Beau Swan and Edythe Cullen escrita por Mrs Darcy


Capítulo 27
Capítulo 27 - Alasca




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Beau

Tudo o que eu via era neve ao nosso redor. O carro estava silencioso, ninguém ousou dizer uma palavra naquele momento. Acho que ninguém sabia ao certo o que dizer, Edythe não tirou os olhos da estrada nem por um momento. Eu observava seu belo e delicado maxilar contraído e seus dentes cerrados e aquele olhar de frustração em seu rosto, bom... Eu conhecia aquele olhar muito bem. 

Sabia o quanto ela estava irritada e preocupada com tudo aquilo que estava acontecendo, o único conforto que eu tinha era poder segurar uma de suas mãos em meu colo. Eu fitava seus dedos enroscados aos meus, pensei que logo ela gostaria de separar sua mão da minha, mas ela não o fez. Archie não abriu a boca desde o momento que entrou no carro. Eu conseguia imaginá-lo no banco traseiro do carro, fitando o vazio e procurando por visões esclarecedoras de um possível futuro preocupante. 

Jess apenas fitava a janela com uma expressão calma. O ambiente entre nós estava mais calmo devido aos poderes de Jess, sempre agradecia por tê-la por perto nesses momentos ruins.

O carro de Carine estava alguns metros há frente do nosso. A estrada estava coberta de neve, eu tinha uma bela visão de uma cadeia de montanhas ao norte.

—Estamos chegando. - Edythe foi a primeira a cortar o silêncio após horas. - Carine pretende conversar com Ellen e Cameron logo que chegarmos, não acho que isso vai fazer alguma diferença.

—Temos que ter fé, Edythe. - Eu falei tentando manter o meu tom de voz calmo. Nossos olhares se cruzaram e ela sustentou um olhar apreensivo. Nem eu conseguia manter a verdade em minhas palavras.

—Você viu algo novo, Archie? - Edythe perguntou. 

—Nada novo... Sempre busco por outros caminhos, outros meios... Mas, não consigo ver. Está tudo tão obscuro. - Percebi que a voz de Archie estava um pouco zangada. 

—Temos que ser pacientes. Pensei que depois de todos esses anos, vocês teriam aprendido a ser pacientes. - Jess falou.

Edythe bufou claramente impaciente.

—Não consigo esperar por algo que claramente não é bom. 

—Neste caso, não obtenha expectativas.

—Eu não tenho. - Edythe olhou de solaio para trás e depois voltou a olhar para a estrada. O motor roncou quando ela aumentou a velocidade, ela estava determinada em chegar naquela casa o quanto antes.

Apenas acariciei seus dedos silenciosamente e voltei a minha atenção para a janela. 

Não demorou para que chegássemos, com toda aquela rota que Edythe fez, somando com a velocidade em que ela estava indo... Carine parou o carro em frente a casa.

Não era grande como a dos Cullen. Ela era mais... Rústica. Adaptável ao clima em que viviam. Lembrava mais uma grande cabana de um algum fazendeiro muito rico.

Os detalhes vivos naquela madeira rústica chamavam a atenção. Ao lado da casa havia uma grande garagem de pedra cinzenta. Edythe diminuiu a velocidade, observei Carine e Earnest saírem do carro. Ambos muito bem agasalhados, Eleanor e Royal fizeram o mesmo.

Edythe parou o carro perto do de Carine. Avistei um casal sair da casa, eram os mesmos em que vi meses atrás no meu casamento. O casal moreno mantinha um sorriso simpático no rosto, mas pude decifrar por trás daquilo.

Eles cumprimentaram os quatro. Eleanor já tirava as malas do carro, Royal fazia o mesmo.

—Bem, vamos em frente. - Archie disse antes de sair do carro, acompanhado por Jess.

Troquei olhares com Edythe.

Ela havia desfeito a cara feia.

Toquei em seu rosto, apenas acariciando com a ponta dos dedos. Observando seus olhos cor de mel e o cabelo cor de bronze solto caído por seus ombros.

Inclinei para frente sem dizer nada e roubei um beijo.

Nossos lábios apenas encostaram uns nos outros.

Segundos antes de...

—Vamos logo, pombinhos! - Eleanor atirou uma bola de neve contra o vidro da janela do carro. Ouvi a risada de Royal e de Jess lá fora.

Edythe revirou os olhos e eu ri de sua expressão.

—Vamos. - Sorri para ela.

Saímos lá fora e eu fui recebido pelo ar gelado. Aquilo agora não era um problema, mas estar tão perto assim da neve não era um dos meus locais preferidos.

Edythe abriu o porta malas.

—Quer que eu leve as suas? - Perguntei.

Ela me jogou um olhar suspeito e eu ri.

—O que está querendo ganhar com isso, Beaufort? 

—Não posso pegar as malas da minha esposa? - Franzi o cenho.

—Não sem ganhar nada em troca.

—Está propondo em me dar algo em troca? - Sorri malicioso. 

—Você está mudando de assunto. - Ela apontou um dedo na minha direção e eu tentei segurar a risada. 

—Argh, vocês me cansam. - Archie invadiu o espaço entre nós e pegou suas malas, Jess fez o mesmo ainda rindo. 

Peguei a minha mala e peguei a dela. 

Observei os quatro marcharem em direção à casa. 

Com a mão livre, senti os dedos de Edythe enroscarem contra os meus.

A casa era ainda maior por dentro do que parecia por fora. Os móveis amadeirados eram ricos em detalhes, uma lareira de pedras negras se encontrava no centro da sala. Em frente a um sofá de couro negro em formato de L e uma poltrona. 

Eu poderia ficar descrevendo a casa inteira, mas aquela cena roubou a minha atenção. Os três irmãos conversavam com Carine e Earnest. Reconheci Taren, Ivan e Khalil. 

Archie e Jess estavam no canto da sala. Royal e Eleonor estavam sentados no sofá de couro.

Taren parecia tentar esconder o nervosismo, Ivan e Khalil pareciam apoiá-lo e tentavam conversar calmamente com Carine, explicando a situação.

Uma figura irrompeu na minha frente.

Edythe sorriu com cortesia.

—Edythe! - Ellen estendeu os braços e abraçou minha esposa. Cameron apertou a minha mão com um sorriso simpático no rosto. 

—Beaufort. - Ele disse.

—Cameron. - O cumprimentei.

Ellen fez o mesmo comigo.

—Os quartos já estão arrumados para as visitas. - Ellen disse com um sorriso simpático. - O de vocês fica no final do corredor. Não tem como errar.

—Obrigada, Ellen. - Edythe sorriu.

—Eu quem agradeço por vocês terem vindo. - Ellen tocou nas mãos de Edythe. - Vão lá ajeitar as suas coisas e desçam para colocarmos a conversa em dia. 

—Sim, sim. Vamos, Beau. - Edythe olhou para mim e eu assenti. 

Passamos por um longo corredor pelo hall de entrada e subimos uma longa escadaria. A cada esquina do segundo andar havia uma porta. Edythe parecia familiarizada com a casa, pois foi para o nosso destino sem erro.

Ela abriu a porta do quarto e entrou.

Segui ela. 

Deixei nossas malas em cima da cama.  Havia uma grande cama de casal com lençóis de tonalidades claras, ao lado de um criado mudo. Era uma suíte. Havia uma bela vista para a cadeia de montanhas pela janela.

—Você parece conhecer aqui muito bem.

—Foi neste quarto que eu fiquei quando passei alguns dias aqui.

Sentei na cama.

Edythe se aproximou e tocou nos meus cabelos. Passei meus braços envolta de sua cintura e encostei minha cabeça em seu peito. Inalava seu perfume há cada segundo que eu passava abraçado com ela.

—Vamos descer. - Edythe beijou o topo da minha cabeça.

—Vamos. - Segurei sua mão e descemos pelas escadas.

Fomos recebidos pelos irmãos que nos cumprimentaram. 

Logo todos presentes estavam sentados ou pé na sala de estar. Menos a moça que Taren se casara, mas eu conseguia ouvir seus batimentos cardíacos estranhamente desregulados no segundo andar.

—Não esperávamos que isso acontecesse... Decidimos fazer ainda quando ela estava humana. Não sabíamos que era possível... Olhe, Carine você é médica. Deve haver algo que possamos fazer. - Taren olhava para a Carine desesperado.

Eu estava em pé ao lado de Edythe, que estava sentada em uma das poltronas. 

—Eu a vi. Acabei de fazer o exame de ultrassom. - Carine murmurou. Ela deve ter feito enquanto eu e Edythe estávamos no quarto. - O feto é diferente de um feto normal, é mais forte e mais resistente. Mas, é uma criança ali. 

—Talvez Carine possa removê-lo... - Khalil sugeriu.

—Ela... Ela não aceita. Ela não quer isso. - Taren disse exasperado. - Ela quer ter essa criança. 

—Lembre-se de nossa mãe, irmão. - Ivan retornou a conversa. - Não podemos nos esquecer dos Volturi. E o que fariam conosco se soubessem que estamos prestes a trazer ao mundo, uma criança imortal. 

Um silêncio tomou conta do lugar.

Olhei para Edythe sem entender. Ela me lançou um olhar que era o famoso: "Eu te explico mais tarde". 

—Eu não posso perdê-la. - Taren olhou para Ivan. - Ela significa o mundo para mim. Não posso.

—O corpo da mortal não é resistente ao feto. - Carine disse tentando manter seu tom de voz gentil. 

Taren lançou para ela um olhar incrédulo.

—O que isso significa?!

—Que ela não irá aguentar até o final... Ela pode morrer dando à luz. Há uma grande chance de isso acontecer, não vou mentir. - Carine continuou. - Ela só está com um mês de gravidez, mas a cada dia ele se torna mais forte e cresce cada vez mais. Em proporções que eu nunca vi em todos os meus anos, no final vocês terão que tomar uma escolha. 

 Aquelas palavras cortaram o ar como navalhas cortariam uma pele.

...

—O que foi toda aquela conversa? - Abaixei o meu livro. Já era tarde da noite, todos haviam se recolhido, outros ficaram na sala e o que restaram foram caçar. 

Eu estava apenas com uma blusa azul de manga comprida e calça de moletom. Edythe estava no banheiro, enxugando os cabelos molhados com a toalha.

Ouvi seu suspiro no banheiro.

—Carine está muito preocupada... Amanhã de manhã ela irá ver a humana e o feto de novo. Não sei o que ela poderá fazer para ajudá-la, mas sei que Carine vai dar o seu melhor. - Ela disse.

—Taren está tão assustado. - Observei deixando meu livro de volta no criado mudo. Edythe surgiu do banheiro, ela usava uma regata branca e shorts azul marinho.

Ela veio até a cama e sentou ao meu lado.

—Eu entendo o lado dele. Já passei por isso com você.

—Sim, mas eu não estava grávido. 

—Ah, Beau... - Ela deixou escapar uma risada como o soar de um sino. - Às vezes me esqueço como você sempre consegue elevar o meu humor. Não importa o quão mal-humorada, eu esteja. 

Ela se enroscou em meus braços. Beijei sua cabeça, encostando meu rosto à ela. 

—Se fossemos nós... 

—Você tomaria a decisão certa. E eu também. Eu aposto que eles irão fazer o mesmo. - Ela disse com a voz calma.

Tentei torcer para que Edythe estivesse certa, fitei a janela do quarto acariciando as costas de Edythe, que por si só estava com os olhos fechados e com os dedos enroscados com os meus.

 


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