Nephilim: A Profecia Do Céu escrita por Emily Neubaner


Capítulo 4
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714757/chapter/4

Todos os sentidos de Aislynn estavam aguçados por conta do desespero. A quanto tempo ela estava inconsciente? Analisando o cômodo aonde estava presa, percebeu que apesar das macas e dos instrumentos médicos, o lugar de longe seria um hospital. Um silêncio pairou sobre eles enquanto o instinto de sobrevivência dela gritava a procura de uma porta de saída para fugir.

Assim que os olhos de Aislynn caiu sobre uma enorme porta de metal no canto do cômodo, a voz do homem falou:

— Nem pense nisso. - Como se acabasse de ter lido a sua mente.

Ela desviou o olhar para Enid e arregalou os olhos na lembrança da amiga pálida como fantasma e com asas esqueléticas. Saia daí agora. Avise para Enid que eles te encontraram e que vocês tem que sair da cidade. O pedido de sua tia ecoava em sua cabeça, se sentiu nauseada ao relembrar dos últimos acontecimentos antes de ficar inconsciente. Seja o que for o que estava acontecendo, sua tia parecia estar a par da situação tão bem quanto ela.

— O que vocês estão fazendo comigo? - sua voz saiu trêmula.

Enid deu alguns passos em sua direção com a preocupação estampada em seu rosto, mas o homem colocou o braço em sua frente, a impedindo de ir até ela. Ele a fitava com seus olhos verdes completamente sério como se a analisasse.

— Apenas te ajudando. - Enid respondeu com hesitação.

Ela soltou o ar pela boca, dando um riso nervoso.

— Bom, não pareço estar sendo devidamente ajudada! - falou, extremamente irritada, balançando de leve os pulsos, mostrando descontentamento com as amarras. - O que é isso, afinal?! Vocês me sequestraram?

A expressão do homem, que antes estava seria, se tornou cheia de humor:

— Fico feliz em saber que a minha parceira de trabalho seja engraçada - falou sarcasticamente.

Parceira de trabalho?! O que aquilo significava?

Enid cruzou os braços, revirando os olhos.

— Agora não é hora pra gracinha, Travis.

Aislynn fitou Travis, por mais confuso que as últimas horas tinha sido, não se sentia mais amedrontada, apenas queria conseguir entender o que estava se passando ali.

Aquele dia não podia se tornar mais estranho. Um homem tentando a assassinar em um beco de boate, sua melhor amiga se transformando em uma criatura diabólica e agora isso! Aislynn se sentia confusa e só queria ir pra casa, mais uma vez amaldiçoou a sua escolha por saído naquela maldita noite de sexta-feira onde as coisas mais bizarras que poderia acontecer, aconteceu.

Ela se remexeu desconfortável no assento.

— O que significa isso? - perguntou a Travis e Enid, indicando com a cabeça, as agulhas fincadas, uma em cada lado do seus braços.

Enid olhou para Travis como se tentasse dizer pra ele que explica-la sobre aquilo não parecia uma boa ideia, mas de qualquer modo, ele a ignorou e caminhou em direção a bolsa de sangue que estava suspenso no alto de um tripé.

— Estamos drenando o seu sangue - falou com simplicidade.

Ela arregalou os olhos.

Tudo bem, o medo que Aislynn antes sentia, havia voltado a assombrá-la. Lunáticos, pensou. Definitivamente não devia ficar ali com pessoas loucas que drenavam seu sangue enquanto estava inconsciente e aquilo valia para Enid também. Precisava de algum modo sair daquele lugar.

Aislynn balançou os braços em uma inútil tentativa de se desprender das amarras.

— Me soltem daqui! - Exclamou, sentindo a raiva encher seu peito.

Eles ficaram calados a olhando como se ela fosse uma idiota, e por um segundo, se sentiu realmente uma. Travis revirou os olhos e cruzou os braços, respirando fundo, esboçando uma expressão de tédio. Era quase como se ele tivesse previsto essa reação vindo dela.

— Aislynn, tenta se acalmar - Enid se aproximou, se curvando em sua direção para olhar nos olhos da amiga. - Sei que parece horrível, mas estamos te ajudando. Eu prometo.

Não, Enid não sabia o quanto aquilo podia ser horrível pois não era ela que estava amarrada em uma cadeira, sem fazer a mínima noção de onde estava, enquanto sua melhor amiga e um louco drenavam o seu sangue. Uma corrente de irá, que Aislynn nunca sentira antes, percorreu por todo seu corpo. A adrenalina fazia seu coração pulsar cada vez mais rápido e o controle de suas emoções acabou escapando de suas mãos.

Uma vozinha dentro de sua cabeça gritou Mate-a!. Sem conseguir pensar direito, as mãos de Aislynn voaram para a amiga, já estavam a poucos centímetros de distância de sua garganta, mas, antes que pudesse tocá-la, as amarras em seu pulso a impediu de enforca-la. Assustada, Enid jogou seu corpo para trás caindo de bunda no chão, assustada com o movimento brusco das mãos de Aislynn que vinha em sua direção.

Toda a orbita dos olhos de Aislynn ficaram imersos em uma profunda escuridão, as palavras saíram de sua boca antes que pudesse repensar nelas:

— Sua vadia! - A sua voz era assustadoramente grossa e rouca. - Eu não sei de qual inferno você saiu, mas da onde eu vim, drenar sangue de sua melhor amiga enquanto ela está inconsciente não é uma coisa legal.

Um silêncio desconfortante pairou sobre o ar, a única coisa que se dava para ouvir era a respiração acelerada de Aislynn. Só depois que as palavras foram ditas que ela conseguiu finalmente perceber o quão assustador foi sua ação. Era como se uma criatura dentro dela agisse por conta própria quando a raiva a tomou conta.

Aislynn colocou a mão sobre a boca, assustada.

— Sinto muito. - murmurou, ainda dividida com a irá e o medo de si mesma.

A amiga sentada no chão a olhava aterrorizada. Bom, pelo menos elas agora estavam quites do susto no beco da boate.

Uma risada fez Aislynn desviar o olhar de Enid. Travis a fitava, rindo, um brilho perverso percorreu pelo seus olhos verdes, naquele momento ela não pode deixar de notar, o cara parecia mais ou menos ter sua idade.

— Ela não parece ser tão indefesa quanto eu pensava, não é mesmo? - Perguntou, se dirigindo a Enid que ainda a encarava estupefata.

Aislynn se sentiu mal por ter gritado com a amiga, mas também não se sentia imparcialmente justa pra ficar de joelhos e implorar por perdão, e com razão, havia acontecido uma série de acontecimentos bizarros em sua vida que estavam a enlouquecendo. Ela tentou se recompor e respirou fundo, tentando não surtar novamente.

— O que está havendo? - Sua voz soou mais firme do que esperava.

Enid se levantou no chão e sem dizer uma palavra foi para os fundos do cômodo, entregando que havia ficado realmente irritada com Aislynn. Travis caminhou para sua frente, sua expressão se tornou séria.

— Agora não seria o momento mais apropriado...

Ela balançou a cabeça.

— Que se dane o momento apropriado, - engoliu seco. - Quero saber o porquê aquele homem tentou me matar no beco da boate - ela olhou em direção a Enid quando falou aquilo, depois se voltou-se para Travis. - E não venham me dizer que não estão relacionados a aquele ataque, por que sei que estão.

Travis demorou um segundo para assentir. Ele cruzou os braços novamente e os seus músculos ficaram ainda mais visíveis por baixo da sua camisa social preta.

— Você acredita em anjos e demônios, Aislynn?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nephilim: A Profecia Do Céu" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.