FÉRIAS DE VERÃO escrita por Denise Reis


Capítulo 8
A Moça


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!!
Gente, continuo pedindo muita atenção nas palavras e nos detalhes. TODOS os detalhes. Outra coisa importante: entrem no jogo do Castle com a moça intrometida. Mas não desanimem!!! Podem confiar que...
Vixxxxche!!! Já falei mais do que devia. kkkk
Divirtam-se



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Assim que a mulher perguntou para o Castle se ele estava acompanhado, sozinho, ou mesmo se esperava alguém, ele não conseguiu esconder a surpresa dela ter feito aquela pergunta.

Castle analisou os olhos dela para captar o que tinha por trás daquela pergunta e por trás daquilo. Qual seria a intenção dela? Havia ali uma incógnita. Ele torceu a boca e prendeu o riso, pois não imaginou que ela faria mesmo aquele tipo de abordagem tão direta, muito menos seguida de uma pergunta inesperada.

Pensou muito rapidamente no que fazer, então decidiu: já que ela queria brincar, então ele era a pessoa certa para participar do jogo, mesmo que aquele não fosse o momento ideal para brincadeiras. Mas tudo bem, pelo menos a atmosfera ali estava leve. Aliás, tudo nela refletia leveza, alegria e felicidade, desde o modo como prendera o cabelo, a roupa adequada para o verão, especialmente um passeio numa manhã de sábado e para finalizar, ela estava sorridente, portanto ele devia relaxar e entrar no jogo e já que ela deu o “start” ao perguntar, ele não a deixaria sem resposta.  Uma coisa é certa, mesmo brincando, ele usaria de franqueza e queria ver como ela se sairia e até onde ela iria.

Vendo que ele estava pensativo, ela repetiu a pergunta— Você está acompanhado ou... Esperando alguém?

— Para falar a verdade, moça, eu estou sozinho, mas... – Castle se interrompeu para apreciá-la com atenção, examinando-a de cima à baixo, sem esconder a admiração.

Óbvio que ela percebeu que estava sendo examinada minuciosamente, até porque sentiu que se os olhos dele tivessem mãos, a esta hora ela, provavelmente, estaria sem roupas e se fossem fogo, com certeza estaria queimada. Por um lado, ela não se sentiu incomodada nem invadida ao ser analisada tão abertamente, mas por outro lado se sentiu, sim, incomodada e até muito chateada, mas não iria recuar. Iria prosseguir com o jogo, mas não ia deixar barato — E então... – ela interrompeu propositalmente e deu-lhe uma piscadinha sensual, seguida de um sorriso sedutor — Gostou do que viu?

Mais uma vez ela o surpreendeu, pois também não esperava aquela pergunta tão direta, então, respondeu de igual forma— Muito. E esse short... Esta camiseta... Seus cabelos... Gostei de tudo. Gostei muito!

— Bom saber... E você não é nada mal – ela foi franca e prosseguiu com a investigação— Pelo visto você é um galanteador...

— Eu estava aqui quieto, moça. Você que se aproximou e me provocou.

— E você é fácil assim, é? É só uma mulher chegar, te abordar e dar um sorriso... Você tem costume de ficar assim, apreciando e elogiando as mulheres à sua volta?

Ao ouvir aquela provocação ele torceu a boca e deu um sorriso de lado e balançou a cabeça como quem quer dizer “- Só me faltava isso agora...”, mas ele resolve mudar de estratégia — Para ser bem franco com você, há mais de doze ou treze anos que eu não sei o que é olhar e desejar outra mulher que não seja a minha. – ela arqueou a sobrancelha, encantada com a resposta dele e também com a paixão com que ele falava da esposa — Quando você chegou, eu já estava de saída para minha casa, porque minha esposa e meus filhos estão me esperando. Eu ficarei com as crianças porque ela precisa ir para o trabalho.

Demonstrando curiosidade no assunto, então, antes mesmo de pedir autorização para se sentar, a moça se acomodou e, com o mesmo sorriso no canto da boca, piscou para Castle e indagou de forma sensual, mas não vulgar — Ah, tá. Entendi. Quer dizer que o bonitão é casado e tem filhos.

Castle abriu um sorriso largo— “Sim” e “sim” para as duas perguntas. Sou casado e tenho filhos. Aliás, casado, muito bem casado e...

— E... – ela percebeu que ele interrompeu — Você ia dizer mais alguma coisa.

— Sim... Mas deixa prá lá.

— Não — ela insistiu de um jeito divertido — Vamos lá, moço. Complete o seu raciocínio... Você me deixou curiosa. Eu adoro histórias de amor e a sua, é linda.

— Como você sabe que a minha história de amor é linda?

Percebendo que dera um fora, ela não teve como voltar atrás— Simples. O modo como você fala da sua esposa. – o cheiro do café estava incrível e ela queria beber - Mas antes de você continuar, eu posso beber este café? – ela apontou para a segunda caneca de café que estava sobre a mesa.

Ele não conseguiu prender o riso ao ouvir aquele pedido— Pode sim. Vá em frente. É seu. – ele levou sua mão até perto da caneca e com um gesto teatral indicou —  É café latte sabor baunilha, sem açúcar. Ainda está quente.

Ela também sorriu, flertando abertamente e piscou o olho e falou baixinho — Eu tinha certeza disso.

Ele gostou da atitude dela e a viu levar a caneca aos lábios e após dar um pequeno gole, ela passou a língua sobre os lábios, limpando o vestígio do líquido negro e esse gesto sensual o deixou excitado. Desviou a atenção da caneca e dos lábios dela e se concentrou no que ela queria saber — Então... Eu estava dizendo que sou casado, muito bem casado e, complementando o que você ficou curiosa, eu ia dizer que meu casamento é perfeito.

— Perfeito? Ah, sim... Perfeito. Mas se seu casamento é perfeito, o que é que você está fazendo aqui sozinho em uma linda manhã de sábado? E ainda por cima, com duas canecas de café, uma sua e outra... avulsa. Eu fiquei curiosa.

Eles conversavam baixo, num tom que não dava para ouvir nem mesmo da mesa ao lado.

— Deixe eu te explicar uma coisa... — fez uma pausa e indagou, devolvendo a provocação— senhorita ou senhora?

— Senhora. Também sou casada, muito bem casada e também tenho filhos e moro do outro lado da cidade.

— Ah, quer dizer que você fica parecendo investigadora, me enchendo de perguntas sobre o meu casamento, enquanto você, também casada e com filhos também está aqui em plena manhã de sábado. Então eu te faço a mesma pergunta, moça.

— Eu fiz a pergunta primeiro. Depois eu te respondo tudo que você quiser.

— Você não me convenceu muito, mas...  Bem, para não haver mal-entendido, não pense que gosto ou mesmo tenho costume de dar informações da minha vida particular ou sobre o meu casamento... Veja bem, eu estou sozinho nesta linda manhã de sábado por conta que eu saí de casa aborrecido, deixando lá minha esposa e meus filhos, tudo por conta de choque de opiniões e também por conta de algumas atitudes e palavras erradas, manifestadas num momento errado e de forma também errada. Mas eu vou tentar consertar esta situação. Logo que eu saí de casa hoje cedo, eu fiz um balanço da minha vida, dos meus sentimentos, da vida da minha esposa e dos sentimentos dela, do amor que nos une e da nossa vida como casal e como família, o que inclui nossos filhos. Então eu estou indo para casa, como já te falei, porque quero esclarecer muitas coisas para ela, inclusive pedir desculpas. E também, não nego, gostaria muito de ouvir algo similar dela. Do mesmo modo que eu reconheci que errei em alguns pontos, seria interessante que ela também refletisse e reconhecesse que ela foi um tanto quando inflexível. É isso. – Castle olhou para a moça e indagou— Satisfeita?

Com cara de dúvida, ela respondeu — Em parte.

— Ãããhhnn!? - franziu a testa indicando dúvida - Como assim, "em parte"? — indagou curioso, mas de forma leve.

Ela continuava a degustar o café calmamente — Bem, é que eu queria saber de você sobre esta história sobre esse tal “choque de opiniões”.

— Ah, é? Você está interessada em saber?— ele não se aguentou e sorriu diante da curiosidade dela. — Pois eu também estou curioso para saber dela o que ela pensa sobre este tal choque de opiniões, também sobre a minha saída de casa e quero ainda saber qual será a reação dala ao ouvir minhas desculpas.

— Ela vai te dizer tudo isso, eu tenho certeza. Mas outra coisa que estou intrigada é porque foi que ela não te telefonou ou te mandou mensagens. Ou será que ela te telefonou e mandou mensagens e você não viu, ou pior, você ignorou...

— Ah, mas ela me telefonou e me mandou mensagens.

— E o que ela te disse ao telefone e nas mensagens.

— A coisa aí ficou complicada. – Castle admitiu.

— Complicada? Porque?

— Bem, assim que eu saí de casa eu desliguei o meu aparelho celular e não me lembrei de liga-lo novamente, e só vi isto quando eu estava voltando para casa, então no período em que esteve desligado as ligações caíram na caixa postal e as mensagens eu só vi depois, tipo agora...

— Ah! Deixe-me ver se eu entendi. Quer dizer que você estava voltando para casa para pedir desculpas e, se possível, também ouvir desculpas da sua mulher e também porque ela precisa ir trabalhar...  – ele fez um movimento na cabeça, característico de quem está dizendo “sim” e ela prosseguiu com o interrogatório— Aí eu tenho duas perguntas, primeiro, se você estava voltando para casa, porque está aqui e não na sua casa? Vou fazer um comentário: E se ela tentou te ligar e ainda te mandou mensagem é porque ela tinha algo a dizer. Das duas uma, ou ela queria reconciliar ou continuar brigando... – ela fez uma expressão divertida, então disse - Mas eu tô achando que ela queria reconciliar. E a segunda pergunta: Você disse que tem filhos, no entanto sua mulher quer ir trabalhar. Como assim? Em pleno sábado ela vai trabalhar? E as crianças? Elas não estão em período de férias de verão?

— Sim. É uma longa história, mas vou resumir. Bem, tivemos um desentendimento e em fiquei com um misto de irritação, sofrimento e medo da minha parte, eu a deixei sozinha em casa com os nossos filhos, Só que eu refleti bastante sobre tudo que ocorreu e quero voltar para casa porque eu quero pedir desculpas, e falar que eu sou louco por ela. Eu a amo e que poderemos conciliar férias com trabalho, portanto eu tenho que voltar, ficar com as crianças para ela poder ir trabalhar, pois ela assumiu compromissos importantes que eu respeito porque eu tenho orgulho dela e do trabalho dela.  E quando ao fato de eu estar aqui e não em casa, é porque eu moro no outro lado da cidade e no caminho de casa o trânsito ficou travado, então fiquei por aqui para dar um tempo porque eu tenho horror em ficar parado em trânsito. – ele fez uma pausa, refletiu um pouco e ficou com dúvida e perguntou — Hey, moça, uma curiosidade básica: Você disse que mora no outro lado da cidade, mas se está tudo travado aí fora, como foi que você conseguiu chegar aqui?

— Eu também detesto ficar travada no trânsito sem ter possibilidade de sair do lugar, então, eu desci aqui perto e vim andando até aqui, porque sou frequentadora assídua desta cafeteria.

— Pelo visto, nós dois moramos no outro lado da cidade, somos frequentadores assíduos da mesma cafeteria e pegamos o mesmo trânsito e outra coincidência é que detestamos ficar parados. – ambos sorriram com a coincidência— Continuando... eu resolvi vim caminhando e parei aqui porque eu e minha esposa frequentamos este café há quinze anos...

— Quinze anos? Então a história é longa.

 

 

Continua...


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