Amor Desconhecido escrita por Agent Krysten


Capítulo 16
Ela Não Pode Ir Com Você


Notas iniciais do capítulo

Saudações a todas (os). Segue mais um capítulo.
A escrita e a revisão foram rápidas, então se houver algum problema, por favor me avisem.
Segue.



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— Amanda?

Mac a chamou e tocou no rosto dela, tentando despertá-la.

Os olhos dela abriram com dificuldade, e quando o viu a acariciando, se levantou bruscamente.

— Você está bem?

— Mac, o Josh está aqui?

— Sim. – confirmou inspirado.

Confusa, ela se levantou e andou sem rumo pelo pequeno local.

— Como você sabe que é ele mesmo, Mac? Ele deve estar totalmente diferente agora, não sei se vou conseguir reconhecê-lo. Como vou saber? E se não for ele?

Percebendo o nervosismo dela, ele se aproximou para acalmá-la.

— Amanda, se acalma e presta atenção no que vou te dizer.

Mac a posicionou de frente para ele e ela o aguardou, um pouco desorientada.

— Fizemos o exame de DNA. Esse exame foi feito em um dos melhores laboratórios do país, por uma pessoa que eu confio demais. Seu DNA e do pai dele estavam no sistema da polícia de Nova Iorque, então não há nenhum engano. E a marca de nascença na perna esquerda, está lá também.

Ela soluçou em choro e ele a levou de volta ao sofá. Após confirmar que estava mais calma, sinalizou para que permanecesse ali.

Amanda respirou com dificuldade e esfregou uma mão na outra, nervosa.

E então, ela visualizou, vindo pelo corredor, Mac segurando um garotinho, como se fosse em câmera lenta.

Seu corpo se levantou instintivamente, e mesmo com os olhos cheios de lágrimas, conseguiu enxergar os cachos dourados e os grandes olhos verdes vindo em sua direção.

— Amanda, esse é o Josh. Josh essa é a sua mamãe.

Mac ofereceu o garoto para ela, que hesitou no início, mas o pegou em seu colo.

Sob o olhar admirado de Mac, Amanda o abraçou com carinho, tentando resgatar o contato com seu filho.

— Meu filho. – suspirou - Achei que tinha te perdido para sempre. Desculpa a mamãe, por deixar eles te levarem. Nunca mais vou ficar longe de você. Mamãe te ama, Josh.

Ao livrá-lo do abraço, confessou aliviada.

— Sinto o cheirinho dele.

Ela se sentou e analisou curiosamente o garoto. Passou suas mãos pelos cabelos, rostinho, peito, mãos e pernas.

— Como você cresceu, meu amor! – chorou admirada.

Mac segurou a sua emoção ao observar Amanda redescobrir seu filho, que não via há mais de um ano.

Josh estranhou a mulher que o segurava e estendeu os bracinhos na direção de Mac, que prontamente o pegou em seu colo.

— Que é isso? – perguntou Amanda surpresa.

— Josh está morando comigo há algumas semanas. Por isso, está acostumado comigo. Não é campeão?

Ele colocou a mãozinha no rosto de Mac e riu feliz. Ver os dois homens de sua vida interagindo daquela forma, aqueceu seu coração.

— Você está cuidando dele? – questionou emocionada.

— Sim. – confirmou orgulhoso.

Amanda tentou chamar a atenção de Josh e trazê-lo de volta para o seu colo, contudo, o menino a rejeitou e ensaiou um choro.

— Ele não vai se lembrar de mim, não é? – desabafou derrotada.

— Você tem fazer algo que costumava fazer com ele. E assim, ele vai se lembrar de você.

— Eu cantava para ele.

Ela cantarolou uma canção, como sempre fazia, para ele dormir.

O garoto se remexeu no colo de Mac e se virou para ela. Ele a observou por alguns segundos e escondeu a carinha no ombro do xerife, envergonhado.

Amanda continuou a cantar e aos poucos, Josh foi se inclinando para o lado dela, estendendo os bracinhos, pedindo colo.

— Vem com a mamãe, amor!

Josh se ajeitou no colo da mãe, embalado pela conhecida canção. Mac retirou o pequeno dinossauro de borracha de seu bolso deu para ele, que logo se entreteve com o brinquedo.

— Ele é um ótimo garoto, Amanda. Bem tranquilo e bastante esperto.

— Não sabia que você tinha jeito com crianças também, xerife.

Mac riu, misterioso.

— Tenho que confessar. Corri imediatamente para a casa da minha mãe.

Ela o mirou surpresa.

— Ah, eu sabia! E onde ela está? Preciso agradecer por cuidar do meu filho.

— Está esperando na outra ala do hospital. Você sabe que o Josh não pode ficar aqui, não é? Daqui a pouco, tenho que levar ele.

Amanda confirmou decepcionada. E tendo ciência de que o tempo passaria rápido, investiu toda a sua atenção no filho, que já se divertia confortavelmente em seu colo, puxando seus cachos e tentando alcançar qualquer coisa que estava ao redor do sofá.

Mac apenas os interrompeu quando o horário de levar Josh chegou.

— Amanda, está na hora.

Um caloroso abraço e um carinhoso beijo na testa do menino fecharam o reencontro entre mãe e filho.

— Não se preocupe. Ele estará esperando por você, quando sair do hospital. Minha mãe vai cuidar dele.

— Ninguém vai levar ele embora, não é Mac? – perguntou receosa.

— Não. Tenho a guarda temporária dele, além de que, a minha colega e policial Jo, está aqui para cuidar dele também.

Com o coração apertado, Amanda se despediu de seu filho, que desapareceu no corredor no colo de Mac. E esse era o único fato que lhe acalmava e fortalecia sua confiança em que tudo ficaria bem.

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O sono não conseguiu render os pensamentos de Amanda, que estavam totalmente no reencontro com seu filho. As emoções borbulharam seu sangue e ela mal podia acreditar que havia segurado o filho, e como ele estava lindo, crescido e saudável.

Adam bateu delicadamente e abriu a porta do quarto, pedindo autorização para entrar. Ele havia acabado de burlar as ordens de Jocelyn e entrado escondido na ala onde estava Amanda.

Ela autorizou e ficou contente com a visita.

— Oi Adam, como você está?

— Estou bem. Eu vim pedir desculpas por ter colocado você em risco. Quando aquele homem te procurou em Oak Island, eu passei informações, porque estava bêbado.

Amanda se levantou da cama e foi até ele, dando-lhe um abraço.

— Adam, você salvou minha vida e a do Mac. Não precisa se desculpar. E eu tenho que te agradecer.

Envergonhado, sua face corou ao receber um beijo dela.

— Mas tenho que perguntar. Como você encontrou meu celular de contato e por que você resolveu ir atrás da gente?

Adam explicou que decidiu ir atrás deles após a descoberta da voz misteriosa, e que não tinha o celular dela de contato.

— Adam, não foi você que me ligou e marcou o encontro na cabana?

— Não.

Amanda bufou frustrada quando a verdade foi-lhe apresentada pela sua mente.

— Aquele desgraçado se passou por você e armou tudo! E como ele descobriu o meu contato?

— Deve haver algum vazamento nesse programa, além de que ele já deveria estar te vigiando há algum tempo.

Considerando o comentário dele, Amanda se lembrou de algo que o bandido lhe disse na cabana.

— Claro! Ele me disse que esse programa tinha mais furos que queijo suíço. Eu preciso fazer uma denúncia para Jocelyn sobre isso. Outras pessoas podem estar em perigo.

Adam concordou com ela e resolveu apressar a sua saída antes que contatasse Jocelyn.

— Bem, eu tenho que ir. Amanda, desejo tudo de bom para você e o xerife. Desculpe se fiz alguma coisa de errado.

— Tudo de bom para você também, Adam. Obrigada por tudo e se cuida.

Eles se despediram e assim que Amanda se viu sozinha no quarto, ligou para seu contato no programa.

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Mac e Jo acobertaram a visita secreta de Adam e o esperaram na entrada da ala especial do hospital.

A ligação de Amanda caiu como uma luva e desviou a atenção de Jocelyn, que se distanciou deles e permitiu que Adam saísse disfarçadamente.

— Você falou com ela, Adam?

— Sim, xerife. Obrigado. E você também, Jo.

Jo respondeu ao agradecimento dele e aproveitou para levantar um assunto que pensou durante todo aquele dia.

— Você é bastante habilidoso com computadores e análises, não é Adam? Sabe, estou precisando de uma pessoa com o seu perfil no laboratório de criminalística em Nova Iorque. Você tem interesse?

Adam arregalou os olhos, feliz com o reconhecimento e a oferta da detetive de Nova Iorque. Ele franziu a testa e olhou o xerife, que lhe agraciou com um olhar orgulhoso.

— Isso significa que vou poder usar toda a estrutura da polícia nas minhas pesquisas, pegar alguns bandidos pela cidade e usar aquela sirene no carro para fugir do transito?

Jo e Mac riram juntos.

— Não, significa que você vai ter que trabalhar duro, dia e noite, analisando inúmeras provas e resolvendo os mais desafiadores crimes para prover a correta condenação aos criminosos e o conforto às famílias das vitimas.

Adam reconsiderou a oferta por alguns segundos.

— Estou dentro! Quer dizer, se o xerife me autorizar.

— Você não tem que pedir permissão para mim, Adam. É a sua vida, sua carreira e seu futuro. Mas devo te alertar de que a Jo não é tão paciente e boazinha como eu.

— Me mande seu currículo amanhã e vejo o que posso fazer.

Ele agradeceu aos dois detetives e saiu apressado, para arrumar sua documentação e mandar para Jo o mais rápido possível.

— Você tem certeza, Jo? O Adam já teve alguns problemas.

Jo olhou o colega com admiração.

— Se você acreditou nele, por que eu não iria?

Mac a abraçou e os detetives se despediram.

— Estou indo ver a sua mãe e o Josh.

— Mande um abraço e diga a ela que estou bem. Amanhã, estarei lá com eles.

Jo consentiu e deixou o hospital enquanto ele voltou para seu leito, uma vez que só receberia alta no dia seguinte.

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Mac resgatou suas poucas coisas em uma pequena bolsa assim que recebeu alta do hospital. Seu corpo apenas apresentava alguns hematomas, que desapareceriam com o tempo. Fora isso, não haviam maiores consequências do infeliz incidente na cabana.

Sua mente trabalhava na velocidade de mil quilômetros por hora, planejando a sua vida com Amanda e Josh. Mudanças na casa, quarto de bebê e horas de folga já entravam na lista de prioridades que não via a hora de executar.

Nem a chegada da colega Jo interrompeu suas ações e pensamentos, até que ela assim o fez.

— Pronto para ir para casa?

— Sim. A Amanda já saiu do hospital?

— Já. Foi transferida para um hotel na cidade.

— Ótimo. Preciso saber em qual hotel. Vou buscá-la e levar os dois para casa comigo.

— Mac, tem uma coisa que preciso te falar.

O tom de voz da colega o alertou, e ele lhe deu atenção total.

— A Amanda não vai poder ir com você.

Instantaneamente, seus planos se apagaram, assim como seu sorriso.

— O que você quer dizer com isso?

Jo bufou decepcionada e se sentou na poltrona no quarto, sob o olhar desesperado de Mac.

— A Amanda vai ser realocada daqui a dois dias. Ela ainda faz parte do programa de proteção às testemunhas e você não pode ir junto. Somente familiares são incluídos no programa, quando necessário.

Ele se apoiou na cama e cruzou os braços, processando os impactos da informação provida pela amiga.

— Por que ela ainda faz parte desse programa se as ameaças contra ela já não existem mais?

— A Amanda, quer dizer, a Stella, escolheu um caminho sem volta, Mac. Tanto é que ela foi declarada morta, para regularizar a sua situação na polícia. Ela simplesmente não pode voltar a ser quem era, nem mesmo ser Amanda, pois esse disfarce foi descoberto. Pode ser, que a partir de agora, ela permaneça estável, pois as ameaças foram removidas. Mas ela nunca mais sairá do programa.

Ele fez um movimento negativo com sua cabeça.

— Isso não faz sentido, e nem é justo com ela. E nem comigo. – suspirou.

Jo observou a angústia dele por alguns momentos antes de repetir uma informação importante.

— Ela não pode sair. Familiares podem entrar. Entendeu?

— Não posso entrar nesse programa, Jo. Não posso deixar a minha mãe, e nem abandonar o que conquistei em minha vida. E continuar nisso, é totalmente desnecessário.

Mac levou suas mãos à cintura e bufou frustrado.

Jo se levantou e decidiu deixá-lo sozinho, para pensar melhor em como iria lidar com aquela difícil situação.

Nem o barulho da porta do quarto se fechando abalou a sua concentração. Ele precisava pensar rápido e decidir mais rápido ainda. As opções que tinha, estavam claras, assim como os prós e contras das duas. E elas confundiram infinitamente seus pensamentos, mas não seus sentimentos.

Ele pegou sua bolsa e saiu apressado, à procura de Jo. Somente ela poderia ajudá-lo a resolver essa situação.

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Amanda aproveitou um momento de tranquilidade e escapou para o jardim do hotel, onde havia um irresistível balanço.

Apenas um impulso leve embalou seu corpo e mente, a levando para longe daquele jardim.

Ela refletiu sobre a sua condição. Josh estava vivo e de volta aos seus braços. Philip, morto, não lhe oferecia mais perigo. E o grande amor de sua vida, Mac, estava bem.

Por várias vezes, ela acreditou que nada se resolveria e cada resposta negativa de Jocelyn, significava mais uma peça de concreto no grande muro que se formava em seu caminho. Ao chegar em Oak Island, nunca imaginou que aconteceriam tantas coisas boas em tão curto espaço de tempo.

Todavia, nem tudo estava resolvido. Em dois dias ela seria recolocada e apesar de poder recomeçar sua vida com Josh, teria que deixar um pedaço de seu coração para trás. Mac não poderia se juntar a eles. E nunca, em sua concepção, ela poderia tirá-lo da vida que tinha, e fazê-lo abrir mão de tudo que havia sido e conquistado no passado, para seguir com ela no programa.

— Amanda? – chamou Mac docemente.

A voz que soou como uma melodia a interrompeu e a trouxe de volta ao balanço. Ela escorregou no banco, fornecendo um lugar ao seu lado.

— Oi.

— Amanda, eu quero te pedir autorização para fazer uma coisa.

Ela franziu a testa intrigada e sinalizou para que ele continuasse.

— Eu sei que o Josh tem o pai biológico conhecido, mas eu amo ele demais e gostaria de cuidar dele, participar da vida dele. Vê-lo crescer. Por isso, quero dar meu nome para ele. Quero adotá-lo. Claro, se você permitir.

Amanda sorriu nervosa e impediu um soluço de choro.

— Certamente, Mac. Você seria um ótimo pai. Mas você sabe que daqui a dois dias...

— Deixa eu terminar, tem mais uma coisa. – interrompeu.

Ela se calou e permitiu que ele continuasse.

— Mas para isso, preciso te dar o meu nome primeiro.

Mac se ajoelhou em frente de Amanda e abriu a pequena caixa preta, onde descansava um delicado anel de noivado.

— Amanda Clarkson, você quer casar comigo?

Amanda respirou fundo e fechou os olhos, aliviada e desesperada ao mesmo tempo. Ao ver Mac se declarando para ela e oferecendo o anel de compromisso, sentiu sua garganta fechar. Não era justo arrastá-lo para aquele processo, por tantas vezes, injusto e doloroso.

— Mac, você sabe que daqui a dois dias...

— Amanda, responde a minha pergunta. – interrompeu. – Você quer se casar comigo?


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Notas finais do capítulo

Será que Amanda vai aceitar a proposta? Comentem! Abs e até+!



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