Você é uma vergonha, Rose Weasley ! escrita por pureblackgalaxy


Capítulo 29
Capítulo 28 - Uma mãe irresponsável


Notas iniciais do capítulo

Vocês pediram e aqui está: um POv da Hermione !!
Obrigada pelos reviews gente, e por favor, leiam a minha one
https://fanfiction.com.br/historia/722961/Meu_maior_erro/



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Pov Rose Weasley

Acordei as sete e meia da noite, me sentindo completamente desnorteada. Me espreguicei e levantei da cama , escovei meus dentes e arrumei meu cabelo.  Fui até o espelho do quarto e uma careta se formou em meu rosto ao ver o quão amarrotado meu uniforme estava, então peguei minha varinha e fiz alguns feitiços para deixa-lo mais apresentável, peguei minha mochila e coloquei uma calça leggin e uma blusa larga dentro, e sai do quarto. Assim que desci as escadas do dormitório, me deparei com o Salão Comunal cheio mas sem sinal de Lily, então sai pelo buraco do retrato e fui em direção a sala precisa para me exercitar, já que eu não estava com um pingo de fome.

Fiz todos os meus exercícios com muito mais intensidade do que o normal, e quando terminei estava completamente exausta e dolorida. Tomei banho na própria sala precisa e coloquei meu uniforme novamente. Fui em direção ao salão principal e dei graças a deus por ele já está mais vazio, então me servi do meu costumeiro prato de legumes e jantei com calma, pensando nos recentes acontecimentos. Encontrei Lily no  Salão Comunal e fizemos nossos deveres juntas, conversamos um pouco e depois subimos. Tomei um banho quente e demorado, peguei um frasco de poção do sono na minha mala ( estava sem um pingo de sono por ter dormido a tarde inteira, então decidi tomar a poção para não desregular totalmente o meu relógio biológico) e dormi como uma pedra, a noite inteira.

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Pov Hermione Granger

Observei novamente a carta que tinha escrito para Durmstrang e soltei um longo suspiro, enquanto lacrava-a e a dava para a coruja entregar. Quando a ave alçou voo, me espreguicei na cadeira e observei a foto da minha família na mesa. Em que momento eu fechei os olhos a ponto de sequer perceber que meu filho de 15 anos estava usando drogas ?  E pior ainda, como eu pude negligenciar minha filha daquela forma, fazendo-a chegar ao ponto de se auto mutilar, sem nem entrar na adolescência direito ?  Em que tipo de mãe eu havia me transformado ?

Suspirei novamente e sai do escritório, me detendo por alguns minutos na porta do quarto de Rose, decidindo se devia entrar ou não e acabei me decidindo pela primeira opção. Haviam diversas fotos dela com Alvo e Lily pregadas na parede, ambos com sorrisos enormes e contagiantes, haviam algumas fotos dela com James em que eu podia identificar aquele típico olhar de adolescente apaixonado, e isso me fez sentir uma pontada de dor no coração.  Rose nunca me procuraria ou me mandaria uma carta falando sobre isso, me pedindo conselhos..assim como também jamais viria chorar em meu colo quando seu coração fosse partido. Ela tinha herdado de mim a paixão por leitura e só agora eu via como nossos gostos eram parecidos, mas isso era outra coisa que eu sabia que ela nunca conversaria comigo a respeito.

— Não é como se você merecesse que ela falasse, Hermione – Sussurrei, amarga. Entrei no banheiro e pude reparar que tinham pequenas manchas de sangue entre os azulejos. Eu me sentia mal por invadir a privacidade de minha filha dessa forma, mas eu sabia que ao menos por um tempo, essa seria a única forma pela qual eu conseguiria conhecer a minha filha. Abri a porta de um dos armários e vi vários frascos de perfume e fiquei confusa. Não me lembrava de Rose ter tantos perfumes assim e peguei um dos frascos, e assim que olhei atentamente, meus olhos se arregalaram: eram poções curativas.

Então é dessa forma que ela escondia as cicatrizes dos cortes, pensei, sentindo meus olhos encherem de água e a culpa me corroer. Eu não sabia quando comecei a ficar tão cega e nem porque não pensei em procurar ajuda quando Rose começou a engordar tão drasticamente, mas isso não importava agora, o estrago já estava feito e seria muito melhor se eu não tivesse feito nada ao invés de começar a humilha-la e a destrata-la. Céus, em que tipo de pessoa eu me tornei ?

Eu e Ron estávamos tentando refazer nossos  laços com Rose, mas eu sabia que não seria tão simples assim. Ela ainda tinha medo de nós  a ponto de ficar completamente congelada de terror quando eu chego perto dela para abraça-la, ela ainda prefere desabafar e contar qualquer tipo de problema que tenha para Alvo, Lily e até mesmo James..ela estava se reaproximando de Victorie, e por mais horrível que seja admitir isso em voz alta, eu tinha inveja dos meus sobrinhos, pois Rose ficava a vontade com eles de uma forma que, talvez, nunca ficasse comigo ou com Ron. Por falar em Ron nós acabamos nos reaproximando , com tudo o que aconteceu com Rose.

Flashback on

Eu estava sentada em uma das cadeiras da sala de espera do hospital,  com Harry ao meu lado. A sala  estava grotescamente enfeitada para o Natal, que aliás, estávamos comemorando  na Toca, quando Rose acabou desmaiando no meio da cozinha , então a trouxemos para o St Mungus. Quer dizer, James a trouxe, nós só a acompanhamos.

— Hermione, ela tem medo de nós ! – Ron disse, assim que eu entrei no hospital junto com Harry. Eu o olhei incomodada e continuei andando, sem acreditar do que ele falava. Eu era a mãe dela, como ela podia ter medo de mim ? Mas eu entendi o que Ron quis dizer assim que entrei no quarto, e o olhar carinhoso e grato que ela lançava a James mudou para aterrorizado e amedrontado para mim, me fazendo congelar ali mesmo.

James fez menção de se levantar para nos dar privacidade, mas ela apertou a mão dele com tanta força, que era possível ver os nós de suas mãos ficarem brancos. Ele virou-se para Rose, e eu pude ver ela negando com a cabeça, e o medo era visível em seus olhos. Tinha um pedido claro em seu olhar : por favor, não me deixe sozinha com ela. O olhar aterrorizado de minha própria filha e o olhar sem graça de James logo em seguida me doeu muito mais do que o dia em que Bellatrix Lestrange me torturou na Mansão Malfoy, a dor que eu senti naquele momento foi muito maior do que a que eu sentia toda vez que olhava para a cicatriz das palavras “ sangue ruim” em meu braço.

Sem esperar por nenhuma palavra de qualquer um dos dois, sai quase correndo do quarto e corri em direção ao banheiro, me trancando em uma das cabines. Abaixei a tampa do vaso e me sentei nele, escondendo meu rosto em minhas mãos. Ron tinha razão, Rose realmente tinha medo de nós, e só agora eu conseguia enxergar o horror em que transformei a vida da minha própria filha. Ela estava sim emagrecendo, havia perdido muito peso nos últimos meses, mas eu nunca parei para pensar na forma em que ela estava fazendo isso. Ela tinha parado de comer ? Ou ela comia, e colocava tudo para fora depois ? Ela tinha procurado ajuda antes de fazer isso ?

Cada hipótese só aumentava o meu medo, eu já sentia minhas lágrimas quentes e salgadas escorrendo por todo o meu rosto, meu coração doía e a culpa me esmagava. Eu achava que não estava fazendo nada de errado, e nunca tinha percebido o quão horrível eu estava sendo..logo eu, que sempre lutei pela libertação dos elfos domésticos na época do colégio, que lutei para que os bruxos nascidos trouxas tivessem os mesmos direitos que os puros sangues, assim como os gigantes, centauros e qualquer outra criatura mágica. Eu sempre achei que estava lutando contra todos os tipos de preconceito, para ajudar todas as pessoas a se libertarem das correntes que a prendiam e entendessem que eram muito mais do que aquilo que os outros falavam..mas a verdade era que eu estava sendo tão cruel quanto os agressores das pessoas que eu defendia.

Que tipo de pessoa minha filha achava que eu era ? Parando para pensar, meus pais e toda a família Weasley não tratam Rose de uma forma diferente da qual eu trato..como eu permiti isso ? Me obriguei a respirar fundo e a me acalmar, então sai da cabine e fui em direção a pia, abri lentamente a torneira, fechei minhas mãos em concha , permitindo que elas se enchessem com a água fria  e então joguei em meu rosto, sem me importar com o fato de isso borrar ainda mais minha maquiagem, já destruída por conta das lágrimas.

Sequei meu rosto cuidadosamente com o papel e tirei o resto da maquiagem de meu rosto, joguei o papel fora e sai do banheiro. Andei em direção a sala de espera e encontrei Ron sentado desleixadamente em uma das cadeiras, com uma expressão de enterro idêntica a minha, seu olhos fixos em um ponto qualquer.

— O que fizemos Ron ? – Eu perguntei, me sentando ao lado dele. Ele direcionou o olhar a mim e soltou um suspiro derrotado, balançando a cabeça negativamente em seguida.

— Não sei Hermione – Ele disse sincero – Só sei que , provavelmente fizemos a vida da nossa filha um verdadeiro inferno a ponto dela ter medo de ficar sozinha com a gente ! Hermione, ela se corta desde o segundo ano de escola ! Os pulsos da Rose tem mais cortes do que eu imaginei ser possível, ela tentou suicido duas vezes, Hermione ! – Cortes, suicídio..cada palavra de Ron fazia meu estômago despencar e a minha vontade de chorar aumentar. Suspirei fundo e voltei a enterrar meu rosto entre as mãos, apoiando meus cotovelos em minhas pernas – E tudo isso porque não a ajudamos quando ela precisava

— Precisamos concertar isso, Ron – Eu disse decidida, depois de um tempo em silêncio. Olhei em sua direção, e me surpreendi em ver que ele chorava. – Já negligenciamos nossa filha por tempo o suficiente, precisamos ser agora os pais que nunca fomos e ajuda-la da melhor maneira possível

— Será que ela ainda aceita nossa ajuda ? – Ron perguntou, e eu senti meu sangue congelar. Eu não tinha pensado naquela possibilidade.

Flashback off

Meu rosto estava molhado pelas lágrimas com as lembranças. As coisa caminhavam lentamente com Rose, eu achei que nada poderia me deixar pior..até eu descobri que Hugo, o filho que eu tanto paparicava e viva jogando na cara de Rose que era melhor do que ela, era um traficante na escola e tinha acabado de ser expulso da mesma. Agora, eu estava prestes a manda-lo para Durmstrang, uma escola que mudou com o tempo, e hoje ao invés da fama de cultuar as Artes das Trevas, tinha fama de ser a escola para casos perdidos.

Eu não sabia se Hugo era um caso perdido ou não, mas eu não tinha mais o que fazer além de vista grossa, e uma escola que pudesse fazer isso por mim enquanto ele estivesse fora.


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