Você é uma vergonha, Rose Weasley ! escrita por pureblackgalaxy


Capítulo 23
Capítulo 22 - Acertos de contas e Novos problemas


Notas iniciais do capítulo

Oi seus lindos ! Quero, primeiramente, agradecer a JustKah pela sexta recomendação da fic ! Quase surtei quando li, e eu fico imensamente feliz que você esteja gostando da fic ! O capítulo de hoje é pra você
Segundo, muitos tem me perguntado qual o shipp principal da fic, e eu quero pedir desculpas, pois não deixei isso claro : NÃO TEM UM SHIPP PRINCIPAL ! por mais que tenha alguns momentos românticos, o foco da fic é a transformação da Rose ! Peço desculpas mais uma vez pela confusão
Terceiro: MUITO OBRIGADA PELOS REVIEWS !



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Eu fiquei alguns segundos encarando Hugo, completamente surpresa e também com medo. Por mais que o olhar dele não demonstrasse que teríamos mais uma conversa destrutiva, fazia muito tempo desde a minha última conversa civilizada com meu irmão mais novo.

— Tudo bem, vamos até os jardins – Eu disse

— Porque não vamos até a sala precisa ?

— Desculpe Hugo, mas aqui em Hogwarts eu só fico sozinha com a Lily e o Alvo – Eu disse e ele assentiu, apesar de seus olhos transparecerem um pouco de mágoa. Seguimos em silêncio em direção aos jardins da escola, que estavam lotados de alunos aproveitando o dia de folga dos estudos.

Foi um pouco difícil , mas depois de darmos algumas voltas no jardim, achamos um lugar onde não tinha muita gente e então nos sentamos no chão. Fiquei olhando para Hugo em silêncio, esperando que ele começasse a falar.

— Eu estava tentando reunir coragem pra falar com você..- Hugo balançava as pernas e torcia os dedos nervosamente, sem me encarar -  Sinto muito por ter sido um covarde, por não estar ao seu lado quando você precisava...e principalmente, por nunca ter impedido nada..eu nunca achei certo o que faziam com você..

— Você nunca pareceu incomodado com o que faziam, aliás, você parecia até gostar – Eu disse, mais magoada do que pretendia.

— Mas eu nunca te xinguei ou humilhei, como o James fez, e você o perdoou – Hugo acusou – Eu estou tentando me desculpar, Rose ! Eu realmente não queria que tudo isso tivesse acontecido – Eu sabia que Hugo tinha razão. Tentei refletir várias vezes do porque perdoar James foi relativamente mais fácil do que perdoar meus pais e Hugo. Conclui que isso deveria ao fato de que eu e James nunca fomos tão próximos durante a infância.

James era tipo aquele primo mais velho, que a gente sabia que nunca podia entrar em seu quarto ou mexer em suas coisas. Nós brincávamos uma vez ou outra, mas eu sempre fui mais próxima de Alvo e Lily, nunca tive muito contato com James além do necessário e isso, de certa forma, fazia com que não existisse um laço forte de amizade entre nós. As ofensas dele me magoavam e contribuíram para todos os meus problemas, mas ouvir aquelas coisas dos meus próprios pais e do meu irmão eram muito piores.

Eu sempre tive fé que meus pais e meu irmão estariam comigo e me protegeriam, e isso fazia com que minha mágoa por eles fosse muito maior do que a que eu sentia por Victorie ou James.  Eu acredito verdadeiramente no arrependimento deles, mas eu sabia que demoraria para todas as feridas cicatrizassem e voltasse a confiar neles , como era antes.

— A gente sempre sofre mais quando a decepção vem de alguém que amamos e confiamos, Hugo – Eu disse, sentindo meus olhos marejarem – Acredite, foi muito mais doloroso ouvir aquelas ofensas de você e dos nossos pais, do que da escola inteira..por mais que doesse, eu sabia que podia suportar com vocês do meu lado..mas ai eu vi que até para vocês eu era uma aberração , a decepção da família, e foi ai que as coisas só começaram a piorar – Sequei minhas lágrimas e olhei para Hugo. Seu rosto repleto de sardas estava todo molhado pelas lágrimas, mas ele não parecia se importar com isso.

Ele pegou minhas mãos com delicadeza e levantou as mangas da minha camisa, deixando a mostra as inúmeras cicatrizes que eu tinha no pulso. Os olhos de Hugo se arregalaram ao ver os inúmeros cortes e eu permiti que ele levantasse as mangas até o meu cotovelo, deixando a mostra os meus dois enormes cortes do antebraço, resultante das minhas duas tentativas de suicídio.

— O que nós fizemos com você maninha ? – Hugo me perguntou entre soluços, e eu tive que me segurar para não chorar junto com ele.

— Tudo bem Hugo, eu não faço mais isso –  Eu disse, sem conseguir olhar para meu irmão.

— Não..nós machucamos você, eu machuquei você – Ele me soltou e escondeu o rosto entre as mãos. Nunca tinha visto meu irmão tão perturbado, nem quando a Lily deu um fora nele eu o vi tão mal – Você tentou se matar, Rose

Olhei atentamente para cada uma das cicatrizes em meus braços. Eu sempre as achei horríveis e nunca conseguia olha-la por muito tempo, pois sempre me remetiam a lembrança do inferno que a minha vida havia se tornado. Mas agora eu já não consigo olha-las com repulsa, e sim com admiração. Sim, admiração e orgulho, pois sempre que eu olhar para elas , eu vou me lembrar do quão forte eu posso ser, vou me lembrar que eu consegui resistir, quando tinha absolutamente todos os motivos para resistir.

Abaixei as mangas da minha camisa novamente, respirei fundo, tomei coragem e me aproximei um pouco mais de Hugo. Assim que me aproximei, Hugo levantou o rosto e fez a última coisa que eu estava esperando naquele momento: ele me abraçou, e me abraçou de um jeito tão forte e desesperando, que quase me fez perder o equilíbrio e cair em cima das plantas que estavam atrás de nós.

Fiquei completamente sem reação durante alguns segundos, mas não pude deixar de retribuir o irmão e uma sensação segura e familiar tomou conta de mim. Fazia tantos anos desde que não nos abraçávamos que eu pensei que tivesse esquecido daquela sensação, mas a verdade é que ela estava em algum cantinho do meu cérebro, só esperando a hora de voltar a tona. Não sei por quanto tempo ficamos abraçados, mas foi o suficiente para que Hugo estivesse mais calmo , e eu um pouco menos na defensiva.

— Podemos tentar voltar ao normal ? – Ele perguntou

— Sim, podemos..- Eu disse sincera – Talvez nunca mais voltemos a ter a mesma relação de antes, mas acho que devemos tentar – Continuei e ele assentiu, relativamente surpreso.  Por mais que eu estivesse feliz por minha família abrir os olhos para as atrocidades que haviam feito, eu não podia simplesmente ignorar tudo o que havia acontecido nos últimos anos. Eu jamais esqueceria, e também não queria esquecer. Andamos em um silêncio confortável até o castelo, até que Michel Graysson, o melhor amigo do Alvo, veio correndo em nossa direção, completamente sem fôlego.

— Desculpe Rose, mas preciso da sua ajuda – Ele disse – Eu não sei o que aconteceu, mas ele está completamente bêbado no dormitório – Eu suspirei, já imaginando o que havia acontecido. Provavelmente a Alice deu um fora nele novamente, depois de muito iludi-lo de que queria ficar com ele. Ela sempre fazia isso.

— Depois nos falamos Hugo – Eu nem esperei ele responder e já sai correndo em direção ao salão comunal da Sonserina, com Michel em meu encalço. Esperei que ele dissesse a senha e entramos correndo, e claro, eu recebi muitos olhares raivosos dos alunos da Sonserina, inclusive do Malfoy, mas ele teve o mínimo de bom senso em não me dirigir a palavra.

Quando entramos no dormitório masculino, Alvo estava sentado no chão, com as costas encostadas em sua cama e em sua mão tinha uma garrafa de Firewhisky, praticamente vazia.

— Puta merda – Ouvi Michel

— Alvo, o que você tá fazendo ? – Eu corri até ele e tirei a garrafa de suas mãos. Ele tinha um olhar um tanto distante, e estava tão bêbado que mal conseguia falar – Merda ! Michel, me ajuda a levar ele até o banheiro – Pedi, e Michel me ajudou a levantar Alvo e arrasta-lo até o banheiro. Tiramos toda a sua roupa e o deixei só de cueca. Peguei liguei o chuveiro e, com minha varinha, deixei a água gelada para que tirasse o efeito da bebida dele e o empurrei para o chuveiro.

— AH CARALHO

— Fica quieto Alvo ! – Ralhei, segurando minha vontade de rir da cara que ele fez. Aos tropeços, ele tentou sair do box, mas eu forcei-o a ficar lá – Nada de sair mocinho, você vai ficar ai até esse porre passar – Eu disse e me virei para Michel novamente – Você pode vigiar ele pra mim? Vou tentar fazer alguma poção pra ele não morrer quando acordar – Eu disse e Michel assentiu, enquanto eu saia do banheiro. Enquanto pegava o caldeirão e as coisas para preparar a poção, podia ouvir os resmungos de Alvo de dentro do box.

Peguei o livro de poções do meu primo e comecei a preparar a poção cuidadosamente, pois qualquer coisa que eu errasse poderia ser fatal. Depois de uns quarenta minutos, a poção ficou pronta, mas Alvo estava longe de acordar de seu torpor.

— A Longbottom deve ter sido cruel dessa vez – Michel abaixou a tampa do vaso sanitário e sentou-se na mesma, enquanto observava Alvo. Eu coloquei a poção em um frasco e deixei em cima da mesa de cabeceira do Alvo ( como sempre fazíamos quando o outro tomava um porre) , enquanto limpava o caldeirão com um aceno da varinha, guardando-o em suas coisas, junto com o livro.

— Espero que agora ele enxergue que aquela menina não presta ! – Eu disse irritada. Me lembro até hoje de uma foto dela se agarrando com Hugo e Lysander ao mesmo tempo em uma festa. Achei a foto no meio das coisas do Hugo um dia, sem querer, e aquilo foi extremamente perturbador.  – Ela é uma verdadeira cópia da Dominique , ninguém merece  – Michel tossiu, desconfortável – Oh, desculpe ! Eu sempre esqueço que vocês já transaram – Ele sorriu amarelo para mim, mas quando ia responder, Alvo finalmente deu sinais de acordar da sua bebedeira. Sequei ele com um feitiço e peguei uma roupa qualquer em sua mala. Vesti-o com dificuldade e fiz ele se deitar.

— Ela é uma vaca ! – Alvo disse

— Espero que você continue com essa opinião quando estiver sóbrio ! – Respondi, jogando um cobertor em cima dele. Alvo demorou, mas finalmente apagou e eu sai do salão comunal da Sonserina com a capa da invisibilidade , já que, provavelmente, alguém na Sonserina já tinha dedurado que eu estava ali e eu não queria me arriscar a ter problemas. Quando eu já estava a uma boa distância, fui até um corredor vazio, tirei a capa, guardei-a no bolso e retomei meu caminho.

— Rose ? O Alvo está bem ? – Ouvi a voz de Alice perguntar, quando eu já estava quase na porta do salão comunal da Grifinória. Olhei para ela, completamente descrente.

— Você tá de brincadeira né ? Alice, eu não sei o que foi que aconteceu dessa vez, mas eu só vou te falar uma vez:  se você não gosta do Alvo ou não quer nada sério com ele, fique longe e pare de iludi-lo ! Se eu ver meu primo chorar mais uma vez por sua causa, você vai ter problemas muito sérios – Eu disse, e ela me olhou com escárnio.

— Ah é ? E eu posso saber o que você vai fazer ? Você não tem nada contra mim, Weasley ! E se me ameaçar, você vai ter problemas muito sérios

— Eu não vou fazer nada Longbottom, eu não sou você – Eu disse, e ela pareceu ter levado um tapa na cara – Mas eu te garanto que o Alvo nunca mais vai te ver com os mesmos olhos depois de hoje, você sabe o quanto ele conta a minha opinião nesse quesito – Eu me aproximei dela, e ela recuou um passo – Eu não estou para brincadeiras , então tome muito cuidado ! Você vai perder seu brinquedinho – Finalizei e entrei no Salão Comunal da Grifinória, deixando Alice sozinha no meio do corredor.


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