Humano outra vez escrita por Elvish Song


Capítulo 3
União


Notas iniciais do capítulo

Olááá! Aqui estou de volta, com mais um capítulo! Tomara que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714748/chapter/3

                Bela estava terrivelmente nervosa: em pouco tempo desceria até a capela do castelo para se casar com o homem de sua vida! No momento, porém, Madame Samovar e Commode terminavam de ajuda-la a se vestir. Ela mal conseguia acreditar na inacreditável veste que as duas mulheres haviam conseguido criar a partir de outro vestido da jovem: era absolutamente magnífico! Primeiro elas a haviam feito vestir uma combinação nada convencional, que parecia antes uma bela camisola de seda transparente e brilhante, atada com fitas azuis logo abaixo dos seios. Por cima da “combinação”, uma anágua para armar as saias e então, finalmente, o vestido em si: o corpete era justo, sem espartilho, e a saia se abria numa roda ampla adornada por rosas de cetim, interligadas por cordões de pérolas. O decote era acentuado sem exageros, e as alças translúcidas caíam pelos braços, deixando seus ombros à mostra.

                - Adam vai ficar petrificado quando a vir neste vestido, menina! – disse Madame Samovar. Commode, porém, deu um sorrisinho malicioso e comentou algo baixinho com a outra. Bela, porém, ouviu o que ela disse, e se escandalizou:

                - Madame! Isso é muito rude!

                As duas senhoras riram: era comum que as mais velhas fizessem aquele tipo de piadinhas antes do casamento, mas Bela, tendo crescido sem a mãe, não estava familiarizada com isso, é claro. Compreendendo o constrangimento da garota, Samovar acariciou o rosto da jovem e falou:

                - Não leve tão a sério, criança. São apenas brincadeiras.

                - Eu sei, Madame... Mas é que... Fico constrangida. – a governanta ficou até mesmo com pena da menina, de tão vermelha que ela estava. – Desculpe-me, estou sendo tola, não é?

                - Ah, menina, o propósito das brincadeiras é, exatamente, ruborizar a noiva! – riu-se Commode – mas não achei que surtiria tanto efeito... Poderemos dispensar o blush, deste modo!

                - Commode, pare de importunar a pobre menina! – ralhou Samovar – Bela, querida, sente-se: deixe-me terminar de arrumar seu cabelo! – com dedos gentis e cuidadosos, ela terminou de fazer o coque nos cabelos da garota, deixando-os ondular pelos ombros delicados. Em seguida prendeu o véu aos fios castanhos, e afastou-se para ver o resultado: absolutamente linda! Bela possuía um brilho próprio que dificilmente outra mulher poderia eclipsar... Não era apenas beleza: havia nela bondade, coragem e gentileza, e isso lhe dava uma aura encantadora. Adam era um homem de grande sorte, certamente...

                Batidas soaram à porta, e a voz de Maurice se fez ouvir:

                - Será que já posso entrar, senhoras?

                - Entre, papai! – respondeu Bela, levantando-se enquanto vestia luvas brancas que iam até acima de seus cotovelos. O ancião pôs  cabeça para dentro do quarto, curioso, e quando olhou para a filha uma lágrima de emoção escorreu por seu rosto; ele correu para a jovem e tomou suas mãos enluvadas nas dele, perguntando:

                - oh, céus, onde está a minha garotinha?!

                - Ela sempre vai estar aqui, papai – respondeu a moça, beijando a testa do pai – sempre serei sua garotinha.

                Pai e filha se abraçaram com força, e só então o emocionado homem se lembrou de cumprimentar as outras damas:

                - Boa noite, Madames; perdoem-me a grosseria.

                - Impossível ter olhos para outra pessoa que não sua filha, hoje, Monsieur Maurice – respondeu Madame Samovar. Uma vozinha infantil se fez ouvir, logo em seguida, quando Zip espiou para dentro do quarto:

                - Bela, você está tão bonita! – o pequeno entrou no quarto sem fazer cerimônias, vestido com as roupas formais azul-claras que a mãe escolhera para ele: os olhinhos brilhavam de admiração pela moça a quem ele considerava uma irmã mais velha, e ela se abaixou para receber o pequeno num abraço.

                - Obrigada, meu querido pajem. – ela o afastou um pouco, para fita-lo – mas está um homenzinho!

                - Viu, mamãe?! – o garoto se empertigou, cioso de si e muito vaidoso nas “roupas de homem” que usava. – Sou um homenzinho!

                - É claro que é. – concordou a governanta, torcendo secretamente para que o tempo não passasse depressa demais, e ainda pudesse ter seu menininho consigo por tempo o suficiente. Afinal, a vida como objetos não fora uma vida normal... Agora, queria ser a mãe que o pequeno merecia, por todos os anos que os céus lhe concedessem.

                - Bela, meu amor – o pai da noiva estava tão emocionado que tremia levemente – há algo que gostaria de lhe dar, hoje. – Ante a expressão intrigada da jovem noiva, ele tirou do bolso uma caixinha de madeira pequena, e a colocou nas mãos enluvadas dela, os olhos cheios de lágrimas ao ver sua Bela, sua menininha, aquela a quem dedicara toda a sua vida, finalmente uma mulher.

                Com dedos trêmulos de emoção, a futura condessa abriu a caixinha, e seu coração deu um salto no peito ao ver o que o pai lhe dera: tratava-se de um colar de ouro com uma grande gota de âmbar presa num engaste em forma de rosa! Ela sabia que colar era aquele... Pertencera a sua mãe! Fora um presente de Maurice para sua noiva, há vinte e um anos atrás, e custara uma pequena fortuna!

                - Papai...

                - Ela gostaria que você o usasse hoje. – o ancião pego o colar e o fechou em torno do pescoço delicado de sua menina; a gota dourada se alojou sobre o peito alvo como um minúsculo raio de sol a combinar perfeitamente com a figura da dama. – agora é seu, Bela. Assim como o futuro. – sem nada conseguir dizer, a adolescente abraçou seu amado pai, sussurrando algo que soou como “obrigada”, fazendo Commode, Samovar e Zip compartilharem de toda aquela emoção.

                Finalmente recomposto e de rosto seco, Maurice ofereceu o braço a Bela, que o aceitou; seguida pelas amigas e pelo pequeno e orgulhoso pajem, desceu as escadas em direção à capela, o coração acelerado na expectativa de, finalmente, tornar-se a esposa do homem a quem amava.

*

                “Acalme-se, Bela”— pensou a moça, ao pôr os pés no tapete carmesim à entrada da capela “Desmaiar agora seria ridículo e estragaria a noite!”. – mas era muito difícil controlar o tremor no corpo, as lágrimas que tentavam cair, a vontade de correr até Adam e o beijar até o fim dos tempos! E ele estava ali, tão perto, tão... Tão perfeito! Usava calça e camisa brancas, casaco azul-claro com botões dourados, botas de um couro claríssimo, e na lapela levava uma rosa, vermelha como os lábios de sua adorada noiva. Os cabelos castanho-avermelhados estavam penteados para trás e presos num rabo-de-cavalo baio, o que acentuava o rosto a um só tempo anguloso e elegante, com olhos que fariam inveja ao próprio céu, de tão azuis! Mas não era essa a maior beleza do conde... Não... A maior beleza que a noiva a caminho do altar enxergava transbordava pelos olhos do moço, como bondade, alegria, amor... A alma dele era o que Bela ia, verdadeiramente. Via e amava. Via, e ansiava por se ligar a ele para o resto de suas vidas.

                Adam não estava mais tranquilo: ver Bela surgir à porta da capela, magnífica e etérea como um raio de luar, havia feito seu coração quase parar por alguns instantes, antes de acelerar a ponto de parecer prestes a sair do peito. A cada passo da jovem, mais radiante o sorriso de ambos os noivos, e maior a ansiedade que os movia. Ao lado de seu amo – trajado de branco e dourado, o semblante maravilhado e ansioso a um só tempo - Lumiére, Horloge e Ratelier sorriam gentilmente, encantados com a beleza da menina e felizes pela alegria do homem a quem haviam visto crescer e se transformar em alguém de coração nobre e digno, graças à bondade e amor de uma jovem camponesa.

                Finalmente Maurice e Bela alcançaram o altar e, com um enorme sorriso, o cientista pôs a mão de sua filha nas de Adam, dizendo:

                - Cuide dela, menino. É o maior tesouro que terá em sua vida.

                - Não tenho quaisquer dúvidas, Monsieur – ele beijou as mãos daquela que em instantes seria sua esposa, e juntos se ajoelharam sobre as duas almofadas diante do altar; até mesmo o capelão, geralmente um homem severo, sorria e se alegrava com aquela cena!

                Foi uma cerimônia simples, sem longos discursos ou sermões; o capelão abençoou a ambos, lembrando-os de que, a partir do momento em que proferissem seus votos, já não seriam duas pessoas separadas, mas um único ser.

                - Adam, Bela – continuou o sacerdote – vieram aqui de livre vontade para se unirem diante de Deus e dos homens, para o resto de suas vidas?

                - Sim – responderam em uníssono, suas mãos entrelaçadas, o que  fez o padre idoso sorrir antes de prosseguir:

                - Bela, você aceita Adam, conde de Lamarche, como seu legítimo esposo, para amar e respeitar em todos os momentos, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?

                - Eu aceito. – respondeu a adolescente, fitando fixamente seu amado.

                - Conde Adam, de Lamarche, aceita Bela Gauthier como sua esposa, para amar e respeitar em todos os momentos, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?

                - Aceito – Adam estava completamente hipnotizado por sua noiva, apaixonado, encantado pela bondade e amor nos olhos castanhos.

                - Façam seus votos, meus jovens.

                Ergueram-se ambos, e Adam tomou as mãos de sua noiva; tremia tanto – de nervosismo e alegria – que precisou de alguns instantes para firmar a voz:

                - Bela, você foi a luz que surgiu em minha vida, quando a escuridão reinava por completo; não sabia o que era amar... Não sabia nem mesmo o que era viver, antes de você. – ele parou, emocionado – Então você veio, e tudo o que eu pensava saber se transformou. Antes, eu pensava que ser uma fera era a maldição... Mas a verdadeira maldição seria viver sem você, meu amor. – Adam acariciou o rosto de sua noiva, pelo qual escorria uma lágrima de felicidade – Eu poderia lhe prometer riquezas, honrarias, um título, mas sei que nada disso importa para sua alma pura, simples e curiosa; você é inteligente, alegre, cheia de vida como nenhuma outra mulher em toda a França... Então vou lhe prometer aquilo que posso lhe dar de realmente valioso... Juro estar ao seu lado sempre que precisar de mim, mas reconhecer seu espaço e respeitá-la como mulher e pessoa. Juro honrar seu nome, sua dignidade, sua liberdade, jamais me esquecendo do quão especial e única é a mulher que tenho o privilégio de hoje tomar como esposa. Eu a ampararei quando precisar de forças, far-lhe-ei sorrir quando estiver triste, ouvirei aquilo que tiver a dizer. Serei seu marido, mas, acima de tudo, serei seu amigo, e aqui, tendo nossos amigos como testemunha, eu lhe entrego meu coração, sem reservas ou restrições. Entrego em suas mãos meus sentimentos, minha alma e minha vida. Pertenci a você desde o momento em que a vi pela primeira vez, e agora ratifico isso diante de nossas testemunhas. Bela, eu pertenço a você, hoje e por toda a nossa vida.

                Com o mais belo sorriso, o rosto molhado por lágrimas de pura alegria e emoção, a moça teve de se controlar para não beijar Adam naquele mesmo instante; foi só com muito esforço que conseguiu firmar a voz e, fitando aqueles olhos surpreendentemente azuis de seu noivo, falar:

                - Adam... Quando nos conhecemos eu tive medo de você. Tive uma ideia muito ruim a seu respeito mas, com o tempo, tive a enorme alegria de descobrir que estava errada. Aprendi a conhece-lo, e me apaixonei pelo homem que se revelou; encontrei alguém cheio de amor, alegria e esperanças, alguém por quem valia à pena se apaixonar novamente todos os dias... Alguém com quem quero passar o resto de minha vida. – ela acariciou a face de seu noivo, completamente alheia à presença dos demais, pondo atrás da orelha dele uma mecha rebelde que caía sobre o rosto – não tenho posses, título ou riquezas, mas aquilo que tenho é seu: minha vida, minha alma, meu coração e pensamentos. Estarei com você, não importa o que aconteça; dividiremos tristezas e alegrias, e juntos superaremos os desafios, como já fizemos, antes. Eu juro que lhe serei fiel, sincera, e jamais o abandonarei; irei guia-lo nas horas escuras, e salvá-lo das horas de solidão, se assim o quiser. Meu coração é seu, hoje e para todo o sempre, sem hesitação, medo ou reserva. Eu te amo, como nenhuma mulher já amou seu esposo.

                Todos os presentes sorriam ante a cena do jovem casal perdidamente apaixonado, que mal percebia a presença dos demais, tão fascinados estavam um pelo outro. O amor parecia não apenas preenche-los, mas transbordar de seus olhos e irradiar como um sol; era impossível não se emocionar. Chegou o momento, enfim, de trocarem as alianças: Adam pegou sobre a almofada portada por Zip um aro de ouro branco cuja pedra era um diamante esculpido na forma de uma rosa. Delicadamente, deslizou-o pelo dedo fino de Bela:

                - Receba esta aliança como prova de meu amor e fidelidade, até o fim de nossas vidas.

                Foi a vez de Bela pegar na almofada a aliança de seu noivo – um belo anel de ouro amarelo, com o desenho de uma rosa em ouro vermelho – e deslizá-la no dedo de Adam:

                - Receba esta aliança como prova de meu amor e fidelidade, até o fim de nossas vidas.

                O padre agora sorria sem pudores, e quando o jovem casal o fitou, pronunciou as palavras finais da cerimônia:

                - Agora eu os declaro marido e mulher; o que é unido por Deus, os homens jamais poderão separar. – e para Adam – já pode beijar a noiva.

                - Já não era sem tempo – sussurrou o conde, baixinho, o que fez Bela abrir um largo sorriso, um instante antes de seus lábios se selarem apaixonadamente, na melhor sensação do mundo: nunca mais estariam sozinhos, pois agora eram um só!

                *

                Adam acordou com uma felicidade jamais antes experimentada: ao seu lado, aninhada em seus braços, estava Bela... A mulher de sua vida... Seu anjo, sua fada, sua esposa tão amada! Dormia profunda e tranquilamente – Madame Samovar diria ser o sono dos inocentes – a cabeça pousada no peito do conde, a respiração fazendo-lhe cócegas. O corpo delicado estava aninhado contra o dele, como se mesmo em sono a moça desejasse nunca mais se afastar de seu amado; e a mesma sensação o preenchia naquela manhã magnífica, na qual parecia que toda a tristeza e dor haviam desaparecido do mundo!

                Lembrando-se da noite anterior, ele abriu um largo sorriso e beijou o topo da cabeça de Bela, fazendo uma carícia suave no rosto gentil; ela reagiu ao afago com um leve sorriso, que logo se desmanchou na expressão tranquila do sono. Ah, céus, haveria criatura mais doce e adorável no mundo?! Ele poderia passar o resto da vida apenas observando-a dormir!

                Por quase uma hora ele apenas aconchegou Bela em seus braços, deliciado em senti-la tão perto, o perfume de flores silvestres envolvendo ambos, os cabelos castanhos espalhados sobre ambos... Algum tempo depois, finalmente, ela começou a se agitar e, por fim, os lindos olhos castanhos se abriram e fitaram o rosto do jovem.

                - Bom dia, meu amor! – Adam estava esfuziante, e seu coração se acelerou quando Bela lhe respondeu num sorriso capaz de derreter a neve:

                - Bom dia, querido! – os lábios rubros tomaram os do homem, que retribuiu com extrema paixão. Segurando sua esposa pela cintura, virou ambos no leito de modo que ela repousasse sobre os travesseiros, os cabelos escuros emoldurando seu rosto como se este fosse a mais bela das pinturas! Trocaram carícias intercaladas a beijos, antes que o jovem se apoiasse nos braços e afastasse para fitar demoradamente a nova condessa. Ao ver a intensidade de seu olhar, a garota ruborizou intensamente e se cobriu com as mãos, rindo baixinho – está me deixando constrangida, querido.

                - Não me peça para não admirar a mulher mais linda que já conheci. – sussurrou ele, acariciando os cabelos escuros de sua amada. Ela riu:

                - Fala como se houvesse conhecido muitas. – e o beijou – feliz?

                - O que você acha? – devolveu o jovem , retribuindo com mais beijos apaixonados; envolveu um braço na cintura de Bela e começou a descer os beijos por seu pescoço, desejoso, quando inconvenientes sons de batida soaram à porta da antessala. Ele poderia muito bem ignorar as batidas, mas Bela se esquivou e sentou na cama, os cobertores puxados contra o peito:

                - O que será?

                - Não importa – insistiu Adam, passando os braços ao redor dos ombros dela, ignorando as novas batidas – Horloge sabe que hoje estamos... Ocupados. Qualquer problema, ele mesmo poderá resolver. – o sorriso com que Bela recebeu aquela palavras indicava o fim do assunto, mas então a voz do mordomo chegou até ambos, abafada pela porta de madeira:

                - Amo, eu lamento chama-lo logo hoje, mas preciso falar com o senhor!

                De repente a expressão de Adam era pura irritação, e ele sentia como se fosse a qualquer momento se tornar uma fera novamente, com garras e pelos... Sua vontade era arremessar o importuno criado para bem longe, rosnando, mas sabia como sua esposa veria tal comportamento... Assim sendo, rosnou baixinho:

                - Eu vou MATAR aquele relógio.

                - Deve ser realmente importante. – ponderou a moça, saltando da cama e correndo em procurar um vestido mais adequado do que seus trajes de casamento. Adam tratou de vestir calça e camisa e correr para atender à porta, cuidando apenas de fechar a porta do quarto para Bela terminar de se vestir. No percurso entre uma passagem e outra, ia resmungando todas as pragas que conhecia, até finalmente atender o irritante mordomo:

                - Por Deus, Horloge, é melhor que o céu esteja caindo, ou vai se arrepender!

                - AMO! – o criado estava terrivelmente vermelho, constrangido – Eu... Quer dizer... Perdoe-me, mas...

                - Diga logo, relógio!

                - Ah, sim! Um enviado do rei acabou de chegar, e pede para falar com o senhor!

                Ao ouvir aquilo, o conde revirou os olhos, irritado: ah, que ótimo! Havendo ele se tornado humano há nove meses, o enviado do rei precisava chegar justamente hoje! Incrível! Ele respirou fundo e, mais calmo, dirigiu-se a seu chefe da criadagem:

                - Está bem. Obrigado, Horloge... Diga a ele que eu e a condessa desceremos em instantes, por favor.

                - Sim, amo. – ele ia se retirando, quando se lembrou – devo apresentar a senhora Bela como condessa?

                - É o que ela é, afinal. – respondeu o moço – desceremos em breve.

                Adam retornou ao quarto para terminar de se aprontar, surpreso ao ver Bela completamente vestida e já prendendo os cabelos. Ao vê-lo ela ficou séria – provavelmente a expressão dele já dizia tudo – e indagou:

                - O que houve?

                - Um emissário do rei.

                - Oras, está recebendo sua primeira visita importante! – riu-se ela, enquanto Adam se vestia. Ao vê-lo lutar para arrumar os próprios cabelos, que continuavam tão selvagens quanto os da Fera, riu baixinho e o fez sentar, arrumando ela mesma aqueles fios arruivados que tanto amava. Prendendo-os num rabo de cavalo baixo, beijou o topo da cabeça de seu esposo e perguntou – vamos, Monsieur?

                - É claro, Madame – ele a envolveu pela cintura e deu-lhe um beijo demorado, antes que dessem os braços e se dirigissem escadas abaixo. Sim, estavam vestidos simplesmente, mas o emissário não poderia esperar que estivessem formalmente trajados àquela hora da manhã (quando geralmente estavam trabalhando ou estudando), ainda mais sem saberem que receberiam alguém. Bom... Era hora de testar tudo aquilo que vinham aprendendo!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aíííí? O que acharam? E o que será que esse emissário pode querer, afinal?
Deixem reviews, amores!
kisses!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Humano outra vez" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.