Laços Cortados escrita por Katinip


Capítulo 15
Conversas que nunca chegam ao fim


Notas iniciais do capítulo

A vocês que estão lendo, comentando e favoritando a história, meus agradecimentos e um beijo enooorme! ❤



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Sakura tentava assimilar a situação em que estava, perguntando-se se aquilo realmente estava acontecendo, e calculando as chances e possibilidades daquilo acontecer. Chegou até mesmo a fazer algumas contas na mente, tentando chegar a porcentagem da probabilidade, porque só podia ser obra do destino ou de Satanás. 

Toda a sua terapia de calma foi por água baixo naquele instante, e se antes estava só ansiosa com a conversa, agora o vulcão inteiro que eram seus sentimentos reprimidos, estava em erupção. Será que beber água ajudaria? 

Respirou fundo, e começou a colocar as engrenagens da sua cabeça para funcionar o mais rápido possível, afinal não queria ser vista. Deu graças a Deus quando percebeu estar na mesa de fundo, e percebeu os dois indivíduos sentarem em uma mesa que estava do lado de fora. 

Levantou as pressas, e foi até o funcionário que não se encontrava tão longe assim.

— Com licença, moço. – Chamou sua atenção. – O senhor poderia me dizer aonde fica o banheiro?  – E depois dele mostrá-la o caminho do lugar, ela agradeceu, e foi em direção ao cubículo, trancando-se lá dentro.

Ao abaixar a tampa da privada, e sentar-se ali, se sentiu completamente desnorteada. Mil perguntas passavam por sua cabeça, mas a que martelava com mais afinco em sua mente, a deixava de certo modo, um pouco incomodada.

O que eles faziam juntos, afinal?

A cabeça de Sakura só conseguia chegar em uma resposta: eles ainda se encontravam, e, ou tinham uma relação casual, ou realmente tinham uma relação e esta não era de conhecimento de nenhum de seus amigos. 

Nesse instante, a rosada lembrou de todas as declarações do Uchiha dirigidas a ela desde sua volta. Será que Sasuke tinha prazer em ser um cretino com ela? Não era possível…

Suspirou, encostando a cabeça na parede, tentando colocar os pensamentos em ordem. Não podia tirar conclusões precipitadas, mesmo que ele não merecesse sua confiança. Talvez, estivesse fazendo tempestade em um copo d’água sem saber. 

Mas quando acabou suas divagações, a imagem dos dois andando juntos, com a loira rindo e o Uchiha carregando um semblante sereno, enquanto conversava com ela, veio em sua mente. E como se não bastasse, sem que ela quisesse a imagem que não esquecia de quatro anos atrás, quando pegara os dois juntos, também veio, como se uma puxasse a outra.

A Haruno prometeu a si mesma que não se lembraria de nada disso quando fosse conversar com Sasuke, não queria deixar suas mágoas e ressentimentos atrapalharem o que esperou tanto para saber e tirar suas próprias conclusões, mas fora tudo em vão.

De repente, sentia-se cansada. A ansiedade e nervosismo abandonaram seu corpo, juntamente com a disposição para compreender os motivos de Sasuke. 

Naquele momento, só queria ir para a casa e dormir junto com a filha, de preferência até o outro dia. 

Ouviu o som estridente do toque de seu celular, e pegou o mesmo, vendo “Número desconhecido” na tela, mas que já sabia a quem pertencia.

Sakura.— A voz dele soou, e ela perguntou-se por instante, se ele a teria visto em sua fuga patética ao toalete.

— Estou ouvindo. – Respondeu, sem muita emoção, o que fez o Uchiha estranhar tal comportamento.

Só quero saber se você quer que eu passe aí para te buscar ou prefere ir sozinha. – O tom de voz dele era incerto, e Sakura riria disso se a situação fosse outra. Sasuke Uchiha inseguro, quem diria. – Sakura?

Percebeu que não havia respondido ou se pronunciado enquanto ele esperava por isso.

— Sabe o que é, Sasuke… Acordei hoje meio indisposta, não estou me sentindo muito bem, e acordei muito cedo. Podemos adiar isso só por hoje? – Perguntou, sentindo-se a maior covarde do mundo, mas não ligava pra isso.

O que você tem? Precisa de algo?  – A preocupação na voz dele quase comoveu Sakura, mas não sabia se ele estava realmente preocupado, ou era mais uma vez seu coração enganado criando ilusões em sua mente.

— Não preciso de nada, Sasuke, só de descanso. Ficarei bem. Agora preciso ir, depois mando uma mensagem remarcando para outro dia, ok? 

Tudo… Bem. – Ela achou ter sentindo um leve tom de decepção em sua voz, mas decidiu parar de tentar encontrar emoções na voz de Sasuke, ou ficaria louca.

— Tchau. – E antes que ele respondesse, ela desligou o celular. 

Querendo sair dali o mais rápido possível, destrancou a porta e abriu a mesma aos poucos, tendo uma visão das mesas do estabelecimento que encontravam-se do lado de fora. 

Viu Ino sozinha em umas das mesas enquanto mexia no celular. Procurou Sasuke por ali, mas não o achou. Aquele era sua chance.

Saiu discretamente do banheiro, pegou os pedaços de torta que estavam embrulhados para viagem, de cima da mesa em que estava e foi direto a saída. 

Olhou de relance para a Yamanaka que ainda se encontrava compenetrada em seu celular, e rapidamente saiu porta à fora, indo quase correndo até seu carro que não estava estacionado muito longe dali, na verdade, de onde ele estava ainda era possível ver a loira.

Quando faltavam somente dez passos para chegar ao carro, o celular tocou mais uma vez, e o nome de Hinata apareceu no visor.

Por favor, me diga que não estou atrapalhando nada.  – A voz da morena soou meio desesperada, e a rosada sorriu.

— Não, não está. Aconteceu alguma coisa com a Maya? – Sakura calculou que o assunto fosse sua pequena, afinal, Hinata não “atrapalharia” a Haruno se não fosse realmente importante.

Não, não, na verdade, ela acordou há pouco tempo e estava perguntando por você. Eu disse que você foi resolver um assunto e ela pediu para que eu te ligasse e pedisse pra você comprar dangos.— Sakura revirou os olhos, sabendo que aquilo era a cara de sua filha.

— E por que a mocinha não está me pedindo ela mesma? – Soergueu as sobrancelhas, enquanto parava em frente ao carro, colocando a mão na cintura como se Maya pudesse vê-la agora em toda sua imagem de mãe desconfiada.

Bem… Espera um pouco.— Houve um silêncio na linha, mas Sakura ainda pôde ouvir alguns sussurros incompreensíveis para ela. – Maya-chan está no banheiro, disse que irá tomar banho para você ficar contente com ela. – Sakura só queria rir diante tudo aquilo, sua filha não tinha jeito.

— Hinata, diga a Maya que estou levando torta de limão, os dangos ficarão para outro dia. Ah, e diga também que ela arrume desculpas melhor quando for para pedir que outras pessoas falem por ela.

Ouviu-se a risadinha de Hinata do outro lado, e um bufo de Maya.

Tudo bem, eu direi. Tchau, Sakura. — A rosada mesmo que desligou, rindo sozinha. 

Quando abriu a porta do passageiro para colocar as sacolas com a torta no banco, olhou para trás instintivamente, deparando-se com um par de olhos azuis em sua direção, que iam de seu rosto até a sacola que segurava em mãos, onde havia estampado o logo da confeitaria.

Um “Sakura” saiu da boca da loira, e a rosada rapidamente virou a cara, deixando a sacola no banco, e correndo para o banco de motorista, dando a partida logo em seguida, sem olhar mais uma vez em direção àquela que um dia chamou de amiga.

—x–

Ao chegar em casa, tudo o que queria era deitar em uma cama e dormir. As divagações em sua mente não paravam um segundo sequer, e Sakura chegou a conclusão que dormir era o melhor remédio para sua mente.

Assim que passou pela porta, deparou-se com uma cena um tanto cômica. Hinata estava sentada de frente para Maya, que encontrava-se na outra extremidade da mesinha de centro da sala. Um jogo de chá que Sakura lembrava-se muito bem de ter comprado em uma loja infantil para sua filha, encontrava-se em cima da mesinha, e Maya fingia colocar chá nos copos da morena e de uma de suas bonecas.

— A senhorita Daisy gosta de tomar chá verde, ele ajuda com o problema no intestino dela.  – Falava a garotinha, enquanto inclinava o bule de brinquedo na xícara da boneca.

— Problema no intestino? – Indagou a morena, fingindo tomar algo em sua xícara.

— Sim, sim. Mère falou uma vez que chá verde era bom para o intestino, por isso ela tomou por um tempo, foi na mesma época em que ela passava horas no banheiro e a tia Tsunade perguntava se ela tinha morrido.  – A Hyuuga explodiu em risadas com a fala da menina, e Sakura arregalou os olhos.

— Maya Haruno!  – Exclamou, enquanto olhava com os olhos cerrados para a loirinha. 

— Mère! Vem tomar chá com a a gente, aproveita e trás a torta. – Aquele pedido soava mais como uma ordem, mas Sakura andou até as duas do mesmo jeito.

— Você é uma linguaruda, sabia? Nem merece torta depois do que falou para Hinata.

— Ué, eu só tava explicando o porquê chá verde era bom para o intestino! E se a tia Hinata tiver o mesmo problema e quiser tomar também? –   Dessa vez, foi a vez da morena arregalar os olhos.

— Eu não tenho nada disso, Maya-chan.

— Mas pode ter, ué, minha mamãe também não tinha. – Colocou as mãos na cintura, enquanto falava para a Hyuuga.

— Maya, chega. Há coisas que não se devem falar, filha. – Sakura repreendeu calmamente, enquanto via a menina  baixar a cabeça.

— Desculpa.

— Tudo bem. – A Haruno balançou a cabeça, e foi direto na sacola, abrindo-a e tirando os pedaços de torta.

Com a chegada da mãe na brincadeira, Maya ficou ainda mais feliz, e Sakura resolveu ficar uns bons minutos brincando com a filha, sentindo seu coração se aquecer por perceber que era tão amada por ela.

Sabia que aquilo era bobagem, mas não conseguia não se sentir bem quando percebia o quanto era adorada pela filha, e rezava para que isso se mantivesse mesmo quando ela chegasse em sua bendita adolescência, para que quando cometesse os erros que Sakura sabia que ela cometeria, Maya a ouvisse quando fosse dar seus conselhos de mãe para poder guiá-la.

A rosada decidiu terminar a brincadeira quando percebeu sua pequena bocejando mais do que o normal, e quando ela coçou os olhos, as três arrumaram o jogo de chá de brinquedo, e Sakura pegou a filha no colo, levando-a até o quarto em que dividiam.

Deitou-se na cama colocando a cabeçinha dela em seu peito, e começou a fazer um cafuné nos cabelos da mesma.

— Por que a senhorita acordou depois que saí? Você costuma dormir até o outro dia. – Perguntou a ela, sem parar de fazer o carinho.

— Tive um sonho ruim e não voltei a dormi porque você não tava. – Naquele momento, Sakura apertou a filha contra si, dando um beijo nos cabelos e voltando com o cafuné.

— Você sabe que não precisa ter medo de seus pesadelos, princesa. São só sonhos.

— Mas eu sonhei com você. Alguém queria te fazer mal, queria tirar você de mim. – A voz da garotinha era manhosa, e ela se aconchegou mais no colo da mãe. – Não quero que ninguém tire a mère de mim, eu já não tenho papai, não quero ficar sem você também.

Uma pontada que sempre se dava em seu coração quando a Haruno não se achava boa o suficiente para filha, se fez presente quando Maya proferiu tais palavras.

Mesmo que não fosse intenção dela abstê-la de ter um pai, fora irresponsável quando acabou por ficar com um desconhecido em uma noite de amargura, e nem mesmo ter se protegido.

Sempre tentava suprir as necessidades de sua filha como podia, tentava ser sua mãe e seu pai ao mesmo tempo, uma tarefa difícil para uma mãe de primeira viagem, e dava sempre o seu melhor. Mas um pai não se podia substituir, mesmo que ela fosse a melhor mãe do mundo. Sua filha sempre sentiria falta de um, e não poder dá-lo a ela, era o fracasso do qual Sakura nunca poderia se perdoar.

— Ninguém vai me tirar de você, querida. Eu sou sua pra sempre, e não vou sair do seu lado nunca, nunquinha. – Disse, com seu coração apertada e um indicio de lágrimas em seus olhos, que ela segurou veemente.

— Promete de mindinho? – E levantou o dedo mindinho para a mãe, que era tão pequenininho que Sakura achava uma fofura. Levantou seu dedo mindinho também, e o entrelaçou com o da sua filha.

— Prometo de mindinho.

—-x--

A garotinha loira conseguiu dormir rapidamente depois da curta conversa que tivera com a mãe. Sakura até tentou ir no mesmo embalo, mas sua mente estava conturbada demais para isso.

Resolveu então ir até a sala e assistir um filme, pensando que assim conseguiria ocupar seus pensamentos com outra coisa.

Ao chegar no cômodo, encontrou uma Hinata com uma revista nas mãos,  provavelmente algo relacionado a casamento.

Quando chegou perto dela, percebeu que não era disso que se tratava o conteúdo da mesma, e sim de decorações para quarto de bebês e coisas do tipo, o que fez a rosada arregalar os olhos.

— Por favor, me diga que você não engravidou antes de terminar a faculdade. – A Hyuuga pulou com o susto que a voz da rosada a trouxe, colocando uma mão no coração logo em seguida.

— Sakura-chan! Me assustou. – Repreendeu em seu tom de sempre. – E não, não estou grávida. Só... Estou dando uma olhada, nem sei por que peguei isso, fiquei curiosa, mas não é nada demais. – Ela se afobava com suas palavras, e a rosada sentou ao seu lado, sorrindo para a inquietação de sua amiga.

— Quer conversar sobre isso? – Perguntou docemente, apoiando o cotovelo no encosto do sofá, enquanto sua cabeça fazia o mesmo em sua mão.

Hinata olhou para frente, suspirando em seguida, fechando a tal revista e colocando-a de lado.

— Como foi pra você, Sakura? Descobrir que estava grávida, sentir sua filha chutar a barriga e ouvir o coração dela pela primeira vez? – Perguntou, ainda parecendo perdida, mas Sakura sabia que ela prestava atenção.

Involuntariamente, a rosada acabou sorrindo com a pergunta, sem conseguir se controlar. Sempre ficava assim quando o assunto era seu pinguinho de gente.

— Bem, não foi um mar de rosas quando eu descobri, como você deve imaginar... Eu surtei com a noticia, fiquei preocupada porque nem sabia quem era o pai, me decepcionei porque teria que desistir da faculdade... Foi um inferno. – Sorriu, ao se lembrar das noites em que passava chorando, por não saber como lidar com a responsabilidade de um bebê. – Mas então, eu ouvi o coração dela pela primeira vez e... Meu coração se encheu de um amor tão inexplicável. E tudo o que eu queria era fazer o melhor que eu pudesse, para que ela fosse recebida no mundo da melhor maneira possível.

"Maya foi um anjo em um momento que eu precisava, mesmo não sendo nas melhores condições. Eu estava magoada, zangada, ressentida, não tinha sequer um sentimento bom em mim naquela época, e com a chegada dela... Isso mudou. Ter um filho é bem complicado, Hinata, não vou mentir. Mas vale a pena cada segundo, porque não tem sensação melhor para mim do que ouvir um "Eu te amo mais que tudo, mère".

Sakura viu a amiga sorrir ao terminar de falar, e quando a morena olhou em sua direção, percebeu um brilho contido em seus olhos.

— Você está com aquele olhar. – Ouviu um suspiro vindo dela.

— Eu sei que é cedo, sei mesmo. Naruto está crescendo no trabalho, e eu ainda preciso terminar a faculdade, vamos nos casar e... Eu sinto que tudo só estará completo, quando eu for mãe. – O tom de voz dela era um tanto frustrado, e Sakura se compadeceu com isso. – Eu não sei se isso é fruto da carência que eu tenho de uma mãe porque não tive uma, mas tudo o que eu sei é que pensar em um garotinho com as minhas características e as de Naruto, faz meu coração se encher de algo... Gostoso.

Ao terminar de falar, jogou a cabeça no estofado do sofá como se estivesse cansada.

— Se eu quiser ter um filho, Sakura, vou querer ficar com ele, ao menos por um tempo. Não vou querer uma babá ou uma creche para aproveitar os anos mais importantes da vida de uma criança. Mas eu preciso estudar e trabalhar! E eu quero me formar! Argh.

A Haruno não sabia se ria da amiga, ou ficava frustrada junto com ela por não saber o que fazer ou falar para ajudá-la naquele momento.

— Você podia adotar um cachorro. – Falou, pensando no assunto. – Dizem que é como ter um filho.

— Ah Sakura, eu estou abrindo meu coração pra você e tudo o que você tem pra me falar é "adote um cachorro"? – Perguntou indignada.

— Desculpa, eu não sei o que dizer! Você está em uma situação difícil e tudo o que eu tenho pra te falar vai acabar te deixando cabisbaixa. – Foi sincera, vendo Hinata franzir o cenho.

— Fale. – Ela suspirou, escolhendo as palavras certas.

— Você sabe que um filho agora não é o melhor, não é? Imagina só o desespero que seria. Eu tive que abdicar de muitas coisas por causa da minha filha Hinata, e eu não estava preparada, mas tive que estar. São consequências de uma gravidez não planejada e em uma hora inoportuna. Você já está planejando a sua, mas a hora não é essa. Termine sua faculdade, garanta sua independência e tenha um filho.

— É, você tá certa. – suspirou. – Eu nem sei se Naruto quer um filho.

— Ah, tenho certeza que o baka iria amar ter um com você, ele gosta de crianças afinal, é quase uma. – Ela riu, e Hinata teve que concordar.

— Mudando de assunto... Como foi lá com o Sasuke? – Indagou, e Sakura mudou seu semblante risonho para um caído.

— Não foi. Eu passei na confeitaria antes de ir ao lugar marcado por ele, e o encontrei com Ino lá. Me acovardei, e desmarquei tudo, não estava mais com cabeça pra uma conversa nem pra olhar na cara dele. – Resmungou, fazendo um bico logo em seguida. – Sou uma covarde.

— Eu não sabia que ele e Ino ainda se encontravam, quer dizer, foram tão raras as vezes que ele veio para Konoha, e ela nunca me falou nada dele.

— É, eu imaginei que você não soubesse. Eu estou sendo imatura, não estou? Só não queria conversar com ele, sabendo que toda minha mágoa viria à tona por causa do que vi, mas pensando melhor isso é ridículo, não tem como eu conversar com Sasuke sem que isso aconteça... – A voz no tom cansado demonstrava como ela se sentia com tudo isso.

— Você deveria praticar boxe, quem sabe assim não extravasa seus sentimentos negativos? – Tentou fazer uma piadinha semelhante a que ela fez consigo.

— Ah, realmente isso faz sentindo, aproveitaria que meu corpo ficaria um espetáculo e seduziria alguém pra transar comigo, porque eu estou precisando. Sabe como é difícil uma mãe solteira transar? Parece que eu não sou mais sedutora nem algum homem parece sedutor o suficiente para mim. Argh.

Hinata ria do drama da amiga, pois sabia que todo aquele assunto de sedução não passava disso. Quando andou com Sakura para acertar algumas coisas de seu casamento, percebeu vários homens secarem sua amiga discretamente, inclusive Sasori que flertou coma a rosada na cara dura, a rosada que era distraída demais e não via nada disso.

— Vou comprar um vibrador. – Falou a Haruno, decidida. Hinata riu.

— Deixa de ser ridícula, Sakura

— Não estou sendo ridícula, nós vamos a uma sex shop amanhã e eu vou comprar o mais sensual que eu encontrar, e você também vai comprar alguma coisa pra te deixar bem gostosa nas suas núpcias. Sua virgindade já foi, Hina, tem que fazer dessa noite memorável de uma outra forma.

— Realmente, você precisa transar, Sakura, ficar cuidando da vida sexual de seus amigos é o primeiro indício de sua necessidade.

— Prometo a você, o próximo homem em que eu botar os olhos, vai ser o felizardo. Vou agarrar ele e só soltá-lo depois de uns três rounds. – Hinata riu mais uma vez, e ouviu a campainha da casa.

Rapidamente foi até a porta, abrindo ela em seguida, arregalando os olhos para a figura à sua frente. A rosada fez o mesmo, observando o homem do sofá.

— Preciso falar com Sakura. – A voz de Sasuke soou, e Hinata olhou para a amiga, prendendo um sorriso malicioso que mostrava a Haruno o que claramente ela pensava.

— Hoje, definitivamente, não é o meu dia.

—-x--

Hinata se encontrava em seu quarto naquele momento, depois de uma crise de risos na sala deixando um Sasuke confuso, ela decidiu deixar ele e Sakura a sós para conversarem.

A rosada estava apreensiva, mas continuava no sofá e não olhava diretamente para ele.

— Por que está aqui? – Perguntou ela, querendo realmente saber o motivo disso, afinal ela disse a ele que não estaria disposta para uma conversa com ele.

— Eu só queria saber como você estava. Fiquei... Incomodado quando você me ligou. – Sakura revirou os olhos, ao ouvir a palavra "incomodado". Ele não podia falar "preocupado" como uma pessoa normal. "Talvez ele não tenha falado, porque realmente não esteja", pensou.

— Eu disse que ficaria bem, não é nada demais pra que você pare o que está fazendo e venha me visitar. – "Até porque o intuito da minha mentira era exatamente esse: não ver você!", completou mentalmente.

— Mas eu quis vir mesmo assim. – Cautelosamente ele foi se aproximando dela, até que também estava sentado no sofá, no mesmo lugar em que Hinata ocupava minutos antes. – Sei o que você viu, e posso explicar. – Sakura fechou os olhos, sabendo do que ele estava falando.

Ino nunca manteria a boca dela fechada sobre isso. Inferno!, Praguejou mentalmente.

— Você não me deve explicações sobre com quem anda, Sasuke.

— Mas eu quero explicar, porque sei  que isso está causando em você nesse momento. – Ele insistiu, e a Haruno acabou se enervando.

— Ah, sabe mesmo? É incrível que agora você queira me explicar as coisas que faz com Ino, quando eu claramente não quero saber. Quando eu tinha o direito de saber, você não me disse. – Acusou, estreitando os olhos em sua direção. – O que você faz com ela hoje em dia não me interessa, só o que quero saber é o que você estava disposto a esclarecer hoje a tarde.

O moreno acabou suspirando, colocando uma mão na cabeça e fechando os olhos, abrindo-os logo em seguida.

— Você continua irritante, Sakura. – A boca dela se abriu em indignação com as palavras que ele sempre costumava proferir quando ela não o escutava.

— Eu?! E você continua arrogante, achando que eu me importo se você está pegando a Ino, ou Konoha inteira! Palhaço. –  Resmungou, e viu a cara dele se fechar diante do nome que usou para xingá-lo. – Essa sua prepotência sempre me irritou.

— Assim como seu falatório também me irritava. E olha só, você está fazendo isso agora. – Revidou.

— Ora,mas é claro que eu falava demais, você parecia aqueles monges que fazem voto de silêncio! Parecia que os meros mortais que viviam ao seu redor não eram dignos o suficiente para ouvir o timbre do maravilhoso Uchiha.

— Você está sendo ridícula.

— Ah, agora além de irritante e linguaruda, eu também sou ridícula. Que lindo Sasuke, continue, por favor, estou adorando saber tudo o que você sempre pensou de mim. – A voz dela saía irônica, seu semblante era nervoso e ela já se encontrava em pé desde que ele a chamara de irritante, com os braços cruzados e bochechas infladas.

Sasuke teve vontade de sorrir com a cena da mulher a sua frente, que tanto lhe lembrava a garota que era sua namorada e tinha suas crises histéricas, ficando dessa mesma forma.

Ele se levantou e foi até ela, sabendo o que fazer para acalmá-la. Ou ao menos, desejava que ainda soubesse.

— Nós sempre acabamos discutindo quando nos encontramos. Estou cansado disso, Sakura. Só quero conversar. – E sua mão foi em direção ao rosto dela, fazendo um carinho lento em sua bochecha. Seu rosto foi em direção ao dela, mas ele não o abaixou para beijá-la, apenas passou o nariz em volta de sua testa, absorvendo o cheiro fraco dela. – Só quero conversar.

Sakura sabia o que ele estava fazendo, sabia muito bem, mas sua raiva sempre parecia passar quando ele fazia aquele tipo de coisa. Era assim quando eram namorados. Ela ficava brava, irritada, falante e histérica, e ele sempre vinha com sei jeito sedutor e a fazia ficar desconcertada com algum gesto, esquecendo toda a afobação que estava sentindo segundos antes.

— Você tem que parar com isso. É sério, eu não sou mais sua pra que você tenha algum direito de fazer essas coisas. – Ela falava mais calma, mesmo que a repreensão estivesse vindo em sua palavras. Sasuke deu uma risadinha irônica.

— Não é minha, huh? – Ele prometeu a si mesmo que não faria nada daquilo que estava prestes a fazer, mas toda vez que ela falava algo semelhante a ele não ter mais nada dela, seu desejo de mostrar que ela estava errada crescia. Era ridículo, mas ele não era conhecido por ter ações cem por cento corretas.

A mão dele que não se encontrava no rosto dela, foi guiada até a cintura da Harun, e ele apertou aquela parte levemente, no mesmo momento em que sua outra mão subia para os cabelos da Haruno, vendo-a fechar os olhos e respirar fundo.

— Nós não estamos chegando a lugar nenhum, Sasuke... – Avisou ela, mas ficou por isso mesmo, pois não fez ação nenhuma para sair do agarre dele.

 – Você diz não ser minha, Sakura, mas suas ações contradizem isso. Suas bochechas estão coradas e a respiração está acelerada. – Falou ele, enquanto apertava mais uma vez suas mãos na cintura da rosada. – Seu coração está batendo forte e se eu fizer isso aqui. – Ele abaixou seu rosto até a curvatura do pescoço de Sakura e deu um beijo, fazendo um carinho com sua boca e nariz no local. – Você se derrete toda. – Voltou a olhar nos olhos dela, encontrando as esmeraldas nubladas e confusas. – E sei também, que enquanto eu faço isso tudo você não consegue agir ou pensar, pois se conseguisse, estaria me empurrando agora e me dizendo pra nunca mais tocar você. – Sasuke voltou a colocar sua mão no rosto da Haruno, enquanto fazia uma leve carícia com seu polegar em sua bochecha. – Eu não causo tudo isso só porque sou um rostinho bonito para você, Sakura. Não é? – Perguntou, claramente querendo uma resposta dela.

Mas, com toda certeza, Sakura se recusava a responder aquilo. Em vez disso, apenas o alertou:

— Se você me beijar de novo, eu juro que vou dar um chute tão forte nas suas bolas que você será incapaz de ter um herdeiro. – Mesmo com a postura e voz calma, a ameaça estava clara, e sabendo que era verdadeira, Sasuke riu.

— Vamos parar com isso, então. Deixa eu esclarecer as coisas pra você. – El pediu, e ela assentiu, respirando fundo e caminhando com ele de volta para o sofá.

— Mère, to com dor de barriga! – Ouviram uma voz infantil reverberar, e Sakura fechou os olhos, praguejando baixinho. Abriu-os novamente, vendo a face confusa de Sasuke para a menina. – Ué, quem é esse? – Perguntou, curiosa.

— É um amiguinho da Mère, Maya. Seja educada e cumprimente ele. – Mesmo sabendo dos questionamentos por parte do Uchiha que viriam a seguir, Sakura decidiu apresentá-los logo de uma vez, pois sabia que Maya, em toda sua curiosidade, não ficaria quieta até saber quem ele era.

— Oi. – A timidez da sua filha só durava nos primeiros momentos em que conhecia alguém estranho, mas ela achava uma gracinha.

Olhou para Sasuke, que devolveu o cumprimento para a menina, e a olhou em seguida, parecendo ainda confuso. Sakura decidiu ir logo com aquilo.

— Sasuke, essa é Maya, minha filha.

—x--


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Notas finais do capítulo

Então galerinha, foi isso. Eu não vou me prolongar muito aqui porque to cansada, hoje o dia foi bem cansativo pra mim, e eu só quero dormir.

Só gostaria de dizer que, por essa semana ou a semana que vem, vou postar uma one que eu estou escrevendo, ela está na metade, não mexi muito nela nesse feriado, porque precisei acabar o capitulo de LC e também porque eu já tenho coisinhas da escola pra estudar e entregar (saco) mas eu vou fazer o possível para postá-la ao menos semana que vem.

Bem, me digam a opinião de vocês para esse capitulo, mas vamos maneirar no ódio com a Ino e o Sasuke, huh? As vezes fico até assustada com as palavras de vocês, mas algumas me tiram boas risadas, haha.

Bem, tenham uma boa noite e um ótimo sono (para aqueles que ainda vão dormir)

Um beijo e um cheiro, até o próximo capítulo! ❤

OBS: Pretendo responder todos os comentários do capitulo anterior, peço perdão pela demora, mas eu li todos!



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