The mine word: Blue roses. escrita por gurozu


Capítulo 14
Capítulo 13: Mães e esposas.


Notas iniciais do capítulo

Eai pessoal, tudo bem? O capítulo de quarta-feira não saiu, eu sei. Tive uma semana corrida, mas vou postar o atraso quando der. Bora lê?



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Sinto como se estivesse enganando a Pompo. Dissemos que sairíamos pra comunicar os guardas da cidade, mas essa não é a verdade.

—Vamos ser rápidos e calmos. Deixe que eu falo com o Jojo. —Disse Sekka enquanto nos dirigíamos ao tal bordel Piti-Taco.

—Você estava tão calmo que me convenceu. Sinto que isso não é certo. O que a Gisele vai pensar de mim? E a Alex?

—Vai dar certo. Confie em mim. —Ele carregava suas duas espadas em bainhas de couro. Não as vejo há alguns anos.

—Assim espero.

Ele suspirou e parou de andar. —Olha, Steve, não precisamos fazer isso se não quiser. Podemos voltar e falar com os guardas. As garotas nunca vão saber e os caras serão presos, se tivermos sorte. E aí? O que vai ser?

Era uma questão difícil. O que devia fazer? Não estava pronto, porém precisava fazer aquilo. Eles machucaram a Gisele. Minha filha. Não posso deixar isso passar impune. Porém...

—Eu... Eu não sei. Quero despedaçar aqueles desgraçados, mas isso não vai ajudar em nada. Faça o que quiser. Eu vou ficar com a minha filha.

—Mole como sempre, Steve. Admiro você por isso. De verdade.

—Obrigado. Desejo sorte na sua busca.

—Pra você também, cara.

Batemos no ombro um do outro e nos despedimos. Agora tudo que precisava fazer era arrumar uma desculpa pra ter voltado sem ele.

Visão da Pheal:

Sekka pode ser um bom marido, um bom pai, um bom cozinheiro e em outras coisas, contudo não é bom em ouvir. Sempre se metendo em furadas com os amigos pelos motivos mais bestas possíveis.

Steve retornou há uma hora e nada do Sekka voltar. Estou preocupada. Não acreditei nem um pouco naquela história de que ele ficou pra ajudar os guardas. Sekka não faria isso.

—Mamãe, o papai está bem? —Perguntou Linna enquanto se sentava ao meu lado na varanda do quintal. Estávamos olhando o treinamento da Alex.

—Sim, filha. O papai é cabeça dura de mais para estar com problemas. Acredite.

Ela emite um som de compreensão. Um chiado semelhante a um "uhh". Linna olha para cima e depois para baixo, encarando minhas pernas.

—Um dia vou ser alta como você?

—Provavelmente. Talvez você seja mais alta que seus irmãos.

—Verdade?! —Ela não costumava ficar animada quando comparada aos irmãos.

—Sim. Veja, mesmo que você seja um pouco mais nova que seu irmão, suas alturas são quase iguais. Mais alguns anos e você passa o Rheal com certeza.

—Parece divertido. Eu poderia levantar os brinquedos dele e ele não ía alcançar eles. —Linna começou a gargalhar. Um som gostoso de se ouvir. Porém, de repente, ela me abraçou e enterrou o rosto na minha barriga. —Eu te amo, mamãe.

—Também te amo, queria. —Disse, beijando sua testa e retribuindo o abraço.

Visão da Alex:

Mamãe e eu estamos no quintal. Ela me vestiu com um short verde-escuro e uma camisa curta de cor verde-claro sem mangas. Não sei porquê, mas me sentia envergonhada naquela roupa.

—Mamãe, por que preciso usar essas roupas?

—Como estamos treinando, você precisa saber como e quando se mover. Ela também ajuda nos movimentos.

—Mas o Rheal vai me ver assim. Eu não quero!

—Não precisa ter vergonha. A Pheal mandou o Rheal ficar no quarto dele. Só ela e a Linna estão nos olhando.

—Tudo bem...

—Então, vamos começar: primeiro, estique os braços até lá em cima. —Mamãe juntou as mãos e esticou os braços. Consegui repetir. —Agora, tente encostar na ponta dos seus pés, assim. —Ela se curvou e tocou os pés. Eu não consegui fazer, mas cheguei perto. —Respire fundo e tente sentir a energia dentro de você. Ela vive, respira e se alimenta junto de você, filha. Consegue sentir?

—Sim... Acho que sim.

—Então, agora, tente concentrar essa energia nos seus braços. Tente movê-los de um lado ao outro.

Mamãe fazia tudo parecer muito fácil. Tentei imitá-la o máximo que eu pude. Mexi os braços como ela, respirei como ela e fiz tudo que ela mandou.

—Quando sentir que estiver pronta, coloque toda força que puder e exploda pra cima. —Ela juntou os braços e socou o ar, criando fogo, fumaça e som com uma explosão.

Aquilo foi lindo. Eu queria fazer também. Fiz toda força que podia e soquei o ar. A explosão não foi grande como a da mamãe. Nem tão bonita. E foi diferente de como tinha sido antes. Não teve calor e nem medo.

—Eu consegui! Eu consegui! —Queria comemorar. Finalmente eu podia fazer algo que a mamãe fazia.

De longe, Linna batia palmas pra mim. Ela estava tão bonita no seu vestido preto.

—Se sente melhor? —Perguntou Mamãe.

—Sim. Só que estou cansada. E com fome.

—Isso é normal. Você se acostuma. —Ela me abraçou e me pegou no colo. —Essa é a garota da mamãe! Muito bem, Alex.

Naquele momento eu era a garota mais feliz do mundo.

Visão da Gisele:

Será que eles não entendem que eu quero ficar sozinha? É tão difícil assim? As meninas estão ajoelhadas ao lado da cama há horas e o Steve está sentado do outro lado contando histórias do outro mundo.

—Sabe, um dia o Alex chegou bêbado em casa. Era véspera de ano novo, você sabe, e nós saímos pra comprar a bebida. O idiota decidiu parar em um bar e tomar umas cervejas. Passamos horas lá. Ele bebeu mais do que eu, como sempre, e tive de levar ele até em casa. A esposa dele brigou feio com a gente. Ela era uma figura...

Ele ria das próprias piadas, fazia comentários desnecessários no meio da história e dizia coisas que eu não entendia. O que raios é um carro?!

Já não aguentava mais. Estava borbulhando de raiva. Eu só precisava...

—Sabe, Gisele, por mais que eu reclame, chingue, ridicularize, zombe ou qualquer outra coisa do meu irmão, eu ainda o amo. Não é a toa que minha filha tem o nome dele. Ele acharia engraçado e me chamaria de ridículo, mas, no fundo, eu tinha de fazer isso. Sei que entende, filha. Nesse momento o Sekka está atrás dos caras que fizeram isso com você. —O quê? —Eu também ía. Na verdade a ideia foi minha, mas você me manteve calmo. Você e o medo da Pompo me matar, lógico. Mas foi principalmente você, filha.

O que eu divia dizer? Eu deveria dizer algo? Não sei se...

—Você sente falta do seu pai de verdade. Sei disso. Também sei que nunca serei ele. Não sei se está me ouvindo, mas... Você é minha filha, Gisele. Eu te amo.

Steve beijou minha bochecha e mexeu em meus cabelos. Aquilo era como... Como se fosse o meu pai.

Me virei devagar e sem jeito, o encarando. Seu olhar era de surpresa.

—O tio Alex estaria certo. Você é um idiota, pai. —O abracei. Não era a primeira vez, mas era a melhor vez. Senti as pequenas mãos das meninas me envolverem em outro abraço. Era o que eu precisava naquele momento.

Não queria pensar mais naqueles idiotas. Eles que se fodam. Queria aproveitar o momento, já que isso tudo poderia ser a última vez.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem um comentário. Não gostaram? Deixem um comentário também.
Ainda estamos no inicio e muita coisa pode acontecer.
Até o próximo capítulo.