“A vida nem sempre é romântica, às vezes é realista. Às vezes as coisas não dão certo do jeito que gostaríamos".

Ponto de vista: Isabella Swan.

O comitê oficial da Forks High School tem o prazer de lhe convidar para a festa anual em homenagem aos fundadores da cidade, que como costume acontecerá na escola que será aberta a visitantes.

Tema desse ano: Vestimentas do ano de 1864.

Desde já agradeço a compreensão de todos .

Exigimos que cada um vá com um acompanhante, e que ajudem na organização da festa .

Diretoria.

—Isso ainda existe? caramba o meu pai me levava para essa festa quando eu era criança. — falei enquanto segurava o convite vermelho em minhas mãos, e caminhava ao lado Vick, em direção ao teatro da escola. Ela tinha um ensaio para a peça, eu tinha combinado como a boa amiga que sou de ir assisti-la.

—É tradição Isabella. — falou sorridente, porque era mais que nítido que ela adorava festas.

— Uma tradição bem pré-histórica, diga-se por sinal. — debochei enquanto enviava uma mensagem para Jasper, avisando que iria demorar para ir para casa hoje.

— Acho bem legal okay? a cidade para, acontecem vários eventos além desse. —  argumentou quando chegamos na porta da sala do teatro e a abriu, nos deparamos com todos os atores da peça e algumas outras pessoas. Riley pelo que me parecia ainda não estava aqui.

— E ainda tem aquela exigência patética, vir vestidos como as pessoas de 1864, o que aconteceu de importante nesse ano? — questionei irônica, ela franziu as sobrancelhas, enquanto tirava alguns textos da peça de dentro da sua mochila.

— Não sei, pergunta para o Riley, ele deve saber. — falou fazendo uma careta e eu revirei os olhos.

Já havia se passado uma semana desde o começo do namoro do Riley com a vadi...a Jéssica, e o clima ficava estranho quando ele e Vick se encontravam, como se algo tivesse fora do lugar. Enfim realmente não entendia. Voltei meu olhar de novo para o convite.

— Ajudar na organização? Ah por favor tenho coisas melhores para fazer do que isso. — ironizei e ela revirou os olhos.

—Como o que? continuar reclamando dos encantos de Forks? — debochou, demonstrando todo seu bom humor, resolvi que era melhor não cutucar a onça com vara curta.

— Você já arranjou um acompanhante? — questionei mudando de assunto aproveitando que a professora responsável pela peça ainda não havia chegado.

— Bom... Pensei em ir com meu melhor amigo. Mas como ele namora uma piranha agora, já vai estar acompanhado. Então vou ter que me contentar em ir com o Emmett.  — falou irônica. Mas vi uma pontada de dor em seus olhos, que ela logo tratou de disfarçar.

— Sinto muito. — falei de forma sincera e ela sorriu sem entender.

—Não, tudo bem, ter o Emmett como acompanhante não deve ser tão ruim. —  falou confusa.

— Sinto muito por ser insensível na maioria das vezes, realmente queria te dizer palavras bonitas em relação a qualquer sentimento que você esteja sentindo no momento, mas simplesmente não consigo. — admiti e foi a vez dela de falar.

— Estou bem Isabella, de verdade, nada que uma boa dose de animação não resolva. — garantiu suspirando, quis de verdade acreditar em suas palavras, mas a sinceridade não chegava em seus olhos.

 Como ela disse uma dose de animação cairia bem agora, uma de paciência também seria muito bom. Porque com certeza vou precisar quando for comprar vestidos antigos para essa festa.

(...)

Ponto de vista: Edward Cullen.

Cinco vezes, cinco porcaria de vezes havia tentado contar a verdade para Isabella. Mas quando olhava para ela, não conseguia pronunciar uma palavra sequer que expressasse o meu arrependimento, a cada dia que passava algo parecia crescer dentro de mim. Mas eu não entendia o que era.

Fechei meu caderno quando a aula acabou, suspirei juntando meus matérias em minha mochila lentamente. Emmett passou por mim, e bateu em meu ombro querendo chamar minha atenção, levantei meus olhos .

—Hey cara, recebeu o convite para a festa dos fundadores? —questionou animado, quase revirei os olhos.

—É lógico que sim Emmett. — respondi educadamente.

— E quem vai ser sua acompanhante? —  perguntou curioso, o olhei incrédulo, sério mesmo que ele nem imagina quem eu iria convidar?.

—A Isabella. — falei como se estivesse explicando algo para uma criança.

— Vou com a Vick. — falou com uma expressão maliciosa.  Franzi as sobrancelhas.

—A Vick...tipo a Vick? — questionei confuso e ele riu.

—É lógico que é ela, você conhece outra? Aliás por que a surpresa? —  perguntou curioso, me segurei para não dizer: Porque a Vick acredita em conto de fadas, e você meu caro amigo está longe de ser um príncipe.

—Nada não. — desconversei e Emmett assentiu mesmo sem ainda entender. Mas não perderia meu tempo explicando a ele.

(...)

Ponto de vista: Rosalie Hale.

 Não tinha ideia do que fazer para acabar de vez com esse quase romancezinho do Edward com a nerd, masm, iria descobrir uma forma deles romperem de forma definitiva, e o Ed ainda iria me agradecer. Tinha certeza.

Não tinha como eu simplesmente chegar até onde ela estava e contar que ele só se aproximou dela por causa da aposta, além de ter chances dela não acreditar em mim, Edward me odiaria no mesmo momento por perder a aposta e seria uma armação amadora e sem ação e não fazia meu estilo.

Conferi minha maquiagem no visor do meu celular e pisquei para mim mesma, vendo que eu estava perfeita como sempre. Peguei o convite da festa dos fundadores dentro da minha bolsa e caminhei em passos decididos em direção ao ginásio, onde eu sabia que provavelmente os meninos estariam treinando.

Deixei minha saia um pouco mais curta, acenei de forma provocante para alguns jogadores que estavam descansando na arquibancada, eles lógico logo retribuíram. Fui até Edward e assim que  me viu não esboçou nenhuma reação específica.

— Oi Ed. — disse sorrindo, Edward me avaliou tentando prevê se eu iria agarrar ele a qualquer momento.

—Oi. — adotou uma postura séria e fez um breve cumprimento.

— Então, queria saber que horas você vai me buscar para a festa. — perguntei animada. Franzi as sobrancelhas quando ele começou a gargalhar .

— Como assim? — perguntou se acalmando.

— A festa dos fundadores Edward. Todos os anos nós vamos juntos lembra? A gente sempre arrasa. O casal principal. — falei sem entender onde ele estava achando a graça.

— Rosalie não te convidei, e além do mais esse ano eu pretendo ir com a Isabella. —  esclareceu, me senti como se tivesse levado um tapa na cara. Mas não demonstrei.

—Okay...posso conseguir alguém que valorize minha incrível companhia. — falei girando os calcanhares e saindo dali sem esperar um resposta.

O nosso grupo de populares estavam se destruindo de pouco em pouco, primeiro Edward que se aproximou da Bella por causa daquela aposta, depois Jéssica que se apaixonou misteriosamente pelo Riley Biers e agora só vive colada com ele. Até Emmett decidiu ir a festa com a vadia da Vick.  Estava perdendo meus amigos para os nerds.

Mas não deixaria isso acontecer tão facilmente, faria algo e se precisasse seria sozinha.

(...)

Ponto de vista: Vick.

Soltei um suspiro aliviado quando o ensaio acabou, praticamente pulei os cinco degraus do palco em direção as arquibancadas onde minha mochila estava. Isabella tinha dado um jeito de escapar no meio do ensaio, era lógico que ela não cumpriria sua palavra de boa amiga. Senti minha nuca queimando ao notar que Riley estava atrás de mim.

—Ei Vick animada pro feriado? Você adora a festa dos fundadores. — falou tentando puxar assunto. Mas eu simplesmente não conseguia retribuir. Parecia que uma barreira havia sido colocada entre nós a partir do dia em que ele havia pedido a Jéssica Cadela em namoro.

—Sim. Riley. — limitei minha resposta e ele desmanchou seu sorriso acolhedor, que ultimamente sempre estava presente em seu rosto. Talvez essa seja uma das piores partes, ela o fazia sorrir. Enquanto eu ...Não me importava se ele sorria ou não, porque estava ocupada demais pensando em qual seria o meu mais novo peguete que no fim não iria me dar valor e me trataria como se fosse nada.

— O que está acontecendo Vick? Quero que você me explique de uma vez por toda porque simplesmente não estou te entendendo. Por que todo esse ressentimento só por que comecei a namorar a Jéssica? — perguntou sério, enquanto as pessoas começavam a sair do teatro como se estivessem prevendo uma possível briga entre nós.

— Não sei Riley e até descobrir, prefiro que nós nos mantenhamos afastados.— admiti e seus olhos demonstraram magoa.

— Nós somos melhores amigos Vick, e você não está feliz por eu estar bem? —  questionou visivelmente magoado e ofendido.

— Não. Não é isso...É só que...As coisas estão confusas, eu estou confusa entende?. Parece quees tou vivendo em uma realidade alternativa onde a Katherine é a melhor amiga de um garoto que ela dizia odiar, você namora uma líder de torcida do tipo que antes causava repulsa em você ...Parece que as coisas estão mudando, e só eu não me adaptei. Não sou a mesma acho... preciso de um tempo para mim, para conseguir descobrir quem eu sou agora. — expliquei de forma verdadeira e ele me olhou carinhoso.

— Você não precisa mudar para ser perfeita Vick. Você incrível exatamente desse jeito, sei que às vezes te repreendo por conta de algumas atitudes infantis que você toma. Mas foi isso que me fez me apai...ser seu melhor amigo. – discursou, quase sorri por suas palavras e resolvi que seria bom me livrar de uma vez por todas das coisas que estavam presas essa semana.

—  Magoei uma pessoa que é muito importante para mim, o pior de tudo é que a magoei por anos, sem perceber. É super legal ser infantil e burrinha às vezes. Mas uma hora a realidade bate na sua porta, e você percebe que só valoriza algo quando perde. — declarei e ele me olhou surpreso. Mas decidi que não queria uma resposta sobre aquilo. Peguei minha bolsa e a coloquei nos meus ombros, decidida a ir embora. Mas Riley segurou meu braço.

— Vick... —  tentou formular uma frase. Mas não o deixei continuar.

— Vai em frente Riley ria da garota que sempre amou de mais, logo após se ferrou. Pode rir de toda a burrice e da ingenuidade dela, que sempre se apaixonou pelo primeiro cara que apareceu na frente dela, e depois passou horas sofrendo por ele não ser o "par perfeito". Agora eu pergunto qual é o problema de acreditar no amor dessa forma? Isso é viver, ou você acha que a forma como a Isabella vive não acreditando no amor é a melhor de todas? Se tudo que ela conseguiu foi ser fria ? — questionei e mesmo sem entender o porque, algumas lágrimas desciam livremente pelo meu rosto.

— E o que tenho haver com esse discurso? O que tenho haver com toda a sua confusão? — gritou e eu me aproximei dele pronta para lhe falar a verdade.

—O que você tem a ver com esse discurso? O que você tem a ver com o meu problema? o meu problema é você Riley Biers. O meu problema é que estou loucamente, profundamente, verdadeiramente e intensamente apaixonada por você, e dessa vez não me parece algo passageiro, porque dessa vez é bem mais doloroso... Por que você nunca me contou Riley? Por que você nunca me disse que gostava de mim? — questionei com a voz embargada e ele ficou estático.

— Quando se ama alguém e isso é reciproco, palavras não são necessárias. — sussurrou e aquelas palavras foram como facas para mim.

— E agora Riley?... — questionei e ele me olhou intensamente antes de responder.

— Agora é tarde Vick. Estou feliz com a Jessica, não vou estragar isso, não porque somente agora você percebeu. Esperei demais. —  falou com a voz firme.

— Então nada de amores épicos, você vai ficar com a Jéssica como prêmio de consolação, apenas por orgulho? — questionei o olhando ressentida, mesmo que não devesse.

— Não sou o cara perfeito para você Vick, nunca fui. Porque se eu fosse você teria percebido antes, espero sinceramente que nós não percamos nossa amizade por culpa disso e não se preocupe não vou te encher de acusações ou coisas parecidas, como sobre você sempre me fazer de capacho entre outras coisas. Estou feliz agora e então o passado permanece no passado. — disse e saiu em passos largos da sala, parando antes e depositando um beijo em minha testa.

É lógico que ele não iria me acusar de nada, ele é nobre e gentil de mais para isso. Parabéns Vick! Você perdeu o único cara que iria te amar de verdade como você sempre quis, tudo por burrice, agora a Jessica irá aproveitar tudo que era para ser seu.

 Não havia mentindo quando disse que aquela era mais dolorosa do que das outras vezes, com certeza isso era muito pior do que um cara do time de basquete dizer: Olha você é gata e tudo mais, só que eu não estou afim de começar um relacionamento sério com ninguém. Tinha acabado de escutar um é tarde demais, do meu melhor amigo que consequentemente mesmo sem eu perceber era o cara que eu gostava e que sempre esteve ali, ao meu lado, oferecendo seu ombro amigo.

Enxuguei minhas lágrimas com a palma das minhas mãos, e me sentei no palco, onde eu interpretava Julieta. A peça que ironicamente falava do meu maior problema: o amor. Talvez o amor não aconteça para meninas como eu, garotas que colocam toda a sua esperança em achar o cara perfeito...