Você é uma vergonha, Rose Weasley ! escrita por pureblackgalaxy


Capítulo 2
Capítulo 1 - Invisível


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelos comentários e acompanhamentos pessoal, fico extremamente feliz ♥ Esse primeiro capítulo é pra vocês



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Com a data dos NOM’s se aproximando cada vez mais, o meu nervosismo só aumentava. Naquela semana em particular, a escola inteira resolveu se juntar ao Malfoy na competição de quem me humilhava mais. Entretanto, o que mais me doeu foi ver James, Dominique e Louis se juntarem na “ brincadeira”.

— Rose , fiquei sabendo que tem um vazamento imenso perto da cabana do Hagrid e eles não estão conseguindo concertar – Eu ouvi James Sírius  falar e respirei fundo, já prevendo o que ele diria a seguir – Porque você não se oferece pra fechar o buraco ? – Ele questionou, fazendo toda a mesa da Grifinória gargalhar e voltar os olhares em minha direção. Lily Luna, que estava ao meu lado, olhava indignada com a crueldade de seu irmão mais velho.

Eu levantei os olhos, furiosa e magoada. O que eu havia feito de tão errado dessa vez ? Senti as lágrimas começarem a surgir em meus olhos, mas eu não ia dar esse gostinho a eles, não iria chorar na frente de ninguém. Deixei meu prato de salsichas com bacon pela metade em cima da mesa e me levantei, mas acabei levantando muito a minha capa, o que fez boa parte de minhas pernas ficarem a mostra por conta da saia do uniforme, o que provocou uma série de gargalhadas e comentários maldosos

— ELEFANTE

— HORROROSA

Os professores olhavam a cena completamente imóveis, como se nada daquilo estivesse acontecendo, como se , não só a mesa da Grifinória, mas toda a escola não estivesse tirando sarro de uma aluna, em pleno café da manhã. Eu era invisível, aos olhos de todos.

— Vem Rose, vamos sair daqui – Lily Luna disse, me tirando do meu estado de torpor. Sai a passos largos, mas agora, sem me dar ao trabalho de conter as lágrimas e também não parei para ver se Lily estava vindo atrás de mim.

Ir para Hogwarts sempre foi o meu sonho, desde quando eu era criança e ouvia meus pais e meu padrinho, Harry Potter, falando do quão mágica e fantástica era a escola de magia.  E definitivamente era, mas não pra mim. Eu não sei dizer em que momento eu comecei a engordar tão drasticamente, ou como essa condição me fez motivo de chacota para toda a escola e família.. já estava assim a tanto tempo, que não importava mais.

Durante os almoços de família , todos os meus primos  forçam uma relação amigável e boa comigo, pois todos tinham medo dos adultos descobrirem a humilhação escancarada que era durante os meses em Hogwarts. Eu sempre entrei no jogo, pois eu sabia que se tentasse denunciar a situação, as humilhações seriam muito mais pesadas quando voltássemos.

Eu ainda tinha amigos aqui, além do Alvo e da Lily, até o meu terceiro ano, mas isso parou de acontecer, pois qualquer pessoa que tentasse me defender , também virava motivo de chacota na escola. Minha vista estava turva por conta das lágrimas, só me dei conta quando entrei em uma das salas vazias de Hogwarts e me joguei em uma das cadeiras. Pude ouvir quando Lily e Alvo entraram na sala e se sentaram um de cada lado, em silêncio.

— De novo, Rose ? – Ouvi Alvo perguntar , depois de longos minutos em silêncio, e levantei meu olhar pra ele,  e vi que ele direcionava o olhar para o meu pulso, onda tinha diversas marcas de corte.

— Os feitiços não disfarçam mais .. – Eu murmurei entre soluços, puxando firmemente a manga da minha blusa, para tentar esconder os cortes. Quando eu estava no segundo ano, uma menina da Lufa Lufa me encontrou chorando escondida. Ela se aproximou, claro que sabia quem eu era, e me disse que, quando a dor emocional é muito forte, devemos provocar uma dor física mais forte ainda, pois mesmo que seja por meros segundos, eu esqueceria o porque eu estava chorando. E foi ai que eu comecei a me auto mutilar.

No começo, ninguém percebia e realmente funcionava, mas com o passar do tempo, eu precisava fazer cortes cada vez maiores para conseguir esquecer toda a dor que eu sentia. Eu usava feitiços e poções que deixavam as cicatrizes tão claras, que era imperceptível. Mas, com o passar do tempo, eu comecei a me cortar com mais frequência, até chegar ao ponto dos cortes não cicatrizarem mais e os feitiços e poções não conseguirem cobrir mais. Desde então, eu só ando com blusas de manga comprida, não quero nem imaginar o que seria de mim se alguém descobrisse.

Alvo e Lily me acharam em um momento em que eu estava me cortando, com um caco de vidro na sala precisa. Eles brigaram muito comigo, ficamos quase uma semana sem conversar e hoje eles ainda acham isso errado, mas não tentam me impedir mais.

— O James é um idiota.. – Lily Luna exclamou, furiosa. Eu continuei com a cabeça baixa, e Alvo olhou para ela. Ela respirou fundo, se aproximou de mim e levantou meu rosto, fazendo com que eu olhasse pra ela – Rose, eu sei que é difícil  e eu não faço ideia da dor que você sente por dentro com tudo isso .. – Ela disse, enquanto secava algumas lágrimas que ainda escorriam pelo meu rosto – Mas não se esqueça, nunca, que você é a única capaz de dizer quem você é, não eles...você é uma bruxa incrível, com um coração imenso...não deixe que a crueldade deles faça você se esquecer disso, nem por um segundo.. – Ela me abraçou com força, e logo nós duas já estávamos chorando. Alvo suspirou, e se juntou ao abraço também.

— Agora vamos Rose, vamos lavar esse rosto – Alvo disse, me puxando da cadeira e eu ri – É a sua última aula de Defesa Contra as Artes das trevas antes do NOM’s – Ele disse e eu suspirei pesadamente, só de me lembrar daquela prova.

Aliás, é importante que todos saibam : a única coisa que eu e minha mãe temos em comum, é a paixão por livros. As minhas notas são razoáveis, diferentes das dela na época de Hogwarts, que eram extraordinárias. Pra ser sincera, acho que não pareço em nada com os meus pais, diferente do meu irmão Hugo, que é a cópia escrita do meu pai, mas com a inteligência de minha mãe.

O Hugo nunca me humilhou como o resto dos meus primos, mas também nunca demonstrou nenhum sinal de solidariedade ou apoio. Isso me deixava extremamente chateada no começo, ainda deixa muito, mas diante de todo o terrorismo que os outros devem fazer, eu ate entendo um pouco o lado dele. Eu tentei alertar a Lily e o Alvo, mas eles parecem não se importar com isso, e eu agradeço imensamente por ter os dois ao meu lado.

Depois de ir ao banheiro e lavar meu rosto, fui para a aula de DCAT, que dividíamos com o Lufa Lufa. Os Lufanos não faziam parte do grupo que me humilhava abertamente, mas sim do grupo que me olhava com pena, o que sinceramente, me deixava péssima do mesmo jeito.  As pessoas ficavam sem jeito em sentar do meu lado, ficavam o mais longe que o banco permitia de mim, e normalmente, o meu companheiro nas aulas era sempre o que perdia em sorteios.

A aula passou normalmente, ninguém direcionou uma piada ou olhar de escárnio pra mim,ou seja, me ignoraram completamente, o que é maravilhoso. O resto do dia foi da mesma forma, e ao invés de ir para o Salão Principal jantar, eu fui para o Salão Comunal, começar a fazer meu dever e estudar mais um pouco para os NOMs. Eu preferia ir até a cozinha mais tarde, onde eu poderia comer sozinha, sem ninguém para me encher o saco.

A única coisa que eu queria , era que aquele ano acabasse logo. Aquele era o último ano de James, Dominique , Fred II, e, em breve, o de Louis também. Quem sabe, eu não teria um pouco de paz no ano seguinte.


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Notas finais do capítulo

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