Laços Cortados escrita por Katinip


Capítulo 16
Seeing what I Iost


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais ❤



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Flashback - Konoha, Quatro anos atrás.

O carinho que era feito em seus cabelos, enquanto ouvia o retumbar constante do coração dela, tão calmo e bem diferente de como estava minutos antes, enchia o seu próprio de algo bom demais, algo que já não lhe era familiar há muito tempo.

Sasuke encontrava-se com a cabeça no busto de Sakura, enquanto esta lhe fazia um cafuné nos cabelos. Haviam feito amor por um longo período minutos atrás, e agora, tudo estava calmo, ambos cansados, apenas ouvindo o barulho da chuva que caía fora do quarto.

— Eu amo você, Sasuke-kun. – Ela sempre dizia isso a ele, antes, durante e depois do ato, como se ele precisasse sempre desta declaração para confirmar que ela era real. Ele sabia que era, mas não deixava de gostar de ouvir àquilo.

Lentamente, viajou seus lábios até o lóbulo do ouvido dela, mordendo ali devagar enquanto se apoiava em uma das mãos, levando a outra até a perna da garota.

— Diga de novo. – Era mais uma ordem do que um pedido, mas ela não ligava para isso.

— Eu te amo. – Repetiu ela, apertando as mãos nos cabelos dele quando sentiu ele chupar a região abaixo de sua orelha.

— De novo.

— Eu te amo...

— Mais uma vez.

— Eu te... Ah, Sasuke! – Exclamou, ao sentir a mão dele ir de encontro a um lugar sensível de seu corpo, bem entre as pernas. Riu e tirou ela dali. – Você não cansa, não? – Ela puxou o cabelo dele para que tivesse acesso ao seu rosto.

— Não, e a culpa é sua. – Disse, enquanto mais uma vez mergulhava seu rosto no pescoço dela.

— Minha?

— Sim. Estou viciado em você e a culpa é sua. – Declarou, cheirando o aroma que vinha de Sakura, o aroma que acalmava seu coração e o deixava em paz.

— Isso é só conversa. Daqui a pouco você cansa de mim e vai se viciar em outra garota. – Falou brincando, mas a reação foi imediata quando ele parou seus movimentos e olhou para ela, sua cara em uma carranca de desagrado.

— Nunca mais diga isso. – Ele falava sério, ela percebeu, mas seu pessimismo hoje estava aguçado, e ela não se refreou.

— Ah, por acaso você acha que vamos ficar juntos para sempre? Que vai à faculdade comigo e depois se casar e morarmos juntos?

— E você será mão dos meus filhos. – Ele completou, jogando-se ao lado dela e a puxando para seu peito, invertendo as posições.

— Você quer ter filhos?

— Uhun. Quero filhos com você. – E ela teve vontade de sorrir ao ouvir aquilo.

— E você quer menino ou menina? – Perguntou, agora empolgada com aquele assunto.

— Só quero que seja com você, Sakura. Isso me fará feliz. – Ela o olhou e sorriu, passando uma perna para o outro lado do corpo dele, e descansado suas mãos na cama.

— Então, eu vou ter dar o seu filho agora... – E começou a se esfregar nele em um vai e vem lento, fazendo Sasuke respirar fundo e fechar os olhos rapidamente, mas, vendo o que ela fazia, parou seus movimentos rapidamente.

— Não seja irritante, Sakura. Sabe muito bem que agora não é... – Mas antes que ele pudesse terminar, ela começou a rir e se jogou ao seu lado, olhando de forma divertida para ele.

— Você não achou que eu estava falando sério, achou? – O sorriso maroto brotou nos lábios dela, e ele fez questão de bufar para a brincadeirinha dela.

— Você é louca, não duvido disso vindo de você. – Mas ela não se ofendeu com o que ele disse, e riu mais um pouquinho, antes de lhe dar um selinho e voltar com sua cabeça para o peito dele.

— Um dia, Sasuke-kun. Um dia. – E ele entendeu que aquelas palavras, era a promessa que um dia, ela lhe daria aquela alegria de ser pai de um filho dela, e como se fosse possível, ele a amou ainda mais naquele momento.

—-x--

Sasuke nunca foi um homem de demonstrar abertamente suas emoções. Quando elas eram expressas por ele, a única forma de demonstrá-las era com gestos discretos, como uma rápida bagunçada no cabelo, punhos fechados ou um rápido franzir de cenho. Nada muito revelador.

Poucas vezes era surpreendido por situações inusitadas, e sempre conseguia estar no controle delas. Tinha sempre que estar preparado para tudo.

Mas Sakura era sua exceção. Para qualquer coisa, tinha a presença imprevisível da rosada para lhe causar oscilações emocionais. 

E agora, mesmo depois de anos, ela ainda conseguia causar essas mesmas sensações em seu emocional tão estável, mesmo que indiretamente.

— Venha até aqui, querida. – Chamou-a Sakura, enquanto estendia um braço para filha.

A menina veio em passos tímidos, pegando o braço da mãe e lhe abraçando, enquanto deixava parte do rosto escondido naquele abraço, e a outra parte que estava à mostra voltada em direção ao moreno, que percebeu que a garotinha o encarava mesmo que suas ações exalassem sua vergonha.

— O que foi, meu amor? – Perguntou a rosada, estranhando a timidez exagerada da filha, coisa que só durava alguns segundos quando ela conhecia alguém.

Maya afundou mais a cabeça em Sakura, enquanto esta via as bochechas levemente coradas da filha. Arqueou a sobrancelha.

— Maya? – A garotinha levantou a cabeça enquanto levava sua boca de encontro à orelha da mãe, sussurrando em seguida:

— Ele parece um príncipe, Mère. – confidenciou a pequena, e Sakura logo entendeu o motivo do comportamento da filha. Não pôde deixar de rir da situação, fazendo a loirinha bufar e fazer bico. – Mãe! – Exclamou, mais envergonhada ainda.

— Ok, desculpa pestinha. – Sorriu para ela, e logo depois olhou para Sasuke que encarava as duas com uma expressão indecifrável no rosto, mas ela sabia que aquilo era só fingimento. – Você ainda tá com dor de barriga? – Perguntou, direcionando seus olhos mais uma vez à pequena.

Ela negou levemente com a cabeça, e começou a bater os dedos indicadores um no outro.

— Acho que era só pum mesmo. – E a rosada não deixou de rir com essa declaração, balando a cabeça.

— Quer voltar a dormir? – Perguntou, e viu a filha olhar para o moreno e ter suas bochechas enrubescidas mais uma vez, e dessa vez, ele dirigiu um singelo sorriso de canto à ela, fazendo com que ela corasse mais ainda.

— Quero. – Fez bico, estendendo os braços para ela.

Sakura sabia que não era muito saudável ficar permitindo tanta manha vindo de sua filha, mas não conseguia repreendê-la nesses momentos, principalmente quando pensava que daqui a pouco ela seria uma  adolescente e iria rejeitar seus carinhos com mais frequência.

— Você espera um pouco? – Perguntou ao moreno, que mantinha os olhos ainda fixos nas duas, sem expressar nada, apenas mantendo aquela expressão indecifrável no rosto. Ele assentiu para a pergunta, e Sakura tratou de seguir até o quarto com a filha nos braços.

Ela não viu, mas enquanto caminhava até lá, Maya olhou para o Uchiha e, mesmo que fosse tarde, sorriu para ele, retribuindo o seu gesto de minutos atrás, com direito a um "tchauzinho" com a mão.

Ao chegar no quarto, colocou a garota na cama, cobrindo-a e se agachando ao seu lado. Passou as mãos na testa da filha, afastando a franja que lhe cobria em um carinho terno.

— Por que ele tá aqui? – Questionou a menina.

— Eu e ele só temos que conversar. – Respondeu a mais velha, sem parar com o carinho no cabelo da garota.

— Você vai namorar com ele? – A rosada arregalou os olhos com a pergunta.

— Não! De onde você tirou isso? – Maya deu de ombros.

— Ele é bonito, ué.

— E só por isso eu tenho que namorar com ele? –

— Tia Tsunade disse ser bonito é importante  pra namorar. – Sakura revirou os olhos com aquilo, sabendo que era a cara de sua tia falar essas coisas.

— Sua tia é uma velha superficial que só se importa com os cremes para as rugas delas. – Afirmou ela. – Esqueça isso, eu não vou namorar o Sasuke e nem ninguém, sim? Eu só tenho olhos para você. – Piscou para ela e viu um sorriso brotar nos lábios de sua filha. – Boa noite, querida.

— Boa noite, mère. – E Sakura saiu do quarto, encostando a porta levemente sem trancá-la para que Maya não ficasse com medo.

Assim que voltou à sala, encontrou um Sasuke ainda na mesma posição, com a diferença que agora seus olhos não mais estavam nela, e sim em um ponto fixo no chão. Parecia pensativo e absorto, tanto que nem prestou atenção nela, até que se sentasse do seu lado mais uma vez.

— Você tem uma filha. – Declarou, ainda sem olhá-la.

— Sim. – Foi só o que saiu dos lábios rosados.

— Por que não me disse antes?

— Você não perguntou. – Ela respondeu inocentemente e ele a olhou de olhos cerrados.

— Não banque a irritante, Sakura. – A rosada revirou os olhos para ele.

— Eu não tinha porquê te contar, Sasuke. Minha vida atual não interessa mais a você. – Não havia raiva, repreensão ou algo do tipo em sua voz, ela apenas afirmava um fato.

O Uchiha queria revidar, dizer que sim, tudo relacionado a ela lhe interessava mesmo que ela achasse que não, mas preferiu guardar isso para si mesmo e fazer outra pergunta.

— Quem é o pai? – Sakura abafou a  vontade de dizer mais uma vez que nada daquilo interessava a ele, e decidiu responder de uma vez.

— Você não o conhece, na verdade, nem eu conheço. O conheci em uma noite do qual eu e ele havíamos bebido muito, e então aconteceu que dois meses depois descobri que estava grávida. Fim da história.

Sasuke a olhou de cenho franzido.

— Você foi irresponsável o bastante para engravidar de um desconhecido? – Perguntou ele, com um pouco de irritação transparecendo na voz.

Ela deu de ombros, ignorando o tom dele.

— Acontece. – Declarou por fim.

Agora, entretanto, ele lhe olhava com uma visível irritação.

— Como assim "acontece"? Foi irresponsabilidade sua! – Exclamou, e ela lhe olhava agora também irritada.

— E daí, Sasuke? Já foi. Aprendi minha lição e já recebi sermões de quem realmente tinha direito de me dar algum, e você com certeza não se encaixa nesse grupo, então, ta irritadinho por quê? – Debochou, nervosa por ele achar que tinha algum direito sobre ela ou que ela fazia da vida.

Ele, percebendo o que estava fazendo, tentou se acalmar para que não perdesse a cabeça. A verdade era que, sua irritação era a consequência de um sentimento que estava se apossando dele lentamente, tomando conta de seus pensamentos e de sua cabeça: o ciúmes.

Ciúmes porque aquela era a filha de Sakura, linda e tão parecida com ela, ainda mais quando estava tímida e de bochechas coradas. Mas havia um porém: era a filha da mulher que amava com outro homem. Não com ele. E aquilo o incomodava mais do que deveria.

— Tem razão. Eu não tenho direito de estar irritado. – Olhou para ela, tentando mostrar por meios de seu olhar tudo aquilo que ele não conseguia colocar em palavras. – Mas eu estou. Não por você ter sido irresponsável dessa forma, mas porque eu queria estar no lugar do pai dessa criança. – A declaração dele pegou Sakura de surpresa, desfazendo o semblante irritado e transformando-o em um de surpresa. Ele sorriu amargo. – Talvez seja por isso que eu esteja tão irritado.

Tudo o que a rosada queria, era saber o porquê de ele falar essas coisas, mesmo tendo feito o que fez com ela... Por que ele sempre parecia estar tão arrependido quando vinha com essas declarações? Se ela tivesse certeza de seus atos e seus sentimentos, acreditaria nele sem pestanejar, mas seu coração era enganoso, e todo seu ser se receava quando uma pontinha de dúvida para com àquelas palavras de Sasuke, se manifestava.

— Não consigo mais acreditar em você, Sasuke. – Declarou, e viu ele se aproximar lentamente dela, os olhos agora tão intensos quanto antes, a lembravam quando ele se declarava do seu jeito único para ela, anos atrás.

Parecendo estar em câmera, ela viu quando o moreno levantou sua mão direita e a levou em direção ao seu rosto, colocando-a em sua bochecha e fazendo um singelo carinho com o dedão. Involuntariamente, a Haruno acabou por fechar os olhos e respirar fundo, tentando controlar suas emoções.

— Algum dia eu vou conseguir seu perdão? – A voz dele soou tão calma como nunca antes, mas a angustia estava lá.

— Eu não sei. – Respirou fundo, e tirou a mão dele de seu rosto, virando de perfil para ele. Deitou a cabeça no encosto do sofá e ficou a olhar para o teto. – Mesmo que eu te perdoe Sasuke... Não quer dizer que vou voltar para você. – E olhou para ele, vendo sua face dar indícios de confusão. – Nada muda o fato de que você me traiu.

Agora foi a vez de Sasuke respirar fundo e virar para frente.

— Se você soubesse como me arrependo disso... – Começou com amargura na voz. – Tudo o que eu queria era ter a mesma mente que eu tenho hoje naquela época, e não a de um moleque movido pelos ideais de uma família maldita. Fiquei com tanta raiva da minha mãe e do meu irmão quando eles foram embora... Mas conforme os anos se passaram e eu fui vendo o que era fazer parte daquela família... Eu os entendi.

Sakura somente o observava sem dizer uma palavra. Sempre soube que Sasuke tinha problemas com sua família, mais especificamente com seu pai, que parecia ser o centro dos problemas do Uchiha mais novo.

— Itachi foi sábio, saiu de casa e foi deserdado, mas conseguiu seguir o seu sonho e ficar com a mulher que amava. Hoje ele está bem, e vai ter uma família completa. E o que eu tenho, Sakura, se não só amargura e arrependimento para contar?

Ela não queria, mas doía ouvir o que ele dizia. Seu coração sempre fora derretido, e com aquele homem, não seria diferente. Ainda mais quando ele parecia tão perdido e vulnerável como poucas vezes ela vira. Só ela.

— Me conte o que aconteceu, Sasuke. – Pediu, e ele virou o rosto para ela.

— Vou contar.


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal.

Bem, primeiro de tudo eu gostaria de pedir desculpas pela demora, excedi meu limite de trinta dias e isso me chateou bastante, mas quero esclarecer tudo para vocês.

O mês de março e esse começo de abril estão sendo terríveis para mim. Os motivos são sempre os mesmos: Escola. Assim que o carnaval teve fim, eu tinha três livros para ler a mando dos meus professores, não teve uma semana sequer do mês de março do qual eu não tinha um trabalho para entregar ou uma prova para fazer (me descabelei e não foi pouco) fora que pra me acostumar a acordar cedo de novo foi um mártir, tudo o que eu queria era minha cama.

E agora, nesse começo de abril eu tenho que estudar pois na metade dessa semana começa minha tão semana de provas que vai até semana que vem, ou seja, eu to numa derrota que só. Achar tempo e disposição pra escrever foi difícil, eu não consigo nem assistir outros animes do qual coloquei em minha lista para começar a acompanhar e isso me deixa bem bolada.

Falei também que ia postar uma one, só que ela ficou bem grande e conforme fui escrevendo, mais ideias foram surgindo, o que fez ela ficar meio grandinha e inacabada, ou seja, não tive tempo pra terminá-la, mas eu ainda vou postá-la, só tenham paciência.

Well enfim, me desculpem e por favor, entendam minha demora, eu juro que queria postar antes, mas realmente, foi impossível.

Bem, desejo a vocês um bom início de semana, e please, me digam o que acharam do capítulo, no próximo tem Sasuke explicando tudinho do que aconteceu na época em que ele traiu a Sakura.

Um beijo e um cheiro! ❤