Amor Desconhecido escrita por Agent Krysten


Capítulo 8
Eu Quero Ficar Com Você


Notas iniciais do capítulo

Olá a todas (os)! Agradeço a todas (os) que estão acompanhando a fic e que também deixaram seus comentários.
Segue mais um capítulo. Espero que gostem.
Se houver algum erro, por favor me avisem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714431/chapter/8

==========

O beijo frio quase o congelou e então, ele se afastou.

— Desculpe, Amanda. – suspirou decepcionado.

Os olhares perdidos se cruzaram e um silêncio ensurdecedor se estabeleceu na cozinha.

Confuso, Mac permaneceu imóvel, sem saber como reagir. Seu coração se martirizava entre tentar beijá-la novamente e ser rejeitado ou desistir dela e ir embora.

Sem nada dizer, Amanda subiu sua mão pela camisa dele e agarrou no colarinho. Bruscamente, ela o puxou em sua direção e fez os lábios se tocarem.

Mac não reagiu, temeroso com a indecisão de Amanda. Contudo, quando ela acariciou seus lábios com a língua, sua resistência desmoronou.

Ele aprofundou o beijo e apertou o abraço na cintura dela. Os corpos se chocaram e ela o agarrou no pescoço, intensificando o contato e permitindo que saboreassem o beijo livremente.

Embalado pelo calor do momento, Mac movimentou sua mão delicadamente, acariciando e explorando o corpo que tanto desejava. Quando seu fôlego acabou, ele deixou um rastro de beijos molhados no pescoço dela, lhe arrancando um gemido abafado.

Ela manteve os olhos fechados e arqueou o pescoço, dando-lhe total acesso para prosseguir com as carícias. Somente quando Mac avançou com sua mão sobre seu seio, Amanda instintivamente o impediu.

— Xerife. – resmungou.

Mac cessou a carícia e segurou o rosto dela, de frente para ele.

— Eu estou te forçando a alguma coisa aqui, Amanda?

Amanda deu um suspiro frustrado e desviou o olhar por alguns segundos.

— Eu quero ficar com você. Estou sentindo algo que não sentia desde quando estava com a Claire. – declarou emocionado – Preciso saber se você quer ficar comigo.

Ela também sentia algo que não sentia há algum tempo e se emocionou com a declaração. Entretanto, seu emocional estava arrasando seu raciocínio lógico, a colocando numa condição perigosa. As consequências de um relacionamento na condição que se encontrava poderia ter um final extremamente infeliz.

Perdida na contradição de seus pensamentos, ela não se pronunciou e essa demora o assustou.

— É só dizer sim ou não.

— Não é isso, xerife. É que já faz algum tempo que não me relaciono com ninguém. Parece que não sei mais o que fazer e parece que tudo está errado.

Mac segurou a mão dela e beijou carinhosamente.

— Eu também, mas preciso saber se você quer ficar comigo. E vamos passar por tudo isso juntos.

Seu coração bateu apertado, anunciando a evidente resposta.

— É claro que eu quero, xerife.

Ele sorriu aliviado e a beijou novamente, desta vez devagar e intensamente, selando o compromisso que haviam aceitado.

— Não se preocupe. Vamos aprender tudo de novo. Juntos.

O toque estridente do celular seguro de Amanda interrompeu o momento romântico do casal.

Ela pediu licença e pegou o telefone. Disfarçadamente, se retirou da sala e entrou no pequeno lavabo, no corredor adjacente à cozinha.

— Oi Jocelyn, tudo bem.

Sem conter sua curiosidade, Mac se aproximou do lavabo, onde conseguiu ouvir a conversa através da pequena fresta que Amanda havia deixado na porta.

A conversa monossilábica o intrigou e quando ela lançou a pergunta que sempre fazia, sua garganta secou.

— Tem notícias do Josh?

— Josh? – Mac vocalizou em silêncio.

Um suspirou triste dela o causou uma inesperada dor no peito.

— Está tudo bem, Jocelyn. Por favor, eu preciso que vocês continuem a procurá-lo. – ela soluçou e respirou fundo para retomar a calma. – Me avise se souber de algo.

Ao perceber que a ligação estava próxima do fim, ele voltou à cozinha dando passos largos e fingiu estar preparando o café. Enquanto manuseava os itens, seu pensamento martelava sua curiosidade e aguçava seu ciúmes, do tal nome dito por ela. Milhares de perguntas e possíveis explicações passaram pela sua mente e ele lutou para não transformar aquilo em um interrogatório desnecessário. Então, preferiu curtir o raro momento com Amanda e esquecer tudo aquilo por algum tempo.

Alguns minutos depois, Amanda apareceu, pálida e triste, segurando seu celular sem muita vontade.

— Está tudo bem?

— Um-hum. – respondeu desanimada.

Ela se sentou na cadeira junto à mesa de jantar e todo aquele brilho que iluminava seus olhos verdes havia se apagado.

— Quem é Jocelyn, se me permite perguntar.

— É uma amiga de Connecticut.

Mac serviu o café para eles e se encostou no balcão da pia, de onde podia observá-la, cabisbaixa.

— Está tudo bem mesmo? Eu posso te ajudar? Tem algo que quer me dizer?

Amanda tomou um gole da bebida e suspirou.

— Está tudo bem. Eu só sinto falta deles. – disfarçou.

— Seus pais moram em Connecticut?

— Não, meus pais já são falecidos. Ainda sinto falta de lá, dos meus amigos. É só.

Ele tomou um pouco da bebida preta e deixou sua caneca no balcão. Se dirigiu até ela e a puxou, para que se levantasse.

— Você pode visitar eles quando quiser. Não fica triste assim. Me devolve aquele sorriso de antes, vai!

Ela riu envergonhada.

Mac a abraçou e eles se beijaram, devagar e carinhosamente. Mesmo depois de cessar o beijo, o casal permaneceu abraçado, postergando o momento da separação.

— Eu tenho que ir. Amanhã tenho uma reunião na penitenciária de Saint James e sairei da ilha de madrugada.

Amanda consentiu e caminhou com ele até a porta de entrada.

Uma pequena gama de beijos curtos e a promessa de que se comunicariam no dia seguinte batizaram a despedida do casal.

Assim que ele partiu, ela se jogou em seu sofá, aquecida e embriagada pelo contato de Mac. Logo, Amanda se entregou aquele sentimento e permitiu que o xerife dominasse de vez seus pensamentos e consequentemente, seus sonhos.

==========

Mac ainda sentia o doce gosto dos beijos de Amanda e isso desenhava um grande sorriso em seu rosto.

Deitado em sua cama, ele repensava e relembrava os acontecimentos da noite e tentava identificar em qual momento Amanda havia tomado conta de seu coração.

Não tinha dúvida de que sua espera por um novo amor havia acabado. Entretanto, ainda haviam algumas coisas que precisava esclarecer antes das coisas se tornarem sérias. Inclusive, o passado dela.

Ele considerou deixar as coisas se apresentarem no seu devido tempo, todavia, o comportamento dela o intrigava. As respostas vagas que ela dava e em adição, a preocupação com o tal de Josh, acendera um alerta em sua mente.

Jess também havia dado respostas bastante vagas sobre Amanda, quando ele quis saber sobre o relacionamento das duas. Além de que, ela pareceu surpresa demais ao ver alguém de quem não se lembrava.

Essas considerações elevaram o nível de seu sinal de alerta e finalmente decidiu que era hora de acionar o seu recurso de investigação mais importante e precioso.

Depois de três sinais de toque, uma voz alegre soou do outro lado da ligação.

Não acredito! A que devo a honra de receber uma ligação do meu grande amigo Mac Taylor? 

Mac sorriu com a saudação exagerada da amiga.

— Oi Jo, estou muito bem, obrigado.

Jo respondeu ao cumprimento.

— Como estão as coisas por aí, xerife Taylor?

Ele contou algumas notícias para a colega e também ouviu as novidades do laboratório descritas por ela.

— Jo, eu preciso de um favor seu.

Manda.

— Quero que pesquise sobre alguém.

CODIS, DNA, ou Ficha Criminal?

Taylor hesitou por alguns segundos antes de explicar o alvo da investigação.

— É uma mulher.

Certo. Qual é o nome dela?

Amanda Clarkson.

— Ela se envolveu em algum crime? Do que está sendo acusada?

A maioria das vezes que Mac contatou Jo foi para auxiliá-lo em suas investigações, pesquisando suspeitos e traçando perfis. E assim, ela imaginava que esse fosse um caso similar.

— Não, Jo. – corrigiu Mac – é uma mulher que eu conheci, e que... – interrompeu envergonhado – estou interessado.

Jo levou um tempo para processar a declaração do amigo e assim que entendeu o pedido dele, gargalhou em êxtase.

Sério? Finalmente alguém derreteu seu coração, xerife!

— Por favor, Jo. – reclamou rolando os olhos, desacreditado.

Não, espera. Por que você quer que eu a investigue?

Ele suspirou.

— Eu tentei pesquisar sobre ela, mas não consegui acessar nenhuma informação ou registro.

Mac, você não está exagerando? Parece que você está com medo de se envolver e está buscando motivos para não ficar com ela.

Um suspiro decepcionado dele entristeceu Jo.

— Pode ser, mas tenho essa cisma de que existe algo. Ela tem um certo ar de mistério, sabe? Não fala muito do passado, desconversa quando pergunto detalhes da vida dela e chegou aqui de uma forma muito estranha. Parece que está sozinha desde sempre, além de que, os registros dela em Connecticut estão lacrados.

Lacrados? Connecticut? – perguntou surpresa.

Mac confirmou.

Estranho.

— Viu? E esse é apenas um detalhe. Infelizmente não tenho mais como descobrir qual a razão dos registros estarem lacrados. Por isso, eu estou te ligando, para pedir que pesquise isso para mim.

Jo considerou por alguns instantes o pedido do antigo colega de laboratório.

Está bem, Mac. Vou pesquisar o que for possível sobre essa tal de Amanda Clarkson, de Connecticut, e sem apelar para acessos não autorizados, ok? Mas antes, quero que me prometa uma coisa.

Mac franziu a testa e se preparou para assumir mais um dos compromissos desafiadores que Jo sempre fazia para ele.

— Sim?

Me prometa que vai parar com essa desconfiança e vai curtir a companhia dela, vai?

Ele sorriu contente com o apoio da colega.

— Está bem. Vou fazer isso.

Ótimo! Vou pesquisar sobre ela e te retorno. Não devo demorar muito.

Mac ainda informou que Jess conhecia Amanda, e que poderia ser questionada para informações adicionais. Para isso, pediu total discrição.

Os detetives ainda trocaram algumas palavras e se despediram. Assim que encerrou a ligação, um calor subiu pelo corpo dele, o fazendo expirar frustrado. A partir daquele momento, a verdade sobre a Amanda Clarkson poderia ser descoberta, podendo ser agradável ou o contrário. Por isso, ele tinha que se preparar para a notícia que viesse, todavia, nem mesmo com a chance de uma resposta ruim, o sorriso dela deixou seus pensamentos e logo também dominou seus sonhos.

==========

Como fazia todos os dias, no mesmo horário, Amanda pegou sua caneca de chá e sentou-se em seu balanço, esperando o xerife passar com sua viatura.

E como acontecia todos os dias, no mesmo horário, o xerife apareceu. Só que dessa vez, ele estacionou em frente a casa dela.

Ela recolheu o sorriso que tinha quando percebeu o semblante sério que ele vestia ao descer do carro. Um calafrio gelado percorreu seu corpo e temeu que pudesse ter descoberto alguma coisa.

Mac nem olhou para ela direito e subiu as escadas, indo direto para porta de entrada da casa.

— Amanda, você pode vir comigo, por favor? – ordenou firme.

Sem esperar, ele simplesmente abriu a porta e entrou.

— Claro. – respondeu assustada, já deixando a sua caneca de lado.

Ela se levantou do balanço e entrou, logo atrás dele. Assim que fechou a porta, ele a empurrou contra a parede e atacou seus lábios, ferozmente.

Amanda o abraçou e respondeu todas as carícias dele, com a mesma intensidade e excitação.

— Você me assustou! – reclamou Amanda dando um tapa no ombro dele.

Mac deu um sorriso maroto.

— Eu pensei em você o dia inteiro. Acha mesmo que eu ia me contentar em apenas passar por aqui e acenar?

Ela respirou fundo para tentar acalmar seus nervos.

— Achei que tivesse acontecido alguma coisa e que você fosse me prender!

Ele a pressionou de leve contra a parede.

— Pois eu devia fazer isso mesmo, sabia?

— E qual seria a acusação? – provocou roçando a perna em volta da cintura dele.

— Roubo.

— Roubo?

— Sim, você roubou meu coração.

Amanda deu uma breve risada irônica.

— Ah, entendo. E qual seria a minha pena? Medidas socioeducativas?

Mac se aproximou dela e cochichou em seu ouvido.

— Não. Medidas sexuais-educativas.

— Certo. E você quer aplicar alguma agora? – provocou.

Ele deixou beijos no ouvido dela e em sua face, e apesar de seu corpo clamar por ela, tinha outros deveres a cumprir.

— Não posso. Tenho que voltar à delegacia. Entretanto, a senhorita está proibida de deixar a cidade, pois está sob investigação. Tudo que fizer, terá que pedir autorização para mim.

— Sei.

— Vamos fazer alguma coisa hoje à noite?

Amanda se virou para a sua mesa de jantar e apontou uma pilha de papéis.

— Acho que não. Tenho todos aqueles trabalhos para checar.

Mac consentiu.

— Então, vamos passear na praia amanhã? Na volta, podemos pedir uma pizza, assistir um filme e quem sabe, aplicar sua pena?

— Me respeite, xerife! – reclamou dando outro tapinha no ombro dele.

Eles se beijaram e se despediram.

— Eu te ligo depois para combinarmos. – confirmou Mac.

Da varanda, ela acenou e mandou um beijo, enquanto ele dirigiu de volta ao distrito.

==========

Flack chegou bufando à delegacia e se jogou em sua cadeira. Sua impaciência interrompeu a animada conversa entre Julie e Lindsay, que esperava Danny encerrar o expediente para saírem juntos.

— Ele aprontou de novo, Flack?

— Quase, Julie. Ainda bem que eu cheguei logo, porque se o xerife fica sabendo, ia mandar o Adam de volta para Phoenix.

A secretária moveu a cabeça negativamente em sinal de reprovação ao novo episódio de embriagues de Adam.

O detetive procurou a sala do xerife e estranhou ela estar vazia.

— Onde está o xerife?

Antes que Julie pudesse responder, Danny surgiu no recinto, vindo da sala de arquivos do distrito.

— Foi ver a Amanda, óbvio! Você não reparou que todos os dias nesse mesmo horário ele dá uma saidinha?

Lindsey se mexeu desconfortavelmente na cadeira.

— Sério? O tal caminhão que atropelou ele? – perguntou Flack sarcasticamente.

Danny confirmou a suspeita do parceiro apenas com uma expressão facial.

— E me desculpem falar – interrompeu Julie chamando a atenção deles – eu sinto que ela o pegou de jeito. Ele está sorridente, sereno e até disperso, coisas que nunca vi antes. Parece que ele realmente está gostando dela, e espero que tudo dê certo.

A confissão da secretária animou os policiais, que concordaram com ela apenas pelo olhar.

— Espero que eles sejam muito felizes. – desabafou Danny – O xerife merece.

Lindsay não compartilhava da mesma esperança, e prontamente, a conversa que teve com a Amanda naquela manhã invadiu sua mente e a fez falar impulsivamente.

— O que o xerife não merece é sofrer por causa do que ela não contou a ele. – suspirou desanimada.

— O que você disse, Lindsay? – perguntou o xerife, recém chegado, da porta da delegacia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Será que a Lindsay está certa em sua suspeita? O que será que a Jo vai descobrir? Comentem! Grande abraço e até+!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Desconhecido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.