A Intérprete - Orgulho e Preconceito Moderno escrita por Nan Pires


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

To atrasada de novo, mas to aqui lol



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As duas semanas que antecederam a grande festa de 50 anos do Hospital Hopkins passaram voando e quanto mais a data se aproximava, mais Elizabeth sentia o clima de empolgação dos funcionários. Até ela estava começando a se animar, mesmo que ainda estivesse um tanto receosa por ter que levar toda a família, e um pouco chateada, pois apesar de Charlotte ter concordado em ir à festa, ela não pode deixar de notar a decepção nos lindos olhos castanhos da amiga. Liz se sentiu muito mal, pois entendia o lado dela: Char estava sozinha, sem a família e os amigos de seu país de origem no dia de seu aniversário, e ao invés da familiaridade de uma noite tranquila só entre ela e suas novas amigas, ela seria arrastada para uma grande festa, cheia de gente desconhecida, o que talvez a fizesse sentir-se mais nostálgica e com mais saudade de casa ainda.

Lizzie também estava começando a se preocupar com a obsessão de Jane pelo status de seu relacionamento com Bingley. Eles já haviam saído algumas vezes agora e se falavam o tempo todo por mensagens ou ligações, só que segundo Jane, ele ainda não havia falado nada sobre exclusividade e aquilo a estava matando.

— Por que você não pergunta, já que isto está te incomodando tanto? – Elizabeth sugeriu há alguns dias, depois de ouvir Jane contar tudo sobre seu encontro perfeito e dizer que a única coisa que a incomodava era não saber se de fato eles estavam namorando ou não.

— Não posso! – Ela respondeu horrorizada. – Acho que esse é o tipo de coisa que a gente tem que saber. Casais precisam estar em sintonia, e se eu perguntar, ele pode achar que eu não estou na mesma página, sei lá.

— Casais precisam é de comunicação. – Liz revirou os olhos, mas depois respirou fundo e olhou com carinho para Jane. – Talvez ele esteja com a mesma dúvida. Talvez seja bom você dar um empurrãozinho, sabe?

Jane fitou a irmã por alguns segundos. Ela estava pensativa, como se estivesse considerando o que ela sugerira.

— Já sei! – Ela disse por fim, o brilho voltara aos seus olhos e a animação tomou conta de sua fala. – Vou descobrir no dia da festa! Ele me pediu para acompanha-lo, não é? Então vai ter que me apresentar para os amigos dele e aí eu saberei. Não é uma ótima ideia!?

— É, acho que deve ser. – Liz respondeu tentando conter um pouco da insegurança em sua voz. Ela não achava que aquela era uma boa ideia, mas Jane estava andando tão nas nuvens nos últimos dias que quase nunca dava ouvidos para o que ela dizia. Aquilo deixava Liz um tanto frustrada, afinal a teimosa da família era ela, não sua irmã.

E para completar, o sempre galante George Wickham pareceu não ter entendido muito bem o espaço que Liz tentou colocar entre eles. Ela ainda o queria por perto, só pretendia que as coisas fossem um pouco mais devagar. No entanto, depois do dia em que Elizabeth rejeitou seu convite para almoçarem em um restaurante próximo do hospital, ele não parecia estar mais sempre por perto. Ela chegou a questionar se o veria no baile, na esperança de que ele a convidasse formalmente como sua acompanhante, mas isso não aconteceu. Wickham só respondeu que com certeza estaria lá e seguiu seu caminho. Claro, ele tratou-a bem e deu o melhor de seus sorrisos antes de deixa-la só com uma expressão de desânimo. Estava chateada, e ela mesma havia criado aquele vazio, não podia reclamar. Só que sentir-se flagrada olhando tristemente na direção em que Wickham seguira por ninguém menos que o dr. Darcy a deixou realmente irritada.

— Está olhando o que? – Ela rosnou um pouco mais agressiva do que pretendia.

Darcy apenas deu de ombros, assinou um papel e saiu com um sorriso cínico no rosto. Elizabeth quis sair correndo atrás dele e tirar aquele risinho quase imperceptível, mas profundamente irritante da boca dele. Ela, então, empinou o nariz e saiu como se nada tivesse acontecido e como se seu pensamento não estivesse girando em torno daqueles homens e de como eles eram irritantemente confusos e lindos.

E foi nesse clima que o dia da festa chegou. Elizabeth e Jane estavam no quarto terminando de se arrumar e rezando para que dentro de alguma das inúmeras sacolas que sua mãe e suas irmãs arrastaram para dentro do apartamento nos últimos dias, estivessem algumas roupas propícias para a ocasião. Liz estava morrendo de medo que as vestes escolhidas fossem um pouco demais para o evento, como a vez que Lydia apareceu na festa de bodas de um casal amigo do sr. e da sra. Bennet com um vestido com tanto brilho e lantejoulas que quase deixou metade dos convidados cegos.

Quando Jane, que estava em um vestido rosa bebê lindíssimo, terminou a maquiagem que estava fazendo em Lizzie, ambas se olharam no espelho de corpo inteiro, estavam muito bonitas. A irmã mais velha estava usando um vestido de um ombro só que marcava bem a cintura e tinha uma fenda que ia até um pouco acima do joelho. Seus cabelos louros estavam presos em uma trança sofisticada e seu sorriso iluminava o visual. Liz teria preferido uma cor mais forte, azul ou vermelho, talvez, mas não podia negar que sua irmã estava linda. De uma forma diferente dela, que estava usando um vestido longo e grená que destacava bem sua personalidade, e cabelos soltos e ondulados, mas muito bonita. Ambas estavam.

Após alguns retoques, as duas se dirigiram para a sala e encontraram o pai vestido de terno e gravata e a mãe, que usava um elegante vestido azul, e estava em frente ao espelho do banheiro, prendendo o cabelo de Mary em um rabo alto. O visual da garota, que fazia caretas enquanto a mãe puxava suas madeixas, estava um pouco sóbrio demais, mas ela estava bonita em seu vestido preto que ia até os joelhos e maquiagem um pouco mais carregada nos olhos. Kitty estava dançando animada pela sala em seu vestido rodado creme e cabelos soltos, que junto de sua maquiagem leve e da franja, davam a ela um ar infantil e a faziam parecer a mais nova da família Bennet, mesmo que a posição fosse de Lydia.

Enfim, a mais jovem apareceu em seu vestido balone rosa-chiclete e saltos tão altos que trariam dificuldade a qualquer mulher, mas Lydia parecia se equilibrar muito bem em cima deles. Uma maquiagem carregada, porém bem-feita, davam a ela um ar de mulher mais velha que não combinava muito com o vestido e os adereços estavam um pouco demais na opinião de Elizabeth. No entanto, Jane pediu que ela desse uma voltinha e elogiou o visual.

Liz continuou olhando embasbacada, não que a irmã estivesse feia, mas parecia mais que ela estava indo para um desfile de moda, não para uma festa da empresa. Ela até tentou fazer um comentário crítico quando ninguém mais além de Jane a ouvia, mas a irmã olhou-a com delicadeza e disse-lhe que ela estava sendo muito severa e que se aquele visual estava totalmente a cara de Lydia, por que então, ela não deveria usá-lo? Liz suspirou arrependida, talvez ela realmente fosse um pouco dura quando se tratava das escolhas de sua família, especialmente as de sua mãe e Lydia.

Charlotte foi a última a se juntar à família. Ela estava muito bonita e embora seu vestido prateado fosse bem simples, suas feições marcantes estavam bem delineadas e exaltadas, deixando-a com um visual de beleza exótica que com certeza chamaria muita atenção. Para o alívio de Elizabeth, a amiga parecia um pouco mais contente e ficou muito emocionada quando ela e Jane apareceram com cupcakes com velinhas de aniversário cantando parabéns. Elas não tiveram muito tempo antes de sair, mas puderam aproveitar os doces, entregar os presentes e tirar bastante fotos.

No caminho para a festa uma parte da família fora com Elizabeth no carro alugado e a outra com Char em seu automóvel modesto do qual a sra. Bennet não parou de reclamar “disfarçadamente” quando chegaram às portas do hotel onde o evento aconteceria.

— Mãe! – Elizabeth chamou-a em tom de aviso, aquela era a segunda vez que ela ouvia a mãe reclamando para alguém que o aquecedor do carro de Charlotte estava quebrado. – Quer parar? – Ela sussurrou para que a amiga não ouvisse.

A sra. Bennet revirou os olhos e seguiu o grupo de cara emburrada. Só que assim que as portas do salão se abriram e ela teve um vislumbre da organização e da decoração do lugar, sua feição carrancuda mudou para uma cara de espanto. Seu queixo literalmente caiu, ela nunca havia participado de um evento tão “chique” como aquele. Ela e Lydia soltaram umas risadinhas, mas logo assumiram uma posição que acreditavam ser a de quem estava mais do que acostumado com aquele tipo de evento.

Jane acenou para Liz e Charlotte que acharam muita graça da cara das garotas. Era muito gostoso ver que elas, pela primeira vez, iriam participar de algo diferente do habitual. Já o sr. Bennet não parecia estar muito impressionado, mesmo porque, ele não costumava curtir nenhum tipo de evento social, quem dirá um ao qual ele definitivamente não estava acostumado.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, vejo vocês semana que vem no tão aguardado capítulo da festa :P



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