Mestiças: A vingança dos Hereges. escrita por Closer


Capítulo 5
V - Os brindes problemas que vem com Hogwarts.




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Há duas espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e os amigos, que são os nossos chatos prediletos.

— A arquitetura desse lugar é incrível, Annabeth iria amar – Davina comentou quando chegaram em Hogwarts, olhando cada centímetro do lugar encantada, como se quisesse guardar cada mínimo azulejo em sua cabeça.

— Aquilo ali são fantasmas? – Stella perguntou assustada quando um deles lhe atravessou, causando uma sensação gelada na mesma. O professor apenas assentiu. – Plutão sabe disso? – cochichou apenas para que Mary-Kate ouvisse. A morena apenas deu de ombros antes de responder:

— Creio que ele não saiba de cor cada alma que deveria estar no mundo inferior, mas alguém lá deve saber sobre isso, não é?! – afirmou com uma pergunta retórica.

— Muito bem senhoritas, peço que se troquem bem rapidamente, a seleção comerá em 5 minutos, e vocês são as últimas. Devido a idade avançada de vocês para o 1º ano, entrarão no sexto ano – indicou Davina e Blake – e no 5º ano – indicou as outras duas garotas. – De acordo com os dados de vocês, você completará 15 anos daqui a uma semana – se referiu a Stella – Então não terá problemas em entrar no 5º ano. Peço que não comentem sobre a parte divina das suas famílias, obviamente a existência de outra raça tão poderosa quanto os bruxos é um tópico em branco entre nós. Os professores já foram informados sobre as suas dislexias referentes ao inglês, e aceitarão suas lições em grego antigo, e se necessário fizer, em latim também. Temos feitiços de tradução. – ofereceu um sorriso divertido e deu uma piscadela para as jovens, que riram acenando positivamente com a cabeça. – Eu as esperarei aqui, sejam breves – avisou e indicou o banheiro feminino para as garotas que agradeceram e adentraram o local.

Quando saíram do banheiro, as meninas pareciam que iam para um desfile de moda — lê-se Mary-Kate e Stella —, era até duvidável que desce para fazer aquilo tudo com as peças do uniforme da escola de bruxaria, uma parecia que tinha vestido suas roupas no meio de um furacão — vulgo Blake — e a última estava com o uniforme impecável, como uma legitima engomadinha — Davina. A saia cinza da Mary-Kate estava na linha da cintura, um palmo a cima do joelho, ela havia dado uma laço tipo borboleta com a gravata negra e não usava colete, apenas a longa capa negra, usava também uma meia calça de renda branca grossa e nos pés um salto alto preto aveludado. Davina usava o uniforme normalmente, a saia cinza também a um palmo acima do joelho combinando perfeitamente com o mesmo tom de cinza do colete, a gravata impecavelmente amarrada e a blusa branca bem passada, a única coisa diferente no seu uniforme era a meia cinza que era 3/8, batendo na metade da sua coxa, nos pés uma simples sapatilha preta, e claro, a capa preta com o brasão de Hogwarts. Stella usava a saia preta mais curta alguns centímetros que as de suas amigas, a blusa branca social bem passa e o suéter preto da escola bem ajustado a saia, a gravata também em forma de laço saindo para fora do suéter, a capa preta fechada apenas por um botão e nos pés, uma bota de salto preta que batia pouco acima dos joelhos, cobrindo assim suas meias cinzas. Já Blake usava a saia preta na mesma medida que suas amigas, um palmo acima dos joelhos, a camisa branca estava despassada e com os dois primeiros botões abertos, assim como os que estavam acima da saia, por cima da camisa ela usava um suéter cinza de botões todo mal abotoado e a gravata amarrada de qualquer jeito por cima, usava a capa preta com um botão fechado e nos pés a meia cinza ¾ e seu inseparável e velho all-star vermelho. Os cabelos estavam praticamente iguais, os de Mary-Kate e Blake estavam soltos e encaracolados até a metade das costas, Davina havia feito uma traça lateral frouxa e Stella prendeu os seus em um coque meio desfiado, de modo que alguns fios loiros caiam sobre seu rosto.

— Eu poderia mandar a senhorita alinhar esse uniforme agora mesmo – o professor encarou seriamente Blake, que exibiu um sorriso inocente – Mas não temos mais tempo, a seleção está quase no fim. Siga-me, por favor. – pediu e começou a andar rápido, as meninas corriam aos tropeços atrás dele devido as capas longas, logo ele parou em frente a uma gigante porta de carvalho escuro que aparentava ser bem pesada.

Assim que as portas foram abertas, diversas cabeças se viraram para encarar quem que fosse que adentrasse o salão principal. O professor adentrou sem cerimônias e as meninas ficaram estáticas no lugar. Ao perceber isso, o professor parou e se virou fazendo sinal para que elas o seguissem, a primeira a engolir a vergonha, que não lhe era típica, foi Mary-Kate, a menina adentrou o salão de cabeça erguida desfilando divinamente sobre seus saltos, Blake deu de ombros e correu para acompanhar a filha de Vênus, ignorando todos os cochichos e olhares, Stella e Davina foram às últimas a atravessarem o local, quase um metro atrás das amigas e do professor e sem encarar nenhum aluno, apenas a mesa dos professores. O professor que segurava um chapéu e chamava os alunos para serem designados as suas casas, continuou o seu trabalho e logo o restante dos alunos primeiristas já estavam nas mesas de suas respectivas casas.

— Fiquem aqui, já vão chama-las – o professor disse quando as meninas pararam de frente para o banco com o chapéu velho, no meio do salão. Ele então foi tomar seu lugar na mesa dos professores e a diretora Minerva então se pôs de pé, chamando a atenção de todos com uma batidinha de uma colher em uma taça.

— Este é o professor Theodoro Lencastre e lecionará Defesa Contra as Artes das Trevas este ano – Minerva indicou o professor que acabará de entra no salão e já tomava seu lugar na mesa principal, uma salva de palmas foi ouvida e Lencastre sorriu e cumprimentou os alunos com um aceno de mãos. As meninas continuavam no meio do salão, sem saber exatamente o que fazer, então Minerva continuou – E essas quatro alunos novas são americanas, não sabiam sobre magia até pisarem em solo inglês e serem contatadas por nossa escola, devido as suas idades avançadas para o 1º ano, elas entrarão nos 5º e 6º anos. Professor Longbottom, por favor, faça as honras – e indicou a chapéu velho. O professor concordou e começou a ler um pergaminho:

— Lewis, Marie Katherine – chamou e Mary estufou o peito seguindo até o banquinho. O chapéu foi posto na cabeça da filha de Vênus, que encarava as quatro mesas curiosas, sem saber qual a mínima diferença entre as casas.

— Muitos em sua família foram Sonserinos, srta. Lewis, mas os últimos pertenceram a Grifinória, você é ambiciosa, gosta de tudo do bom e do melhor, tem muita coragem eu posso ver, mas o orgulho e astúcia falam mais alto, claramente...– fez uma rápida pausa antes de gritar –SONSERINA. – a mesa verde começou a vibrar e o professor Longbottom a instruir a ir sentar lá, que rapidamente o obedeceu.

— Nott, Davina – retornou a chamar e a loira fez uma careta ao ouvir o sobrenome, mas limitou-se a apenas sentar onde a pouco a amiga estava, logo tendo o chapéu em sua cabeça.

— Ora, ora, ora se não temos outra Nott por aqui este ano – o chapéu começou a falar e a vontade de Davina era de joga-lo no chão e pisar em cima – É bem diferente dos irmãos, vejo mais inteligência e vontade de impressionar a família, talvez mais ainda a sua mãe – nesse momento Davina arregalou os olhos, como esse chapéu velho sabia do seu desejo mais profundo? Era só o que faltava, daqui a pouco ele também falaria dos ciúmes e inveja que ela sente de Annabeth. – É muito corajosa, se daria bem na Grifinória, mas hoje não, hoje a srta. é CORVINAL. – gritou o nome da casa a assustando, a mesa azul vibrou e ela correu até lá, sendo cumprimentada por vários colegas.

— Parker, Blakely – Neville chamou e a citada foi até o banco pulando amarelinha nos quadradinhos do chão, o que gerou algumas risadas vindas das mesas vermelha e amarela. O chapéu mal encostou na cabeça dela e foi logo gritando:

— GRIFINÓRIA – e a mesa vermelha explodiu em palmas e em seguida, risadas, quando a filha de Hermes agradeceu as palmas com uma reverência desajeitada, ela sentou ao lado de uma garota ruiva que logo começou a conversar animadamente com ela.

— Parker, Stella – a última menina foi chamada e se sentou no banquinho. O chapéu logo começou:

— Ah, a srta. tem muita coragem, se daria bem juntamente a sua irmã na Grifinória, mas não tem a audácia necessária, você é um rio de bondade e lealdade, faria de tudo para proteger suas amigas, só há um lugar para você e é na...LUFA-LUFA – berrou novamente a última parte causando um susto na filha de Apolo. A mesa amarela aplaudiu e ela se recolheu até lá.

— Que se inicie o banquete – após Minerva dizer isso, as mesas se encheram de comida de todos os tipos.

Blake se engasgou com o suco de abóbora, que para ela era demasiadamente ruim, e nesse momento ela preferiu até as horríveis Coke Diet do Sr.D. Stella e Davina decidiram não comer nada que elas não conhecessem até terem certeza plena de que eram feitos e se eram bons. Já Mary-Kate aceitou de Albus Potter, um caramelo estranho, segundo o rapaz era um tal de Feijãozinho de Todos os Sabores, mas ela desconhecia. O dela tinha um tom estranho de amarelo esverdeado e um gosto horrível, segundo Scorpius Malfoy, era de sabor Pus. A filha de Vênus quase desmaiou ao ouvir isso e teve que ser ajudada por outro colega que ela não sabia nem o nome, já que os citados acima só sabiam rir dela. O restante do jantar seguiu normalmente, as jovens fizeram amizades novas e até alianças perigosas para Hogwarts foram formadas — James Sirius, Fred II, Dominique, Roxanne e Blake —, Mary-Kate se deu bem com a irmã de Scorpius, Heather Malfoy, já que as duas se uniram para baterem no Potter e no Malfoy. A primeira pessoa a puxar uma conversa de verdade com Davina foi Alice Longbottom, as duas iniciaram uma conversa interessante sobre as matérias optativas de Hogwarts, e logo Rose Weasley já conversava animadamente com elas. Stella conversou com metade do pessoal da sua casa, mas sua amizade naquela noite ficou com os gêmeos Lysander e Lorcan Scammander e Lily Potter, que por acaso estão no mesmo ano que ela.         

Tudo estava correndo perfeitamente bem, nossas meninas estavam perfeitamente encaixadas em suas casas e pareciam curtir o restante do banquete e as novas amizades, mesmo que ainda estivessem muito confusas sobre o andamento da escola. Stella parecia muito entretida ouvindo as explicações dos gêmeos sobre quadribol, quando alguém a cutucou, a loira se virou encontrando uma garotinha de cabelos acastanhados e olhos azuis safira, e mesmo Stella sendo muito baixinha e praticamente todo mundo ser maior que ela independentemente da idade, a garotinha conseguia ser mais baixa que ela quase uma cabeça, deveria ter no máximo 10 anos, mas como a idade para entrar em Hogwarts era 11, ela decidiu não julgar a loirinha pela altura como faziam com ela. No seu peito brilhava o brasão verde da Sonserina, o que fez com que seus colegas que estavam sentados ao redor de Stella, olhassem a cena, curiosos.

— Oi, eu sou Kyara Nott – a loirinha sorriu estendendo a mão para Stella, que retribuiu o sorriso mesmo estando confusa e apertou a mão dela, a mesa dos texugos não acreditavam que uma Sonserina estava ali cumprimentando a aluna nova na maior gentileza, para eles aquilo era algo impossível. Mesmo com muitos olhares em cima de si, Kyara não se deixou abalar, ela estufou o peito de maneira orgulhosa e continuou – Meu irmão não queria que eu falasse com nenhuma de vocês quatro, mas não pude deixar de ficar curiosa quando escutei o sobrenome da minha família mais uma vez ali na frente hoje, meu pai havia me dito que eu teria uma grande surpresa quando entrasse em Hogwarts este ano, mas não imaginei que fosse uma desse tipo e...— teve seu falatório interrompido por Stella:

— Um instante querida, acho que sei aonde exatamente você quer chegar, Davina é muito provavelmente sua meia-irmã e você quer conhece-la, certo? – Kyara concordou positivamente com a cabeça – E porque não foi diretamente até ela? Davina é uma das pessoas mais equilibradas que eu conheço, com certeza não iria ter morder. – brincou com um sorrisinho de canto, mas Kyara não pareceu achar graça, e Stella começava a reconsiderar se deveria ter dito isso. Davina era equilibrada e racional, mas ela não suporta nem ouvir a menção de que tenha um pai, o que ela diria se Kyara chegasse lá já se apresentando como sua irmã? Provavelmente ficaria irritada, e Davina irritada não costuma pensar muito. Na melhor das hipóteses Davina apenas mandaria a menina ir para o tártaro e na pior acertaria um golpe de judô na “irmã”.      

— Eu...eu estava com vergonha e talvez...—era duro para uma Sonserina admitir está com medo, seu ego parecia ser picotado e sua dignidade jogada no lixo, mas Kyara não ligava, afinal, ela nem era uma Sonserina de verdade, só entrara na casa verde porque pedirá ao velho chapéu pois não queria ficar longe do irmão. – Eu estava com medo, ok? Eu nunca imaginei que teria outra Nott por aí, nunca achei que tivesse uma irmã perdida...—ela deixou a frase morrer no ar, não sabia mais o que dizer e tinha medo de chorar como sempre fazia quando estava nervosa ou com medo, e dessa vez não teria ninguém para ampara-la. – Você poderia me apresentar a minha irmã? – pediu por fim, recebendo um largo sorriso de Stella em resposta.

— Claro...—ela viu a pequena sorrir ao ouvir isso – Mas não agora, eu vou falar com ela antes, Davina é muito tranquila e está acostumada a lidar com muitos irmãos por parte de mãe – soltou uma risadinha abafada ao lembrar do chalé cheio de nerds no acampamento grego – Mas ela descobriu hoje que ainda tem um pai e é melhor não despejar tudo de uma vez em cima dela, ela simplesmente enlouqueceria e ia querer voltar imediatamente para Nova York, e eu acho que você não quer isto, quer? – questionou e mais que depressa a Sonserina negou com uma expressão de pânico no rosto.

— Acho que posso esperar alguns dias para poder chama-la de irmã – Kyara ponderou encarando do outro lado, a mesa azul onde Davina se encontrava.

— Não se preocupe, o mais breve possível te apresentarei a sua irmã – “Mesmo que ela não goste nada disso”, acrescentou a última parte em pensamento, oferecendo mais um sorriso simpático a garotinha que agradeceu e voltou para a mesa das cobras. Quando Stella se endireitou na mesa, sentiu os olhares de Lorcan, Lysander e Lily clamarem por respostas e a loira apenas abaixou os ombros de maneira frustrada e choramingou – Eu mal pisei nessa escola e já tenho problemas para resolver. Estou ferrada


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiram o cap?
Kisses :3