The Straight Edge escrita por JPoseidon


Capítulo 1
Capítulo Único - Bernardo & Diego.


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE! AI QUE INCRÍVEL! ♥ - ♥

Mais uma história, mas essa surgiu de uma redação que eu tinha que entregar para minha professora. Ai que badalo. :'3

Enfim, espero que gostem e se divirtam com essa história tanto quanto eu. Beijos ♥

Ps.: Até os comentários. ;3



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O homem de cabelos castanhos e olhos escuros, semelhantes à mel, parava em frente ao estabelecimento vazio e destruído. Não havia muito, ele tinha decidido voltar ao ramo que sonhara desde criança, culinária. Claro, ainda era difícil, quando seu pai falecera recentemente e um pouco da pequena fortuna de seu velho fora usada para comprar tudo para aquele estabelecimento. O homem olhou todo o local por dentro, sem sequer pisar ali primeiro, não havia rastro algum que anos atrás um homem semelhante à ti cozinhara ali e alegrou tantas multidões, seu pai realmente foi um homem de honra. 

O homem de olhos mel terminou de subir a porta de aço, levando seu corpo para dentro. Logo pegou um avental que estava apoiado na divisória da cozinha com o local da janta – ele mantinha tudo planejado em mente – e vestiu-o, logo pegando uma vassoura e olhando se a caçamba realmente se mantinha em frente ao local, confirmando, logo começando mais uma organização. O tempo não demorou para passar, sujando mais e mais a camiseta preta sem qualquer estampa do homem, junto da calça jeans azul e tênis, estilo all-star, vermelho; mas ele não se importava. A noite chegou, e com ela, o homem seguiu caminho para o apartamento perto do centro da cidade de São Paulo, onde ele não demoraria a chegar. Com suas pastas na mochila de ombro, ele se aproximou do ponto de ônibus e ali esperou. Decidiu não pegar o celular, afinal, mesmo com a rua movimentada, era melhor não apostar da sorte. Um homem, de terno feito sob medida e de olhos fortes verdes meio azulado, em conjunto de cabelos loiros-acastanhados parou ao seu lado, falando ao telefone. 

Sim Leticia, pode mandar ele pegar as coisas e se mandar de casa. - Era impossível não escutar a conversa do outro, que parecia acabar de ter terminado um namoro. A ligação foi desligada, fazendo o homem virar a cabeça na direção do que o encarava, deixando o mesmo corado e sorrindo constrangido. - Tudo bem? 

—Sim. Desculpa escutar sua conversa, é que, estamos do lado, foi quase impossível. - O homem de terno sorriu emitindo um 'sem problemas' baixo. - Qual seu nome? 

—Diego. E o seu? - Retribuiu a pergunta. 

—Bernardo. Se me permite a pergunta, o que aconteceu? - Bernardo sempre fora um homem curioso, que negaria se alguém o acusasse de ser. 

—Certo, eu descobri que o meu namorado mantinha relações com a ex-namorada e um cara da minha empresa. Agora, eu estou expulsando ele da minha casa e mandando o meu empregado para outro lugar, porque eu não sou desses infeliz que por ter sido traído vai tirar tudo da pessoa. - Diego disse, os olhos claros remetiam toda a tristeza que vinha sentindo. 

—Nossa, o cara é um doce. Não basta ser com a ex, tem que ser com um dos empregados também. Que... - Bernardo xingou, fazendo o novo amigo rir. - Olha, meu ônibus está vindo. Se quiser, podemos marcar de nos encontrarmos, não amanhã, mas depois de amanhã, que tal? Passamos em um barzinho e então você me conta tudo. 

—Pode ser. Olha, meu número é XXXXX-XXXX. - Diego disse, acenando para o mesmo ônibus que Bernardo iria. 

—Espera, você vai nesse mesmo? - Bernardo perguntou, vendo o homem de terno assentir, fazendo-o rir. - Portanto, me conte mais.  

...*... 

Dois dias se passaram, era um sábado, o dia combinado para os dois homens irem ao barzinho, para colocarem tudo para fora. Bernardo tinha acabado de sair do seu estabelecimento comprado, após um banho nos fundos, estava bem arrumado. Ele vestia uma camiseta vermelha, em conjunto do seu all-star vermelho surrado, enquanto uma calça jeans preta tinha um suspensório, deixando-o com um ar adolescente. Ele pegou a carteira e colocou no bolso, junto do celular. Passou a mão no cabelo, levando-o novamente para trás, revelando os olhos escuros, claros somente na luz. Fechou o local e se dirigiu ao bar ali na esquina, entrando no lugar bem iluminado, pedindo uma água. 

Não demorou muito, Diego entrou no local também, observando todos conversando com os amigos e rindo. O homem não estava com as roupas sociais daquela vez, vestia somente uma jaqueta de couro preta sobre uma camiseta branca de gola V, enquanto sua calça jeans azul meio surrada era presa por um cinco marrom desgastado, combinando com o sapato social marrom. Os cabelos loiros-acastanhados estavam bagunçados, com um pouco de gel, deixando um ar de rebeldia. 

—Ei! - Diego chamou Bernardo, vendo-o sorrir e se levantar, abraçando o mesmo. Os perfumes amadeirados dos mesmos confundindo-os. Os dois se separaram e sentaram. - E aí, como vão as coisas? 

—Bem, só estou um pouco cansado. Hoje foi um dia pesado. E você? - Bernardo retribuiu a pergunta, vendo o outro sorrir. 

—Foi ótimo! Ele saiu de casa e agora eu tenho espaço que eu nem sabia que tinha. Coloquei um pula-pula lá. - Diego disse, calmo, fazendo Bernardo rir. 

—Espera, você não pode estar falando sério. - O de camiseta vermelha ralhou, sem evitar rir. 

—Ué, o que eu faria na minha casa, se eu já tenho tudo? - Perguntou, rindo, Diego. 

Conversa vai, conversa vem, junto de mais e mais cervejas. Eles não extrapolaram ou algo do gênero, mas não haviam tomado poucas. Agora conversavam da época que haviam morado em Atibaia. 

—Espera aí, então você morou lá. E coincidência ou não, no mesmo ano que eu? - Diego perguntou, vendo Bernardo assentir. - Em que escola? 

—Ué, na única mais conhecida de lá. - Bernardo disse o nome do local, fazendo Diego arregalar os olhos. - Em que sala? 

—Na 3.E. - Diego falou e Bernardo riu. 

—Éramos da mesma sala. Provavelmente até amigos, no mesmo social. - O homem de camiseta confirmou, vendo o outro rir. 

—Não creio. 

Irônico ou não, lá fora começou a chover, fazendo Bernardo e Diego aproveitarem um pouco do cheiro da chuva misturado aos seus perfumes. Ali não parecia haver ninguém, além deles mesmos. A ficha de Bernardo caiu, fazendo-o levantar rápido. 

—Eita, eu tenho que ir. Com chuva vai ser um inferno para chegar em casa. - Bernardo viu o amigo levantar. 

—Relaxa, eu te levo. - O homem de sapatos sociais deixou o dinheiro em cima da mesa, pagando tudo que haviam consumido, ouvindo reclamações de Bernardo, que tentou pagar sua parte. E juntos, saíram do local. 

Diego olhou pelo seu carro em todo local, não achando-o. 

—Que maravilha. Roubaram meu carro. - Bernardo riu, meio sem jeito. 

—Que sorte maravilhosa. Agora vamos ter que correr para chegar no ponto de ônibus. - Bernardo falou, enquanto andava para fora da tenda que os cobria. O corpo do mesmo logo recuou, mas ele prosseguiu, sentindo a forte água gelada, molhando e demarcando seu corpo. Logo se pôs a correr, vendo Diego o acompanhar. 

—Ei espera! - Diego disse, respirando fundo pegando no pulso de Bernardo, parando-o. - Para que correr, se já estamos molhados? 

—Prefere andar? - Bernardo perguntou, vendo o outro assentir. - O que houve? 

—Essa bebida chacoalhando não vai fazer um bom efeito mais tarde. - Diego o lembrou, vendo-o assentir. 

E sem notarem, um breve momento de silêncio pairou sobre eles, os perfumes pairando por entre eles, hipnotizando-os, enquanto o pulso de Bernardo ainda era segurado por Diego. Diego deu um passo para frente, enquanto colava sua testa na de Bernardo vendo-o fechar os olhos. Ainda receoso, Diego levou uma mão para a cintura do amigo, puxando-o para seu torso, colando-os. Bernardo, que apesar de nunca ter tido relacionamentos com outros homens, estava em plena consciência do que queria e queria agora. O de olhos mel levou uma mão para o rosto do, quase imperceptível, maior, puxando-o para si. Os lábios se colaram, calma, aproveitando aquele impacto da água, os perfumes amadeirados deixando-os fora do chão, enquanto suas barrigas explodiam em borboletas.  

Para amar alguém, pode levar anos, ou somente segundos, basta estar aberto e não cobrar nada do destino. Todos temos alguém reservados para nós. Basta acreditar, Bernardo e Diego o fizeram. E você? 


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