Nephilim: A Profecia Do Céu escrita por Emily Neubaner


Capítulo 9
Capítulo 8




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Entrando em uma sala espaçosa, Aislynn encontrou Travis enfaixando sua mão, como se estivesse se preparando para entrar a qualquer momento em um ringue. Dando mais um passo, hesitante, examinando o cômodo percebeu que realmente parecia um ginásio para treino, aquele cenário só serviu para deixa-la mais ansiosa ainda. Como Travis iria fazê-la controlar seus poderes? Ou melhor, como faria para controlar a besta existente dentro de si? Queria se ver livre o mais rápido possível daquele terrível tormento. Mas, e depois de sua preparação estar completa? O que eles iriam fazer? Bom, certamente iriam atrás dos outros nefilims. Aislynn tentou imaginar o rosto de cada um, mas em sua mente, a imagem distorcia e eles se transformavam em demônios com olhos negros e enfurecidos. Sentindo um calafrio na espinha, decidiu se afastar daquele pensamento.

 O olhar de Aislynn pairou sob Travis, notou que estava vestindo uma blusa preta sem mangas com os músculos dos braços a amostra. Definitivamente ele era suficientemente atraente para arrancar suspiros de qualquer garota. Com toda certeza, se fosse em outra circunstâncias, Aislynn seria uma dessas garotas, mas, com o pouco que conhecia sobre Travis o mais seguro era ficar longe.

 Travis virou o rosto em sua direção, sorrindo.

 - Se você quiser, em vez de treinarmos poderíamos tentar outra coisa. - Deu a ideia, enfatizando o final da frase com malícia.

 Aislynn corou. O quê o fez dizer aquilo, do nada? Era quase como se ele pudesse ler sua mente... Oh, não! Travis realmente podia ler mentes. Ele havia feito a mesma coisa quando lhe mostrou seu quarto. Tentando se recompor o mais rápido possível, ela levantou o queixo de modo petulante. Não podia jogar limpo, não com Travis.

 - Muito obrigada, mas eu passo - responde, com o resto de dignidade que sobrou. - Mas, prefiro manter distância de você.

 Isso o fez abrir mais seu maldito sorriso perfeito. Droga. Agora estou virando algum tipo de piada?

 - Você mente muito mal, Aislynn O'briens - seu semblante se tornou sombrio - mas devo admitir que é uma escolha inteligente ficar longe de mim.

 Aislynn engoliu seco. Ela mal o conhecia, por que deveria ficar ali conversando sobre os dois como se fossem um casal? Era estupidez. Não estavam ali para ficar de conversa fiada. A carranca de Aislynn só aumentava, ela se sentia estranhamente humilhada por Travis estar xeretando sua mente. Odiava ser feita de idiota, mas aparentemente, o que as pessoas mais estavam gostando de fazer com ela, era isso. Tentando mudar de assunto questiona:

 - Estou aqui para você me treinar ou para sentarmos e tomar uma xícara de chá enquanto batemos papo?

 Isso pareceu o suficiente para Travis voltar seu foco inicial, pois todo o humor de seu rosto desaparece em um piscar de olhos. Ele lançou a Aislynn mais um de seus olhares penetrantes, era quase como se quisesse enxergar além dela, enxergar sua alma. Tentando não parecer na defensiva, ela caminhou em sua direção até ficarem frente a frente.

 - Tem certeza que está preparada?

 Aislynn bufou.

 - É claro que estou!

 Erguendo uma de suas sobrancelhas, diz:

 - Bom, isso vai doer um pouco.

 Antes que pudesse esboçar qualquer reação, Travis atinge seu nariz com um soco, fazendo-a cambalear para trás. Aislynn põe a mão sob o nariz, tentando estancar o sangue que não parava de jorrar. Por que diabos ele estava machucando-a do nada? Sua boca estava aberta, pronta para gritar um palavrão com Travis, mas, ele a atingiu novamente, dessa vez no pescoço. Sem ar, ela caí para trás batendo sua cabeça no chão. Aislynn jurava ter escutado um barulho de osso se quebrando. Seria o seu crânio? De qualquer modo não conseguiu dar muito atenção a isso, pois lutava para que o ar voltasse para seus pulmões. Tossindo, inutilmente tentou se levantar do chão, mas não conseguia por conta da dor em sua cabeça. Antes que ela pudesse perceber, aquela irá familiar voltou a percorrer em suas veias, a sensação gélida voltava junto. Então ela finalmente entendeu o porquê de Travis bater nela, ele queria despertar a criatura. Conseguia sentir demônio estava chegando. Aislynn tinha que fazer algo, tinha que se manter sã. Dando um soco em seu próprio rosto, ela gritou para si mesma:

 - Fique aonde está!

 Era como mãos, frias como gelo, envolvessem seu pescoço apertando-o e a sufocando. Aislynn deu um grito agonizante, lutando contra a vontade de se entregar a irá. Sangue. Desesperada para que aquela voz saísse de sua mente ela impulsionou sua cabeça para frente e com toda sua força a bateu contra o chão, uma... Duas... Três vezes. O som de seu crânio quebrando era nítido. 

 - Fique longe! - Gritou para o demônio.

 Sentindo o sangue do nariz espalhar por todo seu rosto, novamente ela sente duas mão envolver seu pescoço, mas desta vez são mãos mornas. São as mão de Travis. Aislynn lutava contra o peso dele em cima dela. Ótimo, agora tinha que lutar contra Travis e o demônio. Tremendo, ergueu a mão até o rosto dele e tentou apertar seus olhos com os dedos. Ela poderia deixa-lo cego fazendo aquilo? Bom, Aislynn não conseguia pensar direito com aquela vozinha em sua cabeça mandando-a mata-lo. 

 Recebendo mais um soco em seu rosto, Aislynn estava chegando a seu limite. Não conseguiria. Iria se entregar a forças daquela criatura, ele era muito mais forte do que ela. Seus olhos estavam começando a voltar a ficar imersos sobre a escuridão e não conseguia mais controlar nenhum músculo de seu corpo, quando escutou de longe a voz de Travis gritar:

 - Pense em algo que faça seus sentidos humanos voltar. Pense!

 Como assim?! Não conseguiu entender o que Travis queria dizer com aquilo, mas só o fez. Revirou sua memória em busca de algo que traria seus sentidos humanos de volta para realidade, mas não conseguia. Nada em especifico poderia ser seu apoio. Estava perdendo as esperanças, quando uma luz brilhou em sua mente e a imagem de seu pai se materializou bem na sua frente. Sim, seu pai. Ela podia ouvi-lo chamando seu nome, o que era estranho pois nunca se quer havia ouvido a voz de Gadrel. Controle-se, garotinha. Aislynn ouviu a voz cheia de ternura.

 - Pai? - Murmurou. 

 Aquilo parecia um sonho, tinha de ser. Ou então ela estava delirando de tantas pancadas que havia recebido, mas, de algum modo, aquilo a acalmou instantaneamente. Era como se algo a puxasse de volta para seu corpo, conseguia sentir a musculatura de seu corpo voltando, conseguia até mesmo sentir o chão gelado de baixo de seu corpo.

 A sua visão estava turva, piscando com lentidão ela conseguiu enxergar a figura de Travis a segurando pelo rosto.

 - Você está aí? - Aislynn jurou ter visto de relance em seu rosto a preocupação.

 Ela tentou dizer que estava, mas acabou engasgando em meio as palavras. Não sabia como sentir, havia sido uma experiência inexplicável. Aislynn nunca pensou que passaria por aquele tipo de situação, ela viu o seu pai. Gadrel falou com ela e ele foi sua âncora para mantê-la sã. Conseguiu controlar o demônio graças a seu pai. 

 - Você conseguiu - Travis falou.

 - Sim, - balbuciou, perdida em seus pensamentos - consegui.

 Foi a última coisa que disse antes de perder a consciência. 


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