A Intérprete - Orgulho e Preconceito Moderno escrita por Nan Pires


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora!! Eu estava viajando e voltei ontem super tarde, aí só consegui postar agora :)
Espero que vocês gostem desse capítulo.



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Não precisou de muito tempo para Liz começar a imaginar que os tios, junto de Jane, armaram para ela. Ou ela estava ficando paranoica, mas tinha quase certeza que quando passaram pela placa que sinalizava a entrada do tal rancho, estava escrito alguma coisa Darcy. Ou ela estava ficando doida e não tinha nada a ver? Qual não seria a coincidência de ele ter alguma propriedade ali, na mesma cidade que os tios? Não, o sr. Darcy era homem de cidade grande, não tinha nenhum indício de que tivesse qualquer relação com o campo.

— Chegamos! – A tia de Liz anunciou toda alegre quando eles encostaram o carro próximo a entrada de uma grande casa. Pareciam bem familiarizados com o local, deviam ir lá sempre.

Não demorou muito para um senhor de chapéu e um jovem se aproximarem do grupo que havia acabado de descer do carro. Liz ainda olhava ao redor, como se quisesse juntar as pistas e montar o quebra-cabeça, ou pelo menos, situar-se melhor.

— Vem, Lizzie. – A tia puxou-a para junto dela.

— Boa tarde! – O senhor de chapéu cumprimentou com uma fala arrastada. – Boa tarde sr. e sra. Gardiner e você deve ser a srta. Bennet, estou certo?

— Sim, prazer em conhecê-lo. – Ela respondeu um pouco ansiosa.

— Vocês chegaram na hora, mas conhecem a srta. Darcy, quando está com os cavalos ela se esquece da vida.

— Não tem problema. – A sra. Gardiner respondeu enquanto Lizzie estava quase engasgando ao seu lado. Então ela não tinha visto coisas, mas o que os tios estavam pensando ao trazê-la naquele lugar?

— Minha esposa já foi chamá-la, mas se quiserem ir até lá, sem problemas, eu e o meu sobrinho vamos acabar de alimentar os outros cavalos. Até mais tarde.

O senhor se retirou e o garoto, que parecia ser bem tímido, pois não disse uma só palavra, foi atrás dele.

— Vamos até lá? – O sr. Gardiner sugeriu.

Mil coisas estavam se passando pela cabeça de Elizabeth, e de repente ela entrou no piloto automático. Foi seguindo os tios até um canto da propriedade, onde bem ao longe dava para ver um grande cercado. Será que tudo não passava de uma grande coincidência? Será que aquela garota Darcy nem era alguém da família do seu Darcy?

— Olha. – O tio apontou para alguém andando a cavalo.

Eles continuaram andando e logo chegaram até a cerca onde a Sra. Gardiner se apoiou para olhar quem montava o cavalo. Era uma garota jovem, de longos cabelos cor de areia presos em uma trança. Por alguns segundos, Elizabeth ficou fascinada. A menina parecia tão solta, como se estivesse voando nas costas do animal. Era o tipo de liberdade que Elizabeth pensou nunca ter sentido. O vento batendo no rosto, seu corpo em sintonia com os movimentos do animal, toda a paz e a conexão com a natureza. Elizabeth desejou estar no lugar da menina, ainda que nunca tivesse montado um cavalo antes.

Então a garota pareceu vê-los e diminuiu a velocidade do galope para um trote suave até que finalmente parou e veio andando devagarzinho até onde Liz estava com os tios. Quando a srta. Darcy finalmente ficou frente a frente com eles, Elizabeth não teve dúvidas. Soube na hora que ela com certeza tinha algo a ver com o Darcy que ela conhecia e amava, por mais que não quisesse admitir. Aqueles olhos azuis e melancólicos diziam tudo.

— Ai meu Deus! – A garota disse surpresa, sua voz era suave e agradável. – Peço desculpas, não vi o tempo passar!

— Não tem problema, foi legal ver você praticando. – O Sr. Gardiner respondeu.

— Já vou descer, só estou esperando a...

— Srta. Darcy! – Uma senhora apareceu correndo de forma desajeitada pela lateral do cercado, provavelmente era a esposa do homem de chapéu. – Aqui está.

Ela trazia nas mãos um par de muletas e por alguns segundos, Elizabeth ficou sem entender para quem seriam. Mas então, a garota puxou uma perna por cima do cavalo e desceu rápida pela lateral do bicho. Então encaixou os braços na muleta e com um pouco de dificuldade puxou o cavalo para amarrá-lo a cerca.

— O sr. Turner já vem colocar você para dentro. – Ela disse para o bicho, que era alto e da cor branca, em seguida virou para os visitantes. – Vamos?

Todos concordaram e esperaram ela sair pela porta do cercado. A senhora que lhe trouxera as muletas também trouxe um casaco que ela colocou fazendo careta. O cabelo dela estava todo bagunçado na trança.

— Então você deve ser Elizabeth. – A garota observou-a com curiosidade. – Você é famosa.

— Sou? – Liz perguntou meio confusa ainda. Estava muito impressionada com a garota. Ela parecia não se abalar com sua situação, agia com naturalidade apesar dos movimentos das pernas serem extremamente limitados. O que deixava Liz mais impressionada, era que ela nunca teria percebido nada se não a tivesse visto fora do cavalo. Montando o bicho a menina parecia tão solta, tão bem.

— Ah sim. – A srta. Darcy deu um belo sorriso para ela. – Acho que você trabalha com o meu irmão.

Elizabeth engoliu em seco e tentou não parecer surpresa.

— Ele trabalha no Hopkins? – Ela perguntou de maneira casual, ninguém precisava saber o quão bem eles se conheciam, certo? Ou aquilo era uma cilada e todos ali já sabiam de tudo? Ela iria matar Jane quando a encontrasse caso isso fosse verdade.

— Sim, e ele fala muito de você. – A garota cortou qualquer fingimento e parecia estar se divertindo com a situação, mas não de um jeito maldoso, e sim, de um jeito cúmplice e foi aí que Liz percebeu que estavam todos juntos nessa. – A propósito, sou Georgiana Darcy, é um prazer finalmente conhece-la.

Elizabeth deu um sorriso tímido e sem graça, estava envergonhada, mas era engraçado como de cara já tinha gostado da irmã de Darcy. Ela parecia ser muito simpática e com certeza era uma moça muito forte. Liz ficou com vontade de perguntar o que havia acontecido com a perna dela, se foi um acidente ou se ela tinha nascido daquele jeito, mas ficou com vergonha e com muito medo de que Georgiana se sentisse mal pela pergunta.

— O prazer é meu. – Lizzie respondeu ainda um pouco desorientada. – Ele também fala bastante de você.

— Ele é um ótimo irmão. – Georgiana sorriu genuinamente. – Uma pena que more tão longe de mim, mas o bom é que ele já deve estar chegando. Eu estava com tanta saudade!

A garota piscou para Liz que arregalou os olhos. Isso estava pior do que ela tinha imaginado, ele estava indo para lá? Almoçaria com eles? Seu coração começou a bater mais rápido só de pensar e seu estômago deu cambalhotas de ansiedade. Como aquele dia ia terminar?


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam??



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