Uma Aprendizagem escrita por lplaura


Capítulo 3
Um Pedido




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Era uma manhã cinza e o clima na Grifinória estava péssimo. Tinham perdido de forma vergonhosa para a Lufa-Lufa no jogo de domingo, e ainda estavam na ressaca pelo embaraçoso episódio com James, que parecia um fantasma vagando pelos corredores, com olheiras enormes e o rosto lívido. Ninguém sabia o que estava acontecendo com ele e, no fundo, não queriam saber. Ele afinal tinha sido um dos responsáveis por aquela amarga derrota.

Mas James não era o único membro que havia caído no conceito da sua casa. Rose Granger-Weasley acordou naquela manhã como se um caminhão a tivesse atropelado. Ela olhou fixamente para o teto até que um cruel pensamento que a assombrava desde a tarde do dia anterior voltou: O time tinha perdido por sua causa.

Foi o pior jogo de sua vida. Para começar, aquele esquisito do Scorpius estava na arquibancada, o que suscitou diversas brincadeira e provocações dirigidas a Rose, por que era “claro” que ele estava lá para torcer por ela. Isso a deixou furiosa. Além do mais, tinha que admitir para si mesma que a pressão do jogo tinha lhe deixado nervosa como nunca. Precisava ir bem. Precisava provar e comprovar de que era a melhor.

O jogo durou não mais que meia-hora (um recorde) porque Rose estava tão relapsa que o apanhador da Lufa-Lufa nem acreditou. Antes imbatível e implacável, ela fazia movimentos bruscos, desviava em momentos inusitados e parecia completamente perdida e insegura. O resto foi fácil.

Rose reuniu um pouco de coragem para se levantar, mas decidiu pular o café da manhã. Não conseguiria suportar aqueles olhares. Era uma coisa inédita para a ela, a rejeição. Sempre foi respeitada, todos queriam ser seu amigo. Afinal, era uma Granger E uma Weasley. Mas só sua amiga Evie Langestava agora ao seu lado.

A aula foi um pesadelo. Rose pensou que não sobreviveria as risadinhas de seus próprios colegas de casa. Lágrimas de tristeza e ódio se aglomeravam em seus olhos, mas para ela, chorar era para os perdedores. Saiu da sala praticamente fugindo. Queria na verdade matar a aula de poções e ir treinar em segredo no campo de quadribol. Evie a seguiu. Mas, em seu caminho, ela deu de cara com seu primo Alvo. Rose mal sussurrou “olá” e já ia recomeçar a correr quando ele pegou em seu braço.

— Ei, Rose! – ele a fez parar – Você está bem? Quer dizer, depois de ontem...

— Não é da sua conta e – Rose espumava - Desde quando você se importa hein?

— Eu só queria saber se você está bem! Não posso me preocupar?

— Ela não precisa da preocupação de ninguém. Principalmente de um aborto da Sonserina igual a você... – debochou Evie

Alvo olhou com raiva, mas não disse nada. Parecia estar fazendo um esforço enorme para não trucidar aquela garota intrometida.

— Isso mesmo Al – A voz de Rose estava carregada de ódio – Quem é você para sentir pena de mim? Você não é nada, ouviu? NADA! Você não é nada e nunca conseguiu nada. Você é uma vergonha para a nossa família! Uma vergonha!

Al, soltou o seu braço, como se uma cobra o tivesse mordido. Estava quase em prantos. Rose também, mas seu orgulho falava mais alto. Não iria pedir desculpas. Ele cerrou o punho e olhou intensamente para as duas garotas. Deu passos lentos até ficar cara a cara com a sua prima, que sinceramente sentiu medo. Al falou em uma voz baixa e tremida:

— Então isso, Rose Granger-Weasley, é guerra agora – Al deu um passo para trás para se retirar – E eu vou vencer.

Rose não respondeu.

Alvo correu por todo o castelo procurando por Scorpius. Tendo percorrido quase todas as salas possíveis, correu para os fundos da escola, perto de onde ocorriam as aulas de Trato de Criaturas Mágicas. Suas pernas pareciam de chumbo. Ele caiu de joelhos e colocou as mãos no rosto. Não conseguia se levantar. Por que, por que, por que? Ele não merecia aquilo. Não enxergava nada, sua garganta doía de soluçar. Seu corpo tremia e nada parecia real. Era um homem – Homem? – Em pedaços.

— Alvo, ALVO!!!!

Alvo ergueu os olhos e viu Scorpius e – Era isso mesmo? – Cecilia Blackstone correndo em sua direção, com varinhas em punho. O que estava acontecendo? Era a pergunta que todos os três tinham na cabeça.

Eles esperaram Alvo se acalmar. Quando ele conseguiu formar frases completas contou de seu confronto com Rose nos corredores, com algumas lagrimas ainda escorrendo pelo de rosto.  Scorpius o abraçou por um longo tempo.

— Mas afinal – Alvo limpou o nariz e se afastou de Scorpius – O que vocês dois estavam fazendo?

Scorpius suspirou e contou toda a história do clube de duelos, de Rose e de Cecilia. Estavam treinando há quase duas semanas. Estava esperando que Alvo o reprovasse, mas ele o olhava muito interessado. Quando acabou de contar a história, o amigo virou para Cecilia e perguntou, decidido:

— Tem lugar pra mais um?

Cecilia o olhou impassível e Alvo pensou que ela iria se recusar. Estava quase se levantando quando a menina sentou na sua frente e tirou um saco encardido do bolso. Do saco pegou um punhado de cartas. Alvo, confuso, olhou para Scorpius, que sorria.

— Agora, tira 12 cartas e depois três. Algum dia eu explico...

Alvo obedeceu.


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