Vesti uma calça jeans, uma blusa florida e calcei uma sapatilha, indo para o pátio esperar meu mais novo “pai”. As meninas mais novas brincavam pelo parquinho e a Cynthia tentava convencer a irmã Júlia, que não havia sido ela que havia comido os chocolates da irmã Pietra. Sentei-me no balanço e fiquei olhando o tempo. De repente a irmã Telma surgiu acompanhada de um cara. Eles caminharam em minha direção e pararam na minha frente.

- Aqui Sr. Kaulitz, esta é Aylla Rosebert. – ela sorriu, me mostrando. –

- Prazer. – respondi. –

- Vou deixá-los se conhecerem melhor. – ela saiu. –

- É o senhor que vai me adotar? – o olhei, quando ele se sentou no balanço ao meu lado. –

- Senhor, não; - ele fez careta. – Me chama de você, mesmo. E sim, eu vou te adotar. –

- Desculpa, mas...Por que você ta me adotando? Acho que tenho quase sua idade...

- É verdade. – ele riu. – Mas não quero uma filha, e sim uma irmã.

- Acho que isso é trabalho pára os seus pais, não?

- Que tal a gente ir tomar sorvete e aí te respondo tudo que quiser saber.

- Tudo bem. – avisamos e saímos. – Quantos anos?

- 21. 22 em 1º de Setembro.

- Casado? – tomei uma colherada do meu sorvete. –

- Viúvo. – ele sorriu fraco. –

- Desculpa. – sussurrei. –

- E você?

- Não, não sou casada. – respondi, sem perceber a besteira que estava dizendo. Ele riu. –

- Que bom, não tenho cunhado. – ele sorria. Seus olhos cor-de-mel brilhavam. –

- Argh, falei besteira. – rei- O quê quer saber?

- O que puder me contar. – ele sorriu. –

- Me chamo Aylla Rosebert, tenho 15 anos, órfã desde...Sinceramente, não sei desde quando sou órfã. – pela primeira vez, eu não sabia o que responder. –

- Teve amnésia?

- Não. – ri – Só esqueci da última vez que vi meus pais.

- Irmãos?

- Sim, um. – sorri. – Sei que se chama Jonathan, mas não sei onde ele está.

- Bom, ganhou um novo então. Me aceita como irmão? – ele sorria, feliz. –

- Claro! Mas você tem irmãos?

- Meu irmão morreu há 6 meses.

- Esquece, não vou mais te fazer perguntas.

- Não... – ele riu. -  Minha mulher e meu irmão morreram em um acidente de carro que sofremos. Fui o único a sobreviver.

- Sinto muito. – falei, comendo minha cereja. –

- Tudo bem. Digamos que você e eu temos algo em comum.

- Pois é. – sorri. – Posso ficar com sua cereja?

- Claro. – ele me entregou. -