Amor Desconhecido escrita por Agent Krysten


Capítulo 3
Na Varanda


Notas iniciais do capítulo

Olá, vocês estão gostando dessa história? Espero que sim.
Agradeço aos comentários que recebi...obrigada!
Segue mais um capítulo.



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A pergunta de Adam gerou um calafrio em Mac e ele não conseguiu segurar mais sua caneca de café. Ao colocar o utensílio na pia, respirou fundo para responder.

— Desembucha, Adam. O que você descobriu?

Bem, xerife. Existem milhares de Amanda Clarkson nesse país, então eu tive que ir aplicando filtros de exclusão até chegar próximo de nós. E eu descobri uma coisa.

O xerife engoliu seco ao se preparar para a descoberta.

— E o que foi?

Ela é a nova professora de biologia no colégio Brunswick.

E o que mais, Adam? Vai fala logo! – ordenou impaciente.

Adam deu um suspiro frustrado do outro lado da linha, que foi percebido por Mac.

Mais nada, xerife. Não encontrei nenhuma informação sobre essa Amanda Clarkson. Precisaremos de alguma outra pista, qualquer coisa que possamos usar nessa pesquisa. Fora isso, parece que ela não tem passado.

— Adam, você usou o águia?

Águia era o codinome inventado pelo xerife ao acesso que ele tinha aos registros do seguro social do estado da Carolina do Norte.

Sim, xerife. Mas esses registros estão limitados aos inscritos no estado. Se ela veio de fora, não acharemos nada. Eu também chequei o registro dela na escola, e eles estão incompletos.

Mac passou a mão no rosto frustrado com as poucas notícias recebidas e se arrependeu de ter metido Adam nesse plano mal sucedido.

— Tudo bem Adam, obrigado.

Se eu descobrir algo novo te aviso, xerife.

O xerife desligou o celular e apesar de não ter recebido muitas informações, ele recebeu uma, e iria usá-la em seu favor.

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— Bom dia, xerife Taylor. O que devemos a honra de sua visita em nossa escola?

A diretora Murray o cumprimentou surpresa.

— Bom dia, diretora Murray. Eu vim ver como estão as coisas aqui no colégio. E se vocês estão precisando de algo que a polícia pode ajudar.

Eles se cumprimentaram e a diretora o guiou pelos corredores do prédio do colégio. As visitas do xerife a escola eram regulares quando alguns alunos problemáticos frequentaram o local. Todavia, após a transferência dos mesmos, os problemas praticamente cessaram e as visitas policiais se tornaram mais escassas.

— Felizmente não tivemos mais problemas como aqueles, xerife, e a nossa escola está cada vez melhor.

Ao passar por uma sala que estava com a porta aberta, os olhos de Mac congelaram em Amanda, que apareceu em cima da plataforma em frente ao quadro branco.

A saia longa quase cobria sua bota marrom e seus cachos, metade presos, deslizavam sobre a simples jaqueta jeans.

Murray percebeu a atenção do xerife no novo membro do corpo docente e interveio.

— Essa é a nossa nova professora, Amanda Clarkson. Está começando hoje.

— Hoje? E ela veio de onde? – disfarçou Mac.

— Connecticut. Estávamos à procura de uma profissional com a experiência dela e conseguimos. Espero que ela goste daqui.

Taylor estava prestes a começar seu interrogatório sobre a nova professora quando seu rádio comunicador interrompeu seus planos. O chamado era sobre um imprevisto nas preparações da queima de fogos para festa da cidade, prevista para acontecer na semana seguinte.

Ele se lamentou profundamente e se despediu da diretora e antes de desaparecer pela saída do colégio, deu uma última espiada em Amanda, que ministrava intensivamente para sua classe.

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Ao soar da campainha sinalizando o fim do período, os alunos recolheram seus materiais desesperadamente e trataram de abandonar a sala de aula.

— Classe, não se esqueça de ler os capítulos cinco e seis para analisarmos na próxima aula! – gritou Amanda, tentando vencer o barulho da movimentação dos alunos.

Amanda recolhia o material em sua pasta quando ouviu alguém chamá-la na porta.

— Amanda?

Ela consentiu e a visitante entrou na sala, indo em sua direção.

— Oi. Eu sou Lindsay Monroe, professora do quarto ano.

— Muito prazer, Lindsay.

Lindsay entregou uma cesta com enfeites aromáticos, flores e canela para Amanda, além de uma pequena lista com contatos e telefones, caso precisasse.

— Trouxe um presente de boas vindas para você. Espero que goste de nossa escola e pode contar comigo para o que precisar.

Amanda se encantou com a gentileza dela e propôs uma retribuição.

— Muito obrigada. É muito gentil. Mas preciso retribuir de alguma forma. Vamos tomar um café?

— Claro. Eu aceito.

Amanda pegou sua pasta e andou com Lindsay por alguns metros no corredor até confessar algo.

— Só tem um problema. Eu não conheço nenhuma cafeteria.

As duas riram da situação e Lindsay a acalmou.

— Não se preocupe. Vou te apresentar uma. A dona é a Aiden, uma velha amiga. Fica aqui pertinho. Podemos ir caminhando.

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— Fiquem à vontade e seja bem-vinda, Amanda. – declarou Aiden ao servir o café para elas.

Amanda adoçava seu café e reparou em mais um cartaz anunciando a festa, agendada para a próxima semana.

— Lindsay, o que é essa festa que todos estão comentando? Tem cartazes espalhados em todos os lugares.

Lindsay tomou um pequeno gole em seu café antes de responder.

— É uma festa que acontece anualmente, onde agradecemos e festejamos a vida na ilha, sabe, com relação à pesca, turismo, essas coisas. É bem legal, tem barracas de comida típicas, artesanato, jogos, shows e tudo na orla da praia. No encerramento, tem uma grande queima de fogos, que ilumina o mar em todas as cores. Acho que você vai gostar.

Amanda imaginou como seria a festa através da descrição de Lindsay e sorriu. Ela simplesmente amava essas festas típicas locais.

— Acho que sim. – confirmou.

— É uma festa para toda a família. Você pode convidar a sua para vir e conhecer a sua nova cidade.

O café desceu desconfortável e quente pela garganta de Amanda e lhe alertou para que se atentasse à resposta que daria sobre o comentário.

— Ah, sim, vou falar com eles. É um pouco longe para eles virem de... Quem sabe? – respondeu desajeitada.

Elas degustaram o café e Amanda aproveitou a disposição de Lindsay para falar e a deixou monopolizar o encontro, e assim evitou de ter que prestar explicações ou ficar respondendo sobre sua vida.

O bipe eletrônico da agenda de Amanda interrompeu o discurso de Lindsay e a lembrou de seu compromisso diário.

— Me desculpe Lindsay, mas tenho que ir. Ainda tenho que arrumar algumas coisas em casa.

Lindsay se calou e se entristeceu com a saída de Amanda.

— Que pena. Amanhã a gente se fala. Obrigada pelo café!

Amanda deixou a cafeteria apressada e alcançou o trolley, um tipo de transporte que circulava pelos bairros da ilha, para economizar tempo e chegar em casa antes do horário de seu compromisso.

Lindsay conversou alguns minutos com Aiden e quando se preparava para ir para casa, visualizou a viatura do xerife estacionando na frente da cafeteria.

Taylor e Danny entraram no estabelecimento e logo o policial viu sua namorada no balcão, conversando com Aiden.

— Oi, Montana. – suspirou Danny dando um beijo nela.

Ela retribuiu o namorado e depois cumprimentou o xerife.

Aiden notou a chegada dos policiais e já iniciou a preparação dos cafés, como fazia todos os dias.

— Eu estava aqui tomando um café com a professora nova da escola, a Amanda. – comentou Lindsay.

O nome atingiu os ouvidos do xerife à velocidade da luz e logo sua atenção se voltou para ela.

— É mesmo, Lindsay? E onde ela está? – perguntou Danny.

— Ela já saiu faz alguns minutos.

Ao ouvir a novidade, Taylor se aproveitou da distração do casal de namorados e saiu da cafeteria sorrateiramente, na esperança de encontrá-la no caminho e quem sabe, oferecer uma carona.

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Ele vasculhou as ruas próximas a cafeteria e as que eram vias diretas para a casa dela, mas não a encontrou. Quando finalmente ele virou a viatura na rua da casa dela, seu coração disparou.

Mac reduziu a velocidade do veículo e se questionou se deveria passar em frente a casa dela. Também se questionou se deveria parar e verificar se estava ela bem. Por fim, se questionou o porque estava agindo como um adolescente bobo e apaixonado.

Antes que pudesse encontrar a resposta para todas aquelas perguntas, sua viatura se aproximou da casa dela e ela apareceu na varanda, segurando uma caneca.

Amanda tinha seu olhar perdido na rua e enquanto saboreou o líquido que estava dentro de sua caneca, se sentou em seu balanço imóvel.

Ao passar pela casa dela, sua única reação foi de acenar para ela. Para o seu deleite, Amanda acenou delicadamente de volta, complementando o cumprimento com um lindo sorriso.

O gesto simples acalentou o coração do xerife e vestindo um amplo sorriso em seu rosto, ele dirigiu até o fim da rua e tomou o rumo de volta à cafeteria.

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Para o desespero de Mac, os dias que se passaram foram cheios de problemas e desentendimentos com relação às atrações da festa da cidade, incluindo três viagens a South Hampton para regularizar o transporte dos fogos de artifício. Isso drenou todas as suas oportunidades de se encontrar com Amanda.

Mesmo assim, ele descobriu um jeito de vê-la, mesmo que fosse por alguns segundos.

Todos os dias pela tarde, Amanda ia para sua varanda e se sentava no balanço imóvel, para degustar um café. Então, próximo aquele horário, ele passava com sua viatura na frente da casa dela e acenava para ela.

Amanda acenava de volta com um belo sorriso e assim, o coração de Taylor sossegava, permitindo que ele prosseguisse com os seus afazeres.

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Alguns dias se passaram e a excitação das novidades com relação a Oak Island haviam cessado e o sentimento de solidão tomou a mente de Amanda novamente.

O ambiente pacato e litorâneo do local lhe agradava. Mesmo assim, ela sentia falta das atrações da cidade grande. Na verdade, sua vontade se resumia a uma bebida alcoólica gelada e alguns petiscos e quem sabe, algum show ou jogo para assistir.

Ela abriu seu computador e buscou os bares da ilha e acabou encontrando um que lhe agradou.

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O gosto amargo da bebida molhou a sua garganta e lhe trouxe boas recordações.

Amanda gostava de sair para beber e conversar com seus amigos, contudo, essa atividade fazia parte apenas de sua memória. Além de que, na sua atual situação, era prudente que não se embriagasse, pois poderia dizer coisas que não devia.

Por ser dia de semana, o bar estava praticamente vazio. As poucas pessoas estavam espalhadas entre as mesas e o bar. Como companhia, a tigela com amendoins e a com queijo frito a levaram de volta aos bons tempos em Nova Iorque.

Uma movimentação no palco chamou a sua atenção. Alguns músicos preparavam e afinavam os instrumentos para iniciar o show e dentre eles, ela reconheceu o baixista.

O xerife Taylor apertou as cordas para manter a afinação de seu baixo e quando foi ajustar seu microfone, seu olhar identificou o par de esmeraldas que o observava do bar.

Seu sangue congelou e ferveu ao mesmo tempo quando Amanda sorriu e fez um gesto tímido com a cabeça, tentando cumprimentá-lo a distância.

Ele retribuiu o gesto e virou-se para falar com os outros integrantes da banda e sugeriu a música de abertura para a apresentação. O vocalista da banda pareceu não gostar muito da ideia e contrariado, liberou o microfone principal para ele.

Mac não costumava cantar nas apresentações da banda, mas naquela noite e com seu baixo em solo, deu o seu melhor e arrancou muitos aplausos da singela plateia.

Ao final da canção romântica, ele arriscou lançar um beijo tímido para ela e foi agraciado com o sorriso envergonhado mais bonito que já tinha visto.

Nas três músicas que se seguiram, os dois trocaram olhares, expressões e sorrisos, discretos e envergonhados. Ao término da terceira música, a banda declarou um intervalo e Mac correu para o bar, de onde ela o assistia.

— Xerife, você tocou e cantou muito bem.

Ele retrucou.

— Que nada. Eu só brinco um pouco com a banda. Para não enferrujar.

Mac apontou o banco vazio que estava ao lado do dela.

— Posso me sentar aqui ou está ocupado?

— Fique à vontade. – ofereceu.

— E então? O que traz essa bela senhorita a esse antro?

Ela levantou seu copo de chope, enalteceu a bebida e tomou um gole.

— Parece um ótimo motivo. – concluiu Mac.

Taylor gesticulou para o atendente e logo um copo de chope foi servido para ele também.

— Você não convida seus amigos para ver seu show?

— Somente em ocasiões especiais.

— Hum. – resmungou. – Então essa ocasião não é especial.

— Não era. Até agora.

Amanda e Mac sentiram suas faces corarem e ambos riram timidamente, ao mesmo tempo.

Mac tomou um gole de sua bebida para tentar sanar a secura que dominava a sua garganta. Enquanto ela parecia calma e serena na conversa, ele estava nervoso lutava para evitar que o suor frio cobrisse sua pele.

A banda retornou ao palco e logo uma nova canção romântica e suave era ouvida pelo bar.

Taylor tomou mais de sua bebida e aguçou a sua coragem para fazer o pedido.

— Você aceita dançar comigo?

Desajeitada, ela prontamente respondeu.

— Acho que não devo. Ou melhor, não posso.

A inesperada resposta negativa fez o sangue de Mac desaparecer de seu rosto e o deixou pálido como uma folha de papel.

A dúvida que aterrorizou sua mente naquele momento era se ela estava com alguém ou se simplesmente, não queria estar com ele.


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Notas finais do capítulo

Bem, vou parar por aqui e aguardo seus comentários para saber se continuo ou não com essa fic. O que vcs acham? Se puderem, comentem! Abs e até+



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