Quando o Amor acontece escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 14
Capítulo 14




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Décimo Quarto Capítulo ❣

Pega no flagra, Shirlei quis sair dali correndo, mas Felipe não deixou, segurando sua mão e entrelaçando seus dedos nos Dela.

– Calma, Shirlei. Tá tudo bem. - Felipe fixou o olhar no Dela, tentando aliviar a tensão em seu rosto. - Se tem alguém que tá sobrando aqui, esse alguém é a Helô, não você.

Helô estreitou o olhar, assumindo uma expressão extremamente cínica.

– Lipe, Lipe, achei que dois anos de namoro fossem suficientes para que você soubesse que comigo não se brinca!

Felipe revirou os olhos, impaciente.

– Helô, pelo amor de Deus, quando é que você vai entender que a gente acabou e que eu não tenho que te dá satisfação de nada que eu faço ou deixo de fazer?

Helô deu alguns passos em direção ao casal, o vestido bastante apertado, sensualizando. Felipe não dava a mínima, pois a muito tempo aquilo não o atingia mais.

– Lipe, você sabe muito bem que eu não sou mulher de desistir fácil do que é meu... - Felipe franziu o cenho, indignado - Então eu acho melhor você ficar bem bonzinho comigo se não quiser que eu mostre as minhas garrinhas. - Helô ameaçou, arranhando devagar o rosto de Felipe com as unhas, que, irritado, instantaneamente retirou a mão Dela de seu rosto, os dentes trincados.

Furioso, o tórax de Felipe começou a subir a descer, a respiração começando a ficar mais rápida do que o normal. Enquanto isso, Shirlei presenciava tudo com um filme passando em sua mente. Um filme doloroso de um passado que ela há muito tempo tentava esquecer e que agora retornava como um trem em movimento, destruindo tudo a sua frente.

– Diz logo o que você quer, Helô. - Felipe voltou a falar, retirando Shirlei de seus devaneios - E vai embora! Porque, sinceramente nesse momento eu não tô com muita paciência para seus joguinhos.

Mas em vez de se sentir ofendida, Helô sorriu com mais cinismo ainda.

– Nesse momento não, né?! Mas... mais tarde, quem sabe... - Deu uma piscadela pra ele, que ficou com cara de tacho.

Shirlei virou o rosto para ele, buscando uma explicação. Ele olhou pra Shirlei, dando de ombros, sem compreender, depois voltou a encarar a "cobra".

– Do que você tá falando, Helô?

Mas em vez de responder, Helô abriu a bolsa e retirou de lá o celular, então depois de apertar um botão, apontou-o em direção a Shirlei, mostrando para ela o visor que continha uma mensagem.

– Eu tô falando disso aqui. Reconhece esse número, Shirley? - Fez questão de errar a pronúncia do nome de Shirlei só para provovocá-la. Shirlei estreitou o olhar para melhor enxergar. O número era de Felipe. Mas o que será que Helô queria com aquilo? A resposta logo viria quando Helô continuou a falar. - Acho que você reconheceu, né?! Agora leia a mensagem embaixo dele.

Shirlei começou a ler, juntamente com Felipe, que estava tão curioso quanto ela em saber do que se tratava aquilo. A mensagem dizia o seguinte:

" Assim que sairmos daqui, vou deixar as meninas em casa e pego pra sua casa, me espera, tá bom?! Beijos, Lipe!"

Shirlei perdeu o chão e Felipe arregalou o olhar, assustado, ainda mais quando sentiu a mão de Shirlei se soltar da dele, a expressão Dela, enojada.

Furioso, Felipe tomou o celular da mão de Helô, apertando os botões, buscando alguma explicação plausível para aquele absurdo está acontecendo. De repente, uma ideia lhe passou pela mente, então ele foi até ela é segurou seus braços com um pouco de força.

– Como você conseguiu pegar meu celular? - Ele perguntou para Helô, metralhando-a com o olhar. - Deve ter sido naquela hora que você tava acariciando meu tórax, né?! Aí você aproveitou pra mandar essa mensagem idiota para o seu celular. Bem a sua cara esse tipo de safadeza. - Helô o encarou, insolente. Felipe balançou-a, e esbravejou: - Fala!!!

Ela balançou a cabeça devagar, negando.

– Nossa! Mas que história conveniente essa sua, Lipe! Eu pegar o seu celular pra mandar uma mensagem pra mim mesma...? Sério isso? Você acha mesmo que a Shirley é tão bobinha assim de acreditar numa lorota dessa? Agora eu entendi porque você tá querendo ficar com ela... Mais fácil de enganar, né?!

Felipe bufou de ódio e soltando Helô com violência, apontou o dedo para ela em riste.

– Lava a boca quando você falar da Shirlei! E você acha o quê? Que eu sou algum idiota? Hein? Fala aqui! - Apontou o dedo para a bochecha. - E quer saber de uma coisa? Acho melhor você sair daqui agora mesmo antes que eu não responda por mim. - Ele ameaçou ao mesmo tempo que segurava o braço Dela e ia arrastando-a para fora da varanda.

– Isso é pra você aprender a cumprir um trato quando se faz um. - Helô disse no meio do caminho para Felipe.

– Oi???

– Você queria que eu o ajudasse com a garçonete, em troca eu só pedi que me desse alguns momentos de carinho e você não aceitou, tá aí o resultado do seu desprezo...

Felipe mal pode acreditar no que ouviu. Estreitou o olhar para ela com desdém.

– Você é doente, Helô. Vê se me esquece de uma vez por todas porque hoje você extrapolou todos os limites da insanidade!

Helô sorriu, cínica, ajeitou a corrente da bolsa no ombro e pinçando os lábios de Felipe, falou:

– Eu vou, Lipe, mas você ainda vai ouvir muito falar de mim porque como eu disse, eu não costumo desistir do que é meu. - Concluiu e virando as costas, saiu requebrando os quadris.

Felipe revirou os olhos. E respirando, aliviado, saiu correndo de volta para varanda onde Shirlei o esperava.

Ao chegar lá, percebeu que Shirlei estava silenciosa, abraçando a si mesma e olhando para lua. Mas sua expressão era indecifrável, o que de início o assustou. Ele se aproximou Dela, devagar e hesitante.

– Tá tudo bem, Shirlei? - Felipe perguntou, esticando o braço para acariciar o rosto de Shirlei com os dedos. De leve.

Ela recuou dois passos. O coração dele se despedaçou.

– Shirlei, me escuta... - Felipe implorou com o olhar, as mãos em posição de oração na altura da boca - Você não pode dar ouvidos a Helô. Ela tá mentindo. Eu nunca mandei aquela mensagem! Eu já disse, Shirlei, eu não sou esse tipo de cara!

Shirlei, que até então não o estava encarando, levantou o olhar para ele, com expressão de decepção.

– Felipe, era exatamente disso que eu tava fugindo quando eu não queria te dar uma chance... Porque eu não suportaria passar por isso de novo!

Felipe franziu a testa.

– Como assim passar por isso de novo? Shirlei, eu achei que o Adônis nunca tivesse... Peraí, ele já te traiu ou já te machucou de alguma forma? - Felipe perguntou num mistura de revolta, com uma pitada de satisfação já que afinal o noivo não era perfeito como ele imaginava.

Shirlei negou com a cabeça e Felipe ficou confuso.

– Não. - Shirlei deu um suspiro profundo. - A verdade é que... eu nunca te contei, mas... antes do Adônis, eu tive outro namorado. - Felipe piscou os olhos, abismado - O nome dele era Danilo. A gente namorou por quase um ano, quando eu tinha 18 anos. Eu era muito apaixonada por ele ou pelo menos achava que era. Tanto que eu pensei em me entregar pra ele, só que no dia que eu decidi fazer isso, eu descobri que ele me traia com mais umas três outras meninas com a desculpa de que, já que eu não cedia, ele tinha que procurar em outras... Enfim - Nesse ponto da história, lágrimas começaram a rolar no rosto de Shirlei, sendo enxugada por Felipe com todo carinho - Na época, eu fiquei tão arrasada que... eu nem consigo descrever a dor que eu senti. E foi aí que o Adônis apareceu... Na verdade, a gente já se conhecia desde criança e era muito amigo, eu nunca imaginei que ele pudesse nutrir um sentimento por mim até o dia que ele se declarou, então a gente começou a namorar, mas eu nunca consegui me entregar a ele e o Adônis sempre me respeitou por saber do meu trauma... - Shirlei suspirou, e segurou o rosto de Felipe com uma das mãos. Felipe não gostou nada nada daquele gesto. Pois tinha a leve impressão que aquilo podia significar algo de ruim. - Felipe, eu não te conheço o bastante pra confiar em você, pra me sentir segura, e eu preciso disso mais do que tudo... Tenho medo de quantas Helôs e Jéssicas mais ainda possam aparecer e eu não tenho estrutura pra isso, por isso eu prefiro terminar isso por aqui antes que eu mesma não consiga mais... Desculpa se pra você eu tô sendo boba, mas essa sou eu... Não sei ser de outro jeito. - Concluiu e foi retirando a mão do rosto dele, mas ele, imediatamente segurou a mão Dela para que ela não retirasse.

– Não, Shirlei, por favor! Não faz isso comigo! Não faz isso com a gente! - Ele segurou a mão Dela e a levou até o coração dele, que estava disparado, enlouquecido - Eu sei que você sente alguma coisa por mim... Eu sinto!

Shirlei chorava copiosamente. Felipe também.

– Me solta, Felipe. Por favor. Se você realmente sente o que você diz sentir por mim, tenta me entender! - Shirlei falou com a voz embargada.

Felipe engoliu em seco e olhando fundo nos olhos dela, foi soltando-a devagar. Então ela correu sem olhar para trás porque ela sabia que se olhasse, ela desistiria sim, pois seu coração queria ficar, era sua razão quem a estava impelindo a correr.

****************************

– Madona mia, Shirlei, ma como que você me conta isso pra ele, filha? - Francesca quis saber, fazendo carinho nos cabelos da filha, que naquele momento estava deitada no sofá com a cabeça em seu colo, e já tinha dividido tudo que havia acontecido naquela noite com sua mãe. - Nunca que você contou isso nem pra suas irmãs. Sempre me pediu pra dizer que terminou com aquele maledito do Danilo por conta de ter descoberto que não gostava mais dele.

– Eu tive que contar, mãe... - Shirlei respondeu, a voz fanhosa pelo choro - Era a única maneira do Felipe entender de uma vez por todas que eu não podia ficar com ele.

– Tá melhor, Shirlei? - Tancinha perguntou, descendo as escadas, pois para justificar sua cara de choro e para que eles pudessem voltar pra casa o mais rápido possível, Shirlei teve de inventar uma enxaqueca. Enquanto Felipe teve de sumir, alegando ter pegado um táxi junto com Helô. Ele jamais voltaria para mesa no estado em que se encontrava.

Shirlei se sentou, enxugando o rosto.

– Tô sim, Tancinha. Bem melhor.

Tancinha sorriu, aliviada. Então, beijando o rosto da mãe e da irmã, deu boa noite para as duas e foi dormir.

– Eu me amo vocês duas, viu?! - Tancinha disse, ja desaparecendo no andar de cima.

As duas sorriram uma pra outra e se abraçaram com força.

– A gente também me ama você! - Gritaram as duas, rindo.

Foi aí que o celular de Shirlei tocou, assustando-a em um sobressalto. Ela o pegou, mas ao olhar o visor... Número desconhecido. Ia atender, mas algo intuitivo lhe disse para não o fazer, então, em um ímpeto, entregou-o a sua mãe.

– Toma, mãe, atende. Deve ser o Felipe.

Francesca pegou o celular.

– Ma, filha, o que eu digo?

– Sei lá, mãe, inventa que eu... já fui dormir ou, sei lá... Diz que eu não quero falar com ele. Pronto.

– Ah, coitado do moço, filha...

Shirlei ficou triste, mas não mudou de ideia. Então a mãe colocou o celular no ouvido e atendeu.

– Alô! Quem fala? Aqui quem tá falando é Francesca. Quem? - Shirlei conteve o riso diante da "surdez" da mãe - Ah, Cris...? - Francesca falou alto, perguntando por meio de gestos para Shirlei quem seria aquela, ao que ela respondeu também por meio de gestos que era a irmã de Felipe, então Francesca voltou a falar, disfarçando - Oi, Cris, tudo bem com você? A Shirlei? Ela tá... Ela já foi dormir... Foi minha querida... A coitada chegou com as enxaqueca, sabe?! Aí foi dormir mais cedo. Sei... Quer deixar algum recado? Não? Era só isso mesmo? Pois um abraço! Outro! - E desligou.

Do outro lado da linha, Felipe só esperou sua irmã desligar o celular para desabar. Ele estava sentado no sofá. Bebendo um copo de uísque.

– Ela num quis falar comigo, né?

– Não. - Cris respondeu, triste. - Quem atendeu foi a Dona Francesca e ela disse que a Shirlei já tinha ido dormir ou inventou, vai saber, né?!

Ele escondeu o rosto nas mãos.

– O que eu faço, Cris? - Ele perguntou, quanto levantou a cabeça, os olhos marejados, a voz grogue.

Cris esticou o braço, e fez um carinho no cabelo do irmão.

– Num sei, Felipe. Mas pelo que você me contou acho que você devia tentar esquecer a Shirlei.

– Como? Cê conhece alguma fórmula pra isso? Einstein inventou alguma? Shakespeare? Sei lá, alguém?

Cris o encarou, solidária,

– Não. Mas... Eu conheço muita gente que já conseguiu.

– Que ótimo. - Felipe começou a aplaudir - Palmas para eles. Vou dormir! - Ele levantou, cambaleando. Tinha bebido um pouco mais do que era acostumado. - Não me segue!

Cris se levantou para ajudá-lo. Mas ele não permitiu, e se segurando nas paredes, alcançou o quarto. Sozinho.

*******************************

– FECHA ESSA PORRA DE CORTINA! - Gritou Felipe, colocando o travesseiro na cara para se esconder do sol, que invadia seu quarto sem piedade. - Mas que droga, me deixa dormir! - Implorou ele, quando sentiu alguém puxando o lençol de seda que cobria o seu corpo.

– Deixo não, belo adormecido! - Henrique respondeu, irritado, quando finalmente conseguiu arrancar o lençol dele, deixando-o sem nada, vestido apenas em sua cueca preta bóxer - E agradeça a Cris por ela não ter acatado a minha ideia de jogar em você um belo balde de água bem gelada, irmão!

Felipe se sentou na cama, esfregando os olhos, a expressão irritadiça, os cabelos arrepiados. A ressaca nítida.

– Mas que diabos cê tá fazendo aqui, Henrique? - Felipe perguntou e olhou para cima do criado mudo a procura de algo. - Cadê o meu uísque?

– Foi confiscado. - Henrique respondeu, serio. - Por tempo indeterminado.

Felipe voltou o olhar para Henrique, fuzilando-o.

– Tá bancando o engraçadinho comigo, é? Pois saiba que eu não estou de bom humor pra isso!

– É. E nem apresentável, né?! Você tem dez minutos pra tomar um banho e se arrumar.

Felipe fez uma careta pra ele.

– Como é que é?

– Nove minutos e cinquenta e oito segundos... Vai tomar sozinho ou quer ajuda?

Felipe bufou de raiva, mas mesmo se arrastando e se espreguiçando, obedeceu ao amigo "chato".

Quinze minutos depois, Felipe apareceu de banho tomado, vestido com uma camiseta e uma bermuda para tomar café. Henrique e Cris o esperavam, sentados à mesa. Cris sorriu, feliz, ao vê-lo.

– Bom dia, Felipe. - Cris cumprimentou, alegre.

– Bom dia. - Felipe resmungou e sentou numa das cadeiras.

– Lembra da Peripécia? Pois é, ela tá lá... Esperando que um certo publicitário deixe essa dor de corno e volte a trabalhar. - Henrique comentou e Felipe virou o rosto pra ele, lançando um olhar assassino. - Cara, cinco dias sem aparecer ou dá notícias não são suficientes não? Quantos mais você vai querer? - Felipe ficou calado, puxando um pedaço de pão e comendo sem nada - Ah não! Perdi a paciência! - Henrique esbravejou e segurando o colarinho de Felipe o levantou da cadeira - Meu irmão, cê vai continuar assim? Parado? Enquanto a Shirlei tá lá sofrendo tanto quanto você. Cê sabia disso? - Felipe acordou do transe ao ouvir aquilo - Não, né? Cê não sabia. Sabe por quê? Porque cê tava aqui que nem um idiota bebendo todas e se entregando sem fazer porra nenhuma pra recuperar a menina que tu gosta! Sinceramente, você não é o Felipe que eu conheço. - Soltou ele, que caiu sentado, envergonhado.

– Ela tá sofrendo? - Felipe falou, temendo até olhar para o amigo.

Henrique olhou para o amigo, sem paciência.

– Tá, cara. A Tancinha falou que a irmã tá toda estranha e anda perguntando de você direto.

– Então por que ela não me procurou? Ela sabe onde eu moro.

– E você procurou por ela? Você também sabe onde ela mora.

Felipe virou o rosto, chateado.

– Tá bom. Eu tô indo hoje ao cinema com a Tancinha e se tudo der certo, a Shirlei também vai, então... Eu tenho um plano pra você ter a maior chance da sua vida com essa garota. Agora... Cê tem que ter muita coragem, irmãozinho, porque o negócio é osso! E aí, tá disposto a ouvir?

Felipe deu um suspiro profundo, mas era isso ou voltar a vida sem Shirlei. E ele preferia um milhão de vezes a vida COM SHIRLEI!

***************************************

– Então, meninas, o que acharam do filme? - Henrique perguntou, quando Shirlei, ele é Tancinha saíram do cinema e caminhavam pela rua, indo em direção ao carro, que estava estacionado a alguns metros dali.

– Ma, que eu gostei muito! - Respondeu Tancinha, entusiasmada. - Só que eu num me entendi uma coisa... Por que que o carinha lá num me pulou no carro pra salvar a moça?

– Acho que foi porque o bandido chegou e... - Henrique ia começar a explicar, mas pausou ao notar Shirlei aérea. - Shirlei? Tá tudo bem?

Shirlei saiu do transe.

– Hum? Tá. Tá tudo bem sim. Desculpa, o que vocês façam falando mesmo?

Tancinha chegou perto da irmã e segurou o ombro Dela.

– Ma num tá, né? Num tá bem. Faz tempo que num tá bem. Ô Shirlei, cê num quer me dividir comigo o que tá acontecendo.

Shirlei forçou um sorriso.

– Nada. Não se preocupe. É só... Num é nada. Eu vou ficar bem. Prometo.

Tancinha apertou Shirlei em um abraço.

– Caramba, cês viram a chave do carro? - Henrique perguntou ao mesmo tempo que apalpava os bolsos.

– Não, Henrico. - Tancinha respondeu. - Será que cê num me deixou lá nas cadeiras do cinema?

Henrique franziu o cenho, pensativo.

– Será? E é Henrique. Meu nome é Hen-ri-que. - Corrigiu, mesmo sabendo que era em vão. - Caramba, Tancinha, cê pode ir lá comigo procurar?

– Ma e a Shirlei? - Tancinha perguntou, preocupada - Vai ficar aqui sozinha?

– Tem problema não, Tancinha. Eu fico. Pode ir lá com o Henrique.

– Tá bom, ma oh, cuidado viu?!

Shirlei riu da irmã, afinal, o que poderia acontecer com ela em um lugar como aquele? Só Tancinha mesmo pra pensar isso!

Mas quando Tancinha e Henrique se afastaram, Shirlei não sabia se era impressão, mas ela começou a ter a sensação de que não estava sozinha naquele lugar. Ficou assustada. Seus pelos se eriçaram. Não sabia se pelo frio ou pelo medo. Achou melhor caminhar em direção ao cinema e foi o que fez, aumentando os passos a medida que sentia que estava sendo seguida, ate que ouviu o barulho de um galho sendo quebrado, então teve plena certeza de que era real. De que tinha alguém atras Dela. Mas quem? Apertou o passo, apavorada. O coração quase saindo pela boca. Mas, infelizmente, já era tarde demais, seja lá quem fosse que a perseguia, conseguira seu feito e a pegara, tapando sua boca com uma das mãos e agarrando sua cintura com a outra.

– Huuuuuuuummm! Huuuuuuuuuuummm! - Gemia ela com a boca tapada, os olhos arregalados, sendo carregada por um homem misterioso todo vestido de preto para dentro de um carro que ela tentou identificar, mas não conseguiu, pois de repente, tudo a sua volta escureceu e ela caiu em um sono profundo.

O homem misterioso colocou ela deitada no banco de detrás do carro com todo cuidado. Depois fechou a porta do carro e se sentou no banco do motorista, então por alguns segundos se pegou admirando-a dormindo através do retrovisor de teto. Sorriu. Então deu a partida e rumou, dirigindo para o seu destino... Campos do Jordão.


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