Tem dias em que a gente acorda já sabendo que tudo vai dar errado, mas daí uma variável qualquer de um evento deveras pequeno e muito improvável dá certo. Chame isso de detalhe do acaso, capricho do destino ou simplesmente uma reação às ações anteriores. Essas coisas acontecem e aconteceram justo naquele dia que tinha uma porcentagem de erro bem alta, uns 98,4% no mínimo. O fato aqui é que o 1,6% jamais deve ser subestimado.

Aqueles 1,6% se chamavam Jairão Moreno Trocinho Delas, Jairo para os menos chegados.

Um cara tão, ou mais, fudido que eu. Ele também já havia visto o fim do mundo diversas vezes, mas a diferença é que pra ele nem sempre existia normalidade na manhã seguinte. A vida já tinha lhe dado umas porradas na cara – algumas realmente fortes – e mesmo assim ele estava lá, disposto a levar mais um ou dois no meu lugar. Disposto a pular na piscina pra conferir a temperatura da água.

Ele é o tipo de pessoa que faz você repensar seus problemas, rever suas prioridades e, principalmente, começar a agradecer invés de reclamar. Um cara que teria tudo para odiar o ser humano, mas não consegue. É dele.