O Mundo Secreto de Bonnie escrita por CarmenGrandier


Capítulo 33
Pelo amor de uma filha


Notas iniciais do capítulo

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"As vezes eu me sinto como uma sereia, que nada em mares de saudade e flutua em um vazio infinito de solidão"

Depois de meses esperando Bonnie estava pronta para sua viajem de volta para casa em Capitalia. Era estranho pensar em voltar para tudo que ela deixou para tras depois de todo esse tempo longe, a ruiva já estava com suas malas prontas e empilhadas do lado da porta do quarto que ela dividia com as meninas, Olivia havia saído hoje de manha para pegar o trem para...Qual era a cidade que ela iria mesmo? Bem isso não importava muito agora, ela ainda tinha que chamar o taxi para leva-la até a estação de trem de Blois, Bonnie olhou para a janela e viu as folhas que se balançarem com o vendo, do lado de fora da escola o céu parecia muito mais convidativo para sair, o céu de Blois era bem diferente do da Inglaterra que estava mais para um tom de azul gelo e cinza, ela se sentou na janela para ligar para o taxi, rapidamente digitando os números em seu celular. Depois de alguns minutos esperando, Sam e Bonnie já haviam descido e esperam o carro na frente da escola, Angelina e Carmen os encontram lá para se despedir e Toulouse veio logo depois.

—Você tem certeza que seus pais não vão se importar de você passar as férias com a gente? – perguntou Bonnie ao garoto.

—Eu já te disse...meus pais não são do tipo, como eu posso dizer, que se importam com esse tipo de coisa. – ele respondeu colocando a ultima mala no porta-malas do taxi. Bonnie abraçou Angelina, e em seguida Carmen. –Não é como se nós fossemos ficar para sempre.

—A gente volta no fim do verão. – completou Sam e se despediu de Toulouse. Ambos entraram no carro e observaram os amigos até virarem pontinhos na calçada. Angelina, Carmen e Toulouse acenaram aos dois, enquanto o carro se afastava da escola. O trem que eles pegariam os levaria até Paris, para que eles encontrassem os pais de Bonnie e ai sim pegassem um avião para a Inglaterra. A viajem de trem havia sido tranquila, Bonnie estava lendo um livro o que, com a confusão que estava sua vida, fazia a um certo tempo que ela não lia. Sam mexia no celular e periodicamente observava os campos pela janela do trem.

—Como seus pais são? – perguntou ele, distraindo Bonnie de sua leitura.

—Bem...- riu ela – Minha mãe tem cabelos castanhos e um lindo sorriso.

—Não é esse o tipo de pergunta que eu fiz. – falou ele – E você sabe.

—Eles vão gostar de você, pode ter certeza..- disse a ruiva voltando a ler. Sam suspirou -Você já teve outros namorados?

Ela desviou o olhar da leitura mais um vez. –Não. – respondeu – Eu quero dizer, não serio assim, por que essas perguntar agora ? – disse ela.

—Só estou curioso. – falou Sam– E você está quieta.

—Desculpe...– ela disse – Minha cabeça está cheia de pensamentos.

—Ela sempre está... –rebateu ele.

—Olha estamos quase chegando – disse ela, sem se importar com a provocação do garoto, Sam relevou e observou pela janela as pontas dos prédios de paris e das pequenas casinhas se aproximando. Depois de alguns minutos a mais dentro do trem, a estação em que eles parariam já estava próxima.

—Mãe! – acenou Bonnie para uma mulher de cachecol azul que se aproximava, a ruiva correu ao encontro da mulher e lhe deu um abraço, Sam a seguiu e antes que pudesse dizer algo viu que o pai de Bonnie se aproximava dele para apertar sua mão, ele era um tanto familiar para o garoto e tinha um sorriso amigável, Sam consentiu e segurou a mão do pai da garota sacudindo algumas vezes.

—Então aqui estamos nós! – disse Bonnie por fim – Pai, Mãe..Esse é o Samuel.

—Ele parece muito com as fotos que você me mandou querida –falou Bianca, a mãe da garota -Não é para menos.

—É bom te conhecer garoto.- disse o pai de Bonnie -Bom, estamos atrasados para nosso voo até a Inglaterra, é melhor irmos. - Continuou ele, pegando uma das malas da filha para carregar.

Olivia tentava carregar todas as suas malas sozinha, sozinha de novo. A estação de trem estava muito movimentada, ela olhou no seu bilhete, plataforma 8, a garota correu para conseguir chegar no local que ficava do outro lado da estação, ela havia caminhado esse tempo para a o local errado. Típico. Felizmente ela ainda estava alguns minutos adiantada e deve tempo para se sentar em um café perto de sua parada e beber alguma coisa, ela fez seu pedido no balcão e aguardou que o atendente lhe desse seu café com baunilha, depois disso Olivia se sentou em uma das poltronas que havia no local, era um lugar bem aconchegante com luminárias e parede de tijolinhos, ela tirou de sua bolsa uma das fotos de quando era pequena junto ao seu pai e deslizou o dedo sobre ela, a duvida e o medo começavam a pousar em sua mente agora, como seu pai reagiria ao ve-la? Ele poderia ter outra família, outra vida que não a incluía. Já chegara a hora do embarque então Liv pegou seu carrinho de bagagens e correu para esperar o trem na plataforma, ela estava acostumada com metros na America, tudo no velho mundo era diferente para ela, seria uma experiência ótima, apesar de tudo, viajar de trem. A garota estava distraída olhando o movimento na estação mas, uma voz interrompeu seus pensamentos chamando seu nome.

—Olivia... – ela ouviu e se virou para ver quem a chamava, quase ninguém sabia que ela estava naquela estação de trem, a garota se virou assustada procurando um rosto familiar e logo ela viu, era ele...não podia ser, mas, mais um vez, era! Vincent.

—Por favor não vá...– ele disse segurando a mão da garota. – Você precisa me perdoar.

—Por que você está tão obcecado com isso? O que o meu perdão vai mudar na sua vida?! – perguntou ela com a voz irritadiça.

—Eu preciso saber que posso ser melhor do que eu sou. – o garoto disse focalizando seu olhar no dela. Por um segundo Olivia esqueceu de tudo que ela havia feito a ela e disse rapidamente - Eu te perdoo. – a garota revirou os olhos e tentou se afastar de Vincent.

—Você vai embora para sempre? – perguntou ele. Ela se virou não respondeu nada e continuou a esperar o trem. –Eu vou com você.

—O que? Você está maluco?! – falou ela se virando para ele rapidamente e cruzando os braços. –Você não vai Vincent, por que não me deixa em paz? O trem já apontava no horizonte e Olivia agradeceu por isso, quem sabe o que aconteceria se ela ficasse mais alguns minutos junto ao garoto.

—Para onde você está indo? – perguntou ele. Ela não respondeu e correu até a pilha do bagageiro colocando suas maças lá e logo em seguida entrando rapidamente no trem, não olhando para traz nem se despedindo no garoto.

—Eu vou te esperar Olivia...-disse ele por fim, a vendo embarcar no trem que a levaria embora.

No dia seguinte a família de Bonnie e Sam já estavam acomodados na antiga casa da garota, a casa tinha uma arquitetura robusta e sua fachada era toda feita de pequenos tijolos, havia um belo jardim com uma mesa de chá e uma vasta biblioteca onde ainda se tinham exemplares dos livros dos pais da garota.

—Eu não imaginava sua casa...assim – disse ele, enquanto perambulavam por um dos corredores

—O que você quer dizer com isso? – perguntou ela.

—Bom, eu achava que você morava na cobertura de um prédio e não em um tipo de chalé em um bairro arborizado da cidade.

—Meus pais tem um gosto peculiar para casas, na verdade para tudo. – Bonnie falou, dando uma risadinha.

—Estou vendo. –Sam disse observando uma parede cheia de relógios de todos os tipos imagináveis na parede da sala por onde acabavam de chegar.

—Bem...- suspirou Bonnie – O que eu posso fazer, são meus pais, vem, minha mãe preparou um típico chá inglês para nós conversarmos um pouco. As mãos suaves da garota conduziram Sam até o jardim da casa onde a mãe de Bonnie usava um vestido lilás esvoaçante e o pai dela uma camisa de linho branco com pequenos detalhes bordados em dourado. Samuel havia gostado dos dois mas havia algo que ele não compreendia, assim como em Bonnie. Os dois se sentaram lado a lado na delicada mesa posta com maestria pelo casal.

—Querem sanduiche de queijo? – ofereceu a Bianca, levantando a bandeja com vários pequenos sanduiches em formato de coração.

—Prefiro bolinhos, mamãe. – respondeu educadamente a garota. O pai de Bonnie riu e olhou delicadamente para a esposa que concordou com um sorriso de volta. Zacarias se serviu e depois aos demais, colocando o chá na xicara de cada um.

—Dois cubos de açúcar ? – perguntou ele a Sam.

—Só um, por favor. –respondeu ele.

—Para mim três! – interrompeu Bonnie dando um risinho. – Mãe, hoje eu e o Castiel vamos visitar a Dallas...Tudo bem?

—Bonnie você mal chegou em casa, não acha que é melhor ir amanhã? – disse sua mãe dando uma bebericada no chá.

—Eu queria ver ela hoje, faz tanto tempo e também, o pai dela está no hospital eu prometi a ele que assim que eu chegasse iria na casa dela para fazer um visita. – falou Bonnie manhosa.

—Bem...Nesse caso vocês podem ir mas não voltem muito tarde. – concordou Bianca, olhando para Zac para ter certeza de que ele não se oporia. Depois de algum tempo conversando Bonnie e Sam se retiraram da mesa rumo a casa de Dallas.

—Ela mora muito longe? – falou Sam.

—Não, na verdade nós podemos ir de bicicleta. – Bonnie retrucou olhando para ele.

—Bicicleta? Nossa...Faz tanto tempo que eu não ando em uma. – falou o garoto

—Eu também, não sei por que lembrei delas agora. Ambos saíram rapidamente pedalando livres pela cidade, como Capitalia era uma cidade pequena nada os impedia de andar de bicicleta pelas ruas sem o tormento dos carros, depois de alguns minutos pedalando Sam avistou uma pequena casinha, no estilo da de Bonnie e foi lá onde pararam, ela deixou a bicicleta encostada na cerca da casa da amiga, logo seguida por Sam, agora ele tinha certeza que a maioria das casas dessa cidade eram parecidas com a de Bonnie, chalés, a proposito. A garota foi até a porta e tocou a campainha esperando ser atendida, Dallas saiu pela porta com o cabelo preso em um coque e usando uma blusa de frio rosa escrito rock diva, era uma vestimenta estranha vindo dela provavelmente ela estava bem pior do que Bonnie pensava.

—Bonni !! – Dallas gritou correndo para abraçar a amiga. – E...?

—Esse é o Sam, meu namorado, lembra? Eu te falei dele. – disse Bonnie rindo e automaticamente entrando na casa, tão familiar para ela, a casa de sua melhor amiga. Sam deu um sorrisinho e cumprimentou Dallas que retribuiu dando um rápido abraço no garoto.

—Você?

—Olivia? O que você está fazendo aqui? - Bonnie exclamou arregalando os olhos azuis.

—Espera – falou Liv – Aqui é a casa do Patrick?

—É meu pai. – interrompeu Dallas, entrando no meio das duas garotas. – E você é....?

—Ela é a Olivia, minha amiga da França. – disse Bonnie.

—Eu sou sua irmã – revelou Olivia =, sem muita encenação.

—Do que você está falando? – disse Dallas de olhos arregalados.

—Eu sou filha do Patrick, veja eu tenho uma carta...ele me escreveu. – ela respondeu tirando da bolsa um papel meio amassado e amarelo, juntamente com uma foto muito antiga. Dallas pegou delicadamente na mão e olhou a foto por alguns segundos, ela se lembrava, lembrava de tudo, lembrava do dia que sua mãe havia tirado essa foto. Olivia ainda era praticamente um bebê e Dallas muito pequena, a garota olhou para Liv com os olhos cheios de lagrimas e disse.

—Eu..Você..Nós somos irmãs? – Dallas disse entre soluçõs – Eu não posso acreditar, eu tenho uma irmã! Por que meu pai nunca me contou.. .?

—Eu não sei...Ele me disse, quer dizer, escreveu na carta, que iria me buscar para nós vivermos todos juntos. –Olivia falou, também com os olhos cheios de lagrimas. – Ele está ai? Posso ve-lo?!

—Meu pai está no hospital, Liv, ele está muito doente. Oh, meu deus, quando ele te ver...- falou Dallas tentando sorrir.

—Me leve até ele, eu preciso ve-lo...

—Ok, eu estou em choque também. Minhas duas amigas...irmãs? – Bonnie interrompeu Liv, para dar sua contribuição naquela historia maluca.

—Eu vou te levar até lá, vamos. – falou Dallas já caminhando para a porta de casa, Sam, Bonnie e Olivia a seguiram e entraram em seu carro para irem todos ao hospital onde o pai de Dallas estava. Olivia caminhava pelos corredores tentando manter a calma em seus passos mas seu coração palpitava ela finalmente ia conhecer o homem que esperou a vida inteira para ver o rosto, ela finalmente iria poder chamar alguém de papai, iria poder fazer piadas sem graça e sempre ter alguém para quem voltar, Dallas abriu a porta da UTI delicadamente e as duas entraram, O homem havia tido uma recaída violenta e estava sedado, não falava sem se mexia.

—Pai...? –Olivia disse se aproximando da maca e não conseguindo controlar seu choro ela se ajoelhou no chão para tenta abafar seu grito, seu pai estava muito magro e de olhos fechados. Ela não ia aguentar se ele morresse sem ao menos ter visto seu rosto e ela o dele, a garota segurou a mão do pai e o observou por alguns minutos, Dallas se aproximou e abraçou-a transmitindo afeto que ela nunca havia tido, por um segundo Olivia se sentiu segura mas o medo de nunca conhecer realmente seu pai a tomou de uma vez.

 

Oh father

Please, father

I'd love to leave you alone

But I can't let you go...


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