Mestiças: A vingança dos Hereges. escrita por Closer


Capítulo 2
II - Bruxos Para a Nova Dieta de Neméia.


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA, SWEETS :3



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Eu até fujo de encrencas. O problema é que é em círculos.


Davina e Stella corriam com se sua vida dependesse disso. Quem as visse até acharia que estavam fugindo de alguma coisa, e para duas semideusas isso seria algo comum, porém dessa vez, só estavam atrasadas. As duas haviam passado no hotel para tomarem um banho e vestirem uma roupa melhorzinha para a comemoração que iriam, mas a filha de Apolo demorara demais no banho e agora estavam 15 minutos atrasadas. Era 13:18h quando as duas adentraram a estação de King’s Cross e para a surpresa delas não eram as únicas a estarem atrasadas.

— Eu juro que vou acabar com aquelas duas quando elas decidirem aparecer – Davina resmungou respirando fundo. Nesse momento, um garoto empurrando um carrinho com um malão e uma coruja quase se jogou em cima dela por causa da rampa. O garoto era tão magrelo e nanico que o carrinho devia pesar mais que ele, e foi por isso que a loira sentiu pena do garotinho e não gritou com ele.

— Desculpa senhorita, por favor, me desculpe – pediu o garotinho envergonhado. Ele trajava vestes pretas estranhas, parecia um daqueles cosplays de personagens de videogames.  

— Tudo bem, querido, não foi nada – respondeu gentilmente focando seu olhar na coruja amarelada em seu carrinho – É curioso que um garotinho de 10 anos ande com corujas em gaiolas, até onde eu sei não se pode cria-las em cativeiro. – arqueou as sobrancelhas enquanto acariciava a cabeça da ave através das grades da gaiola.

— Tenho 11 anos e...—o garotinho foi interrompido por uma mulher loura de aparentemente trinta e poucos anos, devia ser sua mãe.

— Trouxas, grandes trouxas todos os anos com suas especulações idiotas – a mulher resmungou mal humorada lançando olhares cruéis às duas garotas. Em seguida, empurrou o garoto e o carrinho para longe das garotas que apenas a encaravam indignadas.

— Essa mulher acabou de nos chamar de trouxas? – Stella perguntou retoricamente – É por essas e outras que um deus maluco tenta retornar todo verão para dominar o mundo, os mortais precisam ser reavaliados. – e revirou os olhos – Vamos comprar os bilhetes logo, pelo visto Blake e Mary-Kate chegarão em cima do horário de partida do trem.

Davina concordou com um aceno e as duas caminharam até a bilheteria do local. Stella pediu os quatro tickets a moça e tirou o cartão que Mary-Kate havia lhe dado para pagar a compra. Enquanto Stella terminava de passar o cartão, Davina se aproximou da grade de onde dava para observar toda a estação. Várias crianças e adolescentes com pertences do mesmo tipo do garotinho que esbarrara nela pareciam dominar a estação no dia de hoje, e muitas corujas em gaiolas, o que deixou Davina triste. A loira podia se comunicar com as aves e apesar de nenhuma parecer infeliz ali, ela não gostava de vê-las presas em minúsculas gaiolas. De repente, um rugido ensurdecedor tomou conta da estação e segundos depois um leão gigante saltou no meio da estação. O tamanho da fera devia ser o equivalente a, no mínimo, quatros leões normais. O leão estava atacando as pessoas parecidas com o garotinho e sua mãe: trajando roupas e bagagens estranhas. O que era totalmente estranho, já que só havia um leão que poderia ser tão grande, e sendo assim, ele estaria atrás delas e não daquelas pessoas. O restante das pessoas que pareciam mortais comuns, corria nas direções opostas a fera enquanto gritavam aterrorizados.  

— Esse é...—Stella parecia ter entrado em estado de choque, esse leão não aparecerá nem na guerra contra Gaia – Neméia? – questionou boquiaberta e Davina concordou, quase tão chocada quanto ela.

Deve ter demorado aproximados 2 minutos para as meninas recobrarem os sentidos e resolverem fazer alguma coisa. As duas correram descendo as escadas para a parte dos trens, que era onde o leão atacava três pessoas. Uma mulher de cabelos castanhos, terninho elegante e de aproximadamente 40 anos e dois homens, um ruivo de olhos azuis e uma moreno de olhos verdes e óculos, provavelmente com seus quarenta e poucos anos também. Os três lutavam com...pedaços de pau?, enquanto algumas crianças passavam por trás deles entrando em uma parede? Aquilo não poderia ficar mais estranho para as duas semideusas.

Stella já não tinha mais uma mochila de couro nas suas costas e sim uma aljava repleta de flechas com pontas de ouro. A filha de Apolo desprendeu um pedaço de ouro da aljava e em segundos o ouro ganhará a forma de um arco reluzente. Já a filha de Atena brandiu duas adagas de bronze imperial, e mesmo não passado dos 1.65 de altura, não parecia alguém acovardada diante a fera de Neméia. Stella foi a primeira a tomar uma atitude, lançando uma sequência de três flechas sobre o leão. Bem, as flechas ficaram alojadas no ombro do leão e não pareceram fazer mais que cócegas nele, porém, ela havia conseguido atrair a atenção da fera, que rugiu em sua direção.

— Primeiramente, você é um leão mais tem bafo de onça – ok, ela poderia morrer agora, mais até sua irmã ficaria com inveja dessa piadinha ridícula. – Segundo, petisco de sol não está no cardápio – e mirou outra flecha na direção do leão, e essa acertou o focinho dele. Stella teve que se jogar entre os trilhos de um trem para escapar da patada do leão que veio em seguida a flechada, sorte a dela que o trem que passaria ali havia acabado de partir.   

— O que acham que estão fazendo? Saiam daqui crianças, vão acabar morrendo – o homem de cabelos negros gritou, lançando um feixe de luz contra o leão que não pareceu incomoda-lo.

— Você acabou de atacar o leão de Neméia com um pedaço de pau que tem efeitos pirotécnicos, quer mesmo discutir quem vai acabar morrendo aqui? – Davina questionou irônica.

Aproveitando a distração do leão, a filha de Atena cravou uma de suas adagas na perna traseira do monstro, há arrastando um pouco pela couraça dura do animal, fazendo um corte de no máximo 15 centímetros que começou a escorrer um tipo de sangue cinzento. O leão se virou bruscamente na direção de Davina, e esta foi ao chão por conta do pesado rabo do animal. Stella lançou uma nova sequência de flechas contra o animal e todas cravaram em suas costas, porém desta vez o animal não lhe deu atenção e se preparava para dar uma patada em Davina. Um feixe de luz passou diante os olhos de Davina, atingido a pata do leão que se incendiou, dando finalmente a chance para a filha de Atena se levantar. Ela percebeu que quem lançara o fogo havia sido a mulher, e se perguntava como ela havia feito aquilo. O fogo, porém, não durou muito, e logo o leão acuava novamente os três adultos próximo a um trem.

— E que tal um Imperius ou Cruciatus? – o ruivo perguntou receoso. Os três lançavam feixes de luz contra o leão, e poucos pareciam causar efeito.

— Não diga isso nem de brincadeira, Ronald Weasley – a mulher esbravejou irritada.

— Nossos melhores feitiços parecem cosquinhas para ele, Hermione – o moreno comentou também irritado.

Os três interrompem a conversa quando uma corda dourada é envolvida no pescoço do leão e ele pareceu ter sido eletrocutado. Ron olhou por trás do leão e viu mais duas garotas. Uma segurava a corda dourada, que agora ele perceberá ser um chicote de ouro, e um escudo também de ouro, com a face de uma bela mulher esculpida. A outra segurava uma espada apoiada no próprio ombro, parecia estar somente fazendo pose de heroína.

— Então, alguém trouxe o manual de Héracles de “como transformar Neméia em um casaco de pele”? – a da espada perguntou debochada, e o leão rugiu alto, se agitando e puxando violentamente o chicote de Mary-Kate, fazendo com que a dona fosse jogada nos trilhos. – Melhor dizendo, Héracles ainda trabalha com esse tipo de coisa? – Blake disse, dessa vez sem o humor, e começou a correr até seu all-star vermelho surrado ganhar pequenas asas e levantar voo. A morena ajudou Mary-Kate a sair dos trilhos e se posicionou entre sua irmã e Davina.

— Qual é o plano? – Mary-Kate indagou enquanto a fera voltava a atacar o trio.

— Mandá-lo de volta para o tártaro parece uma boa – Stella respondeu checando se sua aljava já havia recarregado as flechas.

— Vocês viram os olhos dele? – Davina perguntou e todas negaram como se fosse obvio – Parece que tem alguém controlando ele, os olhos negros do leão estão lá, mais cobertos por um verde esmeralda que parece controla-lo.

— Faz sentido, em outras ocasiões ele não perderia a chance de fazer um lanchinho de semideuses, mas ele só está querendo saber do trio estranho lá – Blake comentou, seus olhos acompanhavam rapidamente cada ação do monstro. Parecia capitar cada golpe do leão – Ele é bem lento, tanto para raciocinar como para se movimentar – falava concentrada. As amigas a encararam abismadas e voltaram seus olhares para o leão; ele parecia bem ágil para elas. Davina foi a primeira a pegar o raciocínio da morena.

— Saquei, ele parece está travando uma luta interna com quem o controla, por isso os espaçamentos entre seus ataques são demorados. – a filha de Atena explicou para as demais – E quanto maior e mais pesado a pessoa, no caso monstro, mais lento ele é. Com exceção das crias de Hermes – focou seu olhar em Blake – Mesmo tendo estaturas maiores, conseguem ser mais ágeis que todos os outros semideuses. Vocês são umas contradições às leis da física.

— Acho que o acertamos nos seus dois pontos vitais, teremos a chance de derrota-lo, afinal ninguém aqui tem a força de Hércules para estrangulá-lo – Mary-Kate falou observadora – Mas temos que ser rápidas, não podemos dar o tempo que ele precisa para cicatrizar o ferimento – indicou a pata do leão onde sangue cinzento brilhava, já seco, ao sol.

De longe, as meninas viram o leão acertar as garras no cara ruivo, o jogando longe e ferido. A mulher gritou alguma coisa e ao tentar correr na direção do ruivo, também foi acertada pela outra pata do leão, caindo um pouco mais perto do que o ruivo, e está não sangrava como o homem. O homem moreno começou a gritar algo que as meninas entenderam como “Cruciatus”, e esta magia começou a surtir um efeito melhor na fera, que recuava sempre que atingido pela luz verde do pedaço de pau.     

— O.k, temos que acertar os pontos vitais ao mesmo tempo: cabeça e coração – Davina decretou – Acha que seu chicote já está carregado para outra descarga elétrica, Mary-Kate? – perguntou, recebendo um aceno da morena menor como resposta. – Stella, você...

— Ela cria a distração com as flechinhas dela – Blake praticamente ordenou e começou a tirar seu tênis voador e o estendeu a Davina em seguida – A cabeça é mais fácil de atingir, é só você voar por cima, tudo bem? – a loira concordou com a cabeça, mesmo que não soubesse como voar naqueles negócios – Eu vou por baixo e atinjo o coração, já que sou a mais ágil vai ser mais fácil desviar das patas dele – “Espero”, acrescentou em pensamento. – Quando eu mandar você crava suas adagas na cabeça dele e eu a espada no peito. Alguma objeção? – perguntou soando tão autoritária que nem Davina quis teimar, quando Blake decide agir como a mais velha é porque a coisa está realmente feia, e ninguém ousaria discordar.

— Bem, que os deuses, pelo menos uma vez na vida, nos protejam – Stella rogou aos céus, enquanto beijava sua medalhinha de sol.       


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiram o capítulo?
Kisses :33



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