Nephilim: A Profecia Do Céu escrita por Emily Neubaner


Capítulo 10
Capítulo 9




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 Com dificuldade Aislynn abriu seus olhos. Sua visão ainda estava embaralhada, mas pelo menos sua cabeça não doía mais. Certamente já havia se curado do treino, um dos benefícios de ser nefilim. Olhando para os lados, percebeu que estava em seu quarto. Sua luta com Travis havia sido real ou apenas um sonho? Ela realmente havia conseguido controlar aquele demônio? Há quanto tempo estava dormindo? Sem pensar duas vezes, levantou-se da cama e viu que ainda estava usando as roupas do treino, bom, sinal de que nada daquilo havia sido um sonho. Aislynn procurou uma janela no quarto, se sentia claustrofóbica ao pensar em tudo que viveu nos últimos dias, mas, se deu conta de que o Purgatório era subterrâneo, ou seja, nada de janelas e ar puro.

Indo em direção ao seu guarda-roupa e o abrindo viu que ele estava repleto de roupas de cor única, preto. Mas Aislynn não se importou com aquilo, sua única preocupação naquele momento é se elas iriam realmente servir nela. Logo trocou sua roupa do treino para um jeans escuro, blusa preta e uma jaqueta. Misteriosamente, todas as peças couberam perfeitamente em seu corpo magro e alto. Estava terminando de colocar suas botas, quando Enid abriu a porta em um solavanco segurando uma bebida.

— Oh - Aislynn de cara percebeu que sua amiga parecia mais feliz do que o usual - você acordou!

Franzindo a testa para a taça que continha um liquido vermelho que Enid segurava, ela falou:

— Aonde está Travis?

Queria muito conversar com ele sobre o treino e saber quando seria o próximo. Aislynn se sentia ansiosa para sair daquele lugar, mesmo sabendo que corria um serio risco fora do Purgatório. Pensou em seu pai, se Travis disse que ele ainda estava vivo ela poderia encontra-lo. Faria o possível para conhecer o homem que lhe concedeu a vida.

Mordendo os lábios, Enid fez uma careta.

— Ele está um pouco ocupado com seus negócios.

— Como assim? - Aislynn quis saber, curiosa.

Enid se jogou na cama, quase derramando a bebida vermelha na fronha.

— Bom, docinho... - Ela definitivamente estava um pouco fora de si, dava para ouvir as engrenagens de seu cérebro processando suas falas. - Digamos que todo o Purgatório sabe da sua chegada e resolveram comemorar.

Aislynn ergueu a sobrancelha, sem saber ao certo como reagir ao fato de que nefilims e demônios estavam comemorando a sua chegada. Por um momento se questionou se realmente estava jogando do lado do time certo, mas, ao se lembrar do que os anjos fizeram com sua mãe não restou sombra de duvidas alguma que naquela guerra, não tinha time certo.

— Travis está tentando negociar com os demônios armamentos para acabar com os anjos -, Enid complementou.

Confusa, Aislynn disse:

— Achei que não tinha como acabar com os anjos.

— E não tem - deu uma risadinha - exceto por uma arma. Longa história. Não cabe a mim conta-la a você.

Aislynn estava pronta para rebater com Enid, mas, antes que ela se quer pudesse abrir a boca sua amiga pegou sua mão e a puxou em direção a porta.

— Vamos, - chamou toda animada - vamos comemorar!

Aislynn desceu pelo elevador para um grande salão, era bem iluminado e cheio de pessoas. Bom, não exatamente o que normalmente se chamariam pessoas. Assim que chegaram na festa, Enid - como de costume - a entregou uma bebida parecida com a que ela segurava minutos antes. Forçando um sorriso,  Aislynn deu um pequeno gole fazendo careta, decidida a não tomar nada alcoólico naquela noite, enquanto ninguém olhava, devolveu a bebida a mesa.

— Muito forte para você? - Uma voz falou atrás dela.

Levanto um susto ela se virou, encontrando Travis parado enquanto duas mulheres a sua volta - completamente iguais, com vestidos vermelho e decotados - faziam caricias em seu pescoço. Aislynn abriu a boca para falar algo, mas as palavras simplesmente não saíram. Ela tentou novamente, mas sem sucesso. Achando graça do seu desconforto, Travis disse:

— Acho melhor nós conversamos em um lugar privado, não é mesmo?

Corando, assentiu.

Travis a direcionou para um canto da festa menos movimentado. Aislynn não conseguia para de observar os corpos agitados se movimentando pelo saguão. Todos ali tinham aparência normal, mas algo neles, dava para se diferenciar dos humanos.

— Tire este olhar amedrontado do rosto, Aislynn - Travis sussurrou em seu ouvido, chamando sua atenção.

— O quê? - Balbuciou.

— Estou prestes a negociar um armamento raro com os demônios e se você continuar com essa cara de cachorro sem dono, vai arruinar todos os meus planos. - Disse com rispidez - eles esperam que a garota que irá salvar a linhagem dos nefilims seja alguém mais... Durona.

Aislynn fechou a cara e cerrou os punhos. Quem Travis pensava que era para humilha-la daquela forma? Não gostava do jeito que ele a tratava, não gostava de ser uma nefilim, nunca havia pedido nada daquilo. Apenas queria a droga de uma vida normal!

Percebendo sua expressão furiosa, ele disse:

— Agora está um pouquinho melhor - apertou sua bochecha, dando um sorriso debochado.

— Não toque em mim.

Travis deu uma risada, achando graça do mal humor de Aislynn. Definitivamente os dois não conseguiriam trabalhar juntos, não daquela forma. Levantando o queixo de forma petulante, ela tentou se lembrar do motivo de estar ali. Salvar sua linhagem. Encontrar seu pai.

— Acha que consigo treinar os meus poderes agora que aprendi a controlar o demônio? - Aislynn perguntou seria.

Travis passou a mão pelo seu cabelo negro.

— Você está muito apressada - disse em tom de desaprovação -, precisamos ter certeza se você pode controla-lo.

Sim, ela estava apressada. Queria sentir a confiança que Travis, Enid e todos os que estavam naquela festa sentia. Era pedir demais para que eles parassem de festejar por um motivo estúpido e treinassem-na? A vida de Aislynn estava uma completa bagunça e apenas queria correr de volta para os braços de sua tia. Tia Jane. Como será que ela estava? Não tinha noticia dela desde a noite em que o anjo tentou matá-la. Bom, de qualquer modo Aislynn não podia continuar com medo, não mais.

— Isso não é problema - disse com determinação - podemos treinar quantas vezes for preciso.

Travis assentiu, completamente serio. Ele parecia apreciar o modo de como Aislynn as vezes agia, mas naquele momento disse:

— Apenas está noite finja estar relaxada e preparada. Eles fizeram está festa para você.

Ela engoliu seco ao lembrar que demônios haviam feito tudo aquilo. Deveria sem sombra de duvidas passar uma boa imagem e aquela seria sua missão naquela noite. Odiava fingir que estava tudo bem, quando na verdade, dentro de si estava puro caos.

— Ah, Aislynn... - Travis a chamou, levantando o dedo indicador - antes que eu me esqueça. Você usou seu pai como âncora para controlar o demônio?

Dando de ombros, assentiu.

— Pare já de fazer isto - ordenou - Gadrel é um demônio. Ele nunca poderá ser o pai que você tanto deseja, Aislynn. E você é uma nefilim, então haja como uma.

Ela piscou, sem saber o que dizer para Travis. Mas antes que pudesse pensar em uma boa resposta, ele foi embora. E Aislynn assistiu, sentindo seu coração quebrar em milhões de pedaços.

 


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