteadas naquele exato momento e só poderiam ser desfeitas em caso de desistência de uma das partes.

O professor foi sorteando um a um e Alvo e Scorpius torciam para ficarem juntos. Sem nenhum dos dois perceberem, Cece e Pammy tinham sumido e James Potter se esgueirava no meio da multidão até alcançar o irmão.

— Al, eu...

Alvo deu um pulo

— Que susto, James! Caramba! – Vários rostos se viraram

— Xiuuuuuuuuuuuu – sussurrou James, desesperado – Não quero chamar atenção. Tenho uma coisa muito séria para te falar...

— O que é? Fala logo, vão chamar o meu nome – Alvo olhava pra frente, sem interesse.

—É que eu..., quer dizer, roubaram o Mapa do Maroto de mim.

James segurou a boca de Alvo, que se virou para encarar o irmão, perplexo.

— Fica quieto pelo amor de Deus – James parecia completamente desesperado. Pela primeira vez Al teve pena do irmão

— E como você vai contar para o papai?

— Eu não vou. E nem você, certo? Não se preocupa – disse ao ver o olhar descrente do irmão mais novo – Eu vou encontra-lo, nem que custe a minha vida...

No mesmo momento, Flitwick anunciou:

— Scorpius Malfoy e... Rose Granger-Weasley!

O salão explodiu em murmúrios e risadinhas. Mas Scorpius brilhava de felicidade e Alvo se limitou a dar um sorriso. Não queria demonstrar que estava chateado. O amigo seguiu em direção a sua prima, que parecia a pessoa mais infeliz do mundo. Ele se virou para comentar essa coincidência com o irmão, mas ele já tinha ido embora. Alvo se sentiu sozinho.

Seu nome foi o último a ser chamado. Ele não tinha prestado atenção e não tinha ideia de quem ia ser a sua dupla. Sorte dele é que ela apareceu bem ao seu lado.

— Alvo Potter e...Cecilia Blackstone!

Alvo a olhou surpreso. Ela lhe deu um sorriso e lhe estendeu a mão.

— Parceiros?

Alvo sorriu também. Tinha a leve impressão que ela estava por trás de quase tudo o que aconteceu naquela noite.

— Parceiros.

Ou o destino podia ter apenas um grande senso de oportunidade.


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Notas finais do capítulo

Quem estiver lendo, por favor comente ! Queria muito saber o que vocês estão achando.



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