Beau Swan and Edythe Cullen escrita por Mrs Darcy


Capítulo 26
Capítulo 26 - Todos prontos?




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Beau

Mantinha meus olhos nas paredes de pedra do hospital. Minha mente martelava e eu não conseguia deixar de pensar no que aconteceria agora. O que faríamos? O quer que Carine decidisse, isso envolveria todos nós. O ar condicionado do carro estava ligado, tocava uma música de Michael Bublé, eu a conhecia, mas agora não conseguia prestar atenção na letra. Finalmente eu pude vê-la, Edythe estava lá dentro há menos de 20 minutos. Os cabelos cor de bronze na frente das portas do hospital, conversava com Carine. A médica tocou no ombro da filha e assentiu com a cabeça para algo que Edythe disse. Carine voltou para dentro do hospital e Edythe agora vinha na direção do carro.

Ela entrou no carro e ligou o próprio. Ela o manobrou e logo saímos do estacionamento e estávamos na estrada. 

—Então...? - Olhei para ela ainda nervoso. Ela parecia um pouco mais calma, mas um pouco agitada ainda. 

—Estamos... Estamos ainda revendo todas as nossas opções. Carine acha melhor partirmos para o Alasca o quanto antes para ajudá-los com isso. Ela ligou para Earnest, ele já está indo para casa. - Observei suas feições, aquela conversa com Carine pareceu ter sido bem intensa. 

—Bom, se eles precisam de ajuda... Nós temos que ajudá-los. - Falei olhando para frente. Por um momento senti os olhos dela em mim, como se ela estivesse me estudando e avaliando o meu comportamento. O que quer que estivesse passando pela sua cabeça, estava realmente afetando o seu humor agora.

O caminho para casa foi curto, considerando a velocidade que Edythe percorreu ao longo do caminho. Ela parou o Volvo em frente a casa dos Cullen, Archie e os outros estavam lá fora.

Eleanor e Royal estavam encostados na porta. Jessamine estava sentada nos degraus da frente, contemplava a floresta com uma expressão pacífica. Archie estava de braços cruzados com Earnest ao seu lado.

—Quando nós vamos? - Eleanor perguntou.

—Amanhã. - Edythe disse. - Carine está agora mesmo vindo para cá. - Ela olhou para cada membro da família. - Devemos partir o quanto antes. 

—Sim, iremos. Vou arrumar as malas. - Earnest tocou no ombro de Edythe e a olhou com uma expressão paternal. 

—Bom, faz tempo que não vamos para o Alasca visitar. - Eleonor deu de ombros e subiu as escadas com Royal atrás dela. 

—Está vendo algo, Archie? - Perguntei para ele.

—Tudo o que eu vi foi apenas... Dor. - Ele disse com a voz longe. - Não podemos desampará-los agora. Não importa o que fizeram, se fosse conosco eles fariam o mesmo. 

—Vamos ajudá-los. - Edythe respondeu. Trocamos olhares e eu já sabia o que aquilo significava. - Preciso conversar com Earnest será que você...?

—Eu vou para casa arrumar nossas malas. - Sorri afagando sua mão. Ela sorriu para mim, brevemente expondo as covinhas da bochecha. 

Pus minhas mãos nos bolsos da calça e parti em direção à floresta. Não demorei para chegar em casa, destranquei a porta e fui em direção ao meu quarto e o de Edythe.

Estava incrivelmente arrumado. Como deixamos antes mesmo de sairmos de casa. Fui em direção ao closet e peguei uma mala de couro, peguei algumas trocas de roupa para mim e as coloquei em cima da cama, separando o que iria levar e o que iria ficar. 

Fui até a parte dela do closet. Eu sabia quais eram as roupas que ela gostava mais, os suéteres que ela usava com frequência e as camisas. Deixei algumas opções em cima da cama e coloquei outras que eu sabia que ela iria usar, dentro da mala. 

Ouvi passos atrás de mim e inspirei aquele perfume conhecido. 

—Deixei aqui algumas roupas para você ver se vai querer levar. - Falei com as mãos no zíper da mala. Sua mão pálida tocou a minha que estava na mala, levantei os olhos e encontrei aquele par de olhos cor de mel me fitando.

—Obrigado por estar fazendo isso. - Ela disse baixinho. - Você sempre foi tão compreensível com tudo. Sempre tão paciente e teimoso comigo. - Ela deixou escapar uma risada que foi como música. 

—Acho que só estou sendo um bom marido. - Sorri sem graça e ela sorriu de volta. Um sorriso inesperado e com covinhas, fiquei fitando-as ainda desnorteado. - E também a cada dia que passou estou aprendendo ainda mais a lidar com esse seu gênio forte, hm? - Sorri e dei uma piscada para ela.

Edythe grunhiu e eu ri de sua expressão.

Ela sentou na cama graciosamente. Apenas repousou e manteve os olhos na parede. Me aproximei dela, ficando na sua frente com os olhos nela. 

—Ei, vai dar tudo certo.  - Toquei em seu rosto com a ponta dos dedos. Acariciando devagar e suavemente acompanhando cada detalhe do seu rosto perfeito. Edythe tocou na minha mão e encostou o rosto nela. 

—Depois que tudo isso acabar... Eu e você vamos ir para bem longe. Vamos para Londres, qualquer lugar. - Ela disse aquilo convencida daquilo. - Sei que este não está sendo o casamento dos sonhos, mas...

—Ei. - Toquei em seu queixo, fazendo-a olhar para mim. - Estou feliz com a nossa vida. E sempre dizem que o primeiro ano é o mais difícil, certo? - Brinquei e ela deixou escapar uma risada. - Depois que tudo acabar, vou para qualquer lugar com você. Qualquer lugar que você queira ir, nós iremos. 

Edythe sorriu.

Beijei o topo da sua cabeça.

Por um momento, tudo entre nós estava perfeito. Até Edythe levantar e olhar pela janela com uma cara feia.

—O que foi? - Perguntei.

—O que ela está fazendo aqui? - Edythe praguejou com a voz zangada.

—Ela quem...? - Perguntei, mas agora eu sentia o cheiro. Era o mesmo cheiro de um cachorro molhado depois que de um dia de chuva. Lobisomens, ela estavam aqui. Ou pelo menos uma delas, e eu tinha um palpite de quem seria. 

Edythe não me esperou, foi andando na frente pisando duro. Segui atrás dela até irmos para a porta da frente.

—Edy... - Parei no meio da frase. Era ela... Jules. Ainda me lembrava perfeitamente da última vez em que a vi. Com os cabelos negros cortados em um corte curto, uma regata e bermuda jeans surrada. Ela estava parada alguns metros da nossa casa com os olhos em nós. 

Edythe mantinha-se com o maxilar cerrado e os olhos fuzilando a lobisomem. Jules a olhava da mesma maneira. Mordi os lábios, nem precisava ter o poder de Jessmine para sentir a tensão entre ambas.

—Ela quer falar com você. - Edythe disse com a voz oscilando entre raiva e ódio. Desviei os olhos dela para Jules. 

—Tudo bem. Eu vou falar com ela. - Falei calmamente.

—Não vou permitir isso, Beau. - Ela disse firme.

—Ela não vai me machucar. - Falei.

—Seria mais fácil eu machucar você, vampira. - Jules retrucou.

—Que tal tentarmos então? Mas, isso não seria uma luta justa. - Edythe devolveu o insulto. - Aquilo me fez lembrar de uma conversa entre nós há algum tempo. Em que na ocasião, Edythe me contara que sempre jogava sujo ao lutar.

Jules riu.

—Eu poderia me transformar aqui e agora e acabaria com isso de uma vez, mas isso seria violar o tratado. 

—Dane-se o tratado. - Edythe deu um passo à frente e eu segurei seu braço com os olhos nela. Ela olhou para mim incrédula pela minha ação inesperada. 

—Ei... Ei. Eu vou falar com ela. - Falei calmo. Edythe me olhava sem entender. - Vai ficar tudo bem. Se ela veio aqui para falar comigo, então irei falar com ela.

—Beaufort...

—Tente manter a sua mente ocupada e termine de arrumar as nossas coisas. Eu não vou demorar, prometo. - Falei.

Os olhos cor de mel faiscaram. Ela parecia estar decidindo entre me bater com um porrete para me atordoar e ir lutar com Jules ou ficar calma e fazer a coisa certa.

Acho que acabei vencendo aquela discussão.

—Está bem. Não demore. - Ela lançou um último olhar para Jules e entrou de casa. 

Olhei para Jules. Os olhos dela suavizaram ao olharem para mim, ela parecia incerta. Chateada e ao mesmo tempo envergonhada. E eu poderia dizer que estava da mesma forma. 

—Bonnie mandou você aqui? - Perguntei com as mãos nos bolsos.

—Não... Eu vim porque quis. - Ela respondeu.

—Bom, então... O que quer conversar? 

—Podemos conversar em outro lugar? Tenho a impressão de que a sua esposa neurótica vai aparecer a qualquer momento para tentar me matar. 

Mordi os lábios e andei calmamente até ela.

—Está bem. Vamos andar então.

Andamos na direção Norte, minha pequena casa já havia desaparecido por entre as árvores.

—Casinha charmosa, essa que você arrumou... - Ela disse com a voz rouca.

—Obrigado. Foi um presente... Da minha "esposa neurótica" - Falei sendo sarcástico. Ela parou por um momento e me olhou sem jeito.

—Beau...

—Não, Jules. Não tente, por favor. Já passamos o bastante. 

—Sinto muito, Beau. Sinto mesmo. - Ela disse de repente. - Sinto muito por tudo o que eu disse. Sinto muito por todas aquelas coisas terríveis que aconteceram com você. Eu... Eu só... Na época eu não consegui aceitar e entender direito tudo aquilo que estava acontecendo, mas se passaram meses desde então. Você foi o meu melhor amigo, e te perder acabou comigo. - Sua voz rouca falhou por um momento. - Acho que uma parte de mim sempre vai culpar Edythe por tudo o que aconteceu. Por ela não ter ido embora e se afastado de você enquanto teve a chance, se ela tivesse feito isso, você ainda seria um humano vivendo com a sua família. Ah, por deus... Charlie...

Foi como um soco no estômago ouvir aquele nome.

—Edythe não teve culpa do que aconteceu, Jules. Ninguém teve culpa. Ela conseguiu me salvar. Eu vou ter que conviver com o fato de que nunca mais poderei ver o meu pai, sei disso e nunca irei me perdoar. Mas todos os dias, pelo menos por um momento, eu vou até na frente de casa, mesmo que escondido por entre às árvores... Só para saber se ele está bem. - Falei. 

—Você acha que... Algum dia vai conseguir me perdoar? - Ela perguntou com os braços cruzados e um olhar incerto. - Uma parte minha ainda quer que sejamos amigos. Somos amigos desde crianças, não quero que isso acabe. - Aquilo me fez relembrar de nossos momentos de infância juntos em La Push. - Somos diferentes agora, eu sei. Mas, isso não tem que mudar. Eu tentar vou aprender a respeitar o seu estilo de vida, eu juro. 

Evitei olhar nos seus olhos. Aquilo ainda doía.

—Vai levar algum tempo, mas... Talvez podemos tentar ser amigos de novo. - Falei decidido. Uma sombra de um sorriso espalhou pelo rosto de Jules, e logo ela estava sorrindo.

—Obrigada, Beau. - Ela disse parecendo aliviada. 

—Não tem que me agradecer.

Ficamos conversando por um longo momento. Até escurecer e não haver mais nada no céu, além da lua e das estrelas. Jules foi embora, adentrou no meio das árvores partindo com a promessa de um recomeço de uma amizade e eu voltei para casa.

 As luzes estavam acesas, a fonte no jardim estava ligada. Ao entrar, notei que a lareira estava acesa queimando com fogo vivo. Edythe estava sentada no sofá com os olhos no fogo.

Os cabelos cor de bronze estavam bagunçados de uma forma sexy. O rosto estava apoiado em uma das mãos. Toquei em seus ombros, massageando calmamente.

—Eu terminei de arrumar as nossas malas. - Ela disse baixinho. Notei que elas estavam prontas em um canto da sala de estar.

—Estou vendo. - Falei com as mãos nos bolsos.

—Jules acha que você vai demorar para perdoá-la. - Ela continuou. - Bom, acredito que ela está certa nisso.

—Bem, foi um bom começo.

—Algum progresso? 

—Definitivamente sim. 

Ela tocou em uma das minhas mãos.

Nossos olhares se encontraram.

—Da próxima vez que ela aparecer aqui... Lembre-me de não pegar um machado quando eu vê-la.

—Vou anotar isso na minha lista.

Edythe riu.

...

Edythe estava em meus braços na nossa cama, beijei seu rosto. Rocei meu nariz em sua pele perfeita e beijei a bochecha novamente. Ela estava quieta fitando uma das paredes do quarto, acariciava meu braço silenciosamente. Não havia nada que cobria os nossos corpos nus, além da camada fina do lençol. 

—No que está pensando? - Ela perguntou.

—Na queda da bolsa de valores recentemente. - Falei e ela grunhiu. Eu não pude deixar de conter a risada. - Estou pensando em como essa noite foi perfeita.

Ela sorriu com o canto dos lábios e a covinha da bochecha direita surgiu. 

—Não tão perfeita assim... 

—Me refiro depois que cheguei em casa.

—Ah, isso definitivamente foi. 

Eu sorri.

—Essa é a nossa última noite juntos antes de irmos para o Alasca. Não vamos estragar tudo pensando em besteiras. - Falei. Ela se virou para olhar para mim.

Edythe deitou com a cabeça em meu peito, acariciando lentamente com a ponta dos dedos. Apertei-a contra mim.

—Desculpe... É só que... Eu ando com muita coisa na cabeça. E acho que esse dia foi cheio de surpresas. - Ela olhou para mim com os olhos dourados cintilantes. - Não vou estragar nosso momento. - Ela se inclinou e me beijou suavemente.

Aprofundei o beijo tocando em seus cabelos, enquanto ela assumia a sua posição preferida acima de mim. Me deixei levar por seus beijos, e logo estávamos perdidos no meio daquela sincronia entre nossos corpos.

De manhã, todos nós estávamos prontos. Eu e Edythe estávamos no Volvo com Archie e Jessamine nos bancos traseiros. Nossas malas já estavam feitas e postas no porta malas.

Royal e Eleanor iriam com Carine e Earnest que saíram na frente enquanto seguíamos logo atrás. Archie permaneceu calado lendo, Jessamine contentava-se em olhar a paisagem.

Senti a mão de Edythe buscar a minha, segurei firmemente sua mão em meu colo. Ainda não sabia o que nos aguardava no final daquela viagem, mas eu aguentaria qualquer coisa sabendo que estávamos juntos.


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