Você é uma vergonha, Rose Weasley ! escrita por pureblackgalaxy


Capítulo 8
Capítulo 7 - Começando a progredir


Notas iniciais do capítulo

Queria muito agradecer a todos os acompanhamentos ♥
Mais um capítulo pra vocês



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O restante da semana foi extremamente difícil. Por mais que eu estivesse focada e determinada, eu estava cada vez mais sentindo falta dos doces, e o fato de meu pai estar chegando quase todos os dias com uma porção enorme de batata frita com cheedar e bacon, não ajudava em nada. Além disso, Hermione Weasley tinha tirado os dias para e encher e me humilhar, o que implicou em mais alguns cortes em meu pulso. Por mais que devesse, eu não quis começar a fazer terapia.

Mas apesar disso tudo, eu não cai na tentação e não comi nada do que não deveria. Já havia se passado uma semana desde a consulta com a Dra Carrow e hoje era dia de retorno, então tomei meu banho tranquilamente e, quando fui me trocar, quase surtei de felicidade quando a calça jeans, que entrava com muita dificuldade, entrou com muita facilidade. Me permiti dar um leve sorriso e coloquei um moletom, enquanto descia para o café da manhã.

Me dirigi para a cozinha silenciosamente e peguei um mamão, uva e mais algumas frutas e coi ali mesmo, ignorando a discussão que meus pais tinham na cozinha. Quando terminei, subi para o banheiro em meu quarto e escovei os dentes, peguei o livro que estava lendo e voltei para a sala, onde minha mãe me esperava com uma expressão furiosa, como sempre. Saímos de casa e aparatamos na rua de trás do consultório, como sempre, e ficamos esperando até que a Dra Carrow nos chamasse. Cerca de meia hora depois, ouvimos meu nome ser chamado e entramos na sala.

— E então Rose,  vejo que sua calça está um pouco mais larga – Ela comentou dando um leve sorriso, e eu retribui – Suba na balança, por favor – Ela pediu e eu obedeci ansiosa, retirando meu tênis antes. Agora seria o momento de ver se tudo o que eu tinha feito tinha dado algum resultado. – Começou muito bem Rose ! Você está com145 quilos agora – Dra Carrow disse anotando em uma folha, enquanto eu encarava a pequena tela, completamente estática. Eu tinha conseguido perder cinco quilos em uma semana, coisa que eu nem sabia ser possível ! Olhei de esguelha para minha mãe, mas ela não parecia prestar muita atenção no que acontecia. 

A Dra Carrow pediu para que eu voltasse em duas semanas, e ela queria que eu perdesse mais oito quilos, o que me deu certo medo, sabia que tinha sido uma sorte absurda ter perdido cinco em uma semana. Assim que cheguei em casa, mandei uma carta para Lily e Alvo contando de meu pequeno progresso e me troquei imediatamente, extremamente animada para caminhar e continuar progredindo. Eu sabia que podia demorar e que eu teria muitas dificuldades no caminho, mas eu chegaria lá.

Fiz a uma hora de exercício e voltei para a casa, joguei uma água no corpo e me deitei na cama, onde simplesmente apaguei, por toda a tarde. Acordei as sete da noite com meu estômago roncando de fome, e fui em direção a cozinha. Como estava sonolenta e com uma preguiça descomunal, cozinhei apenas alguns legumes e comi, e por incrível que pareça, comer apenas isso estava saciando a minha fome. Lavei a louça que tinha sujado e estava começando a subir as escadas, quando ouço a porta sendo destrancada.

Arregalei os olhos em pânico e corri pelas escadas, sem a menor vontade de encontrar meus pais ou meu irmão na sala, e me fechei novamente no quarto.Não demorou muito para que eu escutasse vozes se elevando, mas dessa vez, a coisa parecia mais séria. Sai silenciosamente do quarto e fui até a escada, para espiar o que estava acontecendo

— EU NÃO AGUENTO MAIS VOCÊ HERMIONE

— AH, JURA ? ENTÃO PORQUE NÃO RESOLVEMOS ISSO LOGO ?

— CONCORDO ! ACABOU HERMIONE ! VOU PARA A CASA DO HARRY – Ouvi meu pai dizer e, em seguida a porta se fechar com um estrondo assustador. Pude ouvir minha mãe chorar e gritar e, em seguida, o barulho de vários objetos sendo arremessados com violência contra a parede, quebrando-se.  Eu sabia que aquilo iria acabar acontecendo, o casamento dos meus pais estava péssimo a um bom tempo, eles tinham personalidades completamente diferentes.

As coisas só pioraram quando minha mãe começou a subir de patente no Ministério, onde trabalhava no Departamento de Mistérios e , com a enorme quantidade de trabalho que ela tinha, somada com a enorme quantidade de trabalho que meu pai tinha no Departamento dos Aurores, eles acabaram se distanciando ainda mais, e com isso o casamento foi ruindo aos poucos, ficando juntos apenas pela “imagem”. Sabia que , talvez, Hugo ficasse mais sentido com a separação, mas para mim estava sendo um alívio.

Sabia que , com o divórcio, minha mãe se afundaria ainda mais no trabalho, e com a graça divina, não teria tempo ou cabeça para ficar pegando no meu pé. Peguei meu livro e voltei a minha leitura, me esquecendo de tudo o que estava acontecendo a minha volta, até que minha mãe abriu a porta com certa violência e ficou me lançou um olhar de profunda tristeza, que eu nunca tinha visto antes. Por alguns minutos, tive até compaixão com ela..mas só por alguns minutos mesmo.

— Você ouviu ..

— Sim, ouvi e não, não vou contar para ninguém do que ouve aqui, se essa é a sua preocupação – Eu disse, sem tirar os olhos do meu livro. Ela ficou em silêncio e deixou meu quarto, fechando a porta logo em seguida.

Os dias e semanas foram se passando dessa mesma forma, e logo as férias acabaram, chegando o momento de volta as aulas. Nesses dois meses que se seguiram, eu já havia perdido quase dezoito quilos e , pela primeira vez, eu não voltaria para Hogwarts com meus primos. Me despedi de Alvo e Lily no dia seguinte, e como não queria ser motivo de chacota mais uma vez e acabar com a alegria proporcionada pelo meu progresso, preferi não ir até a estação.

Meus pais estavam, oficialmente, se divorciando. Eu, Hugo e minha mãe ficaríamos na casa, e meu pai voltou para Toca temporariamente, enquanto não achava uma casa nova para si. Ficou definido que eu o visitaria a cada quinze dias, mas como eu sabia que ele não fazia a menor questão de me ver ( e eu também não fazia), isso não tinha acontecido até o momento. Como ficaria em casa, eu recebi tudo o que os professores dariam em sala de aula e teria que me virar com os livros e as anotações que Alvo ficou de me mandar.

Quando chegasse a época dos NIEM’s ( exames obrigatórios, que devemos prestar no sexto ano em Hogwarts) um avaliador apareceria aqui em casa, e eu faria a prova normalmente. Eu sabia que quando voltasse para o sétimo ano, as coisas poderiam ficar ainda piores do que quando voltamos para casa ao final do quinto ano, mas isso já não me importava mais, pois eu sabia que estava progredindo e, sem dúvida alguma, voltaria uma pessoa diferente. Depois de levar muitas broncas de Alvo, Lily e da própria Dra Carrow ( que no final, acabou se revelando uma ótima amiga), acabei cedendo, e procurei uma terapeuta.

As sessões estavam me fazendo muito bem e me ajudando muito , pois eu sabia que , mesmo sendo menor de idade, ela não poderia contar nada das sessões aos meus pais, devido ao sigilo obrigatório. No começo eu tive grandes dificuldades, pois aprendi a confiar somente em Alvo e Lily, e mesmo confiando neles, não era tudo o que eu conseguia contar. Mas o fato é que estava me ajudando muito, e eu já estava a um bom tempo sem me cortar, o que não piorava as minhas inúmeras cicatrizes no pulso. Parecia que, agora, estava tudo começando a se ajeitar..


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