Nephilim: A Profecia Do Céu escrita por Emily Neubaner


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores!

Estou escrevendo este aviso para informa-los de que este é o último capítulo, irei parar de escrever Nephilim: A Profecia Do Céu. Mas, calma. Isso será por uma ótima causa. Pretendo reescrever a história, já faz um tempo que eu estava querendo fazer algumas mudanças nela e é melhor fazer isto agora.

Assim que eu posta-la novamente aqui no Nyah, aviso vocês sem falta.

Muito obrigada pela atenção, amo vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714757/chapter/14

Assim que abriram as enormes portas de madeira da biblioteca do Purgatório, Aislynn e Enid encontraram Travis e Astaroth sentados, eles conversavam baixo entre si enquanto analisavam algo em um notebook aberto em cima da mesa. Sem poupar tempo, perguntou:

— Vocês localizaram mais um nefilim? - Se aproximou da mesa.

Astaroth passou a mão em sua barba loira e se levantou da cadeira, abrindo espaço para as garotas olharem o notebook.

— Sim, mas estamos um pouco surpresos... - assim que os olhos de Aislynn pairaram na tela do notebook, não conseguiu continuar prestando atenção no que Astaroth dizia. Era a imagem de uma criança que tinha em torno de uns 14 anos, havia uma ficha de dados ao lado de sua foto.

Oh, não! Um dos nefilim poderosos era uma criança.

Como ele ainda estava vivo com os anjos os caçando como se fossem uma presa fácil? Provavelmente estava recebendo algum tipo de ajuda dos demônios. Deixando os olhos cair no resto da ficha, Aislynn leu o nome do garoto. Ele se chamava Chad Palmer e morava no Estados Unidos, em International Falls. A única coisa que sabia sobre a cidade é que ela se localizava ao norte do país, em Minnesota. Aislynn não sabia o que pensar sobre aquele garotinho, sempre quando a imagem dos nefilim poderosos vinha em sua mente ela imaginava pessoas intimidadoras, mas, ao olhar para a foto de Chad apenas sentiu pena do garoto por ele ter que enfrentar aquela situação tão novo. Aislynn tentou memorizar cada detalhe do rosto dele que brilhava na tela do notebook; sua pele era extremamente pálida, seus cabelos eram escuros e liso e os olhos eram em um profundo azul acinzentado.

Aislynn se sentou na cadeira que antes era ocupada por Astaroth, ainda fitando a foto do garoto. Não conseguia dizer nenhuma palavra.

Travis tocou seu braço, tentando a despertar daquele transe.

— Ele mora em um orfanato.

Observou atentanmente Travis, ele não parecia demonstrar reação nenhuma sobre Chad. Desde que Aislynn chegou ali, a única certeza que tinha sobre o colega de trabalho era que ele era muito bom em esconder suas emoções. Exatamente como estava fazendo naquele momento. Quis saber o que ele estava pensando, queria de verdade. Sentiu uma eletricidade percorrer por todo seu corpo enquanto se concentrava na mente de Travis. Ele não pareceu perceber o olhar de Aislynn sob sua pele, então ela continuou, sentindo uma leve dor em sua têmpora.

Nada bom. Chad é um garoto, qual a chance disto dar certo?

Aislynn arregalou os olhos ao ouvir a voz de Travis ecoando em seu ouvido sem ele ao menos ter aberto a boca. Ela havia entrado em sua mente!

Astaroth pareceu notar algo de errado, pois começou a encara-la desconfiado. Aislynn rapidamente desviou seu olhar para ele e piscou ingenuamente. Será que havia percebido que ela entrou na mente de Travis? Tentando disfarçar, voltou sua atenção para a ficha de Chad no notebook, mas a adrenalina percorria cada extensão de seu corpo por ter conseguido fazer aquilo sem treinamento algum.

— Se Chad ainda está vivo - Enid comentou, depois de analisar bem a ficha - é por um bom motivo.

Assentindo, Aislynn prosseguiu com a ideia da amiga:

— Enid tem razão - fez um pausa. - Se ele está vivo lá fora por esses anos todos é porque é forte e inteligente o bastante.

Travis levantou-se de sua cadeira, se afastando da mesa enquanto retirava do bolso de sua calça um pequeno frasco que parecia contem whisky e deu um grande gole.

— Ele está vivo por enquanto. - Deu uma risada seca. - A qualquer momento os anjos podem achar Chad e matá-lo. Então seremos apenas quatro nefilim nesta guerra e não vamos ser o suficiente.

Pela primeira vez viu a preocupação nos olhos arrogantes de Travis. E ele estava certo em relação aquilo. Chad era apenas um garoto, o quê garantia que iriam encontra-lo primeiro que os anjos? Tinham que partir para aquela viagem o mais rápido possível.

Se levantou de sua cadeira.

— Vamos atrás de Chad - Aislynn falou, determinada. - Amanhã.

Travis riu, como se tivesse acabado de ouvir alguma uma piada estúpida. Ele passou a mão pelo seu cabelo antes de rebater a sua ideia:

— Mas aí, temos outro problema - apontou para Aislynn - você não sabe controlar seus poderes e não iria conseguir sobreviver lá fora.

Sim, ela ainda não estava totalmente preparada para enfrentar os inimigos. Mas aquela situação não lhe restava muita opção. Você se arriscava lutando ou perderia todas as chances em um só segundo. Aquela era a única escolha e não importava o que ele dissesse, precisavam fazer aquilo. Aislynn se aproximou, ficando centímetros de distancia do corpo de Travis. Fitou seus olhos verdes com a mandíbula cerrada.

— Ficamos aqui esperando os anjos acabar com a nossa única esperança de vida - suas palavras saiam completamente hostis -, ou partimos amanhã atrás de Chad. De qualquer forma, as chances de eu acabar morta são as mesmas.

Houve um minuto de silêncio. Travis estava completamente surpreso com que ela havia dito, parecia pronto a ridicularizar a ideia novamente, mas a expressão de Aislynn continuava firme.

— Ela está certa, Travis. - Enid falou, quebrando o gelo.

Ele não desviou do seu olhar por nenhum segundo, parecia pensar bastante à respeito. Estava pronta para entrar em sua mente novamente e descobrir o que lhe atormentava, quando Travis finalmente se pronunciou:

— Está bem - deu outro grande gole em sua bebida. - Só não grite pelo meu nome quando estiver a beira da morte.

Aislynn deu uma risada amarga. Ela não era uma garotinha indefesa, poderia muito bem cuidar de si mesma sozinha e odiou o fato de Travis chamá-la de fraca na frente dos outros. Erguendo seu queixo, seus olhos queimavam em ódio.

— A última pessoa que eu gritaria por socorro seria você.

Se virou e caminhou até a porta sem olhar para trás. Estava decidida em partir para seu destino. Não importava se Aislynn corria risco de morte em sair lá fora sem saber controlar seus poderes, tinham de fazer aquilo. Parecia ser uma ideia suicida, mas Aislynn havia chegado ao ponto de que não importava mais com seu fim.

Assim que fechou a porta atrás de si, pode se ouvir passos em sua direção e tentou imaginar de quem seria. Uma mão forte e pesada agarrou o braço de Aislynn, forçando-a se virar. Astaroth tinha a expressão preocupada, ao dizer:

— Sei que você é capaz, Aislynn - pegou-a de surpresa. - Sei que você está conseguindo controlar seus poderes sozinha, sem mesmo precisar treinar. - Ela engoliu seco, não sabia ao certo o que responder para Astaroth, então ele prosseguiu - você conseguiu entrar na mente de Travis, não foi?

Hesitou antes de responder, não sabia ainda se devia confiar em Astaroth apesar dele admitir sua súbita admiração à Aislynn, mas não via como ele poderia usar aquela informação contra ela.

— Consegui - murmurou.

As mãos de Astaroth ainda a segurava firme, seus olhos azuis brilharam ao ouvir aquilo. Parecia genuinamente feliz em saber que Aislynn estava tendo total controle e estabilidade de algum de seus poderes.

— Confio em você, garota. Você ira salvar os nefilim.

Ela não tinha tanta certeza sobre aquilo, mas não conseguiu abrir sua boca para dizer nada. Apenas continuou encarando-o até ele dizer:

— Você... você tem algo - Aislynn não conseguiu entender o que Astaroth queria dizer. Ela tinha algo? Tipo o que? Aquilo lhe deixava um pouco nervosa, estava sobre muita pressão e queria sair dali o mais rápido possível, precisava de um momento sozinha para colocar todos os seus pensamentos em ordem e criar uma estratégia de como se manter viva no mundo dos humanos.

Antes que Aislynn pudesse tentar se afastar de Astaroth, seus olhos a encararam mais uma vez, como se certificasse que ela estava o ouvindo atentamente.

— Irei garantir sua sobrevivência lá fora - ele afrouxou suas mãos que a segurava - não se preocupe, garotinha.

E saiu andando, deixando-a completamente sem palavras encarando o nada. Como Astaroth pretendia garantir a sobrevivência de Aislynn? E por que ele iria se dar o trabalho de fazer aquilo? Pressionando suas têmporas com os dedos e fazendo movimentos circulares, tentou não pensar muito na conversa que acabou de ter com Atarash e foi em direção ao seu quarto.

Se jogando na cama, Aislynn pensou que no fato que no dia seguinte já se encontraria fora do Purgatório com Travis. Desejou pegar em um sono tranquilo e acordar em sua casa, em Heidelberg. Queria que tudo aquilo que ela viveu nos últimos dias fosse apenas um terrível pesadelo e que ela não teria que lutar contra anjos e nem nada do tipo.

Mas aquilo que ela estava vivendo era a realidade.

Aislynn foi para debaixo das cobertas e tentou adormecer enquanto a manhã se aproximava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nephilim: A Profecia Do Céu" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.