"Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos."

(Música do capitulo )

Ponto de vista: Rose Hale.

Ainda estava tentando entender como aquela garota conseguia superar todas as minhas armações e ainda não se afetar com nada, agia como se eu não tivesse feito coisa alguma, e isso me deixava muito irritada. Também com um plano estúpido igual a esse do Emmett, é lógico que as coisas não dariam certo.

Emmett não servia para nada, nem para convencer aquela garota, que ficar com Edward não era uma coisa boa. Como eu digo; Um incompetente com I maiúsculo.

Jéssica estava ao meu lado — como sempre — não sei como ainda não enjoei da presença dela, ela estava falando algo, mas, eu ignorava completamente.

— Sabia que o Edward foi ao cinema com a turminha de nerds e com o meu Riley?. —  perguntou irritada e isso me chamou a atenção.

— Com certeza, ele está passando dos limites nessa aposta. — notei mordendo os lábios.

— E o que você pretende fazer? — perguntou curiosa.

—Eu não sei. Só sei que essa nerd ainda vai cair. — avisei com um sorriso malicioso.

—E você pode contar comigo. —  falou solicita e eu sorri com sua colaboração.

—Eu sei que posso, Jéssica, e vou, eu só preciso arquitetar um plano. — expliquei.

Então o sinal tocou, anunciando a aula de literatura que iria ser em conjunto. Todas as turmas reunidas no ginásio para escutar a velha Lanna Roffman expor suas opiniões sobre os livros chatos que ela acha uma das setes maravilhas do mundo.

Assim que cheguei ao ginásio, vi todos o grupos reunidos e caminhei até o meu, no caso o dos populares, encontrando Emmett e Edward em seguida, eles pareciam estar se reconciliando depois da ''briguinha'' por Ed ter descoberto meu pequeno e inútil porém estiloso plano.

— Oi Ed. Bom dia. — cumprimentei sorrindo debochadamente.

— O dia estava começando ótimo até você chegar. — retrucou com sua acidez matinal.

— Não fala assim Ed, se não eu me apaixono...Ops eu já sou apaixonada por você. — brinquei.

— Eu ainda não sei como você não contraiu um diabete com todo esse doce...Espera,  a parte amarga é maior. — revidou minha ironia e eu bufei irritada.

— Por favor Edward, você vai ficar bravo apenas por culpa de uma brincadeirinha, aposto que a biscate nem ligou de verdade. — falei o encarando, revirando os olhos em seguida.

Quanto drama por nada.

— Você não devia falar assim dela. — falou sério.

— Há algum tempo, você nem ligava. Que foi? Não vai me dizer que você tem um coração? — debochei não querendo admitir o que estava a minha frente, porque era muito humilhante.

— Ao contrário de certas pessoas; Eu tenho um sim. — disse como uma indireta .

Eu não me afetei com aquilo, como sempre, nunca perderia o foco,  ganharia, afinal, sempre ganho.

Observei a nerd conversando com Victoria Volturi de forma animada, pareciam falar sobre algo engraçado. Fiz uma careta.

Como o Edward podia apostar ficar com aquilo ?

(...)

Ponto de vista: Bella Swan.

Vick e eu estávamos conversando sobre ontem e gargalhando por conta dos meninos ficarem emburrado por minha insistência em dizer que o Steve Rogers era um pedaço de mau-caminho.

Vi Rosalie nos observando, mas, ignorei, voltando a conversar com minha amiga, até a professora Lanna chegar e ordenar que nós pegássemos nossos livros e abríssemos na página 101, obedeci como um robô.

Apoiei minhas costas na arquibancada e coloquei o livro na minhas pernas me concentrando na aula, ela pediu silêncio para alguns alunos que estavam fazendo barulho, o grupo dos populares estava reunido conversando assuntos próprios deles, assuntos esses que não eram do meu interesse, porém eram eles que faziam o barulho, então isso me incomodou.

A professora começou a andar de um lado para o outro nos avaliando, antes de começar sua aula. Aula essa que eu achava ridícula, qual é? Todos os alunos reunidos. Não que Literatura fosse ruim, já que era minha matéria preferida, só que ter que suportar todos os alunos juntos era demais para minha capacidade.

— Todos os anos escolhemos um livro principal, a qual trabalharemos todo o semestre, faremos uma peça, junto com todo o conjunto de organização e divulgação para aqueles que não vão atuar, mas sim ajudar nos cenários e nas outras tarefas. Todos os professores se reuniram e decidiram que esse ano vocês irão retratar um clássico de Shakespeare; O livro Romeu e Julieta. —  falou de forma animada e eu revirei os olhos ao ver a criatividade dos meus professores.

Vick estava animada ao meu lado, já que ela adorava esse livro, ao contrário de mim que só suportava.

— A gente bem que podia ser o Romeu e a Julieta. — Alguém sussurrou no meu ouvido e eu me virei encarando os olhos verdes do indivíduo.

Era Edward, eu nem tinha percebido que ele tinha vindo até aqui.

—Não...Muito clichê. — respondi fingindo não me incomodar com a proximidade, e ele riu.

—É romântico. — revidou e eu balancei a cabeça.

— Eu não gosto de coisas românticas. — protestei sorrindo, vendo que a professora estava ocupada explicando algumas coisas aos outros alunos.

— Vai me dizer que não se emociona quando a Julieta faz todas aquelas declarações de amor exageradas e todo aquele sofrimento? — ele debochou se sentando ao meu lado, coloquei meu cabelo atrás da orelha e sorri antes de responder.

— A Julieta era uma idiota. Porque ela se apaixona por aquele cara que ela sabe que não pode ter…Todo mundo acha isso tão romântico: Romeu e Julieta, amor verdadeiro… Que triste. Se Julieta foi burra o bastante para se apaixonar pelo inimigo, beber uma garrafa de veneno e ir repousar num mausoléu, então ela teve o que merecia!. — falei azeda e ele me encarou surpreso por minha resposta.

— Eu já falei o quanto você é fria? — perguntou com o rosto mais próximo ao meu.

— Isso não me incomoda. — respondi a sua provocação e Vick pigarreou.

— Eu vou ignorar sua opinião escrota sobre Romeu e Julieta, porque eu vou tentar o papel principal nessa peça. — avisou e eu gargalhei.

— Boa sorte para o Romeu não te dar um fora horas antes da peça. — debochei com divertimento, Edward riu e ela jogou um livro em minha direção, eu apenas desviei gargalhando.

— Você é uma péssima pessoa, Isabella. — falou irritada e eu fiz biquinho.

— Eu tento. — revidei e depois a professora chamou nossa atenção.

Olhei Edward pelo canto dos olhos e vi que ele também me encarava, com uma expressão estranha. Então um arrepio passou pelo meu corpo ao me lembrar das minhas palavras anteriores; Se apaixonar por alguém proibido e morrer por isso, soava  como algo tão...Cruel. Era ridículo, de forma que me perguntei porque naquele instante a possibilidade não soou tão remota para mim.

 (...)

Assisti uma aula de biologia junto com Edward, que continuou debochando por eu não achar Romeu e Julieta romântico, implicamos um com outro a aula toda, apenas por nosso próprio divertimento.

Estava no refeitório com Vick e Riley, que tentava convencer o segundo a fazer o teste para o Romeu na peça, e ele negava todas as tentativas.

— Por favor Riley. — Vick pediu com as mãos juntas quase implorando.

— Que diferença faz você beijar outro cara?  Você já beijou todos os garotos da escola mesmo. — entrei na conversa debochando.

— Se você não calar a boca, eu beijo o Edward e confirmo essa sua afirmação. — ameaçou irritada e eu soltei um risinho.

— Fique a vontade, ah, e cuidado não se engasgar com a baba. — avisei fazendo uma cara de nojo e Riley não resistiu e riu.

— Romeu e Julieta não são só beijos, é um amor eterno e eu quero fazer isso com alguém que tenha sentimentos e entenda a história. —  discursou dramática e eu gargalhei.

— Se quer beijar o Riley, não precisa desse teatro todo. — revidei e os dois arregalaram os olhos.

— Cala a boca. —  disseram ao mesmo tempo, e eu levantei meus braços em sinal de rendição.

— De qualquer forma, eu estou saindo com a Jéssica e eu não acho que seria certo eu tentar um papel em que ela não seja meu par. — falou baixinho, mas, nós duas escutamos.

Fechei meus olhos, esperando o barraco que estava por vir.

— Você não quer ajudar sua melhor amiga por causa da Jéssica? —  falou calma e eu estranhei e abri os olhos.

— Sim.... — Riley disse hesitante e ela começou a respirar devagar tentando se controlar.

— Eu...NÃO ESTOU ACREDITANDO NISSO RILEY BIERS. — bradou começando calma e depois terminando com fúria.

— Vai por mim, isso é bem fácil de se acreditar. — comentei e ela me fuzilou com os olhos.

— Se você não vai ajudar Bella, tem como ficar calada? — Riley questionou irônico.

— Tudo bem, só estava tentando deixar a conversa mais leve, agora se me dão licença. —  disse pegando minha mochila, pronta para ir embora.

— Para onde você vai? O intervalo ainda não acabou. — Vick perguntou com a sobrancelhas franzidas.

— Para um lugar bem longe desse draminha adolescente. — debochei irritada.

 (...)

Assim que abri a porta da minha casa e larguei a mochila no sofá, me incomodei com o silêncio que estava ali, comecei a caminhar pela sala em busca de algum sinal de uma presença a mais aqui, mas, parei quando reparei algo em cima da lareira que eu nunca tinha notado antes. Era uma foto.

Caminhei meio hesitante e peguei o porta-retrato, me deparando com uma imagem de mim com 6 anos; Meus cabelos trançados e eu vestia um vestido azul claro, vi um menino franzino loiro e mais alto que eu, que no caso era Jasper com uma expressão feliz ao meu lado.

Falando nele, eu o invejava, invejava a forma dele superar as coisas, porque ele não precisava fingir que estava bem por a Alice ter ido embora. Ele realmente estava bem, porque ele sabia que aquilo era para o bem dela, eu invejava a falta de egoísmo dele.

Deixei a foto no lugar que peguei e suspirei, escutei um barulho vindo da cozinha e fui até lá encontrando Dulce cozinhando distraidamente enquanto cantarolava uma música antiga. Sorri, e me sentei na bancada da cozinha, e assim que ela percebeu minha presença sorriu também.

— Como foi a aula hoje? — ela perguntou com a voz carinhosa.

— Nós vamos fazer a peça Romeu e Julieta. — contei enquanto ela cortava os legumes e a mesma sorriu como se tivesse tido uma lembrança boa.

— Sua mãe fez a Julieta no colegial, e seu pai Romeu. — falou nostálgica e eu franzi as sobrancelhas; Eu não sabia disso.

— De qualquer forma, isso só prova o quanto eu e minha mãe somos diferentes, afinal, eu nunca interpretaria a mocinha apaixonada que acredita em amores eternos. — debochei e ela riu.

— Você gostava de contos de fadas, quando era pequena. — observou e eu a encarei.

— É eu gostava, mas, sabe qual é o problema com os contos de fadas? O problema com contos de fadas, é que eles levam uma garota ao desapontamento. Na vida real, o príncipe foge com a princesa errada...ou o feitiço acaba e os dois amantes se dão conta de que são melhores com outras pessoas. — falei discursando e a mesma começou a ferver um molho de tomate.

— Não me diga que tem alguém interessado em você? —  perguntou notando tal coisa e eu me lembrei de Edward, de toda a sua insistência.

— Até tem. Só que nós somos diferentes, pelo menos agora, e eu não sei se conseguiria... — comecei a desabafar, pois sabia que Dulce mais do que ninguém me entenderia sem questionar nada.

— O passado deve ficar no passado. —  aconselhou e eu encarei um ponto qualquer refletindo por suas palavras, até chegar em uma única conclusão.

— Mas, ele não fica Dulce, esse é o grande problema, ele não fica. — afirmei e ela me encarou como se me entendesse.

(...)

A chuva estava forte lá fora, os barulhos dos trovões eram assustadores e parecia que o mundo estava se desmanchando em água, pela janela se podia enxergar a escuridão em que a noite se encontrava me encolhi na cama me agarrando ao cobertor com força, pois meu sono parecia bastante agitado, me levantei antes de mais sonhos aparecessem, e peguei meu celular e digitei uma mensagem.

Está acordado?

@Bella.

Enviei para Edward e esperei uma resposta, e antes de eu desistir escutei um bip, quase sorri ao ver a tela piscar.

Estou. Tudo bem?

@Edward.

Procurei uma posição confortável na cama, e me sentei com as pernas cruzadas e o cobertor me aquecendo por conta do frio.

Espero que você não ria de mim, mas, eu tive um sonho ruim e precisava conversar com alguém.

@Bella.

Não estava acreditando que eu estava conversando com o Edward sobre como me sentia, já que eu não falava disso nem com a Vick.

Posso te contar uma coisa? Eu também tive, e fico feliz que você esteja falando comigo sobre isso.

@Edward.

Sorri com sua mensagem e pensando na quantidade de vezes que ele conseguia responder algo sem ser ridículo, que pena que isso não acontecia com frequência.

A Vick e o Riley com certeza devem estar dormindo, por isso você foi minha única opção.

@Bella.

Digitei sem perder a oportunidade de debochar e podia adivinhar que ele estava com aquele sorriso de lado.

Fico comovido com a minha importância na sua vida. Mas, posso te pedir algo? Toda vez que você precisar de alguém não hesite em me chamar, afinal eu estou aqui.

@Edward.

Me surpreendi com o conteúdo daquela mensagem que não parecia ter sido escrita pelo Edward.

Vou pensar no seu caso, agora eu acho melhor eu ir dormir porque amanhã temos aula e eu já enjoei de você...

@Bella.

Respondi a mensagem rapidamente e bocejei, me deitando confortavelmente espalhando os travesseiros pela cama.

Tudo bem, sonhe com os anjos Bella, ou melhor dizendo sonhe comigo.

@Edward.

Debochou e eu não conseguir resisti e sorri, antes de escrever a próxima mensagem.

Obrigada Edward.

@Bella.

Agradeci porque aquilo realmente tinha me ajudad .

Disponha.

@Edward.

E foi depois daquela ultima mensagem que eu adormeci e por mais incrível que pareça eu dormir muito bem.