A ilha - Livro 1 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 40
Capítulo 40 – O baile


Notas iniciais do capítulo

EM JANEIRO, LANÇAREI A NOVA TEMPORADA!



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Nada agradava a Ivo, todas as fantasias ele dizia ser gay demais para ele. Até de palhaço havíamos olhado, e nada.

—E que tal essa¿ - Apontei uma de marinheiro que estava montada em um manequim.

—Até que não está tão mal – ele olhou por alguns segundos – vou levar – falou chamando a moça que nos atendia.

—Não vai nem experimentar¿

—Não. Tudo fica bom em mim. – ele sorriu

Virei os olhos e caminhei para um sofá a fim de esperar até que ele efetuasse o aluguel. Eu de sereia e Ivo de marinheiro, eu esperava não ter que ouvir nada, afinal não foi fantasia de casalzinho. A única ligação entre as roupas era que as duas eram de coisas marítimas.

Saímos da loja direto para o hotel, conversamos no caminho a respeito da ida ao baile, e ele queria que fossemos juntos. Ele realmente disse isso. E aquilo me surpreendeu.

Ivo estava me esperando na recepção quando desci com as meninas que logo se dispersaram para que eu e Ivo ficássemos sozinhos. Indiscretas.

—Você está bonita – ele me olhou dois segundos e olhou em seguida para qualquer outro lugar – vamos¿

Não é como se fossemos sozinhos, a van nos levaria todos juntos ao mesmo lugar. Então nos fins das contas era bem simbólico o “vamos juntos”.

Obviamente atraímos olhares mais do que nunca, afinal, havíamos entrado na van de mãos dadas – ideia dele – e sentado juntos. Vi Camila e Fabrício assim que entrei, eles estavam com fantasia de casal e eu não poderia ter penado em nada melhor: Chang e Mulan. Ela estava incrivelmente linda e delicada. Mas em seguida vi Heitor, e sinceramente, não sei por que ele é tão estranho. Ele estava fantasiado de Gari. Jemima estava vestida de mulher maravilha, sentada sozinha e fuzilando Quirino que estava estranhamente vestido de príncipe, e sentado do outro lado sozinho também. Encontrei as tartarugas ninjas sentadas nos últimos bancos, e eram eles: Diego, Erick, Felipe e Abner. E por último e como a pior visão que eu poderia ter, a professora Olivia, fantasiada de enfermeira sexy. Não estava sexy.

Fechei os olhos e esperei que chegássemos logo.

O local era muito refinado, cheio de classe e elegante. Tocava uma musica suave, que eu reconhecia como a musica principal do filme da Bela e a Fera. Só então vi Tais e Juliane, que demorei a reconhecer vestida como góticas assustadoras.

—Foge totalmente da realidade de vocês – exclamei para elas.

—Somos as Addans – falaram com um ar medonho – mãe e filha.

A minha cara entregava que eu não fazia ideia do que elas estavam falando.

—Addans!!! – Tais falou – Eu sou Wednesday Addans e ela a minha mãe Mortícia Addans. Nunca assistiram a família Addans¿ - Ela falou surpresa e eu apenas conseguia pensar no tanto de vezes que ela havia repetido a palavra “Addans” dentro de um minuto.

—Uma família morta-viva que vive em uma mansão sinistra... – Juliane tentou fazer com que lembrássemos , mas eu nunca havia ouvido falar. – Vocês não tiveram infância – ela concluiu.

—E isso é infantil¿ - Ivo perguntou mais para si próprio do que para elas que já estavam de costas se retirando.

De repente a musica lenta parou e então começou umas ótimas remixagens iluminando a mesa do DJ. A turma gritou animada e de repente todos estavam no centro do salão dançando.

—Ele é DJ também¿ - vi Ivo resmungar olhando para o DJ e só então percebi que se tratava de Igor – fantasiado de pescador -, que por sinal estava me encarando.

Eu não sabia se chamar Ivo para dançar, seria estranho, mas mesmo que eu quisesse, no instante seguinte ele já estava caminhando para longe de mim de repente. Nem cogitei chama-lo. Seria estupidez. Então decidi ir na direção da porta dos fundos, que eu já via de longe que dava para um enorme jardim.

Era um lugar realmente agradável. Eu jamais imaginaria um jardim tão cheiroso. E jamais imaginaria encontrar Wanessa sozinha em um canto e chorando.

—Esta tudo bem¿ - Me aproximei devagar fazendo com que ela se assustasse e enxugasse rapidamente as lágrimas.

—Me deixa!

—Wanessa...aconteceu algo¿ - eu insisti. Ela não era das pessoas mais reservadas, sabia que bastava perguntar uma segunda vez. Dito e feito. De repente ela abriu o berreiro e me abraçou de mal jeito com o enorme vestido de princesa. Apenas chorou.

Não sei quantos minutos ficamos ali em silencio sentadas no chão. Em algum momento Ednara e Cristal, que eu nem sabia que estavam ali, surgiram fantasiadas de policiais e nos perguntaram se estava tudo bem. Estavam apenas se certificando de que não havíamos saio pela saída dos fundos. Não estavam de policial a toa, estava designada para vigiarem os alunos.

Wanessa se levantou alguns minutos depois e me levantei junto com ela.

—Viemos com fantasia de casal, mas ele não quer ser visto comigo. Eu realmente não sei aonde estava com  cabeça para me envolver com ele. – ela estava falando de quem¿ - Como é você e o Ivo¿

—Oi¿ - Fui pega de surpresa pela pergunta repentina

—Eu e o Quirino, nos damos super bem mesmo sendo o oposto um do outro. Mas ele morre de vergonha de que o vejam comigo. E pior que também não me sinto confortável. As menina me matariam. Como assumiu para as suas amigas que estava com um cara que odeia¿

Eu, definitivamente, não estava preparada para aquela pergunta.

—Não estamos juntos. Somos amigos! – afirmei sem muita firmeza – Nos damos super bem também, mas é só isso.

—Tudo bem – ela começou a andar em direção a porta de vidro – não precisa me contar. – E sumiu de vista

Fiquei alguns segundos parada ali. Eu estava tão animada, mais cedo, para aquele baile. E agora, só queria voltar para casa. Ou nadar.

—Oi! –Era a voz de Igor – Porque esta aqui fora sozinha¿

Me virei e dei de cara com ele colado a mim.

—Oi – estremeci. Algo nele passara a me incomodar.

Ele sorriu de forma assustadora. Não sei se era impressão minha, mas sentia uma presença atrás de mim. Não me virei para conferir minhas alucinações.

—Quer dar uma volta¿ - Alguma coisa na voz dele, não me soava bem.

—Na verdade – dei um passo para trás – prometi as meninas que dançaria com elas.

—Tudo bem – ele não parecia decepcionado – espero te ver em breve.

Hesitei durante dois segundos, e pensei em como estava sendo boba por estar com medo dele. Mas no segundo seguinte, antes que pudesse me virar completamente, algo me atingiu a nuca. E Igor passou a ser uma imagem turva, embaçada, e então eu cai na escuridão.


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Notas finais do capítulo

Até breve!



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