Chegando em casa, esperava ver Negan, mas obviamente ele não estava, então resolvi ir a sua procura, e como Simon acabou de me dizer ele estava em seu escritório e eu fui atrás.

Não sabia o que falar para ele, nem sabia se queria falar algo, só queria vê-lo.  Poderia ficar com cara de taxo e ele fazer aqueles pitis dele – o que me deixaria muito irritada – mas eu queria vê-lo.

Batia na porta duas vezes até que ouvi sua voz mandando eu entrar; Girei a maçaneta e abri.

— Licença – pedi entrando pela porta e a fechando.

Negan tirou seus olhos da mesa e me olhou sorrindo, deixando aparecer aquelas lindas covinhas.

— Lucy! – ele felicitou e fez um sinal com a mão pra eu ir até ele – Venha cá.

Fui até sua cadeira e ele me puxou para sentar em seu colo. Ele não sabia, mas aquele gesto me fez sorrir internamente

Eu por impulso e por muita vontade lhe beijei. Negan passou seus braços por minha cintura me puxando para mais perto.

— Estou atrapalhando? É... Você está ocupado? – perguntei um pouco sem graça com medo de estar sendo mal educada.

— Você nunca atrapalha.

Sorri em meu ao seu xaveco dos anos 90.

— Precisa de algo? – perguntou me ajeitando em seu colo.

— Não, eu só... queria te ver.

Senti meu rosto queimar enquanto eu lutava pra isso não acontecer. Negan sorriu um pouco sacana e pousou sua mão em meu rosto.

—Não precisa ficar com vergonha – ele tentava disfarçar a diversão em seu olhar.

— Não estou com vergonha – minha voz saiu com certeza esperando que ele acreditasse.

— Ok – ele apenas disse fingindo acreditar- Então, por que chegou tão tarde ontem?

Ah, vamos voltar pro assunto da vergonha por favor!

— Eu...

— Não mente pra mim – ele disse em um tom sério.

— Não ia. Só... Fui em Macon,na casa do meu pai.

— Te trouxe lembranças? – perguntou um pouco esperando minha respostar que ele sabia qual era.

— Sim.

— Por que foi?

— Achei que era um boa ideia – minha voz baixou o tom.

— E foi? – o olhei vendo sua sobrancelha arqueada.

— Não.

— Deu pra perceber.

Quando eu ia contar tudo, Simon abriu a porta com toda sua força com um sorriso assustador no rosto e revirei meus olhos me levantando do colo de Negan. Quando Simon me viu seu sorriso desapareceu do seu rosto.

— Perdão, chefe!

—alguma vez você já entrou sem bater? – Negan calmamente se levantou se virando para ele.

— Não, chefe – Simon baixou a cabeça.

— Então? – Negan o olhou esperando um resposta.

—Perdão, chefe! Não irá acontecer novamente.

O sorriso de Negan foi claro.

— Claro que não. Desembucha o que você quer?

Simon me olhou e olhou para ele novamente.

— É que... Resolvemos o que o senhor queria.

A feição do rosto de Negan mudou e o sorriso saiu de seu rosto.

— Eu desço em um minuto.

Simon saiu e eu olhei para Negan um pouco intrigada, tentando não deixar minha curiosidade amostra.

— Está tudo bem?

Negan voltou com o sorriso no rosto e segurou delicadamente meus olhos me olhando nos olhos.

— Sim, agora está!

— Posso te perguntar o que é? – definitivamente não sabia esconder minha curiosidade.

— Nada com o que você precise se preocupar. Está tudo dando certo.

— Se é algo que possa te machucar ou machucar outra pessoa eu fico preocupada.

Negan sorriu mais e balançou a cabeça.

— Mais tarde conversamos.

Concordei e sai de cima dele. Estava curiosa, mas não queria demonstra mais do que havia demostrado.

— Vou para o laboratório – sorri sem mostrar os dentes.

— Não é melhor você descansar?

Eu ficava tão encantada quando ele parecia preocupado.

Deu um pequeno sorriso e respondi/:

— Acho que me distrair com o trabalho é melhor.

— Tudo bem, vamos.

Negan fechou a porta do escritório e quando eu pensei em sair em sua frente para que ninguém nos visse juntos, ele passou o braço por meu ombro e me puxou para sair dali com ele.  Queria não parecer surpresa, mas era obvio que ele havia percebido. E o pior foi quando chegamos do lado de fora e seus homens os esperavam e junto deles estavam, Leo, Kanon e Paul. Leo e Kanon estavam tentando entender e Paul me olhava com um sorriso divertido.

— Estão olhando o que? – Negan sorriu brincalhão me deixando com mais vergonha.

Porra Negan, vai se foder.

Ninguém respondeu apenas olharam cada um para um lado, menos meus três garotos, que Paul ainda me olhava divertidamente.

— Ótimo. Vamos atrás daqueles desgraçados – Negan balançou os braços os dindicando pro portão.

Atrás de quem? Como assim?

O olhei espantada e ele olhava para seus homens sorrindo.

— Grupo do Jesus e a Trupe do pinto pequeno vêem comigo. O resto fique aqui com os olhos bem abertos nos portões e façam o que ela quiser – Negan apontou para mim e eu o olhei surpresa junto com todos ali.

Como assim o que eu quiser?

— Como assim o que ela quiser? – um da “trupe do pinto pequeno” se pronunciou. Pity era seu nome.

Negan passou a língua por seus lábios o olhando com um olhar divertido e sombrio.

— Ora, eu sou o rei de vocês! E agora ela é a rainha deste lugar!

Minha respiração acelerou um pouco mais, eu não podia dizer que eu gostei disso, pois eu realmente não gostei! EU não queria ser a rainha dali e de nenhum lugar, eu sou apenas a mulher que está tentando achar a cura.

— Negan... – repreendi baixinho, só pra ele escutar.

Eu não havia nem sido informada antes disso, na minha cabeça Negan não queria um relacionamento comigo e nem eu sei se o fato dele me “nomear” rainha, fazia de mim algo sua. E a idéia de ser “privativamente” dele, não me soava muito bem.

Negan partiu me dando um beijo nos lábios na frente de todos e algo me dizia que ele fazia isso para mostrar para os outros que eu sou dele e isso não me agrada em nada, não sou um objeto pra pertencer a ele, eu quero estar com ele e ser dele e ele meu, mas não como um titulo de posse como ele faz parecer.