Quando o Amor acontece escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Recebi 3 comentários, muito obrigada! Fico muito feliz! Espero que gostem e continuem comentando. Boa leitura!



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Quinto Capítulo ❣️

– Ow, Jéssica, que invenção é essa agora? - Questionou Felipe, colocando as mãos nos bolsos, indignado e desconfiado das reais intenções de sua noiva com esse convite repentino.

– Ai, amor, eu já disse... - Respondeu Jéssica com a voz lânguida, alisando o rosto do noivo, que não tirou as mãos dos bolsos e permaneceu com a cara fechada. - Eu só quero me redimir pelo que eu fiz com aquela garçonetezinha.

– E que tal se você se redimisse, começando a se dirigir a menina pelo nome, hum?! - Pediu Felipe, ainda indignado. - O nome dela é Shirlei.

– Nossa, Felipe, eu falei só por falar. Não quis ofender a... Shirlei. Pronto, falei o nome dela. Tá satisfeito agora? Agora desfaz esse bico, vai? - Apertou os lábios dele com os dedos, o que só fez ele se irritar ainda mais. Depois tascou um beijo e se virou em direção à Henrique, que só esperava sua vez de aguentar o veneno. - Mas, e aí Henrique, posso reservar o restaurante?

Felipe fez que não com a cabeça, discretamente, para que a noiva não visse. Henrique entendeu o recado.

– Ih, Jéssica, não vai dá. - Henrique respondeu. - Sabe o que é? É que a minha namorada... ela trabalha. Quase não tem tempo pra isso. Mas é claro, que você não sabe, né?! Você nunca trabalhou. Você é filha de pai rico. Não deve ter ideia de como essas coisas funcionam. - Henrique fez questão de jogar na cara.

Jéssica estreitou os olhos, fuzilando-o, mas para imensa surpresa de Henrique, em vez de Jéssica revidar com grosserias, ela simplesmente gargalhou alto. Bem alto mesmo. Henrique e Felipe se entreolharam, abismados.

– Que isso, Jéssica? - Felipe quis saber. - Por que tá rindo, posso saber?

– Porque, amorzinho - Jéssica começou a responder, tentando parar de rir, e alisando o tórax de Felipe, que olhava para a mão Dela quase que enojado. - eu sabia que estava certa sobre esse namoro do Henrique com a... Shir-lei. - voltou a rir, debochando do nome.

– Oi? Do que ela tá falando? - Henrique quis saber.

Felipe passou a mão no rosto, impaciente.

– Jéssica, não começa com isso, por favor! - Felipe implorou, entredentes.

Henrique cruzou os braços e estreitou os olhos, indignado.

– Não. Nada disso. - Henrique falou - Começou, Jéssica. Agora termina de uma vez! O que você quis dizer com estar certa sobre o meu namoro com a Shirlei?

Jéssica parou de rir com dificuldade. Em seguida, deu alguns passos em direção à Henrique.

– Ai, Henrique, vamos ser sinceros. Você é um chato! E não é nenhuma novidade pra mim que você não me suporta. - Henrique quase concordou com a cabeça. - Mas uma coisa eu tenho que admitir, você é um homem de classe, rico, bem sucedido... e um solteirão convicto. Aí tudo bem você querer se divertir um, dois, três dias com aquelazinha, mas daí a você querer que eu acredite que você tá namorando sério com uma garçonetezinha suburbana de quinta, ah, faça-me o favor, né?! Só o meu noivo mesmo pra acreditar numa balela como essa.

Quando Jéssica terminou de falar, Felipe não contou história, segurou o braço Dela com força. Henrique quase quis intervir, pois sabia que o amigo possivelmente se encrencaria com aquele tipo de atitude.

– Chega, Jéssica! - a noiva olhou pra ele com o olhar arregalado, sem compreender o porquê de logo seu noivo ter tomado as dores da garçonete. - Eu não vou mais permitir que você fale assim da Shirlei! - Felipe tinha sangue nos olhos.

– O que significa isso, Felipe? - Jéssica perguntou, tentando soltar o braço. - Me solta! Você tá me machucando.

Henrique segurou a mão do amigo, que segurava o braço de Jéssica.

– Hey, amigão, vamos com calma! Ela bem que tá merecendo, mas... é melhor cê pegar leve... - chegou perto do ouvido de Felipe e acrescentou baixinho: - Porque cê tá dando muito na cara, irmão.

Ao ouvir aquilo, Felipe acabou por soltar o braço de Jéssica, bem devagar. Ela aproveitou para massagear o local onde ele tinha apertado. Depois disso, Felipe, envergonhado, se virou de costas, apoiando os punhos fechados na mesa, os olhos fechados.

– Desculpa, Jéssica, mas é que às vezes você consegue me tirar do sério. - Felipe pediu, sem encara-la.

– Você me machucou, sabia? - Disse Jéssica, magoada, a voz embargada. - E você nunca foi disso. Então será que dá pra você me explicar por que logo você tá defendendo a garçonete? Que eu saiba, o namorado dela aqui é o Henrique, não você. Ou eu estou enganada? Hein, Felipe? Responde!!!!

– Ah, agora eu voltei a ser namorado Dela? - Henrique perguntou, debochando.

– Cala-boca, Henrique! - Jéssica mandou, furiosa. Henrique segurou o riso. - Não se mete!

Felipe se virou em direção à ela.

– Sabe por que, Jéssica? Porque você não conhece a Shirlei. Você nunca sequer conversou com ela. Toda o seu julgamento, Jéssica, é baseado em valores que você acredita serem importantes para desenhar o caráter de uma pessoa. Mas não são!

– Ah, não, Felipe! Lá vem você com o discurso do bom samaritano que a felicidade está escondida nas pequenas coisas.

Felipe revirou os olhos e suspirou.

– Não, Jéssica... a Felicidade tá escondida nas grandes pessoas. Nas que acreditam que o caráter é desenhado pelo que se é, não pelo que se tem.

– Aw! - gritou Henrique, enfiando o dedo na cintura de Jéssica, em provocação. Ela pulou com o susto. - Essa doeu. Ponto pra Felipe!

– Consegue entender o quanto que a gente é diferente, Jéssica? - Continuou Felipe - o quanto que a gente pensa diferente. Sei lá, mas às vezes eu acho que a gente devia...

Antes que ele terminasse a frase, Jéssica conseguiu ser mais rápida, atirando os braços ao redor do pescoço do noivo e lhe enchendo de beijos em volta do rosto.

– A gente devia parar com esse papo que não vai levar a nada, né?! - Jéssica argumentou, encarando o noivo, que "já baixava as armas" - Amooooor, a gente sempre foi diferente e isso nunca foi empecilho pra nada, hum?! Sabe por quê? Porque a gente tem uma química absurda! - quase gritou, finalizando com um beijo de tirar o fôlego. Felipe não resistiu e enlaçou a cintura da noiva.

Henrique revirou os olhos. E ficou pensando que precisava tirar o amigo das garras daquela mulher manipuladora. Mas como? De repente, uma ideia lhe veio à mente. Então pegou o celular no bolso e fingindo discar um número, colocou o aparelho no ouvido.

– Oi, amor. - Jéssica e Felipe pararam de se beijar, curiosos para saber com quem Henrique estava falando. Felipe muito mais. - Então, tô te ligando porque o meu amigo Felipe e a noiva acabaram de nos convidar pra gente ir jantar com eles. - Felipe arregalou o olhar, querendo estrangular o amigo. - Eu sei, eu sei, amor, que você trabalha e eu me orgulho tanto de você por isso. - Henrique dizia isso, mirando Jéssica em provocação. - Mas será que você não podia abrir uma exceção só hoje? - um silêncio ensurdecedor se fez na sala. Felipe suou frio, pedindo a Deus que Henrique não fosse até o fim daquela farsa absurda. - Pode?!?! Ow, amor, brigado, viu? Pois eu vou combinar aqui com o Felipe e te ligo mais tarde pra gente combinar o horário de te pegar, tá certo? Outro grande pra você! - e desligou, diante de um Felipe atônito e de uma Jéssica embasbacada. - Era a Shirlei. - Henrique disse, fingindo naturalidade. - Ela disse que vai.

Felipe permaneceu parado como uma estátua. Já Jéssica abriu um sorriso, triunfante.

– Ótimo. Se é assim, eu já vou indo. - ela disse, enquanto pegava a bolsa na cadeira - Ainda preciso reservar o restaurante e me certificar de alguns detalhes.

Henrique estreitou os olhos, desconfiado.

– Vê lá o que você vai aprontar com a minha namorada, Jéssica!

Jéssica deu um sorrisinho cheio de mistério.

– Ai meu Deus, Henrique, até parece... Tudo que eu quero é quebrar essa imagem horrível que o meu noivo tem de mim. E por que não começar inserindo essa... a Shirlei no nosso meio, hum?!

Henrique fez uma careta. Não acreditava em uma só palavra saída da boca de Jéssica. Ia precisar proteger a pobre moça. Já começava a se arrepender por tê-la colocado em seus planos.

– Já vou, amor. - Jéssica deu um beijo nos lábios fechados do noivo. - A gente se vê a noite. - Se virou em direção à Henrique e acenou com os dedos - Tchauzinho.

Henrique forçou um sorriso e assim que Jéssica atravessou a porta, ele a trancou.

– Já pode me matar agora. - Henrique falou quando se voltou para o amigo.

– Era o que eu devia fazer. Henrique, qual foi?! O que te deu na cabeça agora pra você ter inventado essa história maluca de que a Shirlei vai jantar com a gente essa noite?

Henrique olhou de lado com ar de inocente.

– Só vai ser maluca se ela não aceitar ir.

– Mas ela não vai aceitar ir.

– Como que cê sabe? Cê já perguntou pra ela?

Felipe estreitou o olhar, encarando o amigo sem acreditar no que ele estava propondo.

– Henrique, eu não vou perguntar pra Shirlei isso. A menina tá noiva... Eu não posso simplesmente invadir a vida Dela e... atrapalhar com a minha.

– Mas você não vai atrapalhar com a sua. Vai atrapalhar com a minha. A menina é minha namorada, não sua. É bom você enfiar isso na sua cabeça, que anda muito confusa ultimamente.

Felipe arqueou uma das sobrancelhas, totalmente confuso.

– Henrique, Shirlei não é a sua namorada.

– Nem sua. - Brincou ele, apontando o dedo indicador para o amigo.

– Eu sei disso. - Felipe falou baixo, mas depois explodiu - Droga, Henrique! Eu tô falando sério!

– E quem disse pra você que eu não estou? - Felipe revirou os olhos. E Henrique aproveitou para continuar: - Calma, Felipão. Eu meti a gente nessa encrenca, não foi?! Eu tiro a gente dessa, não se preocupe! Você me disse que foi no restaurante onde a Shirlei trabalha, né?! Você me leva lá?! Acho que já passou da hora de eu conhecer minha namorada.

Felipe tentou negar, mas morreu de ciúmes ao ouvi-lo se dirigir a Shirlei daquela forma.

******************

– Fala aí, Felipe, qual dessas garçonetes é ela? - Henrique quis saber, quase quatro horas depois, quando eles tinham resolvido almoçar na "Cantina da Tancinha".

Felipe esticou o pescoço, procurando por ela. Nada. Nenhum sinal. Será que tinha faltado? Se perguntou, decepcionado. E até poderia supor que estivesse sentindo um pouco de saudades.

– Não, ela não é nenhuma delas.

– Ixi, então, a gente vai ter que chamar aquela bonitinha ali pra perguntar por ela. - levantou o braço - Ei, psiu! Garçonete! Você pode vim aqui, por favor?!

A garçonete terminou de atender a outra mesa, depois, segurando um bloquinho se aproximou da deles.

– Pois não, o que vão pedir?

– Na verdade - Henrique começou a falar - eu e meu amigo aqui queríamos saber sobre uma garçonete que trabalha aqui. A Shirlei. Sabe se ela hoje vem por aqui?

A garçonete sorriu.

– Vem sim. - Felipe não conseguiu conter o sorriso. Henrique notou. - É que ela adotou um cãozinho e agora mesmo ela foi dar o almoço dele. Mas já deve tá voltando. - O sorriso dez Felipe se abriu ainda mais, pois ele sabia que devia se tratar de Tito. - Vocês preferem aguardá-la ou já querem fazer o pedido?

– A gente prefere aguardar. - Henrique respondeu, olhando para Felipe, que concordava. - Mas, valeu aí... - Henrique instigou para que a garçonete dissesse o nome.

– Larissa.

– Valeu aí, Larissa. Mas é que a gente tá acostumado com a Shirlei, sabe como é, né?!

Larissa sorriu.

– Sei. Sei sim. Já estou acostumada com os fãs da minha cunhadinha. Bom, assim que ela chegar, aviso para que ela venha atender vocês. Com licença. - Larissa disse, já se posicionando na terceira mesa ao lado.

– Essa Larissa aí deve ser irmã do tal noivo lá. - Henrique comentou para Felipe - Cê ouviu quando ela falou "minha cunhadinha"?

Felipe assentiu com a cabeça.

– Ouvi sim. Tá vendo como a gente acaba invadindo a vida da Shirlei. Eu me sinto mal, cara!

– Mas e se ela num for feliz com esse cara? Vai ver ela só tá acomodada pelo tempo, sei lá...

– Mas e se for amor de verdade? Eu posso tá atrapalhando isso. - Pausou, pensativo - Impedindo que uma pessoa como ela seja feliz.

– Cara, cê sabe que de amor eu num entendo, né?! Mas uma vez eu li em algum lugar que quando a gente ama alguém de verdade, tudo que a gente mais quer é ver essa pessoa feliz mesmo que às vezes a gente tenha que abrir mão da própria felicidade. - Felipe refletiu sobre aquilo, pois Henrique tinha dado um tiro certeiro. - Cara, tô com sede. Acho que vou pedir uma cerveja. Me acompanha?

– Pode ser. - Felipe respondeu, ainda meio aéreo.

Henrique subiu o braço e fazendo um gesto, pediu a cerveja para Larissa, que imediatamente chegou com ela, distribuindo dois copos.

******************

– Ai, desculpa a demora, Larissa - Shirlei pediu, ao entrar na cozinha pela porta dos fundos, já amarrando o avental na cintura - mas é que hoje o Tito deu muito trabalho pra comer e... - parou ao vir a amiga encarava de forma estranha - Que foi? Por que tá me olhando assim?

– Tá vendo aquela mesa ali - Larissa apontou para uma mesa em específico. Shirlei seguiu com os olhos a direção que o dedo de Larissa apontava - Aquela com aqueles dois rapazes. - Shirlei apertou o olhar para melhor enxergar. Seu coração disparou e quase saiu do peito ao se dar conta de quem se tratava. - Pois é, eles já estão ali há horas te esperando, e só querem ser atendidos por você. Então cunhadinha, vai logo, antes que a gente perca esses fregueses que parecem ser gente de grana, hein?

Shirlei arregalou o olhar, fingindo espanto. Larissa deu uma risada e empurrou Shirlei, que ajeitando a tiara no cabelo, foi até a mesa de Felipe e do amigo.

– Oi, seu Felipe. - Shirlei cumprimentou, pegando Felipe completamente de surpresa.

Felipe, que até então, estava distraído com a conversa mole de Henrique, se virou em direção a Shirlei com um sorriso luminoso.

– Oi, Shirlei. - Felipe devolveu o cumprimento. E os dois ficaram se encarando com um sorriso no rosto até que ouviram um ruído estranho vindo da garganta de Henrique, que tentava chamar a atenção dos dois. Felipe saiu do transe e coçou a nuca para disfarçar. - Ah, Shirlei, esse aqui é o... Henrique.

Shirlei tentou processar aquele nome em sua mente. Sabia que já tinha ouvido falar.

– Muito prazer, seu Henrique. - Disse e estendeu a mão.

– O prazer é meu, Shirlei. - Henrique respondeu, apertando a mão Dela. - Tô feliz em finalmente conhecer a minha namorada.

Shirlei tirou a mão abruptamente da dele. E imediatamente em sua mente lhe veio a memória de onde conhecia aquele nome. Ela olhou para Felipe, buscando uma explicação plausível.

– Não liga pra ele, Shirlei. Ele é maluco. - Felipe explicou, fuzilando o amigo com o olhar. - Henrique, será que dá pra fingir ser normal pelo menos uma vez na sua vida?

– Seu Felipe, o que tá acontecendo aqui? Eu num tô entendendo.

Felipe pegou na mão de Shirlei. Foi quase sem querer. Mas é que quando ele estava perto Dela tinha sempre essa vontade de toca-la, de cuidar dela. Shirlei gostou da sensação da mão dele segurando a Dela, por isso, ficou encarando a mão dele, enquanto ele falava.

– Nada, Shirlei. É só que... eu preciso muito falar com você. Será que cê tem um tempinho agora pra mim?

Shirlei levantou o olhar, que se encontrou com o dele. Queria dizer não. Acabar com isso. Essa coisa de se encontrar com Felipe não estava dando certo. Seu coração estava ficando cada vez mais bagunçado. Mas em vez disso...

– Tá certo... a gente pode se encontrar mais tarde lá em casa, daqui umas duas horas, no meu horário de folga, aí o senhor aproveita pra visitar o Tito.

Felipe sorriu e sem que percebesse ou pesasse as consequências do seu ato, ele levou a mão de Shirlei até os lábios e tascou um beijo demorado, sem tirar nem por um segundo o olhar do Dela.

– Combinado. - ele disse, recebendo Dela um sorriso envergonhado e a retirada lenta da mão. Henrique deu um sorriso sugestivo ao assistir a cena. - E como é que tá o Tito?

Shirlei piscou os olhos como que ainda saindo do transe em que se encontrava.

– Bem... Ele tá bem. Quer dizer, hoje ele deu um pouquinho de trabalho pra comer, eu tive até que dar papinha na boquinha dele, acredita? Mas ele é um menino bem educado. Acho que nisso ele puxou ao pai. - Shirlei deu um sorriso faceiro, deixando Felipe encantado.

– É, até porque... ele é um carinha de muita sorte por ter uma mãe tão carinhosa, dedicada e... linda.

O "linda" saiu sem que ele conseguisse evitar, mesmo não fazendo parte do contexto. Shirlei ficou enrubescida pelo elogio. E um sorriso saiu quase que automaticamente.

– Er... os senhores vão querer pedir alguma coisa? - Perguntou para mudar de assunto e para se recompor.

– Um filé a parmegianna para duas pessoas. - Henrique respondeu. Felipe e ele já haviam combinado antes de Shirlei chegar.

– E para acompanhar? - Shirlei quis saber, depois de anotar o prato no bloquinho.

– Pode ser uma taça de vinho... Duas na verdade.

– Ok. Já volto com o pedido dos senhores. - Shirlei sorriu para os dois com formalidade. - Com licença. - e saiu em direção à cozinha.

Felipe acompanhou com o olhar cada passo que Shirlei deu até ela desaparecer na cozinha, com um sorriso bobo no rosto. Mas ao virar o rosto de volta para o amigo, quase tomou um susto ao perceber que ele o encarava com os olhos estreitados.

– Ei, tira o olho da minha namorada, cara! - Henrique quis provocar.

– Henrique, larga mão de chamar a Shirlei assim! - Felipe recriminou - E eu num tava olhando pra ela não. - Ele disse, olhando para o lado, sem conseguir encara-lo.

– Tava não. Sei... - ironizou - Mas fala aí, por que você inventou essa história de conversar na casa dela?

– Porque eu prefiro eu mesmo tentar convencer ela a ir a esse jantar idiota. Do jeito que você é, vai acabar atraindo mais confusão pra vida Dela. Além disso, eu... preciso ver o Tito.

– E... quem é esse na fila do pão?

– Um cãozinho que a gente encontrou na rua e resolveu criar... junto. Longa história, depois eu te conto.

– Caramba! Acho que eu não tô fazendo um bom negócio namorando essa tal Shirlei, porque além dela ser noiva, agora eu descubro que ela adotou um filho com o meu melhor amigo. Tem como devolver? À família, sei lá...

Felipe arqueou as sobrancelhas, arrancando uma gargalhada divertida do amigo.

– Ah, Henrique, vai lá ver se eu tô na esquina, vai!

********************

Então como combinado, duas horas depois, o carro de Felipe estacionou em frente à casa de Shirlei. Quando ele desceu, percebeu que estava ansioso para vê-la, tal qual um adolescente de treze anos que visita a namoradinha pela primeira vez. Entretanto precisava se conter, pois o contexto ali era outro. Nem ele era um adolescente, nem muito menos ela era sua namoradinha. Por isso pediu em silêncio para que o seu coração diminuísse o ritmo, aliás implorou, até criar coragem para bater na porta.

Minutos depois, a porta se abriu, mas para sua inteira decepção, não era Shirlei quem segurava a maçaneta.

– Olha eleee. Sabia que um dia ainda veria você batendo na minha porta. - Carmela disse, encarando-o com um olhar sedutor de cima a baixo. - Veio me ver, gogoboy?

Felipe arqueou uma sobrancelha, impressionado com a capacidade que aquela garota tinha de se achar.

– Huuuuuum... Não. Eu vim ver a Shirlei. Ela tá por aí?

Carmela piscou os olhos, como que não acreditando no que ele estava dizendo.

– A Shirlei? Minha irmã?

– É, a não ser que exista outra Shirlei por aqui pela vizinhança... é essa mesma, a sua irmã.

Carmela deu um sorriso irônico.

– Olha só, parece que o gogoboy além de gato tem um pouco de senso de humor.

Felipe forçou um sorriso.

– Tenho sim, mas agora será que dá pra me responder a pergunta?

– Depende. - Felipe revirou os olhos, impaciente. - Eu posso até responder, se você me disser o que você quer com minha irmã.

Felipe estreitou os olhos, incrédulo.

– Olha só, Carmela, sem querer ser indelicado, mas o que eu tenho pra falar com a Shirlei só diz respeito a mim e a ela.

Carmela balançou a cabeça de um lado para o outro, estalando os lábios.

– Tsc, tsc, tsc, tsc, tsc, resposta errada. Diz respeito a você, a ela, a sua noiva e ao noivo Dela. Pensa nisso, gogoboy. Com carinho, tá?! - deu um sorrisinho irônico, fazendo Felipe franzir a testa e fechar a cara. - Agora... se me der licença, eu preciso ir indo porque eu ainda preciso fazer as unhas.

– Afiar as garras, você quer dizer, né?! - rebateu Felipe, fuzilando-a.

Em resposta, Carmela aproximou o rosto do dele com um sorriso irônico.

– Felipe, só um dica, me ter como inimiga não é um bom negócio. Sabe por quê? Porque o noivo da Shirlei tem muito apreço por mim. E a minha irmãzinha me adora.

– Isso porque ela não deve saber quem você é de verdade.

– E se depender de mim, nunca vai saber. Tenho meus truques. - Concluiu, se virando de costas, mas antes de ir embora, ainda olhou de lado para um último recado: Ah é, já ia me esquecendo, a Shirlei me pediu pra avisar que ela tá lá na cozinha. Fica a vontade, tá, gogoboy?! Tchauzinho! - E foi embora, deixando Felipe irritado.

Então ela mentiu desde o começo, pois sabia que ele viria. Que cobra! Foi tudo que Felipe conseguiu pensar, enquanto adentrava a casa de Shirlei, procurando por ela.

– Shirlei! - Gritou uma vez. Nada. Nenhuma resposta. - Ow, Shirlei! - Chamou pela segunda vez, atravessando a sala. - Shirlei, cê tá aí? - ele perguntou com a voz um pouco mais baixa, quando abrindo a porta da cozinha, enfiou a cabeça lá dentro.

E ela estava. De costas pra ele. Descalça. Com o cabelo preso em um rabo de cavalo meio desgrenhado no alto da cabeça, pescoço desnudo. Ao seu ver, linda como sempre, vestida com um vestidinho floral e um cardigan combinando.

– Shirlei, será que eu posso entrar? - Felipe perguntou e só nesse momento, Shirlei se deu conta de sua presença ali.

Foi nesse momento que ela se virou em direção à ele, rindo tal qual uma criança que acabara de cometer uma travessura. E acabara mesmo, pois ao mirar os dedos Dela, Felipe percebeu que eles estavam todos lambuzados com algum tipo de doce, chocolate ou seja lá o que fosse aquilo. E se fosse só isso, mas até a ponta do nariz e o canto dos lábios Dela não haviam escapado ao lambuzo.

Diante daquela cena, Felipe não conseguiu conter o riso que estourou de sua garganta.

– Ai, meu Deus, que vergonha. - Shirlei disse, lambendo alguns resquícios do doce das pontas dos dedos, sorrindo com o rosto ruborizado. - Acho que o senhor deve tá me achando uma boba né?! Mas é que... eu amo tanto doce de leite que eu sou capaz de comer com os dedos.

– É, deu pra perceber. - Felipe respondeu de forma natural, mas Shirlei lambuzada de doce de leite ali na sua frente era uma imagem estranhamente sexy para ele e o estava deixando confuso e pouco a vontade. - Shirlei, eu nunca conheci uma mulher como você.

Shirlei sorriu com o elogio.

– Eu só espero que isso seja um elogio.

– É um elogio. - Felipe confirmou, percorrendo Shirlei com o olhar, de cima a baixo - Disso você pode ter certeza.

Shirlei sorriu, só que agora o sorriso saiu um pouco tímido.

– Er... O senhor aceita um pouco de doce de leite? Se quiser, eu posso pegar um colher pro senhor.

Felipe sorriu de lado e sua expressão ganhou um ar de mistério.

– É, eu acho que eu vou aceitar um pouco desse doce de leite sim. - Felipe disse, mas enquanto falava, deu dois passos em direção à ela, que assustada, recuou dois passos, esbarrando no balcão atrás Dela. - Mas acho que eu vou experimentar esse doce de um outro jeito... - Felipe continuou, o corpo quase colado ao corpo de Shirlei, que já se encontrava com as pernas bambas e com o tórax subindo e descendo rapidamente.

Ela queria sair dali o mais rápido possível, mas suas pernas pareciam não obedecê-la, e o perfume másculo de Felipe, que emanava de seu corpo, conseguia dificultar ainda mais a sua fuga. Por isso, acabou ficando ali parada, encarando-o e esperando pelo seu próximo passo, que veio logo em seguida, quando Felipe segurou a mão de Shirlei e, sem que ela pudesse imaginar, enfiou um de seus dedos dentro da boca, lambendo-o lentamente, com sua língua quente e macia. Isso sem tirar um segundo os seus olhos dos Dela. Shirlei engoliu em seco e sentiu um frio lhe percorrer as entranhas enquanto ele tomava os outros dedos, dedicando a mesma atenção que dera ao primeiro dedo.

Quando Felipe terminou de lamber todos os dedos, já não havia nenhum resquício de doce, então ele pode finalmente, engolir o que tinha consumido, passando a língua pelos lábios sob o olhar atento de Shirlei que, sem mais aguentar, piscou os olhos e conseguiu se libertar do transe em que se encontrava. Então ela soltou a mão da dele e passou para o outro lado.

– Seu Felipe, o senhor não devia ter feito isso! - Repreendeu Shirlei, franzindo a testa para ele, indignada.

E foi nesse instante que Felipe se deu conta do que tinha feito, arrependendo-se.

– Desculpa, Shirlei, eu não sei o que deu em mim. - Felipe pediu, e tentou se aproximar, mas Shirlei estendeu a mão, impedindo-o.

– Não chega perto de mim. O senhor acabou de passar de todos os limites!

Felipe expirou.

– Eu sei, Shirlei. Mas é que... quando eu chego perto de você, eu não sei o que acontece comigo, mas... - Pausou, agoniado - Droga, Shirlei, tenta me entender, é mais forte do que eu!

Shirlei ficou olhando de um lado para o outro.

– Seu Felipe, eu sempre fui sincera com o senhor. Eu tô noiva. Do Adônis. Tenta entender isso, por favor... Senão a nossa convivência vai se tornar impossível.

Felipe deu um suspiro profundo.

– Tá certo. - Felipe falou, natural. - Eu entendo e... me desculpa mais uma vez. - Esticou o braço, fazendo um carinho de leve com o dedo no rosto de Shirlei. - Só não fica chateada comigo... por favor.

Ao sentir o carinho de Felipe em seu rosto, Shirlei não conseguiu mais ter raiva fez Felipe. Era muita doçura em um homem só. Então resolveu perdoa-lo, sorrindo com ternura.

– Tá bom. Vamos esquecer isso, então. Começar de novo. Do zero. - Ela disse, mesmo sabendo dentro de si que ela mesma não acreditava naquilo. Jamais conseguiria se esquecer do olhar trocado entre ela e Felipe durante aqueles segundos anteriores.

– Vamos sim. - Ele concordou, sorrindo, mas também imaginando jamais conseguir aquele feito.

Um silêncio constrangedor se fez entre os dois até ser quebrado por Shirlei.

– Ai, meu Deus, eu já tava quase me esquecendo. Tá na hora de dar o antibiótico do Tito. Só que ele tá lá em cima, no quarto - apontou com o polegar por cima do ombro - tô indo lá pegar... Enquanto isso, o senhor podia procurar por ele, que se eu bem conheço o danadinho, deve tá escondido debaixo de um dos sofás. Já volto.

Felipe deu uma risadinha divertida e apoiando as mãos na cintura, respondeu:

– Ok. Pode ir lá, que eu dou um jeito de encontrar esse carinha...

Shirlei sorriu, agradecida, e virando as costas, subiu as escadas, desaparecendo no andar de cima.

– Ei Felipe, toma jeito! - Sozinho, Felipe começou a falar consigo, passando as mãos pelos cabelos, agoniado - Se continuar assim você vai acabar fazendo uma besteira e perdendo a Shirlei de vez.

Enquanto isso, já dentro do quarto com a porta fechada, Shirlei estava com as costas apoiadas na porta, passando a mão repetidamente pela nuca, os olhos apertados.

– Shirlei, tira o Felipe da sua cabeça! Você conhece ele só a cinco dias e o Adônis... você tá noiva a cinco anos. Você não tá nem doida de jogar tudo isso pro ar! Todos os seus planos, metas, sonhos... só porque você anda sentindo coisas que você pensou que nunca ia sentir por ninguém na vida. - abriu os olhos e se deparou com um porta retrato, que ficava em sua cabeceira. Caminhou até lá e sentando na cama, pegou-o. Tratava-se de uma fotografia Dela com Adônis em uma de muitas viagens que eles fizeram. Nela, eles estavam bem abraçadinhos e sorriam. Por alguns instantes, permaneceu olhando aquela foto, tentando encontrar algum defeito nela. Não havia nenhum, a não ser o fato de que o seu noivo nunca a havia feito sentir o que ela sentiu quando Felipe lambeu seus dedos a alguns minutos atrás . Olhou de lado, pensativa e deu um suspiro profundo. O melhor agora era manter distância de Felipe. Sim. Aquilo era o certo a fazer. - Mas será que seria fácil? - Se perguntou.

*********************

Alguns minutos depois, Shirlei desceu as escadas, segurando o antibiótico de Tito. E Felipe estava sentado no sofá, esperando por ela e afagando Tito, que estava em seu colo.

– Aqui o antibiótico. - Shirlei sentou ao lado de Felipe e entregou o vidrinho na mão dele. - Mas aviso logo que não é nada fácil fazer esse mocinho aí engolir o comprimido.

Felipe segurou as patinhas dianteiras de Tito, como que conversando com ele.

– Ah é? Mas eu tava aqui conversando com esse carinha e eu disse a ele que se ele não tomar o remédio vai ter que usar aquele cone, cê sabe o quê que é aquele cone...?

Shirlei deu uma risadinha divertida.

– Aí vai ficar parecendo um abajur ao contrário, Tito.

– Escuta a sua mãe que ela sabe o que diz. - Felipe concluiu e sem que Tito percebesse, foi abrindo a boca dele e enfiando o comprimido goela abaixo. - Pronto, pronto. Já foi. Viu?! Nem foi tão ruim, foi? Fala a verdade.

Tito fez careta e passou a língua pelos dentes, além de dar dois espirros estranhos, arrancando uma bela gargalhada por parte de Felipe e Shirlei.

– Tudo bem, cara, acho que deve ter sido bem ruim sim. - Felipe acrescentou, ainda rindo.

Depois desse momento de descontração, Felipe colocou Tito no chão para que o cãozinho fosse beber água e dormir um pouco.

– Aceita um café? - Shirlei perguntou com seu jeito animado de ser - Eu posso fazer um bem rapidinho, se o senhor quiser.

Felipe adorava o jeito de Shirlei. Era como se ela sempre tivesse um motivo para sorrir.

– Acho que eu vou aceitar.

Shirlei levantou de supetão.

– Açúcar ou adoçante?

– Adoçante. Três gotas. E eu gosto do meu café bem forte.

Shirlei assentiu com a cabeça como que processando tudo que ele havia dito, para em seguida sair correndo em direção à cozinha.

Quinze minutos depois, Shirlei voltou com uma bandeja, que colocou em cima da mesinha de centro. Nela continha um bule e duas xícaras. Antes de servi-lo, Shirlei se sentou ao lado dele, por cima das pernas.

– Será que agora nós podemos conversar, Shirlei? - Felipe quis saber.

– Ah é, o senhor queria conversar comigo, né?!

– É, mas antes... Será que dá pra você parar de me chamar de Seu Felipe e senhor? Achei que fôssemos amigos, Shirlei?

Shirlei sorriu um pouco envergonhada.

– Tá certo. Eu prometo que vou tentar... Felipe.

Felipe sorriu com ternura.

– Ótimo. Assim é bem melhor. Sem formalidades. - Pausou, causando um pouco de suspense - Agora... Vamos ao que interessa... Shirlei, você se lembra quando eu tive que inventar pra Jéssica que você era a namorada do Henrique só pra que ela não descobrisse que eu... bom, eu te conheci naquela boate.

– Claro que eu me lembro. Mas o que isso tem a ver com o que você quer me contar?

Felipe deu um suspiro profundo, tentando criar coragem para o que estava por vir.

– É que... A Jéssica hoje foi lá no escritório e... acabou encostando o Henrique na parede porque... a verdade é que ela nunca acreditou muito nessa história de namoro. Daí ela inventou um jantar pra que o Henrique pudesse levar a namorada, no caso... você.

Shirlei franziu a testa, indignada.

– Como é que é? Deixa eu ver se eu entendi, você quer que eu finja ser a namorada do Henrique nesse jantar, é isso?

Felipe engoliu a seco, e mesmo se sentindo um lixo por estar propondo aquilo, foi firme.

– Shirlei, tenta entender, essa é a única maneira da Jéssica acreditar que vocês dois namoram.

– Felipe, por que você não experimenta contar a verdade pra ela?

Felipe franziu a testa.

– Shirlei, a Jéssica é muito cabeça dura. Ciumenta ao extremo. Diálogo é uma coisa que não existe entre a gente. Muita gente nem entende porque eu ainda tô com ela. Quase ninguém gosta da Jéssica. - Pausou, pensativo - É, mas eu acho que eu acabei me acostumando com os defeitos e as qualidades Dela. Muito tempo junto, sabe?!

– É, mas você deve amar muito a sua noiva, né? Quer que eu finja que eu sou namorada do Henrique e tudo. - Shirlei perguntou, mas no mesmo instante, se pudesse, engoliria aquela pergunta de volta. Era muito íntima, droga!

Felipe sorriu de lado com um ar misterioso.

– Amor? Acho essa palavra um pouco forte, sabe?! Num sei se eu já cheguei a sentir isso por alguém? Ou se eu vou chegar a sentir algum dia. Como a gente sabe quando é amor o que a gente sente por alguém?

Diante daquela pergunta, Shirlei sorriu, assumindo um ar romântico.

– A minha mãe uma vez me disse que pra saber se você ama uma pessoa, toda vez que você encontra com ela, você sente um friozinho na barriga, e as mãos, elas transpiram, e as pernas tremem...

– Continua... - Felipe disse, com um sorriso doce nos lábios.

– Ah, as pernas ficam assim bambas, e o coração bate tão forte, mas tão forte , tão forte, tão forte, que parece que vai sair assim pela boca e a gente ri à toa assim sem querer quando tá junto. Tem que ser com aquela pessoa que faz a gente até perder a fala e até gagagueguejar... - Shirlei ficou sem graça por ter gaguejado. Não sabia como sair daquela situação constrangedora. Felipe sorriu até um pouco mais feliz do que de costume, o que aumentou ainda mais o constrangimento de Shirlei. - Er... Não vai tomar café?

Felipe riu e assentindo com a cabeça, recebeu a xícara que Shirlei lhe ofereceu.

– Isso é o que você sente quando tá perto do seu noivo? - Quis saber Felipe, após dar um gole em seu café.

– É, é isso o que eu sinto quando eu tô perto dele. - Shirlei sabia que estava mentindo, mas aquela era uma boa proteção. - E você deve sentir o mesmo pela sua noiva, né?!

Felipe negou com a cabeça, surpreendendo Shirlei.

– Não. O que a Jéssica e eu temos é química. Amor mesmo... - Felipe pausou, quando percebeu o olhar de Shirlei hipnotizado pelo dele. Felipe se levantou de supetão - Melhor eu ir. Já tá ficando tarde e...

Shirlei se levantou.

– Tá certo. Eu te deixo na porta.

Felipe tomou o último gole de café e depois de deixar a xícara na mesinha de centro seguiu Shirlei até a porta. Chegando lá, os dois não sabiam como se portar ou o que dizer.

– Bom, eu já vou indo. O Henrique deve te ligar mais tarde pra que vocês combinem o horário pra ele vir te pegar. Você vai, né?!

– Vou sim. Nem sei porque eu aceitei um maluquice dessa, mas... eu vou, né?! - Sorriu, um desses sorrisos que Felipe mais adorava nela.

– Brigado, Shirlei. - Felipe agradeceu e pra completar o agradecimento, ele se baixou um pouco para lhe dar um beijo no rosto. O problema foi que Shirlei não esperava aquele gesto e acabou girando a cabeça de lado, fazendo com que seus lábios fossem pressionados pelos dele, rapidamente. No susto, ambos se afastaram. - Caramba, desculpa, eu não...

– Tá tudo bem. Foi minha culpa também. Mas... acho melhor você ir agora. - Disse, abrindo a porta para que Felipe saísse.

Felipe ainda permaneceu um pouco extasiado com o que aconteceu. Mas em seguida, atravessou a porta, indo embora.

Sozinha, e depois de ter fechado a porta, Shirlei tocou os lábios com os dedos, delicadamente. E sorriu com uma expressão apaixonada.

Do outro lado, na rua, e dentro do carro, Felipe fez a mesma coisa.


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Notas finais do capítulo

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